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terça-feira, 29 de novembro de 2022

Prefeitura de São Paulo aposta no humor com sátira em campanha de combate à dengue

Criação da Propeg, projeto quebra ilusão de que prevenção contra o mosquito exige muitos esforços

 

Próximos do verão e, com ele, o período mais chuvoso do ano na região paulistana, a Prefeitura de São Paulo anuncia sua campanha anual de combate à dengue. Com criação da Propeg, projeto utiliza do bom humor acompanhado de sátira para comunicar que existem maneiras mais simples de se proteger -- uma quebra da ilusão na qual boa parte da população ainda se apega. 

Sob o mote ‘Existem maneira mais fáceis de se prevenir contra a Dengue’, o filme de 30’’ traz o cenário de uma família em que os personagens estão todos trajados com vestimentas fora do convencional, como roupas de apicultor, medievais e até um escafandro (vestes de mergulho). Mãe, pai e filho agem com naturalidade, mesmo embaixo dos trajes desnecessários. Ao final, uma mensagem alerta para atitudes que podem auxiliar no combate ao mosquito da dengue, de maneira simples e eficaz -- entre elas, remoção dos pratos de plantas, manter garrafas vazias de cabeça para baixo, fechar adequadamente as caixas d’água, cobrir pneus expostos ao tempo e não manter entulhos em áreas descobertas.

Além do filme, que veiculará na TV e redes sociais, a campanha conta com spot, anúncio de jornal, DOOH e mídia digital.

                                  https://www.youtube.com/watch?v=OI0CxFNgKk8


Conheça as diferenças entre endometriose e câncer do endométrio

 Ginecologista diferencia as duas condições que afetam o aparelho reprodutor feminino e destaca a importância do diagnóstico precoce

 

Quando uma mulher é diagnosticada com endometriose, uma das dúvidas mais comuns é se a doença pode evoluir para o câncer de endométrio. Apesar de serem condições que afetam o aparelho reprodutor feminino, uma não está conectada à outra. A endometriose é causada quando o tecido que reveste o útero cresce fora dele. Esta condição não é cancerosa e não é mortal, mas pode afetar significativamente a qualidade de vida. 

De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada dez mulheres sofre de endometriose no Brasil. Cólicas, dores na relação sexual e infertilidade são alguns sintomas da doença. Sem tratamento, ela pode atingir formas graves, como a chamada endometriose profunda, que tem sintomas mais severos. 

A endometriose não é câncer e não costuma aumentar o risco de desenvolvê-lo. O câncer de endométrio é uma doença maligna motivada pela proliferação anormal das células do endométrio. Esse é o terceiro tumor ginecológico mais comum no país, superado apenas pelo câncer de colo do útero e de ovário. Em 2020, 1,9 mil mulheres morreram por câncer de endométrio no Brasil, segundo o Atlas da Mortalidade por Câncer, e mais de seis mil brasileiras podem ser diagnosticadas com a doença esse ano, de acordo com uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca). 

Para o ginecologista Patrick Bellelis, colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, alguns sintomas podem confundir-se. “Apesar de serem patologias diferentes, a endometriose e o câncer de endométrio possuem sintomas semelhantes. Nos dois casos, a mulher pode ter sangramento vaginal incomum ou outro tipo de corrimento e dor pélvica. Porém, enquanto a endometriose pode causar infertilidade, isso é mais difícil de acontecer com quem tem câncer de endométrio. Além disso, em casos de câncer, a paciente pode ter perda de peso e a presença de uma massa no abdômen”, especifica Bellelis. 

Como o câncer de endométrio afeta, principalmente, mulheres que chegaram à menopausa, em geral acima dos 60 anos, é comum nesses casos observar melhor o sangramento anormal. 


Diagnóstico precoce

Em ambas as condições, o mais importante a destacar é a necessidade de acompanhamento periódico para obter um diagnóstico o mais breve possível. Em geral, mulheres levam cerca de dez anos para serem diagnosticadas com endometriose. Esse atraso pode fazer a condição piorar e a necessidade de cirurgia ser mais iminente. “A maioria das mulheres acaba normalizando sintomas que não devem ser ignorados, como as cólicas menstruais. Muitas só procuram ajuda quando associam a infertilidade à endometriose”, relata Bellelis. 

O médico enfatiza que quanto mais cedo a paciente for diagnosticada, mais simples será o tratamento. “Ao procurar avaliação médica, serão feitos exames específicos, como ultrassom ou ressonância magnética, e a partir daí é indicado o melhor tratamento, que pode ser hormonal ou, em alguns casos, cirúrgico.” 

