quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Decisão do Supremo sobre sigilo bancário preocupa especialistas em Direito Tributário




Para o Instituto de Estudos Tributários, o novo entendimento da Corte, autorizando a Receita Federal a ter acesso aos dados bancários sem autorização judicial prévia, fere o direito à privacidade e causa insegurança jurídica aos cidadãos.

     A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), proferida na tarde desta quinta-feira (18), autorizando a Receita Federal a obter acessos à informações bancárias de qualquer pessoa física ou jurídica, sem autorização prévia pelo Poder Judiciário, causou surpresa e preocupação entre os especialistas em Direito Tributário.
   "Nos surpreende na medida em que o próprio STF já havia manifestado entendimento contrario à matéria, afirmando a inconstitucionalidade do mecanismo," diz o advogado Tributarista e vice-presidente do Instituto de Estudos Tributários (IET), Rafael Korff Wagner.
   Para os especialistas do IET, o acesso à qualquer informação bancária deveria ser precedida de autorização judicial. "Só assim se garante o devido processo legal, possibilitando a oportunidade de defesa de possíveis acusações", avalia.
    A privacidade, que é direito garantido pela Constituição, é uma das principais preocupações. E para o IET, esse direito acaba sendo violado.
     A entidade contesta ainda as garantias de utilização dos dados ao qual o Fisco terá acesso. "Os mecanismos previstos hoje pela legislação, para garantir a mínima segurança da utilização desses dados sem desvios de finalidade ou abuso de poder, não são claros e não oferecem garantias aos cidadãos", adverte.
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