quarta-feira, 25 de maio de 2016

Cientista adverte que notícia sobre a vacina contra vírus Zika não substitui ações de prevenção




De acordo com o doutor em Biotecnologia, que há mais de 10 anos coordena uma equipe de pesquisadores focada no controle e diagnóstico de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, Fernando Kreutz, ainda levará alguns anos para a vacina chegar à população, por isso a necessidade de continuidade das atividades de prevenção

A notícia de que a vacina contra vírus Zika entrará em fase de testes no mês de novembro, de acordo com o Ministério da Saúde, foi saudada pela comunidade científica. "É um passo importante que deve ser comemorado. No entanto, até a vacina chegar à população, levará alguns anos e isso pode ser determinante para a epidemia avançar no país e para outros continentes", adverte o cientista Fernando Kreutz, que há mais de 10 anos coordena uma equipe de pesquisadores focada no controle e diagnóstico de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A vacina estará disponível para os testes pré-clínicos, ou seja, testes em primatas e camundongos.
   
Kreutz lembra que a vacina faz parte de uma série de ações necessárias para o combate e prevenção ao mosquito e suas consequências. Uma delas diz respeito aos esforços da população para o controle dos focos. "A ideia é eliminar ou reduzir os focos de infestação para conter a transmissão. Ou, no jargão científico, controlar os "vetores" para bloquear a proliferação do vírus e o adoecimento da população".
   
De acordo com o doutor em Biotecnologia, apesar do controle do Aedes despontar como uma das prioridades no Brasil, o sucesso das iniciativas nessa área ainda é limitado. "A sociedade precisa ser constantemente alertada e orientada para a prevenção, já que as condições urbanas facilitam a proliferação do Aedes".
 
 Para evitar a propagação do vírus, no Brasil e no exterior, é preciso adotar medidas permanentes, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos. Eliminar água parada, usar repelente, tela, roupas compridas e aplicar o larvicida biológico para uso doméstico, em conjunto com as ações mecânicas, devem continuar fazendo parte da rotina das famílias.

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