quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Agosto Dourado


O olhar da antroposofia para o Puerpério e Baby Blues

 

Especialista explica a diferença entre depressão e baby blues e dá dicas para ajudar as mulheres no pós-parto


 

O mês de agosto — Agosto Dourado — é dedicado à conscientização sobre a importância do aleitamento materno. Mais do que uma forma de alimentação essencial para a saúde e bem-estar do recém-nascido, a amamentação é peça fundamental para a criação do vínculo mamãe-bebê. No entanto, para que esse momento aconteça de maneira mais leve e natural é essencial que a mãe esteja emocionalmente bem.

 

Sabemos que a gestação é um período de grandes expectativas, muitas vezes frustradas diante da vida real. Ao deixar a maternidade, as mulheres se deparam com novas responsabilidades, ansiedade e medo de errar, privação do sono e uma verdadeira ciranda hormonal.

 

Esse turbilhão de mudanças é maior nas primeiras semanas depois do parto — é o puerpério, fase em que o organismo da mulher está se restaurando. “Os livros estimam de seis a oito semanas para a recuperação do organismo da mulher, mas sabemos que pode levar muito mais. E precisamos incluir aí a recuperação emocional dessa mãe, que vive uma gangorra de transformações hormonais nessa fase”, afirma Catia Chuba, ginecologista obstetra e parceira da Weleda, referência em medicamentos antroposóficos e cosméticos naturais.

 

Segundo a médica, entre 20% e 25% das mulheres sofrem de depressão pós-parto e cerca de 80% delas enfrentam sintomas do chamado baby blues. “O baby blues é um conjunto de sentimentos que praticamente toda mulher que tem um filho vai conhecer. Ansiedade, sensibilidade à flor da pele, irritabilidade, vontade de chorar, cansaço, falta de energia e preocupação excessiva estão entre os sintomas, que surgem no terceiro ou quarto dia pós parto e, num primeiro momento, podem ser confundidos com a depressão”, diz Cátia.

 

A médica explica que, pelo olhar da antroposofia, no pós-parto a mulher vive um tipo de luto. “A mãe se deu conta de que não tem mais a autonomia de antes e que o seu tempo agora é dividido com outra pessoa. E percebe que a filha deixa de ser apenas filha para se tornar mãe e assumir um novo papel, o que pode gerar angústia e tristeza.”

 

A antroposofia é um método científico-espiritual criado pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner no início do século 20, com a proposta de ampliar o conhecimento sobre o ser humano e aplicar essa sabedoria de forma prática em todas as áreas da vida.

 

Quando nasce uma criança, todas as atenções se voltam para o bebê. Mas quem cuida dessa mãe? Pelo olhar antroposófico, ambos merecem atenção nesse momento, pois a mãe muitas vezes se sente perdida e desamparada.

 

Segundo Catia, três sinais diferenciam o baby blues da depressão pós-parto: a persistência e intensidade dos sintomas e a forma como isso afeta a relação da mãe com ela mesma e com o bebê. “A depressão envolve todos os sintomas do baby blues e ainda traz uma tristeza profunda e inexplicável, o desinteresse pelas atividades cotidianas e pelo próprio bebê, a sensação de incapacidade de lidar com as situações e até raiva, o que pode desencadear pensamentos suicidas.”

 

No caso do baby blues, os sintomas vão se aliviando e passam por volta de seis a oito semanas depois do parto. “A depressão tem uma duração muito maior. Ela costuma começar na segunda ou terceira semana após o parto e pode se prolongar por até dois anos, com necessidade de tratamento específico e medicamentos”, diz Cátia.


 

Antroposofia & maternidade


A médica explica que, do ponto de vista da antroposofia, o momento do nascimento é considerado um portal da passagem do bebê do plano espiritual para o plano físico. Nesse aspecto, o puerpério pode ser visto como um ritual de iniciação, de passagem, onde a mulher vai se redescobrir, se relacionar com esse novo ser, aprender a ver o mundo com outros olhos e transformar a maneira como pensa, sente e age.

 

Para vivenciar tudo isso a mulher precisa de tempo. “É muito importante que a mãe se permita viver essa fase pós-parto, experimentar um certo recolhimento, onde ela se sinta confortável, para que entre em contato com esses pensamentos, sentimentos e novas sensações”, afirma.

 

A importância de construir uma rede de apoio

Para construir a estrutura emocional necessária para enfrentar tantas mudanças na rotina é muito importante que a mulher aceite que vai precisar de ajuda e construa uma rede de apoio. Pode ser o companheiro ou companheira, a mãe, a irmã, amigas, uma funcionária de confiança.

 

“Essa rede de apoio deve ser formada por pessoas que entendam e respeitem esse momento. São elas que vão dar suporte às demandas do dia a dia — desde ajudar a cuidar da casa e fazer comida até ficar com o bebê para que a mãe possa comer usando as duas mãos”, diz a especialista.

 

E completa: “Sabemos que a realidade de muitas mulheres não permite tirar quatro ou cinco meses de licença maternidade. Isso faz com que o período pós-parto seja ainda mais desafiador, considerando que não haverá tempo necessário para absorver todas as emoções e sentimentos”.

 

Entre as sugestões da médica para ajudar as mães a enfrentar essa fase de uma maneira mais leve estão incluir o Chá da Mamãe da Weleda na rotina. O chá traz uma combinação de ervas que ajudam a relaxar e estimulam a produção de leite. “A amamentação pode gerar ansiedade, então, é interessante oferecer uma opção natural que traga relaxamento. O Chá da Mamãe conta com cinco ervas que auxiliam nessa pausa e ainda reforçam a hidratação necessária”, explica.

 

Como opção natural para aliviar a ansiedade, o esgotamento, a angústia e regular o humor, a médica recomenda o uso de Bryophyllum da Weleda, um medicamento de origem 100% natural.

 

Outra dica é dividir seus sentimentos com o(a) companheiro(a), para que a pessoa entenda o que está acontecendo e possa ajudar. “É importante se permitir ser cuidada e reconhecer seus sentimentos. Sensações como medo, angústia e raiva são mecanismos de defesa. A hora é de se acolher e olhar para si mesma com amor”, conclui.


 

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