sexta-feira, 1 de julho de 2016

Museu do Imigrante reabre em Bento Gonçalves






Após seis anos fechado, prefeitura entrega espaço restaurado para a comunidade. Atividades culturais comemoraram a reabertura

Diversas atividades culturais marcaram o evento de entrega das obras de restauro do Museu do Imigrante. Exposições fotográficas, apresentações de corais, shows, sessão de cinema e uma procissão alusiva à chegada dos imigrantes italianos a Bento Gonçalves estiveram entre as atividades. Ainda, brinquedos infláveis e diversos food trucks integraram a programação.

            A cerimônia oficial de entrega homenageou as pessoas que, ao longo dos anos, trabalharam para o andamento do projeto de restauro do prédio, fechado desde 2010. O presidente da Fundação Casa das Artes, Jovino Nolasco, chamou ao palco diversos nomes envolvidos. “Não podemos deixar de agradecer aqueles não mediram seus esforços para manter viva a nossa história”.

            O prefeito Guilherme Pasin destacou a importância do momento. “Hoje, um jovem me disse que uma cidade sem museu é como uma casa sem espelho. Ou seja, nela seu povo não se reconhece. Quem não tem orgulho de seus feitos não quer se enxergar”, comparou.

Pasin acrescentou que “reabrindo o Museu do Imigrante, completamente restaurado, estamos resgatando o nosso orgulho, antes ferido pelo descaso de alguns”, complementou. Eu espero que quando a minha filha tiver a minha idade, ela possa visitar esse espaço e entender como viviam nossos antepassados, nossos costumes, nossos valores, e que revivam isso com muito orgulho. Eu espero isso também para seus filhos, seus netos, bisnetos e para todos que por aqui passarem. Esse é o meu desejo”.

            Após a cerimônia, ocorreu o descerramento da placa que marca a entrega da obra a comunidade. Em seguida, autoridades e a imprensa realizaram visita na parte interna do Museu.

            O Museu do Imigrante está aberto para visitação de terça à sexta, das 8h às 11h30min e das 13h30min às 17h. Aos sábados, das 9h às 17h. A entrada é gratuita e os grupos são de até 20 pessoas.

Histórico do prédio 
1913: Data de construção do prédio que abriga o Museu do Imigrante. Nesse ano, foi implantada a Estação de Sericicultura, iniciativa do governo do Estado.
1917: a estação passou a chamar-se Escola Agrícola e Zootécnica, com todo os processos passando a ser executados no local. Nos anos 1920, o governo decidiu fechar a estação e repassou o patrimônio para a prefeitura.
1929: a Sociedade Amigos Planalto propôs ao poder público o arrendamento do imóvel, com o objetivo da instalação do anexo do Hotel Veraneio Planalto. O prédio foi reformado, e o trabalho da estação, transferido para um galpão em frente.
1937: a prefeitura vendeu o prédio para a Sociedade Planalto.
1948: o Estado assumiu novamente a estação. Em 1952, a edificação foi doada novamente para a prefeitura, que vendeu o espaço para o Hotel Planalto.
1953: um incêndio na casa de máquinas do hotel destruiu o prédio, restando parte do mobiliário e das louças. 
1960: a Sociedade Planalto decidiu vender o prédio anexo ao hotel para a prefeitura.
1960 e 1970: o prédio funcionou como escritório, armazém, hospederias e residência.
18 de dezembro de 1974: foi decretado que o imóvel serviria para preservar a memória coletiva e o patrimônio cultural da cidade. O museu foi aberto ao público no ano seguinte, em 21 de maio.
Até 1987: o museu ficou vinculado à Secretaria Municipal de Educação. Desde aquele ano, a entidade passou a ser mantida pela Fundação Casa das Artes. Naquela época, o museu foi restaurado. O nome mudou para Museu Histórico Casa do Imigrante.
1987: começou o processo de tombamento do prédio. A regularização ocorreu em 2005, quando ele passou a denominar-se Museu do Imigrante.
2002: O Museu foi cadastrado no Sistema Estadual de Museus
2003: O Museu foi cadastrado no no Instituo Latino-Americano de Museus.
Setembro de 2006: foi apresentado o projeto de restauração do prédio, cuja inscrição no MinC ocorreu em 2007.
Dezembro de 2008: a captação de R$ 1.091.153,24 é aprovada pelo MinC.
2009: parte do prédio foi interditada.
2010: o telhado do museu foi trocado, com recursos da Fundação Casa das Artes.
2011 e 2012: não houve valores captados.
2013: foram conquistados quase R$ 500 mil.
2014: As obras ganham força, após concluída adequação de planilhas orçamentárias.
Setembro de 2015: começa o restauro propriamente dito, com prazo de 365 dias para a conclusão da obra.



 Foto: Cristiane Moro

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