terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sol é coisa séria!




Entenda o que acontece quando você abusa do sol e confira dicas para cuidar melhor da pele

 Manchas, envelhecimento precoce, flacidez e maior risco de desenvolver doenças como o câncer de pele. Esta é uma pequena lista dos problemas que o excesso de sol pode causar à pele.
Embora o protetor solar já seja considerado item indispensável para quem se programa para ir à praia ou à piscina, os cuidados diários com a pele e a prevenção ainda não fazem parte da rotina da maioria dos brasileiros. E, em tempos de temperaturas elevadas e muita seca, como tem sido frequente neste verão, cuidar da pele diariamente é questão de saúde.
“O sol provoca uma queimadura nos tecidos profundos da pele, que é cumulativa. Os raios ultravioletas rompem as fibras elásticas da derme, provocando uma desestruturação da pele, que demora a cicatrizar. Quando você toma sol repetidamente, essas células da pele são novamente atingidas e, ao longo dos anos, o sol absorvido pela pele vai deixando sua aparência manchada, envelhecida e sem viço, além do risco de câncer de pele”, explica a dermatologista Christiana Blattner, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Como o sol age sobre a pele
A sigla UV, de ultravioleta, é um tipo de radiação eletromagnética, dividida em UVA, UVB e UVC. Este último é totalmente absorvido pelo ozônio da atmosfera. Já os raios UVA e UVB, ao entrarem em contato com a pele do ser humano, produzem o bronzeamento, mas também favorecem o desenvolvimento de doenças da pele como o câncer cutâneo, a queimadura solar e inúmeras outras doenças, denominadas de fotodermatoses.
“A radiação UVB é a principal responsável pelas alterações celulares que predispõem ao câncer de pele, não melanoma, conhecidos como Carcinoma basocelular (CBC) e Carcinoma espinocelular (CEC). Este tipo de câncer é o mais frequente, embora menos agressivo, quando detectado precocemente. Há muito tempo já é conhecida a responsabilidade da luz UVA no envelhecimento, atingindo vasos e fibras e causando flacidez, perda de elasticidade, rugas e manchas na pele. Mais recentemente, vêm sendo descobertas as reais consequências da luz ultravioleta A, que está associada ao câncer de pele do tipo melanoma, o menos frequente dentre todos os cânceres de pele, porém com o pior prognóstico e alto índice de mortalidade. A radiação UVB é a que provoca queimaduras, ardência e deixa a pele vermelha, favorecendo o envelhecimento precoce”, explica a médica Christiana Blattner .
Proteção
A principal medida de proteção está no uso de filtros solares tópicos, aplicados sobre a pele. “Existem filtros físicos, que atuam refletindo a radiação, e dão um aspecto levemente esbranquiçado à pele, por formarem uma barreira física. Estes são os preferidos para crianças e por pacientes com alergias. Os filtros químicos, cuja ação é a absorção da radiação, são os que impedem a degradação da melanina. Atualmente a maioria dos protetores solares é mista, combinando em suas formulações filtros físicos e químicos, para atingir a mais alta proteção. Outra alternativa são os filtros com cor, que além de proteger, disfarçam imperfeições e não deixam o efeito esbranquiçado na pele”, diz Christiana Blattner.
De acordo com a especialista, a aplicação do fotoprotetor deve ser feita de 15 a 30 minutos antes da exposição ao sol, com nova aplicação a cada 2 horas, em praia ou pisicina, ou após imersão em água. “De todo modo, além da proteção com filtros, deve se usar chapéus, roupas apropriadas e óculos”, orienta a especialista.
Fotoproteção oral
Além do filtro solar tópico, há a fotoproteção oral através da ingestão de cápsulas que contém substâncias que reduzem os efeitos nocivos da radiação solar. “Essas cápsulas atuam como agentes antioxidantes. A fotoproteção oral é um complemento à fotoproteção tópica, pois reforça o sistema de defesa do organismo contra a radiação UV. Eles não substituem os fotoprotetores tópicos e devem ser recomendados pelo dermatologista”, reforça a médica.

A dermatologista Christiana Blattner dá algumas dicas para cuidar da pele no verão:

•    O protetor solar precisa ser usado todos os dias, inclusive em dias frios, nublados e também com chuva. É um engano pensar que o sol não está presente em dias mais nublados ou de chuva; ele sempre está lá.
•    Além do rosto, o filtro deve ser aplicado nas demais áreas expostas ao sol, como mãos, braços e colo.
•    Mesmo quem tem pele negra, que naturalmente possui maior quantidade de melanina e é naturalmente mais protegida do sol, deve usar o filtro.
•    Os cuidados com a proteção solar devem começar logo na infância.
•    No verão, o calor e a umidade podem aumentar o risco de doenças infecciosas, como micoses na pele e nas unhas. Para evitar esses problemas, é bom optar por roupas leves, hidratar-se com frequência e procurar um dermatologista se perceber algum sinal de doença na pele, como vermelhidão e descamação.
•    Não espere que o sol vá eliminar o problema da acne. Num primeiro momento, ele até pode ajudar a secar as espinhas, mas, na sequência, vai promover um aumento da oleosidade e piorar o problema.
•    O calor estimula o aumento da produção sebácea e deixa as pessoas com a pele mais oleosa, por isso é preciso cuidado na hora de escolher os produtos para a pele. As pessoas com pele seca precisam usar produtos que auxiliem na hidratação da pele, como cremes com propriedades emolientes. Já as pessoas com pele mista e oleosa precisam retirar o excesso de oleosidade da pele e usar produtos que não a deixem engordurada. “Hoje existem hidratantes e filtros solares que contém microesferas matificantes, que absorvem o excesso de gordura da pele, deixando-a sempre com aspecto seco, sem desidratá-la”, explica Christiana Blattner.
•    Caso tenha abusado do sol, cremes hidratantes podem ser suficientes para queimaduras leves, mas se forem mais graves e profundas, com bolhas e muito ardor, o médico deverá ser consultado.


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