Já no caso de câncer, as consequências podem ser ainda mais drásticas, como destaca Bellelis. “No caso do câncer de endométrio ou de qualquer outro tipo de câncer, o diagnóstico precoce pode salvar vidas. Por isso, é tão importante estar atenta aos sinais do corpo e fazer um acompanhamento médico periódico. Somente exames específicos podem detectar ambas as doenças”, conclui o ginecologista.

 

PATRICK BELLELIS -- GINECOLOGISTA, graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia -- FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação. Médico Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva -- Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês desde 2011. Professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica -- IRCAD -- do Hospital de Câncer de Barretos, desde 2012.

 

Novo tratamento para o AVC reduz sequelas após a doença


Reconhecer a importância do tempo é primordial em saúde, afinal diagnósticos precoces acompanhados de tratamentos emergenciais significam, em grande parte dos casos, uma vivência com sequelas indesejáveis ou a morte. No caso do AVC (Acidente Vascular Cerebral), uma das doenças mais debilitantes e principal causa de óbito do mundo, o tempo é realmente o compositor de destinos, como bem diz o poeta Caetano Veloso.

Não é necessário apenas reconhecermos os sintomas do AVC em tempo hábil para controlar as suas consequências no organismo, mas optar pelo tratamento adequado o mais breve possível para evitar as sequelas na vida do paciente. Estamos falando de uma alteração súbita no fluxo sanguíneo no cérebro que leva à morte de 2 milhões de neurônios por minuto, condição grave que pode resultar no entupimento da artéria e consequente falta de circulação na região (AVC Isquêmico) ou na ruptura de um vaso (AVC hemorrágico). 

Apesar de existirem campanhas de conscientização do AVC, não podemos deixar de mencioná-lo com insistência. Somente no mês de julho de 2022, o AVC matou 8.758 brasileiros, o equivalente a 11 óbitos por hora, segunda dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil no Brasil. Os dados do semestre também são assustadores. Foram 56.320 mortes provocas por AVC, número acima das vítimas de infarto (52.665) e covid-19 (48.865). 

O Governo anunciou recentemente que fará a incorporação de uma tecnologia para tratar o AVC Isquêmico (AVCi), tipo mais frequente dessa doença, que, com o recuo da pandemia de Covid-19, voltou a ser a principal causa de morte no país. Em tempos atuais, uma boa notícia como essa precisa ser anunciada aos quatro cantos. 

Minimamente invasiva, a Trombectomia Mecânica (TM) complementa a trombólise, única opção até então disponível na rede pública de saúde, e nem sempre eficiente para os casos mais graves do AVCi. Além de segura e eficaz, uma das grandes vantagens da TM é que pode ser utilizada até 24 horas após os primeiros sintomas do AVC com sucesso, enquanto outras formas de tratamentos têm uma janela restrita de indicação e sucesso de apenas a 4,5 horas depois das manifestações iniciais da doença. 

Estamos falando de uma conquista de valor inquestionável, afinal sabe-se hoje que apenas 30% dos pacientes procuram as instituições de saúde no período de até 8h após o início dos sintomas do AVC.

Como mencionado, a identificação dos sintomas do AVC depende da observação e atenção de terceiros, justamente porque nem sempre o paciente percebe o que está acontecendo. Entre os sinais desta doença, observamos a perda da força muscular ou formigamento nos braços, ou pernas, principalmente de um lado do corpo, assimetria facial, dificuldade de fala, dificuldade da visão, desequilíbrio, além de fortes dores de cabeça de início súbito. Qualquer destes sintomas isoladamente ou em conjunto podem ser um AVC e o paciente tem que ser imediatamente direcionado para um centro de AVC. 

O país conta com 88 centros especializados no tratamento do AVC habilitados pelo Ministério da Saúde, mas nem todos tem a estrutura e a equipe necessária para a realização da trombectomia mecânica. Ela será introduzida aos poucos nos hospitais já estruturados, já que é necessário treinamento, qualificação técnica de profissionais habilitados, além da disponibilidade de hemodinâmica no hospital. Aprovada em dezembro de 2021, mas ainda não disponibilizada pelo SUS, a Trombectomia Mecânica consiste na desobstrução da artéria cerebral realizada por um cateter que leva um dispositivo endovascular, um stent ou um sistema de aspiração, para remover o coágulo sanguíneo do cérebro.

Mudar o cenário do AVC está em nossas mãos. O caminho é estimular a educação da sociedade. Vamos aprender mais sobre essa doença para vencê-la.


Sheila Martins - médica neurologista, presidente eleita da World Stroke Organization (WSO), organização internacional que busca reduzir o impacto global do AVC, e da Rede Brasil AVC


Por que negros têm mais chances de ter câncer de próstata e morrer da doença?

