quinta-feira, 3 de março de 2016

Por que ficamos mal-humorados quando estamos com fome?





Pesquisa explica o ditado "cara feia pra mim é fome"

Quem nunca ficou de cara feia por estar com fome? Uma pesquisa realizada na Universidade de Cambridge mostrou como as variações nos níveis de serotonina no cérebro - que geralmente ocorrem quando alguém está com fome ou estressado - afetam o controle da raiva. O fenômeno conhecido como "hangry" - junção de hungry (fome) e angry (raiva) -  faz algumas pessoas ficarem com raiva quando o estômago está vazio.

De acordo com o estudo, os níveis de serotonina dos voluntários saudáveis apresentaram diferenças devido a alteração das dietas. Os pesquisadores analisaram também o cérebro dos pacientes por ressonância magnética, mostrando expressões de raiva ou tristeza para eles.

Segundo a médica Ester London, neurologista do Hospital VITA, os baixos níveis de serotonina deixam as comunicações entre regiões cerebrais mais fracas, incluindo a região responsável pelas emoções e comportamentos sociais e também a do planejamento de ações e movimentos. Logo, os resultados sugerem que, quando os níveis de serotonina estão baixos, pode ser mais difícil controlar respostas emocionais, como a raiva.

“A falta de glicose leva à liberação de hormônios estressantes - como o cortisol e a adrenalina, intensificando a predisposição ao mau humor na ausência de alimentação”, explica Dra. Ester. De acordo com a neurologista, sabe-se que a serotonina desempenha um papel fundamental na agressão, e com o auxílio da tecnologia, que permitiu aprofundar os estudos e examinar o cérebro, constatou-se o quanto a serotonina ajuda a regular os impulsos emocionais.

A fome e a irritação interferem nas atividades corriqueiras e na concentração, tornando tudo mais difícil. Para evitar a irritação é indicado que a pessoa coma alguma coisa antes do estágio de fome "máxima". A sugestão é optar por alimentos naturais, pois são mais ricos em nutrientes e ajudam a saciar a fome por mais tempo, além de possuírem menor quantidade de calorias. “Doces e gorduras são responsáveis por um grande aumento dos níveis de glicose no sangue, porém, além de acabarem mais rapidamente, não resolvem o problema", conclui a médica. 

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