quinta-feira, 17 de setembro de 2015

São Paulo elimina 14 mil vagas e tem o maior saldo negativo de empregos em 2015, aponta FecomercioSP





Setor de Lojas de vestuário, tecido e calçados foi determinante para o resultado; no período, foram cortadas quase sete mil vagas 

Mesmo não estando entre as localidades com maior redução proporcional de vagas no comércio varejista, a capital paulista possui o maior saldo negativo do Estado no acumulado dos sete primeiros meses de 2015: -14.194 empregos, queda de 2,1% na comparação com o ano passado. Apenas em julho, foram eliminadas 438 vagas, resultado de 24.725 admissões contra 25.163 desligamentos, o que resultou em uma ocupação formal de 666.074 empregados.

As informações são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), elaboradas com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no estado de São Paulo, obtido com base na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais).

No acumulado do ano, das nove atividades varejistas pesquisadas pela FecomercioSP, oito apresentaram resultados negativos, dos quais os piores foram Lojas de vestuário, tecido e calçados (6,3% de queda da ocupação formal e eliminação de 6.924 vagas) e das Concessionárias de veículos (-4,7% e eliminação de 1.231 empregos formais), as quais registraram saldo negativo de trabalhadores em quase todas as regiões paulistas. O único resultado positivo foi observado no segmento de Farmácias e perfumarias (2,1%), reflexo do desempenho positivo das vendas no setor.


Para a FecomercioSP, a redução do quadro de funcionários no varejo é consequência direta da queda das vendas, do aumento dos custos e da falta de perspectiva de retomada da economia nos próximos meses.

Desempenho estadual
Até julho de 2015, considerando os dados do Ministério do Trabalho e a metodologia da FecomercioSP, o comércio varejista paulista possuía 2.133.235 trabalhadores, dos quais 666.074 (31,2%) estavam localizados na capital. Do número geral, 29,8% estavam empregados na atividade de Supermercados, seguida por Outras atividades (16,4%) e Lojas de vestuários, tecidos e calçados (13,3%).

De acordo com a Federação, de janeiro a julho deste ano, o que se viu foi a redução de estoque em 57.235 postos de trabalho - resultado de 617.369 admissões contra 674.604 desligamentos -, o que representa uma queda de 2,6% em relação a dezembro de 2014. Desde 2007, é a primeira vez que há fechamento de vagas no varejo paulista para o período.

Apenas em julho foram eliminadas 5.135 vagas no varejo paulista, decorrência de 78.339 admissões contra 83.474 desligamentos, o que resultou em uma ocupação formal de 2.133.235 empregados (-0,2% em relação a junho).

No acumulado do ano, das nove atividades varejistas pesquisadas pela FecomercioSP, os piores desempenhos relativos são das Lojas de vestuário, tecido e calçados (-8%) e das Concessionárias de veículos (-5%), que registraram saldo negativo de trabalhadores em todas as regiões paulistas. Em contrapartida, os melhores resultados foram observados nos segmentos de Supermercados (-0,9%) - mesmo com redução de mais de 5.000 vagas - e Farmácias e perfumarias (1,1%), única atividade a apresentar alta, com criação de 1.763 postos de trabalho no período. 

Para a Entidade, o varejo de Vestuários, tecido e calçados é uma das principais atividades a sentir a redução da demanda das famílias, que devido à crise financeira, estão consumindo menos e concentrando seus gastos em bens essenciais, como alimentação e medicamentos. 

Na análise da Federação sobre o desempenho de cada um dos 645 municípios paulistas no ano, os maiores saldos negativos foram observados em São Paulo (-14.155 empregos); Itapevi (-2.415 empregos); Ribeirão Preto (-1.981 empregos); as maiores gerações de vagas, por outro lado, foram observadas em Aparecida (228 empregos); Barrinha (183 empregos) e Mairinque (141 empregos). Os municípios de menor porte sustentam a geração de vagas e, com isso, aliviam um pouco o saldo negativo do varejo estadual, influenciado pela perda de vagas no setor de cidades maiores.

Para a FecomercioSP, os desligamentos dos funcionários estão diretamente ligados ao desempenho de vendas do comércio varejista. Com receitas menores, os empresários se veem na necessidade de adequar os custos ao cenário de demanda arrefecida, e uma das formas é a redução do quadro de colaboradores.

Maiores e menores saldos no varejo paulista
1 - São Paulo: -14.155 empregos
2 - Itapevi: -2.415 empregos
3 - Ribeirão Preto: -1.981 empregos
4 - Campinas: -1.808 empregos
5 - Osasco: -1.419 empregos
6 - Guarulhos: -1.346 empregos
7 - Sorocaba: -1.282 empregos
8 - São José dos Campos: -1.215 empregos
9 - Jundiaí: -1.128 empregos
10 - Piracicaba: -1.071 empregos

1 - Aparecida: 228 empregos
2 - Barrinha: 183 empregos
3 - Mairinque: 141 empregos
4 - Carapicuíba: 138 empregos
5 - Arujá: 135 empregos
6 - Vinhedo: 92 empregos
7 - Elias Fausto: 70 empregos
8 - Torrinha: 62 empregos
9 - Itaquaquecetuba: 58 empregos
10 - Campos do Jordão: 56 empregos 

Nota metodológica
A pesquisa analisa o nível de emprego do comércio varejista. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São Paulo e nove atividades do varejo: Autopeças e acessórios; Concessionárias de veículos; Farmácias e perfumarias; Lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento; Matérias de construção; Lojas de móveis e decoração; Lojas de vestuário, tecido e calçados; Supermercado e Outras atividades. As informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

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