A chance de desenvolver o câncer de próstata está diretamente relacionada aos fatores de risco da doença. Entre eles está a questão da raça: homens negros têm uma probabilidade maior de apresentar o tumor e morrer dele. Mas o que faz com que haja essa diferença de cenário? Segundo o urologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Sandro Nassar, a resposta está na genética.

Um estudo publicado na revista científica International Brazilian Journal of Urology reafirmou a prevalência de homens negros apresentarem tumores de alto risco. No trabalho, foram analisados resultados de exames de 9.692 brasileiros com mais de 40 anos da região metropolitana. “Sabemos que o fator genético torna essa população mais suscetível ao câncer de próstata, por isso, é importante ressaltarmos a importância da realização dos exames”, conta o médico.

Nassar lembra que, no Brasil, pessoas que têm próstata e apresentam algum fator de risco, como a questão da raça, devem realizar as avaliações preventivas com idade anterior a quem não tem nenhum fator que eleve o risco de desenvolver o tumor. “Para este grupo, indicamos que os exames preventivos sejam iniciados a partir dos 45 anos, ou seja, cinco anos antes do restante da população”, explica.

Para seguir com o cuidado citado pelo urologista e conquistar o diagnóstico precoce são realizados, anualmente, os exames de PSA e toque. Em casos de dúvidas, entram em cena a ressonância e a biopsia. Nassar explica que, possivelmente, daqui alguns anos, o exame de toque não será mais necessário pela maior precisão oferecida pela ressonância magnética. Mas enquanto isso não é possível, deixa seu conselho: “é preciso que os homens priorizem a saúde.”

“Muito mais que um alerta somente para a prevenção do câncer de próstata, o Novembro Azul é uma oportunidade para ressaltarmos a importância desta parcela da população praticar o autocuidado e reduzir os riscos de diversas doenças, como o infarto do miocárdio que, hoje, é a principal causa de morte entre homens de 40 e 50 anos”, alerta.

 

Hospital Edmundo Vasconcelos
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Óculos usados por goleiros suíços são medicinais

Tecnologia das lentes evitou goleada do Brasil, pode ser usada no tratamento de ambliopia e TDAH entre crianças. Entenda.

 

Os óculos usados em treinos pelos goleiros da Suíça melhoram a visão de jogo. Isso porque, estimulam os reflexos rápidos, afirma o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas que é membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia). “A agilidade no campo de futebol e outras atividades está associada à visão periférica que nos faz acreditar que enxergamos mais do que o cérebro processa” pontua. Normalmente, explica, nosso cérebro descarta 80% das informações visuais que recebemos porque enxergamos com nitidez através de uma pequena porção central da retina, a mácula, que tem em torno de 1,5 milímetro. Significa que só enxergamos com precisão o que está literalmente na frente de nossos olhos. “Esta é a razão do reconhecimento instantâneo das imagens estáticas e da demora de 0,5 a 0,6 segundos das imagens em movimento.

 

Como funciona

O oftalmologista explica que no campo de futebol e em outras atividades esta visão central é fundamental para o bom desempenho, mas a agilidade está associada à visão periférica que nos faz acreditar que enxergamos mais do que o cérebro processa. Este é o “pulo do gato” da tecnologia aplicada às lentes usadas pelos goleiros suíços.  “Estes óculos são produzidos com lentes de cristal líquido que são estroboscópicas, ou seja, a transparência oscila, eliminando as imagens por milésimos de segundos”, pontua.

“O princípio desta tecnologia, usada por várias empresas, é o mesmo da musculação, ou seja, forçar para fortalecer”, explica o especialista.   “A intermitência das imagens nas lentes constrói novas conexões neurais entre o olho e cérebro que força o cérebro a processar com mais agilidade e detalhes as imagens periféricas, além de melhorar o equilíbrio, aumentar a rapidez dos movimentos inclusive dos olhos e o tempo de reação” afirma.

 

Queiroz Neto ressalta que as jogadas de craques que muitas vezes nos surpreendem tem a ver com a capacidade de perceber tudo o que acontece ao redor, num piscar de olhos. No futebol, isso é conhecido como visão de jogo. Na Oftalmologia como visão periférica. As lentes estroboscópicas oferecem 180 graus de visão periférica e  isso está diretamente relacionado à melhor performance dos atletas.

