Efeitos colaterais podem chegar ao
aumento do risco de trombose e hepatite, além do aparecimento de cistos e
tumores malignos no fígado
O uso do gel em cápsulas de testosterona
e de derivados virou moda entre as mulheres brasileiras, com a promessa de
melhora estética e aumento da libido. Mas a Dra. Myrna Campagnoli,
endocrinologista que integra o corpo clínico do Lavoisier Laboratório e Imagem,
alerta para os inúmeros perigos destes produtos.
De acordo com a médica, as reações vão
desde o aparecimento de acne, passando por queda de cabelo e interferências no
ciclo hormonal, até o aumento de pelos e o engrossamento da voz.
A medicação em gel pode
ser aplicada sobre a pele de braços, abdome e pernas, em dosagem
específica, sendo absorvida e armazenada nas camadas superficiais da pele
e também subcutânea para, então, ser liberada para a corrente sanguínea a uma
taxa constante. “O impacto pode ser tanto que até chegamos a ver bebês e
crianças com excesso de pelos por terem tido contato com o gel que a mãe
utilizou”, relata a médica.
Dra. Myrna explica que
alguns estudos sugerem que o gel ajuda a reduzir a gordura corporal, ter
músculos mais definidos, diminuir a celulite e atenuar as estrias. Em
contrapartida, os efeitos colaterais, além dos já citados acima, podem chegar
ao aumento da formação dos glóbulos vermelhos e de fatores de coagulação do
sangue, aumentando o risco de trombose, hepatite, aparecimento de cistos e
tumores malignos no fígado, além da redução do bom colesterol (HDL) e do aumento
do mau colesterol (LDL).
O uso
da testosterona em gel para o público feminino, por questões estéticas,
não tem a aprovação da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ele é
apenas indicado para um grupo específico de mulheres que está entrando na
menopausa ou para pacientes cujos ovários foram removidos. E, mesmo assim,
podem ocorrer efeitos colaterais. “Mesmo para estes tratamentos a mulher deve
receber orientação médica adequada”, reforça a Dra. Myrna.
A médica explica que a testosterona é um hormônio
masculino produzido nos testículos e nas glândulas suprarrenais. Ele é
responsável por todas as características sexuais dos homens como aparecimento
dos pelos, aumento dos músculos, engrossamento da voz e utilização da gordura
do corpo. Também está ligado à libido, à agressividade e à disposição. Muitas
vezes, os cremes e capsulas não contêm a testosterona propriamente dita, mas
sim precursores ou outros hormônios masculinizantes como a DHEA
(dehidroepiandrosterona) e o DHT (dehidrotestosterona). “Nestes casos, os
efeitos são semelhantes e os riscos também”, alerta a médica.
Nas mulheres, segundo a
endocrinologista, a testosterona é produzida nas glândulas suprarrenais e no
ovário, mas em uma quantidade 30 vezes menor do que nos homens. Em mulheres na
menopausa e sem ovários este hormônio é reduzido para cerca de um terço.
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