terça-feira, 20 de outubro de 2015

Fitoterápico é remédio e exige cuidado e orientação médica




Os produtos “ naturais” podem ter efeitos colaterais e podem causar problemas à saúde de quem os usa sem acompanhamento médico
Os medicamentos fitoterápicos estão no dia a dia de consumidores brasileiros. Feitos com princípios ativos de origem vegetal, são vistos como uma alternativa “natural” em comparação a outros produtos. A questão é que o fitoterápico passa por um processo industrial e a própria matéria-prima pode causar alergias e efeitos colaterais em algumas pessoas, como qualquer outro medicamento.
“É preciso ter atenção a essa situação. É comum que as pessoas relacionem o medicamento fitoterápico com medidas caseiras, como tomar um chá para curar dor de estômago”, pondera o Dr. Ayrton de Magistris, doutor em patofisiologia pela Universidade de Boston. É evidente que, assim como os outros produtos, os fitoterápicos também apresentam eficácia. Eles são avaliados com o mesmo rigor que medicamentos sintéticos, e devem apresentar estudos farmacológicos e toxicológicos que provem benefício e segurança.
Na crença popular, muitos acreditam que os medicamentos fitoterápicos são isentos de efeitos colaterais, o que não é verdade. Qualquer substância tem efeitos em seres vivos, independente de sua origem. Esses remédios são substâncias ativas e que podem ser nocivas, como qualquer outra. “Muitas vezes, os efeitos colaterais são os mesmos dos sintéticos, tanto para mais como para menos. Não existe diferença, em nível molecular. Além disso, muitas plantas têm um número de substâncias enorme,de origem questionável e nem sempre purificadas como deviam, o que torna seu efeito ainda mais imprevisível”, observa o especialista.
O uso indiscriminado, sem orientação, pode causar problemas sérios à saúde. Portanto, a orientação é a mesma em comparação aos produtos sintéticos: “sempre consulte um médico antes de ingerir medicamentos, incluindo os fitoterápicos”.
Anvisa recomenda cuidados com expectorantes fitoterápicos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão responsável pela regulação de medicações no Brasil, tem dado atenção especial aos fitoterápicos. Em recomendação recente, do ano passado, por exemplo, a agência contraindicou o uso do Hedera Helix para menores de dois anos. O xarope a base da planta Hedera Helix é bastante popular entre os consumidores brasileiros.
“Ações como esta da ANVISA são benéficas. Os fitoterápicos devem despertar a mesma atenção. A única diferença está na fonte dos princípios ativos, que é relevante para efeitos colaterais”, comenta o Dr. Ayrton. 
Dr. Ayrton de Magistris - patofisiologista da Universidade de Boston.

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