sábado, 29 de junho de 2019

Malhar em jejum realmente ajuda a emagrecer? Entenda como.


Especialista explica os benefícios dessa prática, que pode queimar até 20% a mais de gordura


Malhar em jejum é bom ou não? Interfere mesmo na perda de peso? Essa prática tem se tornado cada vez mais comum, em especial, por pessoas que apostam no jejum intermitente. Além disso, tem despertado o interesse e a curiosidade de muita gente. 

Um estudo publicado pela Universidade de Cambridge, em 2015, comparou os efeitos da prática de atividades físicas em jejum noturno ou após o café da manhã. A pesquisa mostrou que a hora mais eficiente para se reduzir a gordura corporal é pela manhã, em especial, pelos índices glicêmicos mais baixos. Os resultados relataram, também, que a taxa de oxidação de gordura é alta durante o exercício matinal, após jejum noturno, quando comparado com o exercício realizado após alguma refeição. 

Por que isso acontece? A especialista em clínica médica e em nutrição funcional, Sarina Occhipinti, explica que a prática de atividades físicas em jejum faz com que seja liberada uma maior quantidade de hormônio do crescimento. Por isso, aumenta o transporte de ácidos graxos dos adipócitos (células que armazenam gordura), criando uma fonte de energia alternativa à ausência de carboidratos.

Como o tema ainda gera muitas dúvidas, separamos as mais comuns para que a especialista possa responder:


- É verdade que treinar em jejum é mais eficiente para queimar gordura?

Pesquisas apontam que exercícios aeróbicos feitos em jejum podem queimar até 20% a mais de gordura. Quando não nos alimentamos, ficamos com menos reserva de glicogênio e a gordura passa a ser queimada durante os exercícios. 


- Isso vale para qualquer atividade física?

Em geral, jejum é mais recomendado para exercícios aeróbicos como corrida, ciclismo, natação ou caminhada, pois são as atividades que mais vão demandar as reservas de gordura como substrato energético. É importante ressaltar, porém, que é preciso ter certo cuidado e realizar acompanhamento com um especialista. No início, recomenda-se praticar exercícios de menor intensidade, como corrida. Após uma adaptação do organismo, modalidades mais intensas, como futebol, crossfit ou musculação, podem ser liberadas. 


- A performance é afetada?

Pode ser, em especial para atividades mais intensas. Contudo, quem adquire o hábito do jejum pode passar por adaptações fisiológicas para utilizar a gordura como substrato de energia. Com o tempo, o desempenho pode inclusive tornar-se melhor. Mas uma atenção deve ser dada a exercícios de longa duração, pois nesses casos pode ser necessária uma suplementação. Fique atento também para atividades atléticas ou profissionais: precisam de um cuidado individual e especializado. 


- Posso manter essa prática sempre ou devo criar intervalos?

Não há nada que comprove a necessidade de interromper o uso do jejum. Desde que você se sinta bem ao praticar exercícios, pode seguir com esse hábito. Mas, reitero a importância de contar com um acompanhamento profissional capacitado!


- Todo mundo pode praticar atividades físicas em jejum?

 Algumas patologias ou mesmo o sedentarismo exigem uma avaliação individual, antes de iniciar os treinos em jejum. Ela é indicada tanto para indivíduos que buscam hipertrofia quanto por quem deseja perder gordura. Fique atento ao plano alimentar: se ele for mal calculado, pode ocorrer perda de massa magra. Por outro lado, pessoas com taxas de gordura corporal muito baixas, não devem fazer jejum antes das atividades.





Sarina Occhipinti - especialista em Clínica Médica e em Nutrição Funcional, do Instituto Sari. Atua há mais de 20 anos em ambulatório de obesidade e regulação hormonal, sendo também pós-graduada em Homeopatia e em Manutenção da Homeostase Endócrina e Prevenção de Doenças Relacionadas à Idade. Sarina é certificada em Bioquímica do Metabolismo aplicado à Obesidade e Doenças Crônicas e Degenerativas e em Endocrinologia Avançada pela A4M (Universidade de Washington). É também membro da American Anti-AgingAcademy, da Associação Brasileira de Ozonioterapia e da Associação de Médica de Prática Ortomolecular.


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