Prática
em demasia e uso de substâncias ilegais podem atrapalhar funcionamento do
aparelho reprodutor, dificultando ou até mesmo impossibilitando a gravidez
natural
Esportistas profissionais vivem uma intensa busca por resultados. Eles precisam constantemente melhorar a condição física e os treinos, com equilíbrio em alimentação balanceada, horas de descanso e de preparação mental, fazem parte do processo, que, em longo prazo, os fará atingir o alto rendimento.
“Seguir essas orientações à risca contribui também para uma vida saudável, sem influências negativas à fertilidade.” observa o Dr. Mauro Bibancos, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington. “É importante considerar, no entanto, que existem algumas modalidades que podem afetar o sistema reprodutor mais do que outras”, completa.
No caso das mulheres, esportes de alto gasto calórico, como corrida e dança, podem ser os principais responsáveis. Segundo o Dr Mauro Bibancos “isso ocorre porque a diminuição extrema dos níveis de gordura do corpo e o excesso de exercícios interferem na produção dos hormônios (gonadotrofinas), que age nos ovários”. Para os homens, o fato dos testículos serem exteriorizados para que tenham uma temperatura mais baixa do que os órgãos internos faz com que o ciclismo e automobilismo possam representar riscos por conta do aquecimento da região - além de pequenos traumas repetitivos. Além desses, esportes com risco de impacto, como artes marciais, também podem atrapalhar a fertilidade, devido a traumas de maior potência nos testículos.
A intensidade na prática das atividades é a principal questão. “O grande problema é que nem todos os atletas são disciplinados. Alguns encontram dificuldades em seguir uma rotina tão regrada, deixam os cuidados de lado e o exercício se torna exagerado. Em outras situações, procuram formas de atingir resultados mais rápidos e comprometem a saúde.”
O imediatismo por resultados e suas consequências
O esporte e a infertilidade têm seus caminhos cruzados também quando entra em cena o uso de anabolizantes. Além de proibidos em competições, eles podem trazer sérias consequências para a saúde. Ainda assim, na busca por aumento de força e melhora do desempenho físico, alguns competidores assumem o risco e optam por esse caminho, menos trabalhoso do que seguir uma rotina cheia de regras. No sistema reprodutor, essa escolha pode levar à diminuição principalmente dos espermatozoides.
O uso de anabolizante consiste em adicionar ao organismo uma dose de hormônios - geralmente testosterona ou derivados - muito superior à que ele já produz naturalmente. No caso das mulheres, que produzem o hormônio em quantidades menores, o esteroide interfere no crescimento do endométrio, dificultando que o embrião fixe na parede do útero. Nos homens, o efeito mais comum é a diminuição dos testículos. “Ambos sofrem essas consequências porque a testosterona em excesso inibe a produção do hormônio FSH, que é essencial para a maturação das células reprodutivas”, explica o especialista.
Há cura para esse tipo de infertilidade?
Tanto em casos de exercício excessivo quanto nos de uso de anabolizantes, o organismo pode ser capaz de voltar às suas funções e retomar a produção normal dos hormônios. Para isso, é necessário que o atleta suspenda o uso e encontre um equilíbrio entre a quantidade de atividade física praticada, alimentação, horas de descanso e fatores psicológicos. Algumas vezes precisamos tentar reverter esse quadro com tratamento médico.
“Seguindo as orientações e respeitando os limites do corpo, o organismo pode levar meses a anos para voltar ao normal. Caso a infertilidade se mantenha mesmo após a adequação das atividades físicas e da função hormonal, o ideal é buscar um especialista em reprodução humana. Nestes quadros, a dificuldade em alcançar a gravidez pode estar vinculada a outras questões, que só podem ser avaliadas por um médico”, observa o Dr. Mauro Bibancos.
Huntington Medicina Reprodutiva - www.huntington.com.br
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