Muito tem se falado sobre inovação. Mas, como
realmente colocá-la em prática? Antes de mais nada, precisamos entender o que é
inovação e quais são suas vertentes. O tema anda tão em evidência que já existe
até uma norma ISO de inovação, a 56.002. E, segundo ela, inovação é o ato de
mudar ou alterar as coisas, introduzindo novidades que gerem diferencial em um
produto, processo ou mesmo em uma empresa. Na gestão, a inovação tem o objetivo
de melhorar a companhia. São práticas que buscam cultivar ideias para gerar
resultados, com base na solução de problemas, viabilidade econômica e sustentável
e lucro financeiro para a empresa. Basicamente, existem dois tipos de inovação:
Incremental: ela representa pequenas
melhorias em algo que já existe. Por exemplo, a Google está sempre melhorando
seus algoritmos, trabalhando em cima de algo que já existe, sem mudar nada
drasticamente. É essa a ideia, mudar partes para melhorar o todo, crescendo aos
poucos. Por vezes, vemos uma grande mudança em decorrência de várias pequenas
alterações, mas isso não é uma regra. Esse tipo de inovação é focada no
aprimoramento e demanda muito mais atenção ao cotidiano.
Disruptiva: essa é a inovação que ficou
famosa e vem ganhando manchetes na mídia. Trata-se de uma quebra de paradigmas,
uma coisa completamente nova, que muda drasticamente o que existia antes. Um
bom exemplo são os aplicativos de táxi, que simplesmente acabaram com o velho
hábito de estender a mão para chamar um motorista. Obviamente, uma inovação
disruptiva pode surgir de uma série de inovações incrementais, mas ela também
pode surgir do zero. Todos parecem se encantar com esse tipo de inovação, mas
ela demanda uma cultura muito mais criativa e mentes mais aguçadas.
A partir desses tipos de inovação, temos dois
métodos que se desdobram deles:
Inovação fechada: o trabalho
se foca em quem já está na empresa, os funcionários. A Apple costuma trabalhar
muito assim, pois eles têm um departamento focado em inovar desde muito
tempo. Por vezes, outros departamentos nem sabem o que se está sendo
feito, devido ao alto sigilo. Eles buscam inventar algo que pertença
exclusivamente à empresa.
Inovação aberta: nesse
formato, a empresa busca ajuda de quem é de fora, como clientes, consultorias,
entidades de classe, etc. Estes trazem inputs para ajudar no desenvolvimento de
inovações. As informações são compartilhadas e produzidas em conjunto.
Os métodos podem servir a ambos os tipos de
inovação. A técnica aberta lembra muito o modo de produção da China, que
culturalmente não se incomoda com cópias de seus produtos. Eles buscam a
competição através da melhoria constante. Para eles, copiar é uma honra, uma
homenagem, que reconhece a qualidade do que foi copiado, bem diferente do
mindset ocidental que enxerga isso como um plágio e não como uma “homenagem”.
Já o método fechado, lembra mais o estilo ocidental, onde o registro de
patentes que garantam o monopólio daquele mercado parece a fonte mais segura de
dar continuidade à empresa.
Não há jeito melhor ou pior. Há aquele que mais se
adapta à sua empresa. Essas metodologias servem como guias para escolher uma
maneira de enxergar a gestão. Ambos trazem resultados. Basta entender o que
você precisa e como quer progredir daqui para frente. Não há antagonismo, e sim
progresso paralelo. Em inovação, o único erro é ficar de braços cruzados.
Alexandre Pierro - fundador da Palas, consultoria em gestão da
qualidade e inovação, engenheiro mecânico pelo Instituto Mauá de Tecnologia e
bacharel em física nuclear aplicada pela USP. Passou por empresas nacionais e
multinacionais, sendo responsável por áreas de improvement, projetos e de
gestão. É certificado na metodologia Six Sigma/ Black Belt, especialista e
auditor líder em sistemas de gestão de normas ISO. É membro de grupos de
estudos da ABNT, incluindo riscos, qualidade, ambiental e inovação. Atualmente,
cursa MBA em inovação.
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