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sexta-feira, 24 de março de 2023

Adolescentes que usam celular ou tablet por mais de três horas ao dia sofrem mais com dor na coluna

 

Conclusão é de estudo longitudinal conduzido em Bauru, no interior paulista, com jovens entre 14 e 18 anos; problema afeta mais as meninas e está associado à inatividade física e baixo rendimento acadêmico (foto: Freepik) 

 

Com a popularização de dispositivos como celulares e tablets e a multiplicação de canais de vídeos, jogos e aplicativos educacionais, crianças e adolescentes têm passado cada vez mais tempo em frente de telas. E, nesses momentos, é comum adotarem posturas inadequadas, que podem causar, entre outros problemas, dores na coluna vertebral.

Estudo financiado pela FAPESP e publicado na revista científica Healthcare identificou diversos fatores de risco para a saúde da coluna, como o uso de telas por mais de três horas ao dia, a pouca distância entre o equipamento eletrônico e os olhos, a utilização na posição deitada de prono (de barriga para baixo) e também na posição sentada. O foco do estudo foi a chamada dor no meio das costas (thoracic back pain, ou TSP). Foram avaliados 1.628 estudantes de ambos os sexos entre 14 e 18 anos de idade, matriculados no primeiro e no segundo ano do ensino médio, período diurno, na área urbana do município de Bauru (SP), que responderam a um questionário entre março e junho de 2017. Destes, 1.393 foram reavaliados em 2018. A pesquisa constatou que, de todos os participantes, a prevalência de um ano foi de 38,4%, o que significa que os adolescentes relataram TSP tanto em 2017 quanto em 2018. A incidência em um ano foi de 10,1%; ou seja, não notificaram TSP em 2017, mas foram encaminhados como casos novos de TSP em 2018. As dores na coluna ocorrem mais nas meninas do que nos meninos.


Fatores de risco

TSP é comum em diferentes grupos etários na população mundial. Estima-se que afete de 15% a 35% dos adultos e de 13% a 35% de crianças e adolescentes. A pandemia de COVID-19 e a consequente explosão no uso de eletrônicos seguramente agravaram a incidência do problema. Fatores de risco físicos, fisiológicos, psicológicos e comportamentais ou uma combinação destes estão associados à TSP, de acordo com várias investigações. Há também fortes evidências dos efeitos da atividade física, comportamento sedentário e saúde mental na saúde da coluna vertebral. Todos esses fatores foram considerados críticos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua mais recente revisão global de evidências e diretrizes.

“Esse trabalho pode ser utilizado para implementar programas de educação em saúde nos diversos níveis escolares, visando capacitar estudantes, professores, funcionários e pais”, diz Alberto de Vitta, doutor em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com pós-doutorado em saúde pública pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e um dos autores do artigo. “Isso vai ao encontro de alguns objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais [PCN], segundo os quais a escola deve assumir a responsabilidade pela educação para a saúde, identificando fatores de risco à saúde pessoal e coletiva no meio em que vivem, intervindo de forma individual ou coletiva sobre os fatores desfavoráveis à saúde e promovendo a adoção de hábitos de autocuidado com respeito às possibilidades e limites do corpo”, complementa Vitta, que atualmente leciona e pesquisa no Departamento de Fisioterapia da Faculdade Eduvale de Avaré (SP) e no programa de pós-graduação em Educação, Conhecimento e Sociedade da Universidade do Vale do Sapucaí (Pouso Alegre, MG).

Informações sobre fatores de risco para TSP em estudantes do ensino médio são relevantes porque crianças e adolescentes com dor nas costas são mais inativos, apresentam baixo rendimento acadêmico e apresentam mais problemas psicossociais, aponta o artigo. Além disso, poucos estudos foram realizados em TSP em comparação com a dor lombar e cervical. Uma revisão sistemática de TSP identificou apenas dois estudos prospectivos sobre fatores prognósticos.

Além de Vitta, assinam o artigo Matias Noll, Instituto Federal Goiano e da Faculdade de Educação Física e Dança da Universidade Federal de Goiás, Manuel Monfort-Pañego e Vicente Miñana-Signes, da Universidade de Valência (Espanha), e Nicoly Machado Maciel, da Universidade de São Paulo.

O artigo Thoracic Spine Pain in High School Adolescents: A One-Year Longitudinal Study pode ser acessado em: www.mdpi.com/2227-9032/11/2/196.

 

Ricardo Muniz
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/adolescentes-que-usam-celular-ou-tablet-por-mais-de-tres-horas-ao-dia-sofrem-mais-com-dor-na-coluna/40960/


Purple Day: data reforça combate aos mitos e preconceitos sobre a epilepsia

No mês que marca o Dia Mundial da Conscientização sobre a Epilepsia, que será comemorado neste domingo (26), especialista esclarece dúvidas sobre doença que atinge 50 milhões de pessoas em todo o mundo


 Divulgação
Neste domingo (26/03), comemora-se o Purple Day, que tem como objetivo esclarecer as pessoas e combater os mitos a respeito da epilepsia

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia, doença que causa uma alteração temporária e reversível no funcionamento cerebral. No Brasil, são pelo menos três milhões de pessoas que sofrem com este problema. O mês de março é dedicado para esclarecer e combater os preconceitos em relação à epilepsia. Neste domingo, dia 26, é comemorado o Purple Day, data que marca o Dia Mundial da Conscientização sobre a Epilepsia.

Cercada de muitos estigmas e mitos, a epilepsia é ocasionada quando existe um desequilíbrio na produção e transmissão de sinais elétricos das células dos neurônios. Quando isso acontece de forma recorrente em uma pessoa em pelo menos dois dias diferentes, trata-se de uma crise epiléptica de origem cerebral. “Estas crises podem ser ocasionadas através de desmaios, sobrecarga emocional ou enxaqueca forte. Ela afeta o sistema nervoso central, mas tem cura se for diagnosticada precocemente”, explica o neuropediatra Jaime Lin, convidado pela Prati-Donaduzzi para falar sobre o Purple Day.

