sexta-feira, 4 de março de 2016

9 dicas para utilizar o cartão de crédito sem se endividar





Advogado especialista em direitos do consumidor e consultor financeiro dá dicas de como utilizar o cartão sem comprometer as finanças


As taxas dos cartões de crédito são consideradas as mais altas do mundo. Segundo dados do Banco Central (BC), os juros dos cartões subiram 8,1 pontos percentuais entre dezembro e janeiro, atingindo a marca histórica de 439,5% ao ano. Para as famílias brasileiras que já estão com o orçamento apertado nesse início de ano, controlar as finanças e o uso do cartão de crédito é fundamental para não cair na inadimplência.
Segundo o advogado especialista em direitos do consumidor e consultor financeiro, Dori Boucault, é possível utilizar o cartão de crédito sem comprometer as finanças. “O cartão é um bom instrumento de compra a crédito, pois se o consumidor não estiver com o dinheiro em mãos, ele tem até 40 dias para pagar”, orienta Dori. Ainda segundo o consultor, o cartão é um meio mais seguro de fazer compras já que dispensa o uso do dinheiro. Mas alguns cuidados são necessários para não transformar esse aliado em vilão.

Controle a compulsão: ao fazer compras com o cartão, as pessoas não veem o dinheiro saindo do bolso, por isso, muitas vezes, compram sem pensar nos gastos. “Antes de comprar faça a si mesmo três perguntas: ‘eu preciso disso’? ‘Eu tenho dinheiro para quando chegar a fatura’ e ‘eu preciso disso agora ou posso deixar para mais tarde’?”, orienta o advogado.

Evite atrasos no pagamento: o cartão possui taxas de juros altas, com isso existe um risco muito grande de ficar no vermelho se não pagar a fatura total na data do vencimento.  
Se possível, utilize só um cartão: ter muitos cartões também atrapalha a sua vida financeira. Dori Boucault conta que o ideal é ter um cartão com data de vencimento próxima à data do pagamento do salário, pois, assim, você pode pagar a fatura quando cair o salário e evita os atrasos. “Se o consumidor for organizado, é possível até ter dois cartões, um para o dia 15 e outro para o dia 30, por exemplo, com isso ele vai controlando as datas das compras com as datas do pagamento”, completa Dori.

Evite pagar o valor mínimo: o chamado “crédito rotativo” possui juros muito altos, que podem dobrar o valor da fatura. O advogado orienta a procurar o gerente caso tenha parcelas em atraso. “Tente fazer um parcelamento com situações possíveis de serem cumpridas, alongando o pagamento é possível conseguir uma parcela menor, mas fique de olho se esse juro não é abusivo!”, avisa o especialista.

Fique de olho nas parcelas: em caso de compras parceladas o advogado orienta a observar se o valor não muda de acordo com a parcela. Ele diz que se o valor aumentar com os juros, não vale a pena utilizar a forma parcelada.
Utilize linhas de créditos menores: caso não consiga pagar o valor total da fatura e não for possível negociar com o banco, procure uma linha de crédito com juros mais baixos, como o crédito consignado, por exemplo, onde os juros são menores. “Assim é possível saldar integralmente a fatura do cartão. O consumidor passa a dever a linha de financiamento e não mais ao cartão”, afirma o advogado. Mas o especialista alerta: essa medida só deve ser tomada em situações de emergência!

Saiba a quantia certa de limite do cartão: Dori Boucault diz que o ideal é ter um cartão de crédito com limite que corresponda até 30% do salário e comprar apenas aquilo que cabe no seu orçamento. Dori também orienta a ter em mente que aquele crédito pertence ao banco.

Cuidados com as compras no exterior: nas compras em sites internacionais é preciso ficar atento, pois o preço está, geralmente, em dólar e é preciso fazer a conversão correta. “Tenha em mente como anda a moeda do seu país e que sobre a compra ainda virá o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que corresponde a 7% da compra”, diz o advogado.

Fique atento aos programas de milhas: muitos cartões oferecem milhas e pontos que são verdadeiras tentações, já que algumas oferecem prêmios e viagens. Dori diz que se você souber utilizá-las, pode valer a pena, mas é preciso ficar atento a detalhes como data do vencimento, forma de utilização e data de possibilidade de viagem. Para utilizar os pontos, normalmente, é preciso ter paciência para fazer a conversão das milhas, pois o atendimento pode ser burocrático e demorado. “Não gaste pensando nas milhas, pois são coisas incertas, faça bem a conta para ver se não está sendo iludido com a promessa de vantagens”, finaliza Dori.

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