quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Tabagismo é responsável por mais de 200 mil mortes ao ano




29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo

De acordo com o Ministério da Saúde, o hábito de fumar é responsável por cerca de 200 mil óbitos ao ano, no Brasil. Atualmente, 14,7% da população brasileira com mais de 18 anos é fumante e o hábito predomina entre os homens.
Para o cardiologista do Hospital VITA Mohamad Kamal Sleiman, o tabaco, além de ser responsável por vários tipos de câncer, aumenta o risco de doenças respiratórias e está associado a problemas cardiovasculares, como infarto e aumento da pressão arterial. Além de ser responsável por doenças crônicas, o fumo também é um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças, como tuberculose, infecções respiratórias, impotência sexual, úlceras pépticas, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, variadas formas de câncer, entre outras enfermidades.
O médico explica que a dependência maior do cigarro é por causa do uso da nicotina. De acordo com ele, a substância é um artefato para que os indivíduos criem dependência, já que esta age no cérebro dando ao indivíduo sensação de prazer e relaxamento. Em cada tragada são inaladas 4.700 substâncias tóxicas. Entre elas, três são consideradas as piores.
A primeira é a nicotina, que provoca dependência e chega ao cérebro mais rápido que a temida cocaína, estando associada aos problemas cardíacos e vasculares (de circulação sanguínea). A segunda é o monóxido de carbono (CO), aquele mesmo que sai do cano de escapamento dos carros. Ele combina com a hemoglobina do sangue (responsável pelo transporte de oxigênio) e acaba reduzindo a oxigenação sanguínea no corpo. É por causa da ação do CO que alguns fumantes ficam com dores de cabeça após passar várias horas longe do cigarro. "Nesse período de abstinência o nível de oxigênio circulando pelo corpo volta ao normal e o organismo da pessoa, que não está mais acostumado a esse ‘excesso’, reclama por meio das dores de cabeça", explica. A terceira substância tida como grande vilã é o alcatrão, que reúne vários produtos cancerígenos, como polônio, chumbo e arsênio.

Tratamento - A dependência provocada pela nicotina traz prejuízos físicos e psicológicos ao indivíduo que tenta abandonar o vício. Segundo Sleiman, o incômodo psicológico compromete a abstinência, por isso, torna-se tão difícil abandonar cigarro. Entretanto, hoje em dia há métodos específicos e eficazes para tratar o tabagismo, como medicamentos, adesivos e chicletes que contêm nicotina. O tratamento medicamentoso consiste na diminuição dos sintomas de abstinência, os adesivos fazem a liberação lenta de nicotina e concomitantemente o paciente pode mascar e absorver a nicotina liberada.
O grande problema é que quase todas as pessoas que fumam não conseguem se desfazer deste hábito. De acordo com várias pesquisas, a cada 25 fumantes, pelo menos 22 precisam de seis tentativas para conseguir deixar o vício. "O fumante precisa contar com muito esforço e apoio médico para deixar a dependência, por isso, não é da noite para o dia que o indivíduo consegue deixar o cigarro", destaca o médico.

Cigarro eletrônico - O uso do produto não tem função terapêutica e seu uso não é uma forma eficaz de se livrar da dependência da nicotina, pois também possui substâncias nocivas à saúde. Segundo o cardiologista, quando o uso do cigarro eletrônico é interrompido, a pessoa pode apresentar os mesmos sintomas da síndrome de abstinência provocados pela privação do cigarro convencional.

Livre do vício
O que você ganha se ficar sem fumar por...
20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
2 horas: não tem mais nicotina circulando no sangue;
8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
2 dias: o paladar ganha sensibilidade novamente;
3 semanas: a respiração fica mais fácil e a circulação sanguínea melhora;
5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto passa a ser igual ao de quem nunca fumou.

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