 

Olhos de craques

O oftalmologista ressalta que a visão é o mais dominante dos sentidos. Responde por 85% de nossa interação com o meio ambiente e é decisiva nas competições esportivas. Outras habilidades visuais que fazem diferença em campo são a flexibilidade de foco, percepção de profundidade, acuidade dinâmica, boa mira, coordenação mão-pé, olho-pé. “Por isso, nos EUA e Europa as equipes técnicas estão sempre em busca de novas tecnologias para treinar os olhos. Estes foram os casos do uso de diferentes aplicativos por vários países e até da prática de arco e flexa pela seleção da Alemanha quando jogou contra o Brasil.  “Por aqui a aposta sempre foi o talento que tem um valor incontestável como mostrou o resultado de 1 X 0 para o Brasil no jogo contra a Suíça. Mas, o incremento da tecnologia para treinar a visão pode agregar mais habilidades ao talento de nossos atletas rumo ao hexa“, pondera.

 

Outras aplicações

Queiroz Neto ressalta que as lentes estroboscópicas também poder usadas no tratamento de ambliopia ou ‘olho preguiçoso” maior causa de cegueira monocular entre crianças. “A doença é decorrente do desenvolvimento assimétrico entre os olhos que ocorre até a idade de 8 anos” afirma. O tratamento é feito com a oclusão do olho de melhor visão para estimular o olho mais fraco.” As lentes estroboscópicas têm sido associadas ao oclusor porque podem reduzir o tempo de tratamento das crianças”, explica.

“Alguns estudos também apontam estas lentes como terapia coadjuvante no tratamento de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção) porque ao forçar novas conexões neurais entre o olho e o cérebro melhoram a capacidade de concentração que é reduzida nos portadores deste transtorno”, pontua.

 

Contraindicações

O oftalmologista destaca que os óculos estroboscópicos não substituem os óculos de grau porque não tem a função de corrigir a refração. Embora o fabricante recomende para idosos, Queiroz Neto ressalta que pode agravar a fotofobia naqueles que têm catarata ou astigmatismo. Em todas as faixas etárias também são contraindicados nos casos de epilepsia porque podem desencadear crises. “O ideal é que o uso seja indicado e supervisionado por um oftalmologista’, conclui.

 

Dezembro Laranja

Câncer de pele está cada vez mais presente entre os mais jovens, alerta oncologista

O médico Ramon Andrade de Mello lembra que esse tumor lidera os casos de câncer no país

 

Raro em crianças e negros, o câncer de pele é mais comum entre as pessoas com idade acima de 40 anos, mas vem sendo diagnosticado com maior frequência em pacientes mais jovens. “A exposição frequente desse público aos raios solares, sem proteção, é um dos principais motivos para esse crescimento. Temos uma geração que precisa tomar cuidados com o sol”, orienta o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, e médico pesquisador honorário do Departamento de Oncologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido. 

Apesar de liderar a lista dos tumores malignos diagnosticados no país, respondendo por 30% dos casos, o câncer de pele não melanoma tem os menores indicadores de mortalidade. “Assim como qualquer outro tumor oncológico, o diagnóstico precoce é essencial para a cura. No caso desse câncer, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar sequelas muitos significativas nas pessoas”, alerta Ramon Andrade de Mello. 

Portanto, é preciso ficar atento aos sintomas da doença. Segundo o oncologista, esse câncer pode se manifestar por meio de manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram. Alguns pacientes também podem apresentar feridas que não cicatrizam em até quatro semanas: “Geralmente o tumor aparece nas regiões do corpo que são expostas ao sol com maior frequência como rosto, pescoço, orelha”. 

“A prevenção deve começar na infância e ser adotada ao longo de toda a vida com o uso de protetor solar diariamente, bem como barreiras mecânicas como óculos escuros, bonés ou chapéus, entre outros. É importante ainda usar filtro solar próprio para os lábios e evitar exposição prolongada ao sol entre às 10h e 16h”, detalha Ramon Andrade de Mello. 

 

Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.
https://ramondemello.com.br/


Dezembro Verde para a conscientização sobre a paralisia cerebral não deve ser esquecido

No mundo existem aproximadamente 17 milhões de pessoas com paralisia cerebral e 350 milhões estão ligadas a uma criança ou um adulto com PC

 

A pandemia do coronavírus roubou completamente a atenção da população mundial, fazendo com que outras doenças ou condições sejam deixadas para o segundo plano. Nos últimos anos, dezembro ganhou a cor verde (Dezembro Verde) para conscientizar a sociedade sobre a importância de entender e aceitar as pessoas com paralisia cerebral. Em 2020, apesar das adversidades, essa missão tão importante deve ter continuidade. 

paralisia cerebral (PC) é, por definição, uma lesão no cérebro em desenvolvimento que pode ter acontecido ainda no ventre materno, no nascimento ou após, até os dois anos de vida. Essa condição pode levar a alterações do movimento, da postura, do equilíbrio, da coordenação e do tônus muscular. As desordens motoras são geralmente acompanhadas por alterações na cognição, comunicação, comportamento, epilepsia e problemas musculares e ósseos. 

