As estatísticas mostram que os
brasileiros ainda cuidam pouco da saúde do coração. De acordo com o Ministério
da Saúde, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 29,4% de todas as
mortes registradas no país em um ano. A alta frequência do problema coloca o
Brasil entre os 10 países com os maiores índices de mortes por doenças
cardiovasculares.
Engana-se quem pensa que a primeira
consulta com o cardiologista só deve acontecer depois dos 40 anos. Doenças do
coração podem se manifestar em qualquer idade e colocar a vida em risco. “Os
principais problemas que acometem os jovens de até 20 anos são as cardiopatias
congênitas, ou seja, anomalias na formação do coração e dos grandes vasos que
acontecem enquanto o feto está se desenvolvendo. Os sintomas, como pele com
coloração azulada, falta de ar e cansaço excessivo, podem aparecer ainda na
infância, até o início da fase adulta ou serem inexistentes”, revela o
cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Humberto Freitas.
Dependendo dos hábitos de vida, uma
pessoa que nasceu com um coração saudável pode deixá-lo doente e apresentar
sérios problemas a partir dos 30 anos. “Hipertensão, diabetes, tabagismo,
sedentarismo, obesidade e colesterol alto são fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares porque favorecem o acúmulo de
placas de gordura nas artérias e podem levar a arritmias cardíacas (ritmo de
batimento do coração anormal), isquemias (diminuição da passagem de sangue
pelas artérias coronárias) ou anginas (dor ou desconforto torácico). Os homens
com mais de 35 anos e as mulheres acima dos 40 anos que estão entrando na
menopausa precisam redobrar os cuidados, pois têm mais chances de sofrer um
infarto agudo do miocárdio”, alerta.
Por isso, o acompanhamento com um
especialista é fundamental. “Um cardiologista clínico pode verificar o estado
de saúde do paciente por meio de exames laboratoriais que medem a glicose e
colesterol, eletrocardiograma, teste ergométrico e angiotomografia das artérias
coronárias e, com base nos resultados, recomendar o tratamento mais assertivo
para prevenir danos mais graves ao coração”, explica o especialista.
Para pacientes que já apresentam
sintomas de dor no peito, o médico pode indicar o Serviço de Hemodinâmica, área
da Cardiologia que utiliza técnica minimamente invasiva para diagnóstico e
tratamento de doenças no coração. No local, é possível realizar cateterismo
para localizar a artéria obstruída pelas placas de gordura e angioplastia para
desobstrução, o que previne o infarto agudo do miocárdio ou contribui para o
salvamento da vida do paciente que está sofrendo um ataque cardíaco”, conta.
“Quanto mais cedo forem iniciados
os cuidados, maiores são as chances de prevenir problemas com o avançar da
idade. Hábitos saudáveis de vida, como prática de atividade física e
alimentação equilibrada com pouca gordura e pouco sal, contribuem para uma boa
saúde do coração”, reforça Freitas.
Humberto Freitas - cardiologista
da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
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