Segundo o especialista, a doença, que atinge desde o período neonatal até os idosos e pode acontecer em qualquer período da vida, podendo ser controlada. “Com os avanços da ciência, os neurologistas já conseguem saber para qual tipo de epilepsia cada medicamento responde melhor. Atualmente, com tratamento adequado e acompanhamento regular, uma pessoa pode ter vida normal”, afirmou o Dr. Lin.


Como agir em uma crise?

Muitas pessoas encaram a epilepsia como algo assustador e não sabem como agir diante de uma pessoa em crise, cometendo às vezes erros que podem mais prejudicar do que ajudar. “Alguns tentam segurar a pessoa ou mesmo impedir seus movimentos. Outros introduzem objetos na boca, tentando puxar a língua da pessoa. Há quem dê tapas ou jogue água no rosto dos pacientes em crise. Estas atitudes não devem ser executadas de forma alguma”, orienta o neuropediatra.

O fundamental nestas situações, segundo o especialista convidado pela Prati-Donaduzzi, é manter a calma.

“É preciso tranquilizar quem esteja ao redor e tentar evitar que a pessoa em crise caia bruscamente no chão. Posicione a pessoa deitada, em um local confortável, com a cabeça voltada para o lado, para que ela não se engasgue com a própria saliva. Retire objetos próximos que possam machucá-la, afrouxe suas roupas se necessário e fique ao lado desta pessoa até que ela recupere a consciência. Se a crise convulsiva durar mais do que cinco minutos e não houver melhora, procure ajuda médica”, aconselha o médico Jaime Lin.

Ao longo do mês de março, a Prati-Donaduzzi, empresa que é referência na produção de medicamentos no Brasil, tem divulgado conteúdos em suas redes sociais para esclarecer as principais dúvidas sobre epilepsia, formas de tratamento, mitos e verdades e como ajudar as pessoas em momentos de crises epilépticas.

 

Dia Mundial da Tuberculose: redes de tratamento precisam de mais investimentos


foto: reprodução
A sexta-feira, dia 24 de março, será marcada pelo Dia Mundial de Combate à Tuberculose, que tem como objetivo conscientizar o público sobre a epidemia global de tuberculose e os esforços para eliminar a doença. Em 2018, 10 milhões de pessoas adoeceram com TB e 1,5 milhão morreram da doença, principalmente em países de baixa e média renda.


No ano passado, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pediu mais investimentos, ajuda, atenção e informação urgentes para combater a doença naquele que era um momento em que a pandemia de Covid-19 reverteu o progresso feito contra uma das enfermidades infecciosas mais mortais do mundo.

Passado mais um tempo desde então, o médico Vital Fernandes Araújo corrobora o argumento defendendo um maior investimento nas políticas de combate e prevenção à tuberculose.

“É nítido que todas as áreas da saúde pública necessitam de mais investimentos. Mas os números da Tuberculose inspiram maior atenção, sobretudo pelo número de mortes a todo ano”, aponta.

Dr. Vital lembra que todos os dias, mais de 70 pessoas morrem e 800 adoecem de tuberculose nas Américas. “Embora os esforços para combater a doença tenha salvado mais de 1,2 milhão de vidas no continente desde 2000, estima-se que as mortes anuais tenham aumentado em 3 mil no ano de 2020 devido à interrupção de serviços essenciais”, mencionou.

Ainda de acordo com Vital, cerca de 18,3 mil crianças e adolescentes menores de 15 anos vivem com tuberculose nas Américas e mais da metade não tem acesso a serviços de diagnóstico e tratamento. “A própria Covid-19 também teve um impacto desproporcional em crianças e adolescentes com TB, levando ao aumento da transmissão em suas casas, redução da vigilância ativa, menos visitas a uma unidade de saúde e seguimento limitado do tratamento”, emendou.

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou diretrizes atualizadas para o tratamento da tuberculose em crianças e adolescentes. Essas incluem recomendações para expandir testes diagnósticos e tratamento, medicamentos para tratar TB farmacorresistente em crianças e novos modelos de atenção descentralizada e integrada para melhorar o acesso a cuidados preventivos e tratamento mais próximo de casa”, emendou.



Dr. Vital Fernandes Araújo - Médico e se formou pela Universidade Federal da Bahia. Ele é pós-graduado em Medicina Ortomolecular e pós-graduado em Psiquiatria. O médico hoje atua como mentor de médicos e grandes empresários através da sua metodologia que denominou de Integração Neuro Emocional.


 

 

Abril Azul: mês de conscientização sobre o autismo

Fato ou fake? Especialista do PROADI-SUS esclarece mitos e verdades sobre o Transtorno do Espectro Autista


A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que haja 70 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no mundo, sendo cerca de 2 milhões só no Brasil. Oitenta anos depois do primeiro caso diagnosticado na história, a falta de informação ainda é a principal barreira para a inclusão desses indivíduos na sociedade. Como abril é o mês da conscientização mundial sobre o autismo, confira o que é fato ou fake sobre o TEA segundo o Dr. Thiago Rocha, Psiquiatra da Infância e Adolescência, coordenador do Centro Especializado em Neurodesenvolvimento Infantil (CENI) do Hospital Moinhos de Vento, e responsável técnico de projeto no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).


Autismo é uma doença. 

Fake!

Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento e não uma doença, ao contrário do que muitas pessoas imaginam. O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Sem uma definição do diagnóstico, e consequentemente sem a ajuda e o tratamento necessários para viver melhor com a condição, pessoas dentro do espectro passam anos, e até décadas, lidando com dificuldades que não sabem o que é, sentindo-se deslocados e "diferentes", impactando seu desenvolvimento. Quando finalmente recebem o diagnóstico, sentem-se aliviados e passam a lidar com suas características de forma mais leve. 


