As notícias sobre o surto de microcefalia na região Nordeste do Brasil, atingindo principalmente os estados de Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Paraíba, tem deixado a população em alerta para um problema até então pouco conhecido. O governo brasileiro acabou por decretar “Estado de Emergência Sanitária” devido aos casos confirmados. Desde a última terça-feira, o Ministério da Saúde publicou balanço de 739 casos notificados.
Transmitida pelo Aedes aegypti - o mesmo mosquito transmissor da dengue e da febre Chikungunya - a infecção pelo Zika vírus é assintomática em cerca de 80% dos casos. Quando presentes, os sintomas como febre, manchas vermelhas pelo corpo com coceiras e dor nas articulações costumam ser brandos e desaparecem espontaneamente em um período que varia entre três e sete dias.
“Já foi observada também, recentemente, uma possível correlação entre a infecção pelo Zika vírus e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré, quadro neurológico caracterizado por perda de força em membros inferiores, em locais com circulação simultânea do vírus da dengue”, explica Dr. Francisco Ivanildo de Oliveira, infectologista do Hospital Infantil Sabará.
O que é a microcefalia?
De acordo com
o pediatra Dr. José Luiz Setúbal, do Hospital Infantil Sabará, bebês com
microcefalia nascem com perímetro cefálico menor do que a média. “O problema
pode ser provocado por uma série de fatores, desde desnutrição da mãe e abuso
de drogas, até infecções durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose e
citomegalovírus”, completa.
Confira as
principais informações sobre esta condição neurológica:
1.
A microcefalia é uma condição
neurológica rara em que a cabeça de uma criança é significativamente menor do que
de outras crianças da mesma idade e sexo.
2.
Pode ser causada por fatores
genéticos e ambientais. Outras causas podem incluir:
Craniosinostose: A fusão prematura das articulações (suturas) entre
as placas ósseas que formam o crânio de uma criança mantém o cérebro de
crescer.
Anormalidades cromossômicas: Síndrome de Down e outras condições
podem resultar em microcefalia.
Diminuição de oxigênio: Certas complicações da gravidez ou o parto
podem prejudicar o fornecimento de oxigênio para o cérebro fetal.
Infecções do feto durante a gravidez: Estes incluem as doenças
virais como Zika, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola e catapora (varicela).
Exposição a drogas, álcool ou determinados produtos químicos tóxicos
no útero: Qualquer um destes pode colocar o bebê em risco de anormalidades
cerebrais.
Desnutrição grave: Não ter uma nutrição adequada durante a gravidez
pode afetar o desenvolvimento do bebê.
1.
Crianças com microcefalia,
muitas vezes, têm problemas de desenvolvimento.
2.
Não há nenhum tratamento para a
microcefalia, mas a intervenção precoce com terapias de suporte tais como
fonoterapia e terapia ocupacional, podem ajudar a melhorar o desenvolvimento da
criança e melhorar a qualidade de vida.
3.
O médico pode detectar
microcefalia no nascimento do bebê ou em um checkup regular do recém-nascido.
4.
Algumas crianças com
microcefalia têm inteligência e desenvolvimento normal. Porém, dependendo da
causa e gravidade da microcefalia, as complicações podem incluir: atrasos de
desenvolvimento neuromotor; dificuldades de coordenação e equilíbrio; nanismo
ou baixa estatura; distorções faciais; hiperatividade e retardo mental.
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