quinta-feira, 30 de abril de 2015

Com falta de verbas, AMAs ficam sem médicos em pleno surto de dengue




 Com a redução do repasse da Prefeitura, as Organizações Sociais cancelaram plantões extras dos médicos, deixando a população desassistida
 Sem qualquer explicação, a Prefeitura de São Paulo reduziu o repasse de verbas para as organizações sociais (OSs) desde março. Alegando que o valor recebido não é suficiente, algumas OSs cancelaram os plantões extras dos médicos em unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA), deixando alguns equipamentos sem nenhum médico para realizar o atendimento em determinados horários. O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) avalia que a situação é catastrófica e precisa ser solucionada o quanto antes para não comprometer a assistência à população.
 As informações sobre os cortes chegaram ao Simesp por meio de denúncias de profissionais preocupados com a manutenção dos atendimentos e que também foram prejudicados com a medida. Eles informam que a OS Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) fez cortes nos plantões extras a partir do dia 12 de março, sem aviso prévio, nas AMAs Vila Guarani, Jardim Santo André, Vila Carrão, Vila Antonieta, Humberto Gastão Bodra, Sapopemba, São Francisco II, Jardim Grimaldi, além do Pronto Atendimento São Mateus. No dia 19 de março, as AMAs Conquista, Jardim Santo André e Laranjeiras estavam sem nenhum médico.
 “Os usuários já enfrentavam longas filas para serem atendidos, agora encaram uma situação muito pior. A situação é mais alarmante ainda tendo em vista que a cidade de São Paulo enfrenta um grande surto de dengue, o que aumenta a demanda por atendimento nos serviços de saúde”, conta Eder Gatti, presidente do Simesp.
 A SPDM afirmou aos funcionários que o motivo das desmarcações dos extras foi a redução de 17% do repasse feito pela prefeitura para a OS. O Sindicato dos Médicos de São Paulo solicitou audiência com o secretário de saúde, José de Filippi Júnior, para esclarecer a questão e outros problemas enfrentados pelos trabalhadores de organizações sociais.
 O Simesp entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) para obter informações sobre o corte. A reposta foi a seguinte: “A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que está discutindo o fluxo de caixa com as Organizações Sociais (OSs), pois algumas delas possuem saldo em caixa, sendo convênio ou contrato de gestão. A premissa da SMS é que isso não prejudique o atendimento”.
Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp)
Fundado em 1929, o Sindicato defende a atividade médica, e luta pela dignidade no exercício da medicina e o acesso à saúde como direito do cidadão. Aborda temas como planos de saúde, Sistema Único de Saúde (SUS), organizações sociais (OSs), salário dos médicos, entre outros.

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