O autismo pode ser diagnosticado em bebês. 

Fato! 

O TEA costuma apresentar seus sintomas antes dos 3 anos de idade, mas alguns pais podem reconhecer os sinais de autismo mesmo antes, quando seus filhos têm 9-12 meses, dependendo dos sintomas e de sua gravidade. Há inclusive recomendação do Ministério da Saúde para a realização de perguntas de rastreamento, disponíveis na Caderneta de Saúde da Criança, em todas as crianças entre os 16 e os 30 meses, para que casos suspeitos possam ser identificados de forma mais precoce. Entretanto, de maneira geral, o diagnóstico de transtorno do espectro autista no Brasil é feito tardiamente. Esse atraso pode gerar repercussões negativas para o desenvolvimento da criança, por essa não receber estimulação adequada em períodos sensíveis do neurodesenvolvimento. A falta de informações adequadas e dificuldades de acesso ao sistema de saúde são causas comuns para o diagnóstico tardio. A resistência ao diagnóstico e o estigma em torno de condições neurodivergentes também impedem que algumas crianças sejam levadas para avaliação e diagnosticadas.


O autismo pode ser hereditário. 

Fato!

Diversas pesquisas já foram realizadas para buscar descobrir as possíveis causas por trás do desenvolvimento do TEA. Os estudos apontam uma forte influência genética nos casos, onde diferentes genes parecem contribuir para a ocorrência do diagnóstico. Fatores ambientais também podem influenciar, em menor grau, o risco do desenvolvimento do TEA. A explicação mais aceita no momento é uma contribuição de múltiplos fatores, numa combinação de fatores genéticos e ambientais. 


Certos medicamentos na gravidez podem aumentar o risco de autismo. 

Fato!

Alguns fatores durante a gestação podem aumentar o risco de TEA. Diversos estudos apontam que o uso de ácido valpróico, que é utilizado para tratamento de epilepsia e transtorno bipolar, pode aumentar a chance da criança nascer com autismo. 


Vacinas causam autismo. 

Fake!

Segundo a OMS, não há nenhuma comprovação científica que ligue o transtorno do espectro autista a nenhuma vacina. Essa relação surgiu a partir de um estudo realizado em 1998, que depois se mostrou fraudulento, no qual os resultados mostravam que vacinas para quadros virais como sarampo, caxumba ou rubéola aumentariam o risco do desenvolvimento de TEA nas crianças. O estudo foi investigado e foi comprovada a manipulação dos dados, com posterior retratação por parte da revista científica e cassação do principal autor do estudo. Essa relação entre vacinas e TEA vem sendo objeto de múltiplos estudos ao longo dos últimos anos, tendo sido refutada por vários especialistas.


Os casos de autismo aumentaram muito nos últimos anos. 

Fato!

Não há dúvidas de que há um aumento considerável nos casos de autismo nos últimos anos. O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) atinge de 1% a 2% da população mundial e, no Brasil, aproximadamente dois milhões de pessoas. Esse crescimento da prevalência do TEA pode estar associado a três fatores principais: 

  • Ampliação do acesso a informações sobre o TEA, com redução de estigma e maior procura por diagnóstico;
  • Crescimento do número de diagnósticos dos casos mais leves, que até recentemente não eram identificados;
  • Aumento real do número de casos possivelmente associados à idade materna e paterna mais avançadas e aumento de casos de nascimentos prematuros. 


Autistas não conseguem trabalhar. 

Fake!

Hoje, um autista ter uma carreira já é uma realidade e muitas empresas se conscientizaram para incentivar e absorver o melhor que esses profissionais podem oferecer. A inclusão de um autista no mercado de trabalho é garantida pela mesma lei que determina a participação mínima para portadores de qualquer deficiência. Foi a Lei 12.764, de 2012 – também conhecida como Lei Berenice Piana – que abriu as portas para o reconhecimento do Autismo dentro do rol das demais deficiências. Desde então, o autismo tem sido muito mais discutido e diagnosticado no país. Como prova, confira pessoas famosas dentro do Espectro que você não conhecia: 

 

  • Bill Gates 

Diagnosticado dentro do Espectro Autista aos oito anos de idade, Bill Gates é atualmente um dos homens mais ricos do mundo por ter fundado a Microsoft. Sua fortuna é estimada nos 97 bilhões de dólares.

 

  • Greta Thunberg 

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, 20 anos, foi diagnosticada com Síndrome de Asperger, agora classificada como Transtorno do Espectro Autista nível 1, aos 11 anos de idade.

 

  • Anthony Hopkins 

Vencedor do Oscar de Melhor Ator no filme “O Silêncio dos Inocentes”, Anthony Hopkins teve o diagnóstico de autismo na vida adulta, por volta dos 70 anos. Foi a esposa do ator quem o incentivou a pesquisar mais sobre o TEA e entender que algumas das suas características poderiam ser sinais de uma pessoa atípica.

 

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS
https://hospitais.proadi-sus.org.br


Dia de Combate à Tuberculose: Pacientes com HIV têm 25 vezes mais risco de desenvolverem a doença

Microbiologista Clínica do CEUB alerta sobre as formas de transmissão, diagnóstico e tratamento da infecção


Desafio da saúde pública mundial, a incidência da tuberculose cresceu nos últimos anos. Para ampliar as ações de atenção, tratamento e controle da doença, é celebrado em 24 de março o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Ela é uma das principais causas de morte em pacientes com HIV, sendo responsável por 300 mil óbitos por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A especialista em Microbiologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Fabíola Castro faz um alerta sobre o aumento das taxas de infecção e indica como prevenir e diagnosticar a infecção.

