Negligenciar mamografia anual aumenta risco de morte
De
acordo com o CDC, centro de prevenção e controle
de doenças dos Estados Unidos, o percentual de mulheres com mais de 40 anos que
fizeram mamografia nos últimos dois anos é de 66,8%. Naquele país, apesar de
toda controvérsia em relação à efetividade da mamografia, estudo divulgado no jornal Cancer revelou
que mais de 70% das mortes por câncer de mama num grupo de 7.000 pacientes
ocorreram em quem costumava negligenciar a mamografia anual.
O
estudo reforça a principal característica desse exame – principalmente para
quem tem entre 40 e 49 anos – que é salvar vidas. “Metade das mortes
aconteceram em pacientes que não chegaram a completar 50 anos. Isso sugere que
provavelmente poderíamos evitar essas mortes ao indicar a mamografia a partir
dos 40 anos, uma vez ao ano”, diz Blake Cady, professor emérito da Harvard
Medical School. Mas é importante que toda mulher tenha isso sempre em
mente, com prioridade.
Na
opinião de Flavia Jannotti, radiologista da CEDIMAGEM,
em Juiz de Fora (MG), a mamografia é o padrão-ouro em termos de diagnóstico
precoce de câncer de mama, devendo ser realizada anualmente a partir dos 40
anos. “A partir dessa idade, é importante não deixar de fazer o exame.
Pacientes de alto risco, com histórico de câncer de mama na família, podem
começar a realizar exames preventivos até mesmo antes dos 35 anos. Por isso é
tão importante as mulheres conhecerem bem os fatores de risco para o câncer de
mama e procurar um médico especializado se identificar que faz parte desse
grupo”.
O
fator de risco mais importante é ser mulher, mas também a idade da paciente,
seu histórico familiar e sua genética contam muito. Há ainda outras condições
que aumentam as chances de desenvolver câncer de mama, como obesidade,
sedentarismo, mamas densas, não ter dado à luz o primeiro filho antes dos 30
anos, consumo excessivo de álcool e fumo, primeira menstruação antes dos 12
anos, terapia de reposição hormonal etc. De acordo com o INCA, há quase 60 mil novos casos de
câncer de mama todos os anos no Brasil, sendo que as taxas de mortalidade
continuam elevadas – fato que se atribui ao diagnóstico tardio, quando a doença
está avançada. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de
61%.
Até
mesmo o diagnóstico de quem faz mamografia todo ano não é fácil. “Como existem
vários tipos de tumor, é preciso estar atento aos detalhes da imagem
mamográfica. Alguns se apresentam como calcificações, outros como nódulos,
outros se infiltram no tecido normal, dificultando sua distinção através do
exame. Em alguns casos, costumamos recorrer ao ultrassom como diagnóstico
complementar”, diz a radiologista. Flavia explica ainda que alguns nódulos têm
características duvidosas nos exames de imagem. “Nesse caso, recorremos à
biópsia, que é a retirada de material para análise.”
De
acordo com a médica, a velocidade de crescimento dos tumores também é outro
sinal de alerta. Os de crescimento rápido costumam surgir até mesmo no
intervalo entre as mamografias anuais. “Todos os métodos de imagem têm o papel
de ‘encontrar’ a lesão, podendo sugerir um aspecto maligno ou benigno. Apesar
de podermos recorrer, além da mamografia, ao ultrassom e à ressonância
magnética, apenas a biópsia costuma ‘diagnosticar’ o câncer.”
Dra. Flávia de Sá Jannotti - médica radiologista da CEDIMAGEM CENTRO DE DIAGNÓSTICO, em Juiz de Fora (MG) – www.cedimagem.com.br
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