quinta-feira, 31 de março de 2016

A evolução dos exames de dosagem hormonal: saiba como eles progrediram nas últimas décadas





De métodos quase futurísticos às tecnologias mais modernas, as dosagens hormonais evoluíram com o avanço da medicina diagnóstica e as mulheres foram as mais beneficiadas. Antigamente, até um simples teste de gravidez era um desafio e tanto.

Na década de 1950, alguns hormônios presentes em pequenas concentrações no sangue eram muito difíceis de dosar. A detecção do HCG, hormônio da gravidez, por exemplo, dependia de técnicas não muito simpáticas chamadas de métodos biológicos. “Colhia-se a urina da mulher e injetava-se o líquido em animais para avaliar as reações”, conta Mônica Freire, diretora do laboratório Sérgio Franco.

Em busca da evolução, foram introduzidos métodos químicos capazes de detectar o produto do metabolismo dos hormônios, os metabólitos, na urina dos pacientes. “Em vez de dosar o hormônio cortisol, por exemplo, media-se o produto de sua metabolização”, explica a médica.

A primeira grande evolução nos métodos de dosagem hormonal aconteceu em 1956, com a descoberta do radioimunoensaio, técnica utilizada para a quantificação de insulina. “Em vez de dosar apenas os metabólitos, passamos a medir os próprios hormônios, como insulina, cortisol e HCG”, relata. Ela é baseada em uma reação imunológica in vitro entre o antígeno – o próprio hormônio – e um anticorpo marcado com uma molécula que viabiliza sua leitura. No entanto, esse método tem  dificuldade de execução. “A parte ‘rádio’ de seu nome significa que a reação contém uma molécula radioativa, cuja fabricação é complexa e limitada, por isso, seu uso foi sendo reduzido paulatinamente nas últimas três décadas”, explica a Dra. Mônica Freire.

Depois, vieram os ensaios por quimioluminescência, um tipo de reação química que gera energia luminosa e que pode ser medida. Foi o primeiro método capaz de dosar hormônios que circulam no sangue em concentrações muito baixas e é o mais utilizado atualmente, junto com o imunoensaio. “Eles são extremamente sensíveis e capazes de medir apenas o que estamos buscando, sem interferência de outras substâncias”, afirma a diretora médica do Sérgio Franco.

Por fim, no último degrau dessa evolução está a espectometria de massa. O nome parece assustador, mas é um método muito moderno considerado ainda mais sensível e preciso para a detecção de hormônios em pequenas quantidades no sangue. “Ele é capaz de identificar concentrações realmente muito baixas e é indicado principalmente para hormônios produzidos pela glândula adrenal ou pelas glândulas sexuais”, diz Mônica.

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