Segundo a microbiologista clínica e professora de Medicina do CEUB, conhecer os sintomas, as formas de transmissão e as alternativas de tratamento é fundamental para minimizar os riscos relacionados à tuberculose. A especialista explica que a doença evolui de forma lenta e que os infectados são transmissores em potencial. Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças, dificultando o diagnóstico: “Além da tosse, da perda de peso rápida, sudorese noturna e febres baixas vespertinas, falta de ar e tosse com sangue podem ocorrer com o infectado”.

O diagnóstico precoce, conforme destaca a especialista, ajuda a melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento pode ser feito a partir de medicamentos próprios, que são fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com o acompanhamento, monitoramento e orientação de especialistas durante o período de uso das medicações, que pode variar conforme o local da infecção.

"O surgimento dos bacilos resistentes exige o tratamento com drogas antimicrobianas não convencionais. Desta forma, existe uma dificuldade de resposta e diversos efeitos colaterais – o que aumenta o tempo de tratamento e reduz as chances de cura”, explica Fabíola Castro. Para diminuir o risco de tuberculose em pacientes com HIV, é fundamental que eles façam o teste quando houver suspeita e iniciem o tratamento imediatamente se a doença for identificada.

A professora do CEUB acrescenta que a eficácia do tratamento depende da rapidez do diagnóstico e do pronto atendimento médico. “A tuberculose é uma doença que tem cura, com a possibilidade de uma recuperação plena, sem sequelas. Mas existe também o risco de ocasionar sequelas nos casos mais avançados, quando o infectado apresenta graves lesões no pulmão e nos órgãos afetados”, arremata.


Cenário mundial

De acordo com dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), mais de 38 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com HIV. Embora a terapia antirretroviral tenha melhorado significativamente a expectativa de vida desses pacientes, eles ainda estão em risco de contrair outras doenças, como a tuberculose.

Dados mais recentes do UNAIDS, cerca de 690 mil pessoas vivendo com HIV foram diagnosticadas com tuberculose. Isso representa uma redução de 23% em comparação com o número de casos registrados em 2010. Apesar dessa queda, ainda há muito a ser feito para prevenir e tratar a tuberculose em pacientes com HIV. A doença é altamente contagiosa, o que aumenta o risco de transmissão em ambientes onde as pessoas vivem em condições precárias e em contato próximo, como prisões, abrigos e centros de refugiados.


Retirada de ovários em mulheres mais jovens está associada ao aumento do risco da Doença de Parkinson aponta pesquisa

freepix
Estudo incluiu 2.750 mulheres que foram submetidas a cirurgia para remover ambos os ovários

 

A remoção cirúrgica de ambos os ovários está associada a um risco aumentado de Doença de Parkinson e parkinsonismo em mulheres com menos de 43 anos, conforme relatam os pesquisadores da Mayo Clinic na revista médica JAMA Network Open

Usando dados de registros de saúde do Rochester Epidemiology Project, o estudo incluiu 2.750 mulheres que foram submetidas a cirurgia para remover ambos os ovários (um procedimento chamado ooforectomia bilateral) e 2.749 que não passaram pela cirurgia. As razões para a cirurgia foram uma condição benigna (não cancerosa), como endometriose, cisto ou outro motivo, incluindo a cirurgia preventiva do câncer. Os pesquisadores descobriram que para cada 48 mulheres com menos de 43 anos no momento da cirurgia, uma mulher adicional desenvolveu a Doença de Parkinson em comparação com mulheres da mesma idade que não tiveram os ovários removidos. 

A Doença de Parkinson é um distúrbio progressivo que afeta o sistema nervoso e as partes do corpo controladas pelos nervos. Os tremores são comuns, mas o distúrbio também pode causar rigidez ou lentidão dos movimentos. Os sintomas muitas vezes são acompanhados por demência, distúrbios do sono e problemas intestinais e da bexiga. Parkinsonismo é um termo geral para lentidão dos movimentos, juntamente com rigidez, tremores ou perda de equilíbrio.

A Doença de Parkinson se manifesta comumente quase duas vezes mais em homens do que em mulheres na população em geral, sugerindo que fatores de sexo ou gênero desempenham um papel no seu desenvolvimento. Para as mulheres, os ovários são a principal fonte do hormônio estrogênio. A remoção cirúrgica dos ovários de uma mulher pode ser recomendada devido ao câncer, mutações genéticas e outras condições. Quando os ovários de uma mulher são removidos cirurgicamente antes que ela entre na menopausa, essa fonte de estrogênio e outros hormônios é perdida e a remoção causa uma disfunção endócrina abrupta.

As descobertas confirmam um estudo de 2008 que sugeriu que a falta de estrogênio causada pela remoção de ambos os ovários em mulheres mais jovens pode estar associada a um risco aumentado da Doença de Parkinson e do parkinsonismo. Os resultados comprovam as diretrizes atuais de que a remoção de ambos os ovários não deve ser realizada para prevenir o câncer de ovário em mulheres com risco médio de câncer, diz o Dr. Walter Rocca, neurologista e epidemiologista da Mayo Clinic e investigador principal do estudo. 

Para mulheres que carregam uma variante genética de alto risco para câncer de ovário, a remoção do ovário antes da menopausa pode ser indicada, mas as mulheres devem receber terapia de estrogênio após a cirurgia até os 50 ou 51 anos, idade aproximada da menopausa espontânea, diz ele. 

“Hoje em dia, não é recomendado o uso de terapia com estrogênio para a prevenção de demência ou parkinsonismo após a menopausa espontânea para mulheres com idade entre 46 e 55 anos”, diz o Dr. Rocca. “Mas este estudo e estudos anteriores sugerem que a terapia com estrogênio é importante em mulheres cujos ovários foram removidos cirurgicamente antes dos 46 anos. Mulheres que passaram pela menopausa induzida cirurgicamente antes dos 40 anos são particularmente vulneráveis.”

A pesquisa foi financiada em parte pelo National Institute on Aging (Instituto Nacional do Envelhecimento) dos National Institutes of Health.  Uma lista completa de autores e afiliações pode ser encontrada no artigo de pesquisa. 

