terça-feira, 28 de novembro de 2017

Seconci-SP dá orientações no Dia Mundial de Combate à AIDS



Enfermidade atingiu 48 mil brasileiros em 2016, segundo dados da ONU


O dia 1º de dezembro foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Dia Mundial da Luta Contra a AIDS (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida). A data tem como objetivo levar informação sobre a doença e diminuir o preconceito. E o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) aproveita este período para esclarecer as principais dúvidas sobre a enfermidade, que em 2016 atingiu 48 mil brasileiros, de acordo com a UNAids, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU).

O clínico geral do Seconci-SP, dr. José Alfredo Penteado, explica que a AIDS é causada pelo vírus Imunodeficiência Humana (HIV), que ataca o sistema imunológico responsável por defender o organismo de doenças. “Após se instalar no sangue, o vírus se multiplica atacando principalmente as células linfócitos CD4. A partir desse processo, surgem os primeiros sintomas como febre ou gripe, e com o tempo o aparecimento de doenças oportunistas mais graves resultantes da queda da imunidade ou defesa do organismo”.

O especialista salienta ainda que o vírus pode passar por um período de incubação no organismo. Por isso, o fato de o indivíduo ter HIV não significa que ele possui AIDS, logo há soropositivos que não desenvolvem a doença ou demoram anos para apresentar os sintomas, porém podem transmitir. Portanto, é sempre importante realizar o teste com periodicidade e se proteger em todas as situações.

O contágio pode ocorrer através de relação sexual vaginal, oral e anal sem uso do preservativo; materiais não esterilizados que estejam contaminados, e transmissão vertical, quando a mãe passa a doença para o filho durante a gestação e amamentação. É obrigatório por lei que toda gestante faça o teste de HIV logo nas primeiras consultas do pré-natal, e se negativo, repete-se o exame no terceiro trimestre de gestação. Em caso positivo, são realizados exames de carga viral para acompanhar a evolução da paciente, que ao medicar-se corretamente, pode gerar um bebê saudável.

O diagnóstico pode ser feito por meio de exames laboratoriais (teste fluido oral e sanguíneo) de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) e Centro de Referência e Treinamento DST AIDS (CRT). “O exame deve ser feito após 30 dias da situação de exposição ao vírus, a chamada janela imunológica. Em alguns casos, o período pode alterar dependendo da reação do organismo, sendo necessário repetir o exame no intervalo de 3 a 9 meses”, enfatiza o médico.

Penteado ressalta também que o Seconci-SP dispõe de estrutura laboratorial completa para a realização dos exames necessários para a detecção da enfermidade e equipe de orientação. Por esta razão, é muito importante que o trabalhador procure atendimento caso tenha alguma suspeita. 

O tratamento da AIDS é feito através de 22 medicamentos antirretrovirais que são divididos em 38 apresentações, fornecidos gratuitamente pelo SUS. Estes medicamentos combatem o vírus e fortalecem o sistema imune, pois sua cura ainda não foi descoberta. “A dosagem da medicamentação é escolhida de acordo com o grau da síndrome, contribuindo para aumentar o tempo de vida do paciente e diminuir o risco de desenvolver outras doenças, como por exemplo, tuberculose, pneumonia e câncer”, orienta. 


Informações importantes

O Ministério da Saúde oferece atendimento gratuito após a exposição ao HIV através da Profilaxia Pós-Exposição, ou simplesmente PEP, responsável por utilizar medidas de prevenção contra a multiplicação do vírus. O procedimento é indicado para pessoas que podem ter sido expostas ao vírus em situações como: violência sexual, relação desprotegida (sem o uso do preservativo ou ruptura) e acidente ocupacional (contato direto com objetos perfurocortantes ou com material biológico contaminados).

A PEP consiste na ingestão de uma pílula em uma dose diária única até 72 horas após o contato, mas dependendo da avaliação do médico, poder ser orientada dosagem diária no período de 28 dias. “O atendimento é garantido pela Constituição Federal, pela Lei 8080/90 (Lei Orgânica do SUS) e pela Lei 9313/96, que determina a gratuidade da oferta universal de Terapia Antirretroviral (TARV) para aqueles que preencham os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Seguir as orientações médicas é essencial para que o tratamento não apresente falhas. Dessa forma, a probabilidade de reprodução do vírus é mínima” comenta.

Outra estratégia de prevenção que envolve o uso de medicamento antirretroviral, é Profilaxia Pré-exposição (PrEP). O recurso, que obteve seu registro aprovado pela Anvisa em maio deste ano, diminui de maneira significativa as chances de contrair o HIV em caso de uma exposição e deve ser usado em conjunto com a camisinha. A PrEP será oferecida apenas para pessoas mais vulneráveis ao contágio; poderão ser homens que fazem sexo com homens, gays, população trans, profissionais do sexo e casais sorodiferentes (quando um já tem o vírus e o outro não). O comprimido único deve ser ingerido diariamente e não incentiva relações sem preservativo, apenas poderá será uma alternativa para grupos de riscos que estão vulneráveis ao contato com o vírus.




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