Segundo o médico ortopedista pediátrico David Nordon, o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar com neurologista, pediatra, oftalmologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, educador físico, nutricionista, além do ortopedista são essenciais para a melhor qualidade de vida da criança com paralisia cerebral.   

“A medicina avança e com ela os tratamentos que possibilitam mais bem-estar e qualidade de vida. Hoje temos terapias alternativas para o tratamento da espasticidade - aumento involuntário da contração muscular -, que compromete o movimento ao enrijecer qualquer músculo do corpo humano. Uma delas é a infiltração com a toxina botulínica, indicada para crianças pequenas ou casos mais leves de rigidez. O procedimento também permite perceber quais serão os efeitos da cirurgia, caso seja necessária. A toxina desativa a musculatura temporariamente. É como se tivéssemos feito a cirurgia sem fazer. No entanto, com a pandemia, muitos pacientes foram privados dos seus tratamentos, apresentando regressões. As cirurgias e aplicações de toxina botulínica também foram postergadas”, lamenta Nordon. 

“Há diversas técnicas complementares que ainda não têm comprovação de eficácia, como acupuntura ou vestimentas terapêuticas. Porém, a regra é: se não faz mal para a criança nem para o cuidador, pode tentar”, afirma. Um exemplo, segundo o médico, é a equoterapia (terapia com cavalos), que auxilia, mas não pode ser feita por quem tem os quadris fora do lugar, pois causa dor. 

As cirurgias ortopédicas também contribuem positivamente, principalmente quando realizadas para a melhora da contratura dos membros inferiores. O procedimento tem por finalidade promover benefícios funcionais e será colaborativo no sentido de diminuir os comprometimentos da espasticidade. “Intervenções cirúrgicas devem ser realizadas quando se esgotam as possibilidades de um tratamento menos invasivo aos pacientes. Na paralisia cerebral, nosso objetivo é melhorar a capacidade de a criança deambular (modo de caminhar) ou trazer mais conforto, tanto para a criança quanto para o cuidador”, afirma Nordon. 

O médico também alerta para a luxação do quadril em pacientes com PC, que acontece devido à contratura muscular dos quadris. “Crianças tetraplégicas espásticas (com musculatura rígida, sem movimento) são as que apresentam maior risco de luxação. A dor no quadril ocorre principalmente nos momentos de movimentação. A luxação na paralisia cerebral é um fator de grande preocupação, que merece atenção precoce e contínua”, afirma Nordon. 

No mundo existem aproximadamente 17 milhões de pessoas com paralisia cerebral e 350 milhões estão intimamente ligadas a uma criança ou um adulto com PC, os dados são do movimento internacional World Cerebral Palsy Day. No entanto, no Brasil, não há pesquisa recente sobre o cenário. A doença apresenta-se em distintas variações e está diretamente relacionada à extensão do dano neurológico: lesões mais extensas do cérebro tendem a causar quadros mais graves. Os diferentes graus de comprometimento motor e cognitivo podem levar a um leve acometimento com pequenos déficits neurológicos até a casos graves, com grandes restrições à mobilização e dificuldade de posicionamento em cadeira de rodas ou cama e comprometimento cognitivo associado. 

“Olhar com reverência e entender a condição dessas pessoas é o primeiro passo para uma sociedade mais inclusiva e respeitosa. Não podemos nos esquecer de que a criança com paralisia também compreende o mundo e tem sentimentos. Por esse motivo, movimentos como o Dezembro Verde são bem-vindos e extremamente necessários. A pessoa com paralisia cerebral precisa de acompanhamento profissional e deve ser colocada em reabilitação o mais breve possível. A medicina faz a sua parte em pesquisas, estudos e desenvolvimento de novas terapias. Os pais, a sociedade e as autoridades governamentais devem também cumprir a sua parte”, diz Nordon. Segundo ele, recentemente, na Holanda, teve início o desenvolvimento de um útero artificial para bebês que nascem muito prematuros, de 24 semanas. “Nos últimos anos, vimos uma mudança de padrão: as crianças têm paralisia cerebral porque conseguimos salvar as que nascem cedo demais, e a prematuridade tem seus custos. O útero artificial pode mudar isto”, finaliza, de forma otimista, o ortopedista pediátrico.

 

David Nordon - médico ortopedista pediátrico pelo HC FMUSP - Professor da disciplina de Saúde Pública da PUC-SP (Campus Sorocaba) e de ortopedia e medicina preventiva do Estratégia MED (curso preparatório On-line para provas de Residência Médica), preceptor de Ortopedia Pediátrica do Hospital do Pari e Pesquisador do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas (HCFMUSP). RQE: 80380


Como avaliar o tipo de cobertura ideal para o plano de saúde?