 

Mayo Clinic

 

Por que não se deve interromper o tratamento da tuberculose?


A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa que atinge mundialmente cerca de 30 mil pessoas e causa 4,5 mil mortes todos os dias, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a chegada do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, em 24 de março, é preciso alertar as pessoas sobre a prevenção e o tratamento da doença.

A vacina BCG não oferece eficácia 100% na prevenção da tuberculose pulmonar, mas sua aplicação em massa permite a prevenção de formas graves da doença com o a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (forma disseminada) que deve ser tomada até os cinco anos de idade No entanto, além da prevenção, a conscientização sobre o tratamento da tuberculose é essencial para a diminuição da mortalidade pela condição.

Outra forma de diminuir a frequência de casos da tuberculose é adotar uma vida mais saudável com prática de exercícios físicos, alimentação saudável, frequentar ambientes limpos e arejados e evitar locais em que pessoas com suspeita da doença estão presentes. Nesse contexto, é importante ter o devido controle também dos familiares em torno do paciente diagnosticado para que, caso também estejam com a tuberculose, não transmitam para outras pessoas. 

A partir do momento que o paciente tenha suspeita de estar com tuberculose, o correto é buscar atendimento médico o mais rápido possível para que a doença não se agrave – podendo levar a óbito e aumentando o risco de transmissão para outras pessoas –, assim como é importante não interromper o tratamento.


Por que não interromper o tratamento?

Outro desafio do cuidado com a tuberculose é não interromper o tratamento que dura cerca de seis meses e, caso seja paralisado pode levar a consequências como resistência aos medicamentos em possível agravamento/complicação da doença.

A principal motivação para o abandono do tratamento, além do longo prazo, é a melhora dos sintomas que ocorrem já nas primeiras semanas, a qual faz com que as pessoas se sintam devidamente “curadas” e parem de tomar as medicações por conta própria. No entanto, somente o médico assistente poderá suspender o tratamento no momento correto .


Atenção aos sintomas

Dentre os principais sintomas para se atentar estão: tosse que dura três semanas ou mais, febre alta que se manifesta normalmente no final do dia, sudorese noturna, cansaço excessivo, perda de apetite e emagrecimento. A doença é transmitida por via respiratória por pessoas com tuberculose ativa.

Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa em comunidade que não esteja tratando a condição pode transmiti-la para cerca de 10 a 15 pessoas no período de um ano. 

Algumas pessoas são mais propensas a desenvolver a tuberculose, devido a imunidade baixa, por isso, é essencial se atentar a fatores de risco como o câncer, diabetes, pessoas que são HIV positivo, assim como o alcoolismo e o tabagismo também podem aumentar as chances de desenvolver a doença.

 

Rafael Faraco - pneumologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo


Câncer colorretal está entre os três mais incidentes no Brasil

Artigo de pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer revela que o óbito prematuro por câncer de intestino, na faixa etária de 30 a 69 anos, pode ter um aumento de 10% até 2030

 

Os casos de cânceres colorretais estão entre os mais incidentes tanto nos homens quanto nas mulheres brasileiras, atrás apenas dos cânceres de pele não melanoma, do câncer de próstata nos homens e do câncer de mama nas mulheres, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) que prevê cerca de 45 mil casos novos de câncer colorretal em 2023. “Diagnosticado nos estágios iniciais, o câncer tem boas possibilidades de cura”, diz o Dr. Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).

Na maioria das vezes, o câncer do intestino se desenvolve a partir de pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede do intestino. Significa dizer que com a retirada do pólipo, evita-se que se torne um câncer. O cuidado maior é quando são detectados pólipos adenomatosos (adenomas), pois estes podem se tornar um câncer.

Artigo publicado na revista científica Frontiers in Oncology em 10/01/2023, de autoria de pesquisadores do INCA mostra que a probabilidade de óbito prematuro por câncer de intestino na faixa etária de 30 a 69 anos pode ter um aumento de 10% até 2030. Na análise feita de vários tipos de tumores, o câncer colorretal foi o que apresentou o maior aumento projetado nas cinco regiões do Brasil. O estudo traz também uma projeção da mortalidade por câncer no Brasil para o quinquênio 2026-2030, na comparação com o período base de 2011 a 2015.

O cenário atual é preocupante, pois 80% dos casos de câncer colorretal são diagnosticados em fase avançada, quando os tratamentos são mais invasivos. A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) reportou uma queda de até 70% nos diagnósticos realizados em serviços de Patologia, durante a primeira onda da pandemia em 2020. Por isso, alguns casos de câncer estão sendo descobertos em estágios mais avançados.

A jornalista Cristiane Rhoden, de 43 anos, sabe o que isso significa. Em 2020, em plena pandemia, teve o diagnóstico de câncer colorretal em estágio 3, quando o tumor já se disseminou para os linfonodos. Após os exames de rastreamento, foi realizada a biópsia e o diagnóstico foi feito pelo médico patologista. Passou por cirurgia, quimioterapia (tratamento sistêmico) e durante nove meses permaneceu ostomizada, com bolsa de colostomia. Um período difícil que foi superado.

Hoje, Cristiane coordena a TV Câmera de Erechim (RS) e faz o acompanhamento regular junto ao seu médico. “O corpo dá sinais e a gente tem que ficar alerta”, reforça a jornalista.

Neste Março Azul Marinho que busca a conscientização sobre o câncer colorretal, vamos ficar todos alertas. A doença atinge a todos, celebridades como Preta Gil, Simony, Pelé e Roberto Dinamite e pessoas comuns. Já o dia 27 de março é considerado o Dia Nacional do Câncer Colorretal.

“A indicação do rastreamento precoce, por meio da colonoscopia, exame de imagem, antes dos 50 anos, depende da história pregressa familiar, por isso é sempre bom conversar com o médico gastroenterologista que fará a melhor indicação”, explica o Dr. Klock.

