Monte
em um touro: ele pula, esbraveja e não sossega antes de te derrubar e te
pisotear. Pois bem, 2015 é o Ano do Touro. Teremos que domá-lo à unha, se
quisermos passar ilesos os próximos 365 dias.
Segundo
relatório da primeira pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, sobre as
perspectivas para 2015, a inflação anual deve superar a meta de 6,5%,
estabelecida pelo governo. Já o crescimento do PIB foi rebaixado de 0,55% para
0,50% ao ano. Ainda de acordo com a pesquisa, a taxa básica de juros será
ampliada para 12,5% até o final de 2015 e a alta do dólar deve continuar até
2016. Isto sem falar de aumento das tarifas de serviços básicos de
infraestrutura, como luz, água, transporte e alta de impostos, como já anunciou
o novo ministro Joaquim Levy. É, parece que o touro está bravo mesmo!
Para
a indústria, a expectativa é de terminar o ano com crescimento de 1,04%. Um
alívio, considerando o amargor dos últimos períodos. Basta lembrar que no
primeiro semestre de 2014, a indústria nacional acumulou perdas de 2,6% em sua
produção. Com os piores resultados, desde crise econômica mundial de 2008,
empresários têm de repensar suas atividades para superar o prejuízo.
Para
Ricardo Martins, diretor titular do Centro das Indústrias do Estado
de São Paulo (CIESP), Distrital Leste, “há muito por ser feito para que se
atinja um ambiente favorável aos negócios. Resta aos empresários brasileiros
unirem-se, arregaçarem suas mangas e tentarem reativar o ano que parece
perdido. Em 2015, voltamos nossas expectativas para a retomada do crescimento
econômico do Brasil, com ajustes feitos de maneira acertada pela nova equipe
econômica”.
Carreira
é outro item que não pode deixar de ser planejado em 2015. Entre as profissões
em alta estão: engenharia, logística, big data, tecnologia, ciências contábeis
e administração. Segundo Carlos Perobelli, CEO da 5A Company e
autor do livro ”Construindo os 5 Ases”, “a gestão de talentos é
considerada, por executivos do mundo todo, a estratégia de negócios mais
importante para uma corporação. Ainda assim, boa parte admite que a própria
empresa não tem uma estratégia para essa área implementada e acha que não detém
as pessoas certas para liderar”. Os resultados são de uma pesquisa global, que
incluiu o Brasil, feita pela consultoria de recrutamento para altos executivos
Korn/Ferry com a participação de mais de cem profissionais.
Para
Perobelli, os líderes precisam compreender que ao contratarem uma pessoa,
também contratam sua experiência profissional e, a tiracolo, os vícios
adquiridos em trabalhos anteriores. Por isso, é necessário remover o
"recipiente", de forma que esse novo colaborador possa desenvolver
raízes fortes que possibilitem a superação dos "ventos fortes", da
"seca" e dos demais fatores que podem comprometer seu sucesso na
empresa.
No
setor imobiliário, a compra da casa própria continua sendo o sonho de muitos
brasileiros. No entanto, após conquistar a nova moradia, muitas famílias veem seus planos ruírem, de uma hora para outra,
devido ao atraso na entrega do imóvel ou por inadimplência no financimento.
Problemas
financeiros, como desemprego e perda de renda, estão entre os principais
motivos que têm levado os compradores de imóveis a pedirem a rescisão do
contrato.
A
modalidade para financiar a casa própria, o comprometimento da renda e a
documentação são alguns dos trâmites que envolvem a aquisição do financiamento
imobiliário. Para evitar dissabores aos que pretendem adquirir crédito
habitacional, a AMSPA – Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências
acaba de lançar cartilha com 26 perguntas e respostas sobre o financiamento
imobiliário.
Para
Marco Aurélio Luz, presidente da entidade, na ânsia de realizar o sonho
da casa própria, em muitos casos, o futuro proprietário não se atenta
justamente nas perigosas letras miúdas inseridas no contrato ou, até mesmo, faz
com que aceite as imposições do contratante no fechamento do negócio. “Durante
o financiamento, o comprador pode enfrentar vários problemas, como desemprego,
por exemplo. Esperamos que a Cartilha do Mutuário ajude esses consumidores e
evitar que caiam em armadilhas”, recomenda.
A
corrupção, ativa ou passiva, no entanto, ainda é o maior dos entraves para que
a economia brasileira volte a crescer. Em seu discurso de posse, a presidente
Dilma disse que "a corrupção ofende e humilha os trabalhadores, os
empresários e os brasileiros honestos e de bem. Proponho um grande pacto
nacional contra a corrupção, que envolve todas as esferas de governo e todos os
núcleos de poder. Devemos lutar contra os predadores internos e inimigos
externos. A corrupção deve ser extirpada”, sentenciou.
De
acordo com o estudioso Antenor Batista, autor do livro “Corrupção: O
5° Poder – Repensando a ética”, combater a corrupção não é uma
tarefa fácil. Os riscos são muitos. “Mesmo assim, não devemos abandonar a luta.
Para esse mister, a união dos incorruptíveis é por demais importante, para que
formemos uma legião de pessoas afins, imbuídas de princípios éticos e elevado
conceito de cidadania. Para essa cruzada, sempre que soubermos da lisura dos
atos de um cidadão, devemos procurar nos unir a ele ou fazer com que ele se una
a nós, para que possamos, ainda que modestamente, contribuir em favor de uma
sociedade melhor”.
Já
a jornalista Clarice Pereira, especialista em Marketing, acredita que os
profissionais da área de comunicação podem coloborar e muito para a mudança dos
paradigmas em 2015. “Forças instintivas levam as pessoas a fazerem algo, e
quando suas necessidades básicas não são satisfeitas, levam ao impulso, como
por exemplo, o efeito manada (quando todos querem a mesma coisa ao mesmo
tempo). Em outras palavras, compreender o processo psicológico é
fundamental para entender como as pessoas tomam decisões, qual é a sua
expectativa de valor e como reagem a determinados sinais. Além da análise
racional e consciente, fatores como cheiros, cores, luzes, sons e emoções podem
ser capazes de maximizar valores determinantes, de acordo com a percepção de
cada um”. Fica a dica: que venha o touro, mas que venha em forma de bife!
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