Dr. Marcus Vinícius Gimenes, médico-cirurgião e CEO da cuidar.me, traz alguns pontos de atenção para evitar dores de cabeças futuras e, assim, garantir a melhor proteção possível

 

Um estudo divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) revela que a pandemia fez com que o plano de saúde se consolidasse como o terceiro item dentro da lista de prioridade entre os brasileiros, ficando atrás apenas da casa própria e da educação. Apesar de ter se tornado um serviço altamente procurado nos últimos anos, as dúvidas referentes à opção ideal de cobertura para cada pessoa ou família também aumentaram na mesma proporção. 

A agência responsável por regularizar e definir todas essas diferentes coberturas dos planos privados é a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Porém, é essencial que o público saiba quais são e como funciona cada uma delas para que o beneficiário tenha conhecimento dos benefícios e contribuições que tem direito, promovendo mais segurança e bem-estar neste momento tão importante.

Para sanar as principais dúvidas sobre o assunto, explico os tipos de cobertura dos planos de saúde atuais, como eles funcionam e a melhor opção para cada caso.


Quais são as coberturas existentes?

O primeiro ponto de atenção é saber que quando falamos sobre cobertura do plano de saúde, nos referimos à segmentação assistencial, que funciona como uma espécie de divisão de serviços. Atualmente, o mercado trabalha com três tipos de cobertura: ambulatorial, hospitalar e completo. Dessa forma, é preciso, antes de tudo, entender a diferença de cada uma delas.

No plano ambulatorial o beneficiário garante a cobertura a consultas em clínicas e consultórios, exames, terapias e outros procedimentos ambulatoriais (curativos, retirada de pontos, pequenas cirurgias, primeiros-socorros), ou seja, que não precisem de uma estrutura hospitalar. Além disso, o cliente tem direito aos atendimentos de emergência durante as primeiras 12 horas. Após esse período, a cobertura hospitalar fica sob responsabilidade do segurado.

Já o plano hospitalar oferece cobertura para situações urgentes e que se faz necessário ter uma cobertura assistencial. Podemos citar ocasiões de urgência como: internação com número ilimitado de dias, inclusive na UTI (Unidade de Terapia Intensiva); cirurgias eletivas e emergenciais; e procedimentos como quimioterapia, radioterapia e transfusões. Vale ressaltar ainda que a opção pelo plano hospitalar ainda traz a possibilidade de contar com a assistência obstétrica, além da internação e o parto em si. O recém-nascido também tem direito à cobertura do plano por até 30 dias após o nascimento, garantindo mais segurança tanto para o pós-natal quanto para a saúde e segurança do bebê.

Por último, como o próprio nome já dá a entender, o plano completo traz a cobertura total, oferecendo atendimento tanto ambulatorial quanto hospitalar e, possivelmente, obstétrica. Como consequência dessa proteção mais robusta, esse tipo de plano acaba sendo o que gera maior custo para os interessados.


Como escolher a cobertura ideal?

Tendo em vista essas opções disponíveis e o que cada uma delas oferece, o próximo passo é avaliar de maneira detalhada a opção que se encaixa melhor com as necessidades do beneficiário e sua família. Pensando nisso, destaco alguns pontos que são fundamentais nessa análise.

Quando uma pessoa busca por um plano de saúde, a principal preocupação deve passar pela rede credenciada, que inclui as clínicas, laboratórios e os hospitais. Até porque, é o prestador de serviço de saúde que vai fazer o atendimento efetivo no momento de necessidade. Nesse sentido, é imprescindível que o beneficiário procure identificar quais são as unidades que estarão disponíveis no plano e buscar referências para garantir um suporte ideal quando for necessário.

Outro ponto que merece a atenção é a análise sobre a área de abrangência do plano. Por exemplo, se o cliente não possui o costume de se locomover de maneira constante dentro do território brasileiro, não vale a pena escolher um com abrangência nacional. Isso porque uma opção de abrangência regional já daria a segurança necessária e traria um custo menor.

O bem-estar também é uma das avaliações mais importantes no momento de contratar um plano de saúde. Nesse caso, a acomodação que será disponibilizada na necessidade de uma internação é um fator relevante no processo de decisão. Para quem busca maior privacidade e o direito a um acompanhante durante a internação é ideal buscar por planos de apartamento - diferentemente da enfermaria, onde o paciente divide o espaço com outras pessoas.

