quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Você sabia que o sal pode ser medicinal? Conheça a haloterapia



Este método é aplicado em salas revestidas por sal nas paredes, no teto e no chão. É indicado para alergias, desconfortos respiratórios, alguns problemas de pele, ansiedade e estresse.

Conhecido como ingrediente indispensável no dia a dia da gastronomia brasileira, o sal está ganhando espaço e popularidade também como terapia complementar para doenças respiratórias como resfriado, sinusite, rinite, gripe, bronquite, asma, tosse, dentre outras. Além disso, esse método é indicado para combater alergias, alguns problemas de pele e questões de saúde mental. A Haloterapia, popularmente chamada de Terapia do Sal, é aplicada pela Halosal, empresa localizada na região central de São Paulo, no bairro da Consolação, e acontece em salas especialmente preparadas para o procedimento.
Essa terapia pode ser encarada como um método inovador e é realizada em um espaço acolhedor, indicado inclusive para crianças. “É um tratamento complementar e natural, feito dentro de uma sala totalmente coberta de sal ionizado para reproduzir o ambiente de cura, como se fosse uma caverna de sal. Esse espaço é seco, estéril e hermético, onde há cadeiras relaxantes e brinquedos para as crianças se divertirem enquanto se ouve música suave em um ambiente tranquilo. A pessoa tem também a oportunidade de fazer uma meditação silenciosa ou ler um livro. Cada sessão dura 45 minutos”, explica Ana Maria Nader, proprietária da Halosal.
A sala é toda revestida com sal, desde paredes, teto e até o chão, em um ambiente que não tem janelas, com temperatura e umidade controladas. No decorrer da sessão, pequenas partículas são lançadas de um objeto chamado Halogerador, formando uma névoa branca bastante fina, onde se respira um ar salgado. “A sala de sal da Halosal tem 11m² de área. Dentro dela, temos um espaço com brinquedos para crianças, além de oito cadeiras. No local, nossos clientes podem escutar uma música relaxante durante a sessão e desfrutar de imagens confortantes na TV, com muita natureza e tranquilidade”, relata Nader.
A haloterapia é benéfica para a maioria das pessoas, porém, existem algumas contraindicações pontuais. “O tratamento é indicado para quem tem alergias; desconfortos respiratórios como, por exemplo, asma, rinite, sinusite e bronquite; alguns problemas de pele; e questões de saúde mental, como estresse e ansiedade. É adequado para qualquer pessoa a partir dos seis meses de idade. Esse método é reconhecido há séculos como uma abordagem única para aliviar esses sintomas. No entanto, ele não é recomendado para pessoas em fase aguda das doenças (febre, conjuntivite, gripe e asma), com o sistema imunológico debilitado por estarem fazendo quimioterapia e hipertensos descompensados (que não estão sob cuidados médicos e sem controle de seu quadro clínico). Os hipertensos, sob cuidados médicos, podem fazer as sessões normalmente”, afirma a proprietária.
A aplicação desta terapia apresenta dois princípios básicos, que são o sal e os íons negativos. “O sal é um agente terapêutico que mata os vírus, fungos, bactérias e leveduras e tem um grau de pureza entre 97% a 99%, sem iodo. Ele é mucolítico, ou seja, promove a remoção do muco ou catarro acumulado nas vias aéreas liberando as mesmas e age promovendo a profilaxia do sistema respiratório. É um anti-inflamatório que diminui o edema ou inchaço das mucosas nasais aumentando o conforto respiratório, provocando uma sensação de alívio imediato. Já os Íons Negativos, ou Ânions, são também chamados de “vitaminas do ar” e produzidos na natureza por fenômenos naturais tais como cachoeiras, ondas, raios, regiões montanhosas, ventos e etc. Na sala de sal, os íons negativos são produzidos naturalmente pela quebra da partícula salina no Halogerador e numa sessão de 45 minutos esses íons aumentam numa razão de 800 vezes. Os íons negativos também provocam um profundo relaxamento, diminuem a depressão e melhoram o humor”, garante Nader.
A Haloterapia possui dados científicos que garantem sua eficiência. Uma pesquisa da Universidade de Medicina de São Petersburgo, na Rússia, reuniu 124 pessoas que tinham doenças respiratórias e os resultados descrevem evoluções clínicas nos indivíduos que utilizaram este tratamento. Já na Finlândia, no Hospital Central de South Karelia, concluiu-se que é benéfico o uso desse método como terapia complementar aos medicamentos convencionais diante de pacientes com asma. Por fim, na Universidade Jagiellonian, na Polônia, um levantamento foi realizado com 303 pessoas e a amostra afirma que, além de melhorias respiratórias, o tratamento contribui para o relaxamento. Outra análise da mesma faculdade confirmou que sintomas de rinite, como nariz escorrendo ou entupido, e espirros diminuíram depois de 24 dias de sessões.
Essa terapia surgiu quando o médico polonês Feliks Boczkowski, em 1839, notou que a permanência em cavernas de sal melhorava a saúde respiratória. Ele observou que a poeira de sal inalada pelos trabalhadores das salinas subterrâneas era benéfica, pois os homens tinham menos problemas respiratórios que o restante da população. Foi inspirado nisso que deu início a tratamentos na Mina de Sal, em Wieliczka, local que se tornou ponto turístico no país. Na década de 90, alguns cientistas tentaram replicar essas condições acima do solo e, posteriormente, foram abertos muitos sanatórios para asmáticos em cavernas de sal naturais, na Alemanha, Suíça, Hungria, Bulgária e Iugoslávia.
No Brasil, a haloterapia ainda é desconhecida, diferente de outras partes do mundo. Nos Estados Unidos, foi avaliada pelo FDA (Food and Drug Administration), que concluiu que não se trata de atividade médica, portanto, seu uso é liberado respeitando as boas práticas das terapias complementares. Já na Europa, esse método de tratamento é visto e liberado como terapia complementar, sendo que na Rússia e em alguns países do leste europeu, ele acompanha algumas diretrizes médicas. A recomendação é que os pacientes não devem parar de tomar os medicamentos tradicionais enquanto se tratam com a Haloterapia.



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