Exame feito a partir de
sangue coletado do calcanhar do bebê pode significar o diagnóstico, tratamento
e cura de doenças graves
Em 6 de junho de 2001 foi
criado o Programa Nacional de Triagem Neonatal – o famoso Teste do Pezinho –
mas pouca gente sabe que o conhecido exame, feito nas maternidades por meio da
coleta de algumas gotinhas de sangue do calcanhar do recém-nascido, permite diagnosticar
diversas doenças, antes mesmo de qualquer sintomatologia. Se não identificadas
no primeiro mês de vida e tratadas, essas patologias podem levar a lesões
irreversíveis e alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. Este
teste é obrigatório e um direito da criança estabelecido por lei desde 1992.
No estado de São Paulo, a
legislação preconiza como Teste do Pezinho a detecção de seis doenças:
fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cistica, hemoglobinopatias,
deficiência da biotinidase e hiperplasia adrenal congênita; e há também o teste
expandido, que é eletivo e pode identificar até 46 patologias, antes que seus
sintomas se manifestem.
A bióloga
responsável pela Triagem Neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana, dra.
Regina Munhoz, explica que a coleta é efetuada a partir de 48 horas de vida do
bebê, sendo o tempo ideal de coleta entre o 3º e 7º dia de vida e no máximo até
o trigésimo dia.
Muitas
das doenças detectadas podem ser tratadas com dietoterapia, outras com a
simples introdução de alguma medicação ou com a proibição do uso de
outras. A identificação de doenças mais graves no bebê também pode alertar os
pais para um aconselhamento genético antes de uma próxima gestação.
Este
teste, por se tratar de uma triagem, tem a função de detectar o maior número de
possíveis portadores de qualquer uma das doenças pesquisadas, portanto, pode
apresentar casos de positividade nos resultados e irá demandar uma nova coleta
para confirmação e, quando necessário, já deverá ter a indicação dos exames
diagnósticos do primeiro teste.
Esta nova
coleta sempre gera apreensão por parte dos pais, porém, é necessário que seja
realizada no tempo informado pelo hospital, para definir se realmente o
recém-nascido necessitará de algum acompanhamento específico, ou se aquele
primeiro resultado foi algo transitório e já esteja normalizado na segunda
coleta. “A grande importância do Teste do Pezinho é o diagnóstico precoce para
a tomada de ações necessárias, em tempo, garantindo uma vida saudável ou uma
melhor qualidade de vida ao recém-nascido portador dessas doenças”, finaliza a
bióloga do Hospital e Maternidade Santa Joana, dra. Regina Munhoz.
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