Os exames de rastreamento, recomendados para todas as pessoas a partir de 50 anos, incluem o de sangue oculto nas fezes e, em caso positivo, a colonoscopia, que, caso mostre algo suspeito, permite aos médicos fazer biópsia já durante a sua realização. “Dependendo desses resultados, uma amostra é enviada para o médico patologista, que é quem faz a análise de biópsia e o diagnóstico – se é mesmo um câncer, de que tipo é o tumor. O diagnóstico é fundamental para a definição do tratamento”, acrescenta o Dr. Klock.


Vida mais saudável

Cerca de 30% de todos os cânceres de intestino (cânceres colorretais) são causados por fatores como o baixo consumo de fibras alimentares, sedentarismo, consumo de carne processada, de carne vermelha acima do recomendado (até 500 gramas por semana) e de bebidas alcoólicas, além do excesso de peso. Assim, boa alimentação, atividade física e evitar álcool ajudam a evitá-lo.

“A demora no diagnóstico correto, permite que o câncer cresça, podendo comprimir e invadir outros órgãos sadios na região do corpo. Outro cenário é quando as células cancerosas se desprendem e se espalham no sangue e/ou vasos linfáticos e nesse caso o câncer migra para outros órgãos, como fígado, pulmão e ossos. Por isso, lembro da importância do acesso aos exames pela rede pública de saúde, alerta o Dr. Klock.

 

Sociedade Brasileira de Patologia - SBP

 

45% dos brasileiros não acreditam que o uso do celular afeta a experiência de sono, aponta pesquisa

Mais de 40% dos entrevistados usam o celular antes de adormecer; bem abaixo da média global da pesquisa, feita em outros quatro países, onde 48% utilizam o aparelho antes de dormir


Uma pesquisa realizada pela Emma Colchões, marca líder mundial de sono, mostra que 45% dos brasileiros não acreditam que a utilização do telefone celular antes de dormir tenha impacto na experiência de sono. No entanto, de acordo com o levantamento, 40% das pessoas entrevistadas afirmaram utilizar o aparelho de telefone antes de adormecer, já deitado, e que esse hábito tem impacto negativo na qualidade do sono. Além disso, um quinto dos respondentes afirmam usar o smartphone entre 30 e 60 minutos antes de deitar. A pesquisa foi realizada virtualmente, entre os dias 13 e 28 de fevereiro.

Entre as pessoas que utilizam o celular após deitar-se, a 74% utilizam o WhatsApp, enquanto 70% navegam pelo Instagram. Facebook (46%) e TikTok (43%) vêm na sequência. Quando o assunto é streaming, 31% dos respondentes citaram que deitam e assistem conteúdos da Netflix, 10% do Amazon Prime e 6% do Disney+.

Os resultados mostram que este hábito, tão comum entre os brasileiros, é motivado pelas notificações dos apps, o que leva ao vício e à necessidade de obter a dopamina - substância também conhecida como um dos hormônios da felicidade que, quando liberada, provoca a sensação de prazer, satisfação e aumenta a motivação. Assim, os sintomas de abstinência podem surgir quando não utilizamos o nosso celular durante algum tempo. A pesquisa aponta que quase 30% dos entrevistados leem mensagens e notificações no smartphone quando acordam durante a noite.

Para Theresa Schnorbach, psicóloga especializada em terapia cognitiva comportamental para insônia e líder da equipe de Pesquisa do Sono na Emma - The Sleep Company, o debate sobre a utilização do celular à noite é um tema extremamente debatido entre os estudiosos. “Embora os estudos não concordem inteiramente sobre se a luz brilhante nos desperta realmente, os cientistas e os entrevistados concordam que o conteúdo que consumimos nos nossos celulares (especialmente redes sociais e serviços de mensagens) nos mantém acordados. Muitas vezes, nos impedindo de ir para a cama quando deveríamos. Isto é algo que devemos ter consciência. Colocar o celular de lado no início da noite e ler um livro, tomar um banho quente, ou fazer exercícios de relaxamento pode ajudar a ter uma melhor experiência de sono. Afinal de contas, isto não põe em risco o nosso sono. Pelo contrário, está provado que nos ajuda a dormir melhor”, explica.

 

Ao redor do mundo

A Emma Colchões aplicou a mesma pesquisa em outra quatro países: Austrália, Holanda, Reino Unido e Portugal. Quando o assunto é acreditar que o uso do celular não afeta a experiência do sono, o Brasil tem o menor índice, com 45%. Enquanto 51% dos entrevistados holandeses acreditam que o uso atrapalha o sono, seguido de Portugal (50%), Austrália (49%) e Reino Unido (48%).

Na hora de responder se utilizam o smartphone antes de adormecer, já deitados, o brasileiro é o que menos tem esse hábito (40%). Na Austrália, 49% dos respondentes confirmaram que utilizam o aparelho, tendo o WhatsApp (56%) e o Instagram (53%) como os apps preferidos. Já no Reino Unido, 50% das pessoas responderam que utilizam o celular ao deitarem, tendo como apps preferidos o Facebook (50%), o Instagram e o Whatsapp – ambos com 46%.

50% dos portugueses afirmaram utilizar o celular ao se deitarem e utilizam muito o Instagram (70%), seguido do Facebook (57%) e do WhatsApp (57%). Por fim, a pesquisa feita na Holanda apontou que 43% dos entrevistados deitam com o smartphone em mãos, sendo que os apps mais utilizados são: WhatsApp (56%) e Instagram (53%).


Emma-The Sleep Company


24 de Março

 Dia Mundial de Combate à Tuberculose

Brasil intensifica diagnóstico da tuberculose após a pandemia

para reduzir casos da doença até 2035
 

O Brasil está intensificando os esforços para combater a tuberculose por meio do fortalecimento do diagnóstico, entre outras estratégias. O objetivo é reduzir a incidência da doença para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e chegar a ter menos de 230 óbitos até 2035, de acordo com o Ministério da Saúde1. 