Sem dúvida, todos esses pontos são fundamentais antes do interessado efetivar a contratação do plano de saúde. Obviamente, ninguém gosta de antever a possibilidade de precisar passar por cirurgias ou um atendimento de emergência. No entanto, vale lembrar que é justamente nesse tipo de situação que lembramos a importância de contar com um plano de saúde capaz de atender todas as nossas expectativas. Ou seja, somente fazendo esse processo de uma maneira assertiva, conseguimos evitar dores de cabeças futuras e, assim, garantir a melhor proteção possível.

 

Dr. Marcus Vinicius Gimenes - CEO da cuidar.me, healthtech especializada em planos de saúde mais baratos. Médico cirurgião cardíaco formado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), possui mais de quinze anos de experiência na área da saúde.

 

Remoção do câncer de pele exige cirurgia plástica para reparação da região

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica alerta a população no Dezembro Laranja sobre a necessidade de realizar a cirurgia plástica na pele após retirada do tumor. A maioria dos pacientes não tem essa informação apesar de aproximadamente 40% deles terem indicação para o procedimento

 

O câncer de pele é um tema sensível para os brasileiros. O Brasil é um dos países do mundo com maior irradiação solar anual e a população ainda não aderiu completamente ao hábito de usar o protetor solar. Esses dois fatores impulsionam uma estatística cruel: o câncer de pele é o tumor maligno mais frequente entre os brasileiros, totalizando 30% de todos os cânceres registrados no país, com cerca de 200 mil novos casos por ano. “A maioria dos cânceres de pele localizam-se na cabeça e no pescoço onde o tratamento cirúrgico oncológico resulta em feridas operatórias que necessitam de boa reconstrução”, explica Renato Santos, cirurgião plástico oncológico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A cirurgia para a extração do tumor é indispensável, porém, muitas vezes, ela gera lesões importantes na pele que precisam ser tratadas adequadamente. “A cirurgia plástica é necessária para reestabelecer a estética e a funcionalidade da lesão da pele, devolvendo a integridade à região”, explica Lydia Masako Ferreira, médica cirurgiã plástica e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. De acordo com a última pesquisa internacional, Plastic Surgery Statistics Report, mais de 5 milhões de pessoas fizeram a cirurgia plástica após a retirada do tumor em 2020. Esse número vem crescendo a cada ano.

 

Para recuperar a região

O objetivo é remover o tumor mas também garantir a melhor aparência possível sobre a cicatriz. Assim, a orientação é que o paciente, antes da operação, questione o médico sobre a necessidade de cirurgia plástica após a remoção do câncer e procure auxílio nesse sentido. “O cirurgião plástico possui especialização para atuar principalmente nas lesões maiores ou localizadas próximos a estruturas nobres do ponto de vista estético, como as que acometem ou estão próximas ao olho, nariz, orelhas e lábios”, exemplifica o especialista Renato Santos.

Os cirurgiões plásticos contam principalmente com duas alternativas cirúrgicas para a reconstrução da lesão. Uma delas é o que denominamos de Transplante livre ou Enxerto de pele que consiste na retirada de pele de outra parte do corpo do paciente e transferi-la para a lesão. A outra, quando o ferimento é de menor dimensão, pode ser realizado o denominado sutura primária da lesão, isto é, unir as extremidades das margens da pele excisada. O cirurgião plástico ao analisar o caso e acompanhar o paciente, saberá a melhor alternativa a se adotar.

 

A pele fala

Sinais de que é preciso procurar o médico

A auto-observação é fundamental para identificar possíveis marcas que exigem a avaliação médica. Normalmente, a regra para sinais pigmentados é verificar se houve alterações no âmbito ABCDE (assimetria, bordas irregulares, coloração heterogênea, diâmetro maior que 6 mm e evolução). Além desse, vale a pena atentar-se para...

  • Lesão na pele que não cicatriza em 4 semanas
  • Alterações de cor, tamanho ou textura em sinais já existentes
  • Sangramento ou prurido constante em um ponto na pele
  • Elevação, brilho ou presença de pequenos vasos em lesão

Em qualquer um desses casos, procure um médico. Apenas ele poderá realizar o diagnóstico e afastar a suspeita de câncer de pele ou encaminhar o paciente para os tratamentos.

 

SBCP - Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

 

Obstrução nasal: entenda a importância da avaliação otorrinolaringológica

Problema pode ser causado por processos alérgicos infecciosos ou distúrbios estruturais, alerta especialista do Hospital Paulista


A congestão nasal, ou “nariz entupido”, acontece quando a mucosa nasal fica inchada ou edemaciada (com edema), acumulando secreção e dificultando a respiração. E respirar é uma função fisiológica tão importante que o menor obstáculo que dificulte o fluxo do ar pelas vias aéreas superiores provoca desconforto.

