segunda-feira, 6 de abril de 2015

Dia Mundial do Parkinson: Atenção aos sintomas que podem ser confundidos com de outras doenças





No próximo 11 de abril é celebrado o Dia Mundial do Parkinson, data em que diversos órgãos e serviços de saúde se voltam para a divulgação da doença, suas implicações e tratamentos. Estima-se que atualmente mais de 200 mil pessoas no Brasil sejam acometidas pelo Mal de Parkinson, que costuma avançar lentamente e com sintomas facilmente confundidos com os de outras doenças.
Segundo o neurocirurgião funcional especialista em movimentos involuntários, Dr. Claudio Fernandes Corrêa, esta semelhança de sintomas frequentemente retarda o diagnóstico do Mal de Parkinson e, consequentemente, o seu tratamento adequado.
O médico destaca que os sintomas da doença mais comumente divulgados são os tremores e a espasticidade (rigidez muscular) e que são frequentemente encontrados em outras doenças que geram movimentos involuntários e distonias em geral, característicos também da Doença de Huntington (DH), Coreia e Atetose, Síndrome de Tourette e até a Esclerose Múltipla.
Mas, além destes sintomas, existem diversos outros menos divulgados e que são importantes para a conclusão do diagnóstico de Mal de Parkinson e que podem surgir antes mesmo dos distúrbios do movimento, conforme esclarece Dr. Claudio. “Diminuição do olfato, quadros de depressão, alteração do sono, constipação intestinal e bradicinesia – que é a maior lentidão dos movimentos gerais como andar, levantar, sentar; e micrografia – que é diminuição da caligrafia, estão entre os demais sinais que são verificados também no estágio inicial da doença. Em estágios mais avançados, é possível perceber diminuição da expressão facial, dificuldade de deglutição, diminuição do tom da voz e dificuldade para realizar movimentos finos, como abotoar botões e amarrar sapatos”.

Tratamento do Mal de Parkinson
A doença não tem cura, mas possui tratamento para minimizar os sintomas e também para retardar a sua evolução. Como base principal, são indicados medicamentos a base de levodopa, que tem a função de suprir a ausência de dopamina no cérebro. Apesar de importantes resultados, em longo prazo podem apresentar consequências que afetam ainda mais os movimentos anormais.
Paralelo à medicação, é imprescindível o seguimento de terapias adjuvantes, especialmente as físicas, que visam manter por mais tempo a autonomia dos movimentos de andar, falar e comer. O apoio de terapias da saúde mental para trabalhar a depressão e a importância de manter a socialização também são essenciais.
Quando os medicamentos já não auxiliam mais no tratamento dos sintomas involuntários e espasmos, indica-se a realização da cirurgia de DBS ( Deep Brain Estimulation) e traduzida como Neuroestimulação Profunda do Cérebro, que consiste no implante de eletrodos – iguais aos de marca-passo utilizados para o coração - na região afetada pela doença. “A técnica é realizada com o paciente acordado para que ele possa fornecer o feedback dos movimentos no ato em que o alvo está sendo estimulado e assim garantir a efetividade dos resultados. Uma vez implantado o eletrodo, ele passa a ser monitorado periodicamente, para possíveis ajustes. O procedimento tem o auxílio de um software, que cruza as imagens de ressonância magnética do paciente com mapas científicos, apontando com precisão o local exato a ser estimulado, com a ajuda de um físico, que permanece o tempo todo na sala de cirurgia.”, explica Dr. Claudio Corrêa, que já operou quase 500 portadores da doença.
Entre as vantagens da cirurgia, está o fato de não ser uma técnica que lesiona a estrutura cerebral e por ser reversível, caso seja necessário. Além, é claro, da qualidade de vida gerada ao paciente que volta a se integrar de forma mais natural às suas atividades e relacionamentos sociais.
 “Os resultados da cirurgia serão melhores de acordo com o tempo da doença e avanço dos sintomas, não devendo exceder o período de total esgotamento da terapia com medicamentos, em que os movimentos já estejam muito debilitados; ou seja, o paciente candidato ao procedimento operatório não deve esperar uma limitação significativa de sua atividade física. Se a resposta com os medicamentos não trouxer um resultado clínico satisfatório, o procedimento cirúrgico deve ser proposto”, finaliza Dr. Claudio Corrêa

Sobre o Mal de Parkinson
O Mal de Parkinson foi descrito pela primeira vez pelo médico inglês James Parkinson, em 1817, como uma enfermidade neurológica decorrente da degeneração dos neurônios situados em região específica do cérebro, chamada substância negra, e que é responsável pela produção da dopamina, um importante elemento da transmissão nervosa vinculada aos músculos e controle motor do indivíduo. Apesar da causa desta diminuição de dopamina nas células nervosas estar relacionada com o envelhecimento, pessoas jovens também podem ser acometidas pela doença, sendo nestes casos, com evolução mais acelerada. Um exemplo é o ator do clássico ‘De Volta para o Futuro, Michael J. Fox, que recebeu seu diagnóstico na faixa dos 30 anos.
O conjunto de sintomas, também conhecido como síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo é formado pelos movimentos involuntários (tremores), além de lentidão, rigidez muscular, desequilíbrio, instabilidade postural, caminhada em marcha, depressão e alterações na fala/deglutição e na escrita. Os sinais aparecem inicialmente apenas de um lado do corpo e o paciente normalmente queixa-se do não acompanhamento deste lado com o outro. Já o tremor é presente durante o repouso, melhorando quando o paciente movimenta o membro afetado.
Dr. Claudio Fernandes Corrêa - Com mais de 30 anos de atuação profissional, Dr. Claudio Fernandes Corrêa possui mestrado e doutorado em neurocirurgia pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. Especializou-se no tratamento da dor aliado a neurocirurgia funcional – do qual se tornou uma das principais referências no Brasil e também no Exterior.É também o idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, serviço que reúne especialistas de diversas especialidades para o tratamento multidisciplinar e integrado aos seus pacientes.  www.claudiocorrea.com.br - http://www.youtube.com.br/drclaudiocorrea - https://www.facebook.com/dr.claudiofernandescorrea - www.twitter.com/drclaudiocorrea 

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