Impostômetro atinge R$ 1 trilhão e APAS avalia
consequências para o consumidor
Implantado em 2005 pela
Associação Comercial de São Paulo - ACSP - o "Impostômetro" virou
ponto de referência na região central de São Paulo e em todo o Brasil. Na
segunda-feira, 29, o "Impostômetro" chegou à marca de R$ 1 trilhão de
impostos arrecadados. Na visão da Associação Paulista de Supermercados (APAS),
a elevada carga tributária impacta negativamente a atividade econômica,
inibindo o crescimento econômico. Esse ano, a meta foi batida antes do que ocorreu no ano passado, quando o registro de R$ 1 trilhão só foi atingido no dia 10 de julho. Segundo o presidente da APAS, Pedro Celso, um maior nível de impostos acarreta em uma menor renda disponível, diminuindo o poder de compra da população. "Isso desencadeia em um menor consumo, de modo que todos os setores do comércio são atingidos e, principalmente, o supermercadista. Por sinal, nosso setor é afetado em qualquer cenário onde há redução da renda das famílias, já que a variável mais importante para o aumento do consumo de alimentos e bebidas é a renda disponível da população".
Pedro comentou também que o sistema tributário brasileiro é extremamente complexo. Estudos da PWC apontam que as empresas brasileiras gastam em média 2.600 horas para se adequarem à legislação tributária no Brasil, o que impacta diretamente na produtividade das empresas e demonstra a dificuldade para a realização de negócios no Brasil.
Segundo o IBPT, o brasileiro trabalha em média 151 dias no ano para quitar todos os tributos (impostos, taxas e contribuições, por exemplo) que incidem ao longo do ano sobre suas atividades do dia-a-dia.
Para se ter uma ideia dos percentuais dos impostos de produtos de consumo básico, o açúcar tem uma carga tributária média de 32%; o arroz (17%); o feijão (17%); enquanto que o sabonete (37%) e o creme dental (34,6%).
O painel "Impostômetro" tem o objetivo de conscientizar o cidadão sobre a alta carga tributária e incentivá-lo a cobrar os governos por serviços públicos de qualidade. "No entanto, não temos em troca dos impostos altos o retorno em forma de bons serviços públicos à população e investimentos em infraestrutura mínimos necessários para um crescimento sustentável".
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