segunda-feira, 2 de maio de 2016

Sociedade Brasileira de Infectologia sugere ao governo brasileiro a exigência do Certificado Internacional de Febre Amarela





Atenção deve ser redobrada para viajantes e cidadãos que vem de Angola e outras regiões endêmicas e que estão sob alerta da doença, seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde


A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) enviou documento ao Ministério da Saúde para sugerir “a imediata exigência, por parte do Governo Brasileiro, do Certificado Internacional de Vacinação contra Febre Amarela para todo cidadão que venha de Angola e outras áreas potencialmente epidêmicas, seguindo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS)”. A sugestão leva em conta a atual situação epidemiológica da Febre Amarela e o alerta ativo sobre a doença naquele país.

O documento relata que recentemente o Ministério da Saúde de Angola e a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmaram a morte de 185 pessoas por febre amarela e 483 casos confirmados na região de Viana, nos arredores da capital Luanda. E que os casos começaram a ser notificados em janeiro deste ano, com 23 registros de potencial surto de febre amarela na região à época. A região de Viana tem população de mais de 6 milhões de pessoas, apresenta graves problemas de infraestrutura e saneamento básico.

O ofício, assinado pelo presidente da SBI, infectologista Sérgio Cimerman, pelos Coordenadores do Comitê de Medicina dos Viajantes (SBI), Jessé Reis Alves e do Comitê de Arboviroses, Antonio Carlos Bandeira, ambos da SBI, ressalta que “que Angola exige dos brasileiros o Certificado Internacional de Vacinação contra Febre Amarela, apesar do Brasil não apresentar surto da doença, e sim casos esporádicos da doença”. 

O ofício foi encaminhado ao diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT) do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, e também para o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Jarbas Barbosa da Silva Júnior.

O alerta leva em conta também que o mosquito Aedes aegypti é um eficiente transmissor do vírus da febre amarela, assim como da dengue, Chikungunya e do Zika, e o inseto se encontra presente por grande parte do território brasileiro.

O documento assinala ainda que para os países com registro de febre amarela, especialmente nessa situação de surto, deve ser exigido o Certificado Internacional de Vacinação contra a doença, evitando-se a entrada de pessoas infectadas que, subsequentemente, possam servir de reservatório de disseminação do vírus, a partir do ciclo vetorial pelo Aedes aegypti.

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