A indicação
de Cândido Rondon foi feita em 1950, Albert Einstein o considerava um líder de
primeira grandeza e, por isso, defendeu sua escolha
No
próxima terça-feira, dia 5 de maio completará 150 anos do nascimento de Cândido
Mariano da Silva, mais conhecido como Cândido Rondon ou Marechal Rondon.
Reconhecendo
os feitos de Cândido Rondon, neste ano, os Correios lançarão no dia 4 de maio,
um selo comemorativo dos 150 anos do nascimento do ilustre brasileiro.
Além do evento de lançamento em Brasília, na sede da Empresa de Correios e
Telégrafos, haverá um evento gratuito, este em São Paulo, no dia próximo dia
05, às 17h, no Centro Histórico e Cultural Mackenzie (CHCM), com acesso pela
Rua Itambé, 143 – Higienópolis – São Paulo – SP.
Nascido
em Mimoso, Mato Grosso, o menino descendente de índio ficou órfão de pai antes
de chegar ao mundo e perdeu a mãe com apenas dois anos. Além dos cuidados dos
avós, o garoto ficou sob a tutoria de seu tio, Manoel Rodrigues da Silva Rondon, que
sempre o estimulou a estudar.
Foi
o tio que sugeriu ao menino, formado professor aos 16 anos, que seguisse
carreira no Exército brasileiro. As indicações de Manoel, também,
renderam uma formação diversificada em matemática, antropologia,
geografia e etnologia, que ajudaram Rondon a construir uma carreira cientifica
ao longo de sua vida.
Em
um período em que o País tinha uma grande concentração populacional nas regiões
litorâneas, Rondon foi fundamental para desbravar e apresentar as regiões
Centro-Oeste e Norte aos demais brasileiros.
Entre
as ações de Cândido estão à instalação de 32 estações telegráficas nos 1.497 km
da linha principal e nos 736 km de ramais; o levantamento geográfico de mil
quilômetros lineares de terras e de águas; determinou mais de duzentas
coordenadas geográficas, inscreveu no mapa do Brasil 15 novos rios e corrigiu
enganos sobre o curso de outros tantos. Ao todo, o trabalho de Rondon resultou
em mais de 5 mil quilômetros de linhas telegráficas e estradas.
Ao
longo deste percurso Rondon teve contato com inúmeras tribos indígenas que
foram pacificadas de maneira organizada e harmoniosa, pois Cândido tinha por
lema “Morrer se preciso for. Matar nunca”. O trabalho dele gerou a criação do
Dia do Índio (19 de abril), a estruturação do Parque Nacional do Xingu e o
desenvolvimento da FUNAI, entre outros.
Os
feitos de Cândido Rondon chegaram a terras distantes de tal forma que Theodore
Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos veio ao País para participar, com o
colega brasileiro, de uma expedição de pesquisa científica cuja missão era
coletar amostras da fauna e da flora da Região Amazônica. Esta aventura
completou 100 anos e foi iniciada pela vontade do próprio Roosevelt, que
buscava uma vivência na floresta tropical após perder as eleições
norte-americanas que lhe dariam um pretendido terceiro mandato.
Nesta
expedição, Theodore escreveu “Nas selvas do Brasil” onde conta a história desta
viagem e fala do temperamento de Rondon, que descreve como um “grande
conciliador”.
O
perfil de Cândido Rondon também cativou outras personalidades. Entre elas, o
físico Albert Einstein teve contato com o trabalho do brasileiro em 1925,
quando passou 51 dias na América Latina. Embora o cientista não tenha gostado
muito do Brasil, fez uma carta de próprio punho ao comitê do Prêmio Nobel, na
qual afirma e recomenda: “Esse homem deveria receber o Nobel da Paz por seu
trabalho de absorção das tribos indígenas no mundo civilizado, sem o uso de
armas ou violência. Ele é um filantropo e um líder de primeira grandeza”.
Infelizmente
Rondon não ganhou o prêmio e a correspondência de Einstein só foi descoberta em
1994, pelo professor Alfredo Tiomno Tolmasquim, pesquisador brasileiro em
Jerusalém.
No
ano de 1955, o Congresso Nacional conferiu a ele a patente de marechal, e no
ano seguinte, o então Território Federal de Guaporé, passou a ser chamado de
Rondônia em homenagem ao seu desbravador. Aos 92 anos, Rondon faleceu, no Rio
de Janeiro, em 19 de janeiro de 1958.
A
tenacidade, a dedicação, a abnegação e o altruísmo, atributos marcantes de sua
personalidade, o fizeram merecedor do título de Patrono da Arma de Comunicações
do Exército Brasileiro, sendo sua data de seu nascimento comemorada como o Dia
Nacional das Comunicações.
Para
falar sobre o tema sugerimos Maurício Melo de Meneses, pesquisador e biógrafo
do Marechal Rondon e presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie.
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