Nova afronta
das operadoras de planos de saúde não pode ser tolerada
O mercado de
planos de saúde arranjou nova forma de onerar os cidadãos e o acompanhamento
sobre esta ação tem sido moroso demais. Qualquer brasileiro que quiser
contratar um auxílio saúde terá que se informar muito e procurar em demasia
para não ficar refém de uma artimanha cada vez mais comum no país: a única
opção pelos planos de saúde coletivos.
Os serviços
individuais entraram em extinção. Estão cada vez mais raros e minguados,
exterminados pelas próprias operadoras que buscam maior lucro. Sobra, então, a
opção pelos planos coletivos, que não possuem regras tão definidas pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No mês passado, o programa Fantástico, da
TV Globo, divulgou este problema.
O plano individual
é direcionado à contratação por uma pessoa ou para sua família e possui regras
rígidas determinadas pela ANS, como reajuste controlado do valor da mensalidade
e cancelamento do serviço somente quando o cliente deixar de pagar as tarifas
mensais. Para o plano coletivo, é necessário ser funcionário de uma empresa que
negocie o serviço a seus empregados ou ser membro de representação de
categorias profissionais ou de classes econômicas ou de associações. Mas
o que se pode comprovar é que os corretores de planos estão altamente treinados
para vincular quem nunca teve relação com empresas, sindicatos e associações a
qualquer representação.
O plano de saúde
coletivo também não tem os mesmos regulamentos do que o individual. O reajuste
da mensalidade fica a critério da operadora e o desligamento do contratante
pode ser feito a qualquer momento, ficando o cidadão à mercê, em grande parte,
quando mais precisa.
Relatos de
clientes dos planos de saúde coletivos demonstram que algumas empresas cobraram
reajustes abusivos nos últimos anos. Em muitos casos, superior a 25%, o quê,
para qualquer cidadão, é difícil de manter. Para as operados, um acréscimo
“necessário”.
Uma pessoa
interessada em contratar um plano de saúde dificilmente terá a preocupação de
perguntar se o serviço é individual ou coletivo. E, os que já tomaram
conhecimento dessa artimanha, procuram agulha no palheiro tentando encontrar um
serviço com regras definidas.
Esta situação tem
sido cada vez mais comum. De acordo com os dados apresentados, a
comercialização de planos de saúde coletivos saltaram de 69% para 80% nos
últimos 14 anos. Já os planos de saúde individuais caíram de 30% para 19%.
Na Câmara dos
Deputados, já solicitei audiência com as operadoras dos planos, com a Federação
Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que representa as empresas,
e a ANS para discutirmos o problema.
Já é de
conhecimento de todos que as operadoras de planos de saúde criam empecilhos na
aceitação de idosos, agora, impõe barreiras com o único objetivo de lucro e
desmedido desrespeito ao cidadão. O Congresso Nacional não pode permitir esta
afronta. E a Agência Nacional de Saúde precisa ampliar sua fiscalização e ser
mais enérgica em suas penalizações.
Vanderlei Macris -
deputado federal pelo PSDB-SP e 1º vice-líder do partido na Câmara dos
Deputados.
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