Atualmente, a taxa de incidência é de 32 casos por 100 mil habitantes, considerando-se os 68,2 mil casos notificados pelo ministério em 2021. A pandemia de COVID-19 resultou em redução das notificações. O Brasil, junto com outros 15 países, foi responsável por 93% da diminuição das notificações da tuberculose no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. 

“Entre os testes para diagnóstico da tuberculose, a cultura em meio sólido ou líquido é o padrão-ouro, sendo que a cultura líquida automatizada, possui uma proporção de detecção 17% mais alta que a cultura sólida². O procedimento é visto como referência na avaliação do diagnóstico da tuberculose”, explica a Dra. Erica Chimara, pesquisadora e diretora técnica do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.

 

Nova tecnologia diagnóstica no sistema público de saúde

Desde o ano passado, o Brasil passou a contar com a cultura líquida automatizada para detecção de microbactérias e o teste de sensibilidade aos antimicrobianos utilizados no tratamento da tuberculose, adotados pelos Laboratórios Centrais (Lacens) do país. 

“A cultura em meio líquido é importante para que seja realizada a identificação e detecção de resistência, informação que auxilia o clínico na escolha do tratamento adequado. A tuberculose, causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, é uma doença curável e prevenível. Cerca de 85% das pessoas que desenvolvem a doença são tratadas com sucesso em até seis meses”, ressalta a especialista. 

De acordo com a OMS, o bacilo da tuberculose é o segundo patógeno mais mortal depois do novo coronavírus. Na maioria das vezes, afeta os pulmões e se espalha quando as pessoas infectadas expelem essas bactérias no ar, por exemplo, tossindo. De acordo com o relatório mundial publicado pela entidade no ano passado, cerca de 10,6 milhões de pessoas contraíram esta doença em 2021 —uma cifra 4,5% superior à de 2020— e 1,6 milhão morreram por esta causa.

Muitos dos novos casos de tuberculose são atribuídos a cinco fatores de risco: desnutrição, infecção pelo HIV, transtornos por uso de álcool, tabagismo e diabetes ⁴. A vacina BCG, ministrada na infância, é indicada para prevenir as formas graves da doença.

 


BD
www.bd.com.br



Referências

1 Ministério da Saúde - Link
²Link
3OMS - Link
⁴OMS - Link

 

Quem pode se tornar um influenciador profissional e como fazer?

Diretor comercial da Squad Social Lab afirma que existem etapas a serem seguidas para quem quer ganhar dinheiro com trabalho na web


O Brasil é o país onde os criadores de conteúdo exercem maior influência nos consumidores, de acordo com o portal Statista. Cerca de 45% das pessoas disseram já ter comprado produtos promovidos por eles. O País, inclusive, passou a reconhecer a atividade de “influenciador digital” como uma profissão, devidamente registrada na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) sob o nº 2.534-10. 

De acordo com Marcelo Balerone, diretor comercial e de novos negócios da Squad Social Lab, MarTech pioneira no Marketing de Influência, uma pesquisa divulgada no final de 2020 mostrou que existem mais de 50 milhões de influenciadores no mundo inteiro, com um faturamento anual superior a US$ 100 bilhões. “Isso somente pensando em plataformas como Instagram e YouTube. No Brasil, segundo a Nielsen, são cerca de 500 mil pessoas”, relata.

Para Balerone, um influenciador profissional tem algumas características comuns, como criatividade, credibilidade, autenticidade, responsabilidade, constância e muita empatia no trato com o público. Ele acredita que é possível se tornar influenciador em qualquer área, mas é preciso passar por algumas etapas para que isso possa acontecer de fato. “Sempre falo que uma pessoa que quer começar a criar conteúdo deve, necessariamente, encontrar um nicho e identificar-se com uma persona, mas que essa persona seja ela mesmo como influenciador. Não adianta forçar algo ou imitar alguém, não existe ‘receita de bolo’. O segundo passo é produzir conteúdo relevante, autoral, autêntico. Não existe cópia, mas acompanhar trends faz parte”, sugere.

Ele também afirma que quem quer se tornar influenciador precisa dominar os canais em que vai atuar, ter conteúdo recorrente produzido, interagir com seus seguidores e entender suas dores. “A carreira dele funciona como um funil de vendas junto aos seguidores, em que tudo acontece de forma concomitante. Quem o acompanha há mais tempo já pode ser influenciado para uma venda, já quem começou a segui-lo agora ainda precisa passar pelas etapas do funil. Então o influenciador profissional precisa ter diferentes tipos de conteúdos para as diferentes etapas de ‘vida’ dos seus seguidores”, aconselha.

Além disso, segundo o diretor da Squad Social Lab, o público certo de cada influenciador é o seu público natural. Ou seja, um influenciador de classe social mais baixa, que gosta de cosméticos e mora em uma região afastada, dificilmente vai influenciar, em um primeiro momento, o público de classe social mais alta, que se interessa pelo mercado financeiro e vive nas grandes metrópoles. “A dica aqui, portanto, é entender e definir a persona, focar naquilo em que você é bom e buscar por pessoas que tenham tais necessidades relacionadas. Esse é fatalmente seu público certo”, diz.

O especialista reforça que, como em qualquer outro mercado, existem pessoas que se dão muito bem na área, mas a grande maioria não consegue alcançar o sucesso. “Existem diversas dicas e, como em toda profissão, há sacrifícios que devem ser feitos. Acredito muito em planejamento, resolução de ‘dores’, comprometimento e resiliência, criatividade, autenticidade, constância de postagens e empatia junto ao público”, conclui.  