Conforme o otorrinolaringologista Dr. João Marcos Piva, do Hospital Paulista, a obstrução nasal pode ser provocada por processos alérgicos, infecciosos virais e bacterianos, como uma gripe ou um resfriado, por exemplo. Mas também pode ter causas como infecção dos seios paranasais (sinusite) e distúrbios estruturais, como desvio do septo, adenoide (carne esponjosa), presença de pólipos ou ainda tumores no nariz.

“No caso da sinusite aguda, por exemplo, é uma característica comum haver secreção com pus e muco. Às vezes, pode acontecer de haver um odor ou gosto metálico na boca, dor facial ou dor de cabeça, além de vermelhidão ou sensibilidade nas bochechas ou acima das sobrancelhas”, destaca o especialista. Neste caso, em geral, apenas o exame clínico é suficiente. No entanto, a tomografia computadorizada sempre é recomendada para uma melhor precisão e diagnóstico da patologia de rinossinusite.

Os sintomas da rinite alérgica também são comuns ocorrer em certas estações do ano, como espirro, coriza, olhos lacrimejando e coceira.

Para além do desconforto, Dr. Piva pondera que a obstrução nasal pode ocasionar uma má qualidade no sono, cansaço ao acordar e perda de vontade a atividades físicas, além de dificuldade de concentração e memória em razão da respiração pela boca.

Nesse sentido, o especialista recomenda que, diante da apresentação de obstrução nasal persistente ou com frequência, um otorrinolaringologista deve ser procurado para uma melhor investigação, através de exames por vídeo endoscópio e de imagens, como tomografia, ressonância e, assim, um tratamento individualizado e preciso para cada paciente.


Descongestionantes

Pessoas que usam descongestionantes nasais tópicos (uso no local) por mais de 3 dias, frequentemente, sentem congestão de rebote quando os efeitos do fármaco desaparecem. As pessoas continuam usando o descongestionante em um círculo vicioso de congestão persistente, causando piora. Essa situação, também chamada de rinite medicamentosa, pode persistir por algum tempo e as pessoas podem interpretá-la como uma continuação do problema original, em vez de uma consequência do tratamento.

“Nós não devemos fazer uso de descongestionantes nasais. Apesar de uma desobstrução imediata, ele possui um efeito muito danoso ao coração, podendo, a médio e longo prazo, provocar arritmias e pressão alta, entre outras patologias”, alerta Dr. Piva.

Nas crianças, os descongestionantes devem ser utilizados com muito critério, pois as substâncias do medicamento, muitas vezes, podem provocar depressão do sistema cardiorrespiratório e óbito.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Rotinas estabelecidas após descoberta do HIV apoiaram protocolos de segurança de dentistas durante pandemia da covid-19

Infecções bucais são comuns em pacientes soropositivos; uso de luvas, máscaras e processos mais rígidos nos consultórios ganharam força após primeiros casos de HIV


Mais de 38 milhões de pessoas vivem com HIV/Aids no mundo, segundo dados da Unaids. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são mais de 920 mil infectados com o vírus, que tem como característica favorecer o desenvolvimento de infecções, inclusive na boca, fazendo com que dentistas tenham papel importante tanto no diagnóstico precoce quanto no acompanhamento e tratamento dos pacientes. 

“É comum o surgimento de lesões na boca, provocadas pela baixa imunidade dos infectados ou pelo uso de medicamentos. Para o tratamento, a segurança dos pacientes e profissionais é fundamental, por isso há uma série de protocolos que garantem isso”, explica o dentista e diretor de novos produtos da Neodent, Sérgio Bernardes. “Processos de preparação, prevenção e proteção são atualizados constantemente com esse foco. Foi assim quando surgiram os primeiros casos de aids e mais recentemente na pandemia da covid-19”, complementa o profissional. 


Biossegurança

Protocolos mais rígidos de segurança em consultórios odontológicos surgiram em todo o mundo após a epidemia de HIV/aids. O uso regular de luvas e máscaras começou a se intensificar nesse período, como forma de proteger profissionais e pacientes. Outras ações de precaução como a limpeza dos equipamentos e instrumentos, a esterilização e o descarte correto dos materiais descartáveis foram práticas que ganharam maior força a partir da década de 1980 e que hoje são essenciais na prática odontológica. 

“Já se sabe que os consultórios são preparados para evitar qualquer tipo de transmissão de doenças, seja HIV, hepatites, covid-19, entre tantas outras. Na odontologia, existe um reforço constante para treinar profissionais e tranquilizar pacientes quanto à biossegurança e reforçar a importância da saúde bucal”, ressalta o dentista, que participou, durante a pandemia, da iniciativa Conta Comigo, desenvolvida pelo Grupo Straumann América Latina para apoiar os profissionais nos momentos mais críticos da