sexta-feira, 19 de junho de 2015

Festa junina é a segunda data com maior índice de acidentes com fogo





Especialista fala sobre o comportamento de risco e como proceder diante da situação

Fogos de artifício, fogueiras e balão são as principais causas de queimaduras nessa época

Perdendo apenas para o Réveillon, as festas juninas e julinas são as datas comemorativas com o maior número de acidentes envolvendo fogo. Fogueiras, balões, fogos de artifícios e bebidas quentes são os itens que compõem o ranking e oferecem riscos na época fria e festiva. “O fogo nunca deve ser tratado de forma ingênua. Ele sempre será perigoso. Evitar acidentes é mais fácil do que tratar queimaduras”, alerta o médico e gestor da B2 Saúde, Roberto Francisco Vignoli.

Segundo o especialista, a cultura popular das festas traz diversas brincadeiras perigosas que devem ser repensadas nos tempos atuais. “Em época de festas é necessário ter bom senso e não subestimar o acaso. Se a pessoa estiver em um local que apresenta exposições ao risco, o cuidado deve ser redobrado. As crianças são naturalmente fascinadas pelos fogos, por isso também é necessária uma atenção especial com os pequenos”, ressalta.

A prevenção é essencial para evitar as ocorrências. Medidas simples como, por exemplo, escolher os melhores fogos de artifícios, origem da fabricação e observar a data validade, fazem toda a diferença.


Em caso de acidentes, algumas medidas são fundamentais para não agravar ainda mais o problema. Vignoli destaca que, mesmo com a grande quantidade de informação, as pessoas continuam tratando as queimaduras inadequadamente. “O cuidado é muito simples. Basta lavar a ferida com água fria ou gelada. Não se deve aplicar creme dental, hidratantes, manteiga e muito menos gelo, pois ele também queima a pele”.

Nos casos mais graves e profundos – quando a queimadura desgasta a pele e entra nos vasos sanguíneos - a ferida deve ser comprimida com um pano limpo ou gaze para evitar o sangramento. Após esse procedimento, a vítima deve ser encaminhada para o hospital e ser submetida ao tratamento adequado, geralmente com aplicação de soro para hidratação da área e vacinas necessárias.

Balões

Os prejuízos e consequências ao soltar balões não estão direcionados apenas a um indivíduo, mas sim ao ambiente, pois envolvem queimaduras na mata e incêndios nas residências. “O fogo de ignição é imprevisível e todo cuidado é pouco. O ideal é que as pessoas aproveitem as festas juninas sem esses balões”, afirma Vignoli.

Cabe ressaltar, ainda, que a prática de soltar balões é crime (Lei de Crimes Ambientais nº 9.065/98) e os incêndios provocados em florestas ou matas podem gerar de dois a quatro anos de detenção. Já a pena para quem fabricar, vender, transportar ou soltar balões é de um a três anos, multa de R$ 1 mil a R$ 10 mil, ou ambas penalidades, dependendo do caso.

Tipos de queimadura

1º grau: É superficial. A queimadura do sol durante um dia na praia é um exemplo. A pele fica vermelha, caracterizando uma reação inflamatória.

2º grau: É a queimadura que apresenta bolhas na pele.

3º grau: Nesses casos, ocorre perda de tecido. A queimadura pode deixar a pele escura, carbonizada e escamada.

O especialista frisa que as queimaduras de média e grande gravidade podem apresentar um diagnóstico de multi classificações, pois cada parte machucada pode expor diferentes lesões.

Confira outras dicas do especialista:

- Manter distância da fogueira e cuidado ao ingerir bebidas quentes;

- Fogos que não acendem na primeira vez devem ser evitados e descartados;

- Crianças não devem chegar perto dos artefatos;

- Nenhum fogo de artifício deve ser apontado na direção das pessoas;

- Cuidado com as brasas! O fogo continua agindo e pode causar graves machucados.

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