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A luta contra o câncer ganha
força quando a doença é detectada logo no início
O Outubro Rosa chega colorindo os monumentos do
Brasil com o objetivo de chamar a atenção para questões ligadas ao câncer de
mama. Só em 2015, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), foram
identificados quase 60 mil pacientes com a doença, o que representa 22% do
total dos novos diagnósticos de câncer no país. Trata-se do segundo local do
corpo mais atingido pela patologia, no país e, apesar das frequentes campanhas
alertando para a prevenção, a taxa de mortalidade ainda é alta, justamente,
pela grande frequência de diagnósticos tardios.
"A maior parte das mulheres só identifica
a doença quando ela já está em desenvolvimento pelo aparecimento de
irregularidades na pele, sejam marcas, caroços nos seios e até mesmo
franzidos," pontua Miguel Torres, chefe do programa de tratamento da
doença na Radiocare. O radio-oncologista alerta que, muitas vezes, a
enfermidade chega de forma silenciosa.
Tabagismo, sedentarismo e obesidade são fatores
de risco que contribuem para um aumento da incidência da enfermidade.
"Boa alimentação e prática de exercícios físicos, diariamente, são bons
parceiros na prevenção de doenças, entre elas, o câncer de mama", afirma
o radio-oncologista. Torres ressalta que homens também podem ser afetados
pela doença e, apesar de a incidência ser bem menor, não devem se esquecer da
prevenção.
Prevenção
Márcia tinha 34 anos quando percebeu um nódulo
no seu seio direito ao fazer o autoexame. À época, vivia um momento de
realização profissional e pessoal. Tinha acabado de assumir um novo cargo na
empresa, curtia o casamento recente e sua filha de apenas dois anos.
"Não podia ser nada", era o que imaginava. Então, ao consultar um
mastologista, se deparou com o diagnóstico: há um carcinoma ductal invasor na
mama direita, em linguagem simples, câncer de mama.
Mesmo sem precedentes da doença na família e
com perfil fora do grupo de risco, Márcia sempre fazia o autoexame, o que foi
fundamental em seu caso. Selmo Geber, professor titular do Departamento de
Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
ressalta a importância da detecção precoce do câncer de mama. "É
essencial que as mulheres façam exames preventivos periodicamente, tanto para
detectar o câncer de mama como outros tipos da doença, como o câncer de cólo
de útero", lembra o médico.
Contudo, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE,
em Minas Gerais, apenas 62% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram o exame
preventivo nos últimos dois anos.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com a gravidade da
doença e das condições biológicas do paciente. O primeiro passo é fazer o
diagnóstico completo com análises clínicas e biopsia para descobrir se o
tumor é benigno ou maligno. Então, o médico faz a indicação de cirurgia,
quimioterapia e radioterapia ou das práticas combinadas, de acordo com cada caso.
Os tratamentos são divididos em dois tipos de
terapias: local e sistêmica. "A local inclui a cirurgia e a
radioterapia, que são formas de tratar o tumor sem afetar o restante do
corpo. Já a sistêmica trabalha com medicações orais ou pela corrente sanguínea,
como é o caso da quimioterapia, capaz de atingir as células cancerosas em
qualquer parte do corpo", afirma o radio-oncologista Miguel Torres.
O tratamento, muitas vezes, pode implicar na
perda de cabelos e na realização da mastectomia - retirada da mama e isso
afeta o emocional feminino. "Fui cortando meu cabelo por etapas para que
minha filha não percebesse, contei uma historinha para que ela entendesse que
a mamãe estava doente e que quando melhorasse, o cabelo cresceria
novamente", lembra Márcia. Ela ainda comenta que o carinho da filha, o
companheirismo do marido e todo apoio dos amigos e famílias foram essenciais
para que tivesse esperança e se recuperasse rápido.
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