Marcelo Balerone - Diretor Comercial e de Novos Negócios na Squad Social Lab, especialista em Marketing Digital de alta performance, Investidor e Sócio-Cofundador em algumas startups, Advogado, Palestrante convidado em Workshops, Simpósios e Cursos. Também é Sócio-Cofundador, Mentor e Consultor no IGLOO Network (ecossistema de Inovação).

Squad Social Lab
@squadsociallab


Brasil cai 11 posições no ranking da felicidade da ONU: especialista em comportamento explica

Rebeca Toyama, especialista em comportamento e porta-voz da ODS 8 pelo Pacto Global da ONU, comenta sobre o motivo dos brasileiros estarem mais infelizes no país


O Word Happiness Report - relatório da felicidade, feito pela ONU (Organização das Nações Unidas), utilizou sete indicadores para fazer um estudo com mais de 130 nações a fim de entender quais países são os mais felizes do mundo. O Brasil já vem em uma trajetória de queda, e Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento, explica seu ponto de vista sobre o resultado e ainda traz dicas para os brasileiros levarem uma vida mais feliz e com mais sentido. 

Um dos indicadores utilizados, talvez um dos mais importantes, onde é questionado qual nota daria para a vida dentro daquele país, dados indicam que os brasileiros estão mais infelizes. Os números mostram que mesmo não havendo um incidente grave como uma guerra civil declarada dentro do país, no Brasil, há um clima de hostilidade política e isso também influencia a queda no ranking.

Além disso, a ONU utiliza alguns dados do país como por exemplo: o PIB, expectativa de vida, e a percepção de corrupção de cada indivíduo. O Brasil já vem em trajetória de queda há algum tempo, neste ano, o país ocupa a posição 49º, onze lugares a menos do que no ano de 2022, quando estava na 38º posição.

Em 2020, o Brasil ocupava a 29º posição e em 2015, momento onde conseguiu atingir seu melhor patamar, estava na 16º posição. 

Para Rebeca Toyama, especialista em comportamento, a queda no ranking está ligada a uma quase guerra civil motivada pela polarização política, junto com o reflexo da pandemia e também com todas as questões de uma crise econômica. 

“Nos últimos anos tivemos fatores que prejudicaram os brasileiros e os afastaram da felicidade: efeitos da pandemia, crise econômica global e cenário político no Brasil, e isso mostrou que a musculatura do brasileiro não deu conta”, comenta Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento. 

A Finlândia lidera a lista pela sexta vez consecutiva no ranking, seguida da Dinamarca e da Islândia. E o que chamou atenção no top 10 foi Israel, que estava em 2022 na 9º posição e em 2023 ocupa a 4º posição. Já quando falamos das últimas posições do ranking, entre os cinco últimos colocados encontramos países da África e do Oriente Médio, como Botswana, Líbano e Afeganistão, encerrando o ranking. 

Para melhorar a posição do Brasil no ranking, a especialista avalia que o país está sendo convidado a amadurecer e se comportar como um país que está entre as 10 principais economias. 

“Temos a capacidade de transformar a realidade! Precisamos sair do papel de vítima e ir para o papel de protagonista e talvez esse seja o convite que a gente tenha que aceitar, somos uma grande nação e precisamos nos comportar dessa forma, começando pelos líderes políticos. É importantíssimo entender que a qualidade de vida e bem-estar são coisas que devem ser planejadas e não devem acontecer ao acaso. Precisamos ser a causa do resultado e a partir disso a gente consegue construir um futuro diferente com mais qualidade de vida e bem-estar”, revela Rebeca. 


Como trazer mais felicidade e bem-estar para a vida dos brasileiros?

Segundo Toyama, é necessário também um amadurecimento por parte dos brasileiros para se sentirem responsáveis pela realidade da nação, ao invés de querer encontrar formas de mudar de país ou até mesmo de planeta.

“Entender que é aqui que vamos poder construir nossa história e cuidar desse lugar para que ele seja o cenário para que essa história aconteça de forma harmônica e saudável. Os brasileiros precisam amadurecer como cidadãos, aprender a votar, colaborar com as decisões da sua cidade, e se sentir responsável pelos nossos espaços. Então, é ir no caminho da responsabilidade e do amadurecimento. O brasileiro tem que olhar os problemas como oportunidade de crescimento, e entender que uma nação forte, saudável economicamente, socialmente e eticamente, é um legado incrível que podemos deixar para as gerações futuras”, finaliza. 


Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento, selecionou 5 dicas para os brasileiros levarem uma vida mais feliz e com mais sentido: 

1- Busque aproximar seu trabalho de seu propósito: Reconheça e colabore com seus talentos e conhecimentos, isso fortalecerá você e dará sentido a sua carreira;

2- Pratique gratidão: Focar nas coisas pelas quais você é grato pode ajudar a aumentar sua felicidade e a valorizar as coisas positivas em sua vida;

3- Cultive relacionamentos positivos: Fortalecer relacionamentos com amigos e familiares pode ajudar a aumentar sua felicidade e senso de conexão com outras pessoas; 

4- Mantenha um estilo de vida saudável: Cuidar do seu corpo e mente através de uma alimentação saudável, atividade física regular e sono adequado pode ajudar a melhorar sua saúde e bem-estar emocional;

5- Apoie um movimento social: Pratique atividade voluntária, fomente uma rede de apoio, contribua com alguma causa, existe uma variedade enorme de possibilidades: crianças, idosos, mulheres, gestantes, animais, arte, cultura, ecologia, direitos humanos.

 

Rebeca Toyama Msc - porta-voz da ODS 8 (trabalho decente e crescimento econômico) do Programa Liderança com ImPacto da ONU, fundadora da ACI – Academia de Competências Integrativas, uma empresa signatária do Pacto Global da ONU e participante do Movimento Mente em Foco promovido pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU. Mestre em Psicologia Clínica e Administradora. Especialista em liderança, carreira e tendência do mundo do trabalho. Atua há 20 anos como palestrante, mentora e coach.


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