A
forma imatura com que Dilma está lidando com sua incapacidade para cumprir a
meta fiscal de 2014 nos faz refletir sobre como as pessoas lidam com seus
fracassos diante de compromissos estabelecidos.
Ao
pensar sua carreira profissional, lembre-se de que será cobrado por meio de
objetivos sucessivos. O que você faz, quando não cumpre a meta estabelecida
pela empresa em que trabalha?
O
último mês do ano começa agora, e o tempo pressiona aqueles que não estão
conseguindo chegar aos números compromissados com a companhia. É um momento
difícil, de muita ansiedade, estresse, medo e angústia para conhecer os valores
finais do ano.
A
causa de todas essas dificuldades é que vemos as metas como inimigas a ser
batidas. Quando deveriam ser observadas como professoras rigorosas, mas que
desejam que aprendamos algo.
Portanto,
a solução está em comprometer-se com uma meta que esteja um pouco acima de seu
nível de conhecimento atual. Ela deve fazer-lhe pensar em suas habilidades e,
principalmente, no que precisará aprender para chegar até ela.
Em
muitos casos, o aprendizado inclui, além de adquirir novos conhecimentos,
amadurecer emocionalmente, aprimorar a capacidade de comunicação, gestão de
agenda, influenciar pessoas e resiliência para aguentar mais pressão.
Quase
nunca você consegue escolher qual meta alcançar, ela será uma imposição da
empresa. Por essa razão, você deve refletir sobre quais habilidades precisará
desenvolver, não apenas para o ano seguinte, mas para daqui a dois, cinco e, até
mesmo, dez anos. Não espere a companhia dizer-lhe isso, você terá de observar o
que acontece pelo mundo, como isso influencia o País, seu mercado, a empresa em
que atua e, consequentemente, sua carreira.
Como
mencionei, as metas são professoras rigorosas, mas são grandes amigas de sua
evolução. Quando não conseguir passar por elas, você deve saber dizer qual foi
o contexto no qual isso aconteceu, qual o papel de outras pessoas e,
principalmente, qual a sua responsabilidade no resultado.
A
pessoa madura saberá assumir seu fracasso, não tentará mudar os fatos, ou as
regras do jogo, e, acima de tudo, arcará com as consequências.
Lembro-me
de uma negociação, em 1992, no valor de R$ 4,8 milhões que perdi para um concorrente.
Foi minha primeira derrota amarga em vendas – eu vendia projetos computacionais
de alta complexidade. A falta daquela venda fez com que a empresa em que
trabalhava não cumprisse os números estabelecidos para o ano. O presidente
demitiu-se, e eu também. Fiquei noites sem dormir, pensando no que mais poderia
ter feito. Apesar de gostar muito da área de negócios, foram momentos difíceis.
Entretanto,
foi uma experiência fundamental para minha carreira de empreendedor. E, apesar
de ter tido outras derrotas, compreendo a natureza de aprendizado embutida em
cada meta estabelecida.
O
mesmo ocorre para todos. Ninguém gosta de descumprir uma meta. Alguns farão de
tudo para esconder o fracasso, outros tentarão mudar as regras, mas, os
profissionais verdadeiramente maduros procurarão responder: o que eu aprendi?
Assumirão sua responsabilidade, aceitarão as consequências e seguirão em
frente.
Nas
empresas e no País, precisamos, de ano a ano, de metas maiores e líderes
melhores, nunca de metas menores e piores líderes.
Vamos
em frente!
Sílvio Celestino - Autor do livro Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para sua Carreira, é sócio-fundador da
Alliance Coaching. No Twitter: @silviocelestino. Visite: www.alliancecoaching.com.br
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