quarta-feira, 18 de maio de 2016

Os males do cigarro para o canal auditivo





Estudo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), constatou que uma pessoa que fuma cinco cigarros por dia há mais de um ano tem 4 vezes mais chances de sofrer com o zumbido no ouvido. Para a Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista e presidente da APIDIZ, estima que haja 30 milhões de brasileiros com zumbido e esse número tende a crescer mais como reflexo do aumento dos fumantes.

O hábito nocivo de fumar está atrelado a vários tipos de câncer, além de doenças inflamatórias das vias respiratórias (rinite, sinusite, otite, faringite, laringite, traqueíte, pneumonia, enfisema), cardiovasculares (infarto, hipertensão, derrame ou AVC), digestivas (halitose, boca seca, gastrite, diabetes), urinárias e sexuais, entre muitos outros.

O relatório “A Epidemia Mundial de Tabaco 2015”, da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que uma pessoa morre de doenças relacionadas ao tabaco a cada seis segundos, o equivalente a cerca de 6 milhões de pessoas por ano. Até 2030, as estatísticas tendem a crescer para 8 milhões de mortes por ano, caso medidas drásticas não forem tomadas para o controle da “epidemia do tabaco”, nome dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo a Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista e presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido – APIDIZ o que vem aumentando também em escalas vertiginosas é o zumbido no ouvido. “Em 1995, cerca de 15% da população tinha zumbido; em 2010, essa taxa subiu para 24%, representando um aumento de 9% em 15 anos e tornando o desconhecido zumbido um problema mais comum do que outros bem conhecidos, como diabetes, cegueira, surdez, asma ou Alzheimer. Se o número de fumantes aumentar na proporção esperada pela OMS, é muito provável que o número de pessoas com zumbido também crescerá”.

O zumbido no ouvido também é causado por outros problemas, como a exposição a ruído (baladas e fones de ouvido) e a ondas eletromagnéticas (celulares), por erros alimentares (jejum prolongado, abuso de cafeína, doces e gorduras. “No caso do cigarro, substâncias como o monóxido de carbono, a nicotina, formol, solventes e amôniadiminuem a oxigenação sanguínea e causam obstruções vasculares. Como o ouvido interno só tem um único vaso para oxigená-lo 24 horas por dia - e de pequeno calibre -, ele é muito vulnerável a ação de substâncias vasoconstritoras, por isso aparecem sequelas no aparelho auditivo”, complementa Dra. Tanit Ganz Sanchez, que é a pesquisadora pioneira dos estudos sobre o zumbido no ouvido no Brasil e já os realiza há mais de 20 anos.

Em um estudo apresentado como dissertação de mestrado da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), uma pessoa que fuma 5 cigarros por dia há mais de um ano tem 4 vezes mais chances de sofrer com o zumbido no ouvido. “Além disso, como as estruturas do ouvido são pequenas demais, algumas invisíveis a olho nu, acabam morrendo facilmente e provocando sintomas progressivos, como zumbido, tontura e perda da audição”, complementa Tanit Ganz Sanchez.

Para a médica, uma pessoa que deseja evitar esses danos aos ouvidos deve atentar-se aos seus hábitos: “Se a pessoa evitar fumar, comer doces e comidas gordurosas, praticar atividades físicas e resguardar-se da exposição recorrente a sons muito altos, tem grandes chances de dar vida longa aos seus ouvidos! Isso só depende da conscientização e da vontade de cada um para se cuidar”.

13 dicas para manter a saúde auditiva:
1. Em locais barulhentos: use protetores de ouvido e faça intervalos de 10min/h. Não ache “normal” sair da balada com zumbido!

2. Não fume.

3. Com fones de ouvido: evite ultrapassar a metade da potência ou usar mais que 2 horas.

4. Alimente-se 4 a 6 vezes ao dia, evitando abuso de cafeína, doces, sal, álcool.

5. Hidrate-se bem para seus rins eliminarem melhor as toxinas.

6. Exercite-se 5 vezes por semana: seu metabolismo e circulação vão melhorar!

7. Troque o silêncio por estimulação com baixo volume de sons suaves, mesmo durante a leitura ou o sono. Isso ajuda no controle do zumbido e da hipersensibilidade a sons.

8. Diminua o tempo de celular direto no ouvido, pois a radiação eletromagnética pode ser prejudicial.
9. Evite automedicação: certos remédios podem agredir os ouvidos.

10. Alivie seu estresse com atividades relaxantes eficazes: yoga, meditação, Tai-Chi-Chuan, Chi-Cong etc.

11. Incorpore mais momentos de prazer na sua vida para restaurar a função dos órgãos.

12. Visite seu médico regularmente para exames preventivos gerais e auditivos.

13. Acesse os vídeos gratuitos do GANZ (Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido): www.tvzumbido.com.br



Profa Dra. Tanit Ganz Sanchez - Otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP, Diretora-Presidente do Instituto Ganz Sanchez, Presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), Criadora da Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido (Novembro Laranja) e do Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido (GANZ). Assumiu a missão de desvendar os mistérios do zumbido e é pioneira nas pesquisas no Brasil, sendo reconhecida por sua didática, objetividade e compartilhamento aberto de ideias. É especialista em Zumbido, Hiperacusia, Misofonia e Distúrbios do Sono.

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