Ambientes hospitalares vivem controvérsias no dia a dia,
colocando em conflito serviços de obstetrícia e neonatologia, entidades
médicas, consultórios médicos, mídia e redes sociais, quando o assunto é o
parto. É preciso falar sobre condições de acompanhamento da gestante, do nascimento
e do atendimento ao recém-nascido. As polêmicas resultantes podem agregar novas
reflexões e abordagens sobre o chamado "nascimento humanizado", e têm
contribuído para disseminar a insegurança em gestantes e suas famílias.
Conforme ensina o Prof. Sergio Martins Costa, do serviço de Obstetrícia do HCPA, "nos últimos anos temos visto que os protagonistas do movimento a favor da Humanização do Parto foram substituídos pelos protagonistas da luta contra a "Violência Obstétrica", trocando a educação de obstetras pela desconstrução ideológica da obstetrícia". Evoca-se o absurdo de criminalizar a cesárea, procedimento secular que salvou e salva milhões de vidas no mundo.
É de se defender a via de nascimento natural como preferencial, mas, no Brasil, as maiores taxas de mortalidade materna estão nas regiões com menor incidência de cesárea e vice-versa. As cesáreas desnecessárias, feitas fora do trabalho de parto em mulheres saudáveis, sempre criticáveis, não aumentam o obituário materno.
Atuando há mais de 30 anos em UTI Neonatal e centros obstétricos, permito-me dizer que o parto seria idealmente um evento natural, sem necessidade de controle, mas o cotidiano mostra com frequência o contrário, e a assistência do obstetra e do pediatra é decisiva em inúmeras situações, muitas emergenciais e não previstas. Por óbvio, cite-se que a equipe multiprofissional, especialmente de enfermagem, e os recursos de equipamentos hospitalares, compõem o aparato necessário aos melhores desfechos. Reduzir intervenções desnecessárias é algo a ser saudavelmente discutido, mas a segurança de mãe e filho é inegociável. Restringir cesáreas sem indicação legítima é uma meta a ser atingida em nosso país, ainda que se respeite o sagrado direito da autonomia da mulher.
Conforme ensina o Prof. Sergio Martins Costa, do serviço de Obstetrícia do HCPA, "nos últimos anos temos visto que os protagonistas do movimento a favor da Humanização do Parto foram substituídos pelos protagonistas da luta contra a "Violência Obstétrica", trocando a educação de obstetras pela desconstrução ideológica da obstetrícia". Evoca-se o absurdo de criminalizar a cesárea, procedimento secular que salvou e salva milhões de vidas no mundo.
É de se defender a via de nascimento natural como preferencial, mas, no Brasil, as maiores taxas de mortalidade materna estão nas regiões com menor incidência de cesárea e vice-versa. As cesáreas desnecessárias, feitas fora do trabalho de parto em mulheres saudáveis, sempre criticáveis, não aumentam o obituário materno.
Atuando há mais de 30 anos em UTI Neonatal e centros obstétricos, permito-me dizer que o parto seria idealmente um evento natural, sem necessidade de controle, mas o cotidiano mostra com frequência o contrário, e a assistência do obstetra e do pediatra é decisiva em inúmeras situações, muitas emergenciais e não previstas. Por óbvio, cite-se que a equipe multiprofissional, especialmente de enfermagem, e os recursos de equipamentos hospitalares, compõem o aparato necessário aos melhores desfechos. Reduzir intervenções desnecessárias é algo a ser saudavelmente discutido, mas a segurança de mãe e filho é inegociável. Restringir cesáreas sem indicação legítima é uma meta a ser atingida em nosso país, ainda que se respeite o sagrado direito da autonomia da mulher.
Dr. Ilson Enk
Médico neonatologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Diretor Científico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul
Médico neonatologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Diretor Científico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul
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