terça-feira, 25 de agosto de 2015

Bolsa de Valores e crise – quais os cuidados com essa aplicação




A oscilação da bolsa de valores nos últimos dias somada à tão alardeada queda na Bolsa da China deixou muitos investidores de primeira viagem em pânico, se arrependendo de terem feito esse tipo de investimento e com grande impacto nas finanças pessoais ou até dívidas.
Muitos desses já vieram me perguntar o que fazer nesse momento e minha dica é sempre a mesma: mantenha a calma e não retire seus investimentos desse tipo de aplicação, apenas escolha muito cuidadosamente em que está investindo.
Mesmo quando se tem prejuízos nas ações em um período, a tendência é que, no futuro, ocorram ajustes no mercado, fazendo com que se recuperem as perdas desse momento. Lembrando que, muitas vezes, na bolsa de valores, os períodos de baixa são interessantes para fazer investimentos, já que é muito mais fácil ter lucratividade em algo que está em baixa e que vai subir do que em algo que já chegou a seu limite. Isso é o princípio básico da educação financeira.
Mas algumas preocupações são necessárias antes de investir; a primeira pergunta que uma pessoa tem que se fazer é: quando vou precisar desse dinheiro que irei investir? Por ser a bolsa um investimento em longo prazo, o investidor possivelmente não terá lucro imediato, entretanto, em um período de cinco anos, o retorno pode ser muito maior do que outros investimentos disponíveis no mercado, desde que a pessoa saiba fazer boas aplicações. Assim, é preciso ter uma visão ampla das finanças pessoais.
A pergunta sobre a necessidade do dinheiro é fundamental, sendo que, mesmo existindo casos de investidores que conseguiram grande lucro em um pequeno prazo de tempo, esses são exceções. Em função disso, o investidor não deve comprometer recursos destinados às despesas de primeira necessidade ou gastos imediatos.
Outro mito criado sobre investimento em ações que não corresponde à realidade é que esse investimento não é muito seguro, em função de relatos constantes de pessoas que perderam tudo e criaram dívidas, quando realizaram esse tipo de investimento. Contudo, fatos como esses são raros e, geralmente, ocorrem com investidores que estão iniciando sua aventura, sem o acompanhamento adequado.
Investidores de primeira viagem enfrentam diversos problemas por não conhecerem a fundo a hora certa de realizar um investimento. Assim, quando eles percebem que um grande número de investidores está comprando uma determinada ação, eles vão atrás desta, todavia, em alguns casos, eles realizarão essa compra quando essas ações não estiverem mais interessantes, proporcionando prejuízos.
A questão cultural também impede o investimento de muitos em ações, sendo que, no Brasil, quando se fala na realização de um investimento, a maioria da população pensa logo em caderneta de poupança, não se atentando que esse tipo de investimento tem um retorno muito baixo, sendo apenas uma forma de guardar dinheiro para o futuro e não de ampliar os seus rendimentos. Já o investimento na bolsa, além de ser uma forma de guardar o dinheiro, se realizado da forma correta, pode garantir um bom lucro.
Assim, mesmo com o cenário assustador apresentado nos últimos dias, reforço, não tenha medo de investir. Procure uma corretora certa e reserve parte do dinheiro – nunca mais que 30% - para a realização de seu sonho futuro, com segurança.



Reinaldo Domingos - educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best seller Terapia Financeira e do lançamento Mesada não é só dinheiro, e autor da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

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