A cada
37 segundos morre uma pessoa no mundo com tromboembolismo venoso
Pesquisa aponta que brasileiro desconhece os riscos
e meios de prevenção da embolia pulmonar e de doenças cardiovasculares que mais
vitimam pessoas no mundo
Você sabia que no mundo ocidental, estima-se 840 mil óbitos por
ano, ou seja, a cada 37 segundos, uma pessoa morre de tromboembolismo venoso
(TEV)? De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças
cardiovasculares são a principal causa prevenível de morte em todo o mundo,
levando a óbito mais de 17 milhões de pessoas por ano.
No Brasil, a realidade não é diferente. A Sociedade Brasileira de
Cardiologia contabiliza aproximadamente 300 mil óbitos anuais causados por
essas enfermidades em território nacional. Entre os problemas cardiovasculares
que mais matam estão o ataque cardíaco, o acidente vascular cerebral (AVC) e
tromboembolismo venoso (TEV).
Para celebrar o Dia Mundial da Conscientização sobre a
Trombose, comemorado pela primeira vez no dia 13 de outubro, a Bayer
e cinco sociedades médicas - Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC),
Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACB), Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Latino Americana de
Hemostasia e Trombose (CLATH), Associação Brasileira de Hematologia e
Hemoterapia (ABHH) - uniram-se a esta iniciativa da International Society on
Thrombosis and Haemostasis (ISTH) com o objetivo de aumentar o grau de
conhecimento da população sobre os riscos da trombose.
Mesmo com os
altos índices de mortalidade, grande parte da população desconhece a ameaça
oferecida por essas doenças. Segundo pesquisa inédita realizada pela Bayer em 20 países em cinco continentes, foi constatado que
apenas 4% dos brasileiros entrevistados consideram os
coágulos sanguíneos como a maior ameaça à vida. Para mais da metade da
população nacional (53%), os acidentes de trânsito, seguidos pela AIDS
(18%), são os fatores mais alarmantes. A falta de
conhecimento sobre o tema fica evidente quando 51% dos brasileiros afirmam não estarem cientes do risco fatal
de uma trombose não tratada.
"Acredito que um esforço
global combinado é capaz de gerar conscientização na população e, assim,
promover mudanças efetivas na redução do número de casos não diagnosticados e
na implantação de processos preventivos para melhorar a saúde dos pacientes de
trombose no mundo inteiro”, afirma Dr. João Carlos Guerra,
hematologista e vice-presidente do Grupo Cooperativo Latino Americano de
Hemostasia e Trombose (CLAHT). “A informação sobre os primeiros sintomas pode
reduzir os casos e a evolução da doença. Inchaços,
dores, calor e rigidez da panturrilha já denunciam um primeiro quadro da
enfermidade”, completa.
A data irá elevar a conscientização sobre todas as formas de
trombose, no entanto, o foco principal desse ano será o tromboembolismo venoso
(TEV) – a causa prevenível de óbito hospitalar mais comum. O TEV, que inclui
duas doenças – trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP) – mata
mais pessoas anualmente na União Europeia do que a AIDS, câncer de mama, câncer
de próstata e acidentes automobilísticos juntos, segundo dados do International
Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTH), idealizadora dessa campanha.
“Fatores como a
hereditariedade, obesidade, sedentarismo, idade e vida estressante colaboram
fortemente para aumentar os riscos de formação de um coágulo nas veias
profundas, principalmente das pernas. A obstrução de veias, causada pela
formação de um coágulo, é chamada de trombose venosa profunda (TVP). A
complicação mais grave da trombose venosa profunda é o tromboembolismo venoso
(TEV) e, ainda mais perigoso, é a embolia pulmonar, que ocorre quando o trombo
se desprende do vaso sanguíneo e se aloja no pulmão, bloqueando o fluxo
sanguíneo.. Muitas vezes, este problema é fatal”, alerta Dr. Pedro
Kolmos, angiologista e cirurgião vascular, presidente da Sociedade
Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). “O tratamento mais
comum é feito com os fármacos anticoagulantes, que detêm tanto a formação de
trombos nos vasos sanguíneos como o crescimento dos já existentes, mas não
podem dissolver os já formados”, esclarece o médico.
Quando o assunto é o tromboembolismo venoso, mais da metade dos
brasileiros (65%) já ouviu falar de Embolia
Pulmonar (EP), no entanto, apenas 17% conhece a Trombose Venosa Profunda
(TVP). Sobre os fatores de risco, 63% consideram o tabagismo a principal
causa, seguido de excesso de peso (55%) e sedentarismo (52%).
Anderson Varejão, atleta da
seleção brasileira de basquete e da NBA, principal liga de basquete
profissional dos EUA, foi um acometido por uma embolia pulmonar
diagnosticada dias após uma cirurgia na perna. “Foi um susto muito grande,
nem mesmo um atleta está livre de problemas de saúde, por isso, é preciso estar
atento. Fui alertado por médicos sobre a gravidade da doença, inclusive, do
risco de morte. Por sorte, o coágulo encontrado no meu pulmão foi descoberto
rapidamente, o que impossibilitou a evolução do quadro para um estágio mais
crítico”, revela o atleta. “A prevenção e acompanhamento médico
constante são fundamentais para o sucesso do tratamento. Por isso, iniciativas
como o Dia Mundial de Conscientização sobre a Trombose são tão importantes,
para que a população conheça mais sobre os riscos da trombose, muitas vezes
silenciosa e fatal, e possam fazer a prevenção de maneira adequada", conclui
Varejão.
Por que dia 13 de Outubro?
A data foi
escolhida para marcar o aniversário de Rudolf Virchow, médico alemão que, pela
primeira vez, criou o termo "trombose" e foi autor de muitos trabalhos
que promoveram a compreensão da doença.
Conheça o site Dia Mundial da
Trombose
Também foi
criado um site em português com informações sobre a doença www.diamundialdatrombose..com.br
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