Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga e especialista em educação
infantil, explica o que é e a sua importância em sala de aula
Você sabe o que é a chamada
metacognição? Não? Vamos dar um exemplo. Quando você assiste à televisão e
coloca seu lado crítico em evidência, você está exercendo uma atividade
metacognitiva. Ou seja, a metacognição é o conhecimento que a pessoa apresenta
sobre aquilo que armazenou na memória e aprendeu para a realização das
atividades do cotidiano, estando consciente de suas habilidades e limitações.
Segundo Ana Regina Caminha
Braga, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar, a
metacognição possibilita a identificação dos conhecimentos necessários para a
realização e a análise de uma situação dentro das possibilidades da pessoa, de maneira
que ela esteja cada vez mais consciente de suas escolhas, e de como realiza e
processa cada aprendizagem construída.
No âmbito da educação
infantil, quando trabalhada de maneira adequada pelos professores, ela
possibilita e encoraja as crianças a explorar de maneira significativa suas
habilidades. “Dentro de uma perspectiva que compreende a importância das
crianças tomarem consciência de suas aprendizagens desde cedo, é possível
ressaltar que para elas estarem aptas a tomar grandes decisões é necessário que
os professores estejam preparados e em suas práticas pedagógicas estejam
referenciados a lecionar com atitudes metacognitivas, sendo esse um passo
importante ao facilitar o processo de amadurecimento de seus posicionamentos”,
comenta a especialista.
Segundo Ana Regina, essas
crianças ingressam na escola com um conhecimento prévio de mundo e das relações
estabelecidas com os seus pares. E a partir daí que os professores devem se
dedicar a desenvolver a metacognição em sala, fazendo isso o docente auxilia na
construção de uma aprendizagem consciente e controlada, nas quais pode ser
visível o significado de cada decisão.
Quando a professora ou
professor acompanham a aprendizagem da criança, mediando este processo,
favorecem um ensino voltado à construção da autonomia de sentido e significado
das informações, assim como a autoconfiança por parte de quem aprende. “A
criança quando revela suas habilidades e limitações, também demonstra para o
professor/professora em sala de aula os aspectos que precisam ser mais
elaborados para que o seu desenvolvimento e aprendizagem aconteçam
significativamente”, explica.
No entanto, a psicopedagoga
alerta que uma das dificuldades presentes em sala de aula, é o tempo disponível
para esse trabalho, o que acaba não possibilitando que o desenvolvimento da
metacognição aconteça diariamente. “O professor/professora em sua prática, por
vezes, está direcionado ao papel de manter a criança em determinada tarefa, sem
a preocupação de observá-la mais de perto e verificar se ela está ativa em sua
aprendizagem”, completa.
Para finalizar, Ana Regina
lembra que a presença da metacognição como atitude docente é primordial para a
diferença em sala de aula. O exercício metacognitivo favorece uma ação voltada
tanto ao processo como ao resultado das aprendizagens. É o início de um
movimento em direção a uma prática pedagógica reflexiva, autônoma e de
qualidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário