quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Atenção ao câncer de colón, reto e ânus





No Brasil, o câncer de cólon, reto e ânus ocupa o 2º lugar como causa de óbito, atingindo tanto homens quanto em mulheres com uma pequena diferença negativa para elas. A etiologia dessa neoplasia é complexa e vários fatores estão envolvidos na sua gênese.
O câncer colorretal é um câncer que pode ocorrer em qualquer parte do cólon, reto e ânus. A doença começa na camada superficial do revestimento intestinal e com o tempo vai atingindo as camadas mais profundas. A história  natural do câncer do intestino, é a evolução a partir de lesões benignas, os pólipos adenomatosos após um período de 10 a 15 anos.
Os pólipos são pequenas lesões que se desenvolvem na mucosa do intestino grosso e podem sofrer degeneração até evoluírem para o câncer intestinal. Os pólipos podem ter o formato chato (conhecido por séssil e sendo mais propenso a se tornar maligno) ou em forma de cogumelo (conhecido como pediculado e possui uma possibilidade menor de se tornar maligno). O diagnostico e a retirada dos pólipos, evitam a degeneração e progressão para neoplasia. Logo, o acompanhamento e tratamento dos pólipos é uma atividade importante.

A incidência e mortalidade por câncer de intestino tem aumentado no mundo todo, tendo uma tendência maior de crescimento em especial em países em desenvolvidos e em áreas urbanas de países menos desenvolvidos. Segundo o Ministério da Saúde, com o aumento da expectativa de vida da população no Brasil, estas neoplasias vêm ganhando cada vez mais importância no perfil da morbidade e mortalidade.
A prevenção desses tumores  requer em primeiro lugar, mudanças de hábitos, ou seja, dos “maus hábitos”. História familiar de câncer em pelo menos três parentes de 1 º grau, se sua idade for maior ou igual a 40 anos e já tem história de ter dito câncer de mama, ovário ou endométrio (em mulheres), e portadores de colite ulcerativa crônica  ou doença de Crohn. Dentre as mudanças dos “maus hábitos” se destacam: tabagismo; excesso de bebidas de álcool (mais de 600 ml de cerveja, 1 dose de bebida destilada e ½ taça de vinho tinto seco.); excesso de carne gorda, assadas com carvão devido aos hidrocarbonetos; frituras; queijos amarelos; embutidos ( lingüiças, salaminho, salame) que liberam nitrosaminas no intestino que são substâncias cancerígenas; alimentos com corantes; salgados e defumados.

Para prevenir o câncer de intestino, o ideal é inserir na alimentação verduras; frutas cítricas ou ricas em vitamina C (desde que você não tenha histórico de gastrite e úlcera); alimentos que possuem vitamina E como peixes (salmão, atum, sardinha); alimentos ricos em vitamina A e em selênio (brócolis, abóbora, batata – doce, fígado, cenoura, castanha do Pará, nozes). Os alimentos ricos em fibras, as verduras, frutas e legumes, facilitam o processo de digestão e de eliminação do bolo fecal. Alimentos com vitamina A, C e E, além do selênio são antioxidantes e protetores do intestino.
Além dos cuidados com alimentação, a partir dos 40 anos de idade tanto em homens quanto em mulheres, principalmente àqueles com histórico de fatores de risco como os referidos anteriormente e principalmente estiver com mais de 50 anos de idade deve-se fazer pelo menos um exame de sangue oculto nas fezes (três amostras), além de toque retal anualmente. Na presença de sangue oculto nas fezes a colonoscopia é indicada. Dos 45 anos em diante além da pesquisa de sangue oculto, colonoscopia. Na ausência de polipose adenomatosa a colonoscopia deve ser realizados a cada cinco anos, além de pesquisa de sangue oculto e toque retal anualmente.
Quando a pessoa perceber que ocorre presença de sangue vivo nas fezes, ou presença de uma sensação de “bola” no ânus, coceira ou ardência no mesmo local procure um médico. Não se alto medique com medicamentos para hemorroida, você pode esta tendo sinais e sintomas de câncer de reto e ânus. Este câncer tem uma incidência um pouco maior nas mulheres e dentre os últimos 15 anos apresentou um aumento de incidência de 3.5 % na população de homens e mulheres.

As principais causas desse aumento advém da relação sexual sem camisinha. Em uma pesquisa divulgada em uma publicação médica observou-se que as mulheres costumam exigir o uso de camisinha para sexo vaginal e não tem o mesmo rigor para a pratica do sexo anal. Por esta razão uma das causas do aumento do câncer de ânus provem da contaminação por HPV (Papiloma Vírus Humano). Devemos lembrar também que uma das principais causas de contaminação para o HIV é o sexo anal. Outras causas que podem levar ao câncer de ânus é a higiene precária, e contaminações por gonococo e Clamídia.
O tratamento é mais preventivo na detecção e retirada do pólipo adenomatoso, e no caso de lesões malignas dependendo do estagio das lesões serão desde quimioterapia, radio e cirurgia para ressecção da área do intestino afetado e realização de colostomia. Os cuidados com o ânus e reto, devem ser iniciados com a boa higienização, que deve ser realizada com água em vez de utilizar papel higiênico; usar sempre preservativo, e mesmo que se use os lubrificados, mesmo assim utilizar gel intimo para relações anais, para evitar  fissuras das pregas anais e da parte interna do ânus. Esses cuidados devem ser seguidos tanto por mulheres como homoafetivos.



 Dr Carlos Eduardo Prado Costa (CRM/SC 7222) - médico membro da Sociedade Internacional de Medicina Sexual e membro da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. É palestrante e realiza mensalmente conferências em todo o Brasil, especialmente sobre a Saúde do Homem. É autor do Programa Ictus Homem. Dúvidas ou mais informações: (48) 3024-8002 e pradocosta12@hotmail.com

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