quarta-feira, 22 de julho de 2015

APÓS 37 ANOS DA 1ª FERTILIZAÇÃO IN VITRO, ESPECIALISTA EM REPRODUÇÃO FEMININA EXPLICA ALGUMAS DÚVIDAS QUE AINDA EXISTEM SOBRE O MÉTODO





O especialista em reprodução feminina da Insemine e professor da UFRGS, o médico João Sabino da Cunha Filho, comenta alguns mitos e verdades sobre a fertilização in vitro...

O ano era 1978, quando a britânica Louise Brown nascia. O dia 25 de julho. A grande diferença para os demais bebês era o método: pela primeira vez no mundo nascia uma criança através da fertilização in vitro. A técnica já avançou muito e desde lá nasceram 3 milhões de crianças, revela João Sabino. Apesar da medicina e da tecnologia terem se desenvolvido ao longo desses exatos 37 anos, ainda há muitas dúvidas acerca do assunto.
Mito 1
     De acordo com o médico, ainda hoje se diz que a fertilização é indicada apenas para mulheres que possuem alterações tubárias, o que é um mito. "Falava-se muito nisso, porque antigamente a técnica era direcionada às mulheres que possuíam alterações anatômicas e patológicas nas trompas uterinas, porém hoje a realidade é diferente", explica o especialista em reprodução feminina, João Sabino. O método é aplicado em casais que têm os mais diversos problemas, como alterações na quantidade ou qualidade de espermatozoides, idade materna avançada e falha de outros tratamentos mais simples.
Mito 2
     Outro mito da fertilização in vitro é encarar o método como a melhor solução para casais inférteis. O médico ressalta que antes de submeter qualquer pessoa a um tipo de tratamento, "é muito importante que a causa da infertilidade seja bem investigada, pois na maioria das vezes ela pode ser solucionada com medidas muito mais simples".
Mito 3
     Inseminação artificial e bebê de proveta são sinônimos? Não, ressalta o médico. A fertilização in vitro ou bebê de proveta, que é o caso que completa os 37 anos, consiste na exposição do óvulo a espermatozoides, em laboratório, com posterior implantação do óvulo já fecundado dentro útero materno. "Já a inseminação artificial é a injeção de espermatozoides no útero, através da utilização de um cateter", explica o especialista.
Mito 4
     Outro tópico recorrente quando o assunto é fertilização in vitro é o fato de que ela previne doenças hereditárias. Dr Sabino explica que não é a fertilização que previne, mas sim o Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (PGD) que é procedimento complementar. "Quando os pais sabem da existência de alguma doença genética em sua família, recorrem à seleção de embriões que não possuam os genes potencialmente perigosos e responsáveis pela patologia", comenta. Contudo, ressalta o médico, na realização do método de fertilização in vitro padrão, o bebê apresenta os mesmos ricos de alterações genéticas do que em uma gestação sem nenhum tratamento.



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