segunda-feira, 28 de março de 2016

Classificação de risco agiliza atendimentos de dengue




 
Medida que organiza o fluxo de atendimento minimiza a sobrecarga em prontos-socorros

Chegada a época de chuvas, o assunto dengue volta a causar alarde. A epidemia existe há décadas, mas nem por isso para de crescer. Somente nas três primeiras semanas deste ano foram registrados 73.872 casos de dengue em todo o país – um aumento de 48% em relação ao mesmo período de 2015, de acordo com o Ministério da Saúde. Em cenários como esse, o crescimento na procura por serviços de urgência gera sobrecarga nas unidades de saúde, causando demora no atendimento e risco aos pacientes.

Uma medida que ajuda a minimizar o problema é classificação de risco, que tornou-se obrigatória no Brasil. O método organiza o trabalho de assistência, atribuindo ordem de atendimento a partir de uma avaliação clínica prévia. Desenvolvida para situações em que a demanda é maior que a capacidade, a classificação torna o atendimento em pronto-socorros mais ágil e seguro, e é uma ferramenta preciosa em casos de epidemia.

Prioridades definidas

Quando um paciente chega ao serviço de urgência, é encaminhado a um enfermeiro responsável por analisar sua situação clínica. “No protocolo de Manchester, a avaliação começa pelos sintomas mais graves, seguindo um fluxograma de sintomas pertinentes que orienta o profissional para determinar a gravidade do caso”, explica Welfane Cordeiro Júnior, presidente do Grupo Brasileiro de Classificação de Risco, mencionando um dos sistemas de classificação usados no Brasil. “Ao final deste exame prévio, o paciente recebe uma identificação, dentre cinco opções, baseada na urgência demandada para atendimento – de emergencial a não-urgente”.

Em um cenário de epidemia, a classificação a partir de sintomas suspeitos trabalha para desafogar o fluxo de atendimento em pronto-socorros. “A literatura médica recomenda que, nestes casos, os hospitais providenciem um sistema de atendimento diferenciado, determinando um fluxo exclusivo para casos suspeitos da epidemia”, comenta Welfane.

Na rotina da assistência à saúde, os benefícios do sistema de classificação são percebidos na prática. “O paciente com suspeita de dengue geralmente chega à unidade de saúde com febre muito alta. A agilidade da classificação colabora para que a gente possa atender estes casos da melhor forma”, afirma Valquíria Fernandes, enfermeira classificadora do pronto-socorro da Unimed Botucatu.

Tecnologia é aliada

Pioneira no desenvolvimento de tecnologias para classificação de risco, a empresa mineira ToLife criou um equipamento para classificação de risco, exclusivo no mundo inteiro. A ferramenta auxilia o trabalho de avaliação clínica a partir de Protocolos Clínicos como o Protocolo de Manchester, por exemplo, sistema criado na Inglaterra em uso há mais de 20 anos.

“Sem nossa solução, o processo de identificação da prioridade pode levar cerca de 8 a 15 minutos. Os produtos e serviços da ToLife contam com métodos adaptáveis para cada unidade de saúde, agilizando o atendimento e gerando amparo legal para médicos e gestores”, explica Leonardo Carvalho, CEO da empresa e idealizador do projeto. Com medidores clínicos acoplados e software específico, a tecnologia é capaz de reduzir o tempo de acolhimento na classificação de risco em uma média de um minuto e meio.

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