Ação tem o objetivo de prevenir o
câncer de colo de útero, quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil
O câncer de colo
de útero é uma doença grave e uma ameaça à vida. Segundo o Instituto Nacional
de Câncer (Inca), é o terceiro tumor mais frequente na população feminina,
atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres
por câncer no Brasil. O vírus HPV com seus
sobtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer
do colo do útero em todo o mundo e ambos estão incluídos na vacina
quadrivalente contra HPV.
Segundo o médico
oncologista Ellias Magalhães e Abreu Lima, da Oncomed BH, os HPVs (Papiloma
Vírus Humano) constituem um grupo de mais de 150 tipos diferentes de vírus.
Destes, aproximadamente 40 são facilmente transmitidos de uma para outra
através do intercurso sexual, seja ele genital, oral ou anal. “Aproximadamente
metade das pessoas com vida sexual ativa se infectarão com um ou mais subtipos
do vírus ao longo da vida e por isso o HPV é considerado a infecção sexualmente
transmissível mais comum do mundo”, afirma o oncologista.
Em Belo
Horizonte, adolescentes de 9 a 11 anos de idade matriculadas nas escolas
públicas e privadas de Belo Horizonte têm a oportunidade de se vacinarem contra
o HPV gratuitamente. Trata-se de uma ação do Ministério da Saúde, com
intermédio das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e Educação e estará
disponível até o dia 31/03.
Para que as
adolescentes estejam devidamente protegidas contra o câncer de colo de útero,
elas deverão tomar três doses da vacina. A primeira será disponibilizada exclusivamente
nas escolas. A segunda dose da vacina deverá ser administrada seis meses após a
primeira dose e a terceira, após cinco anos. As duas últimas doses estarão
disponibilizadas nos Centros de Saúde.
Apesar da
vacinação contra o HPV ser muito divulgada para as mulheres, de acordo com o
registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina
quadrivalente é indicada também para os homens entre 9 e 26 anos de idade e sua
eficácia foi comprovada para prevenção de condilomas genitais e lesões
precursoras de câncer no pênis e ânus. Segundo o Inca,
teoricamente, se os homens fossem vacinados contra HPV, as mulheres estariam
protegidas através de imunidade indireta ou de rebanho, pois o vírus é
sexualmente transmissível. Entretanto, estudos que avaliaram a
custo-efetividade das vacinas para a prevenção do câncer do colo do útero
através de modelos matemáticos mostraram que um programa de vacinação de homens
e mulheres não é custo-efetivo quando comparado com a vacinação exclusiva de
mulheres.
O
especialista da Oncomed BH esclareceu que a vacinação em massa da população
pode reduzir a mortalidade por câncer HPV relacionados em até dois terços, além
de impactar positivamente na distribuição dos recursos econômicos da saúde.
“Trata-se de avanço importante no que diz respeito à prevenção do câncer e deve
haver um esforço público para disponibilizar a vacina para toda a população”,
finaliza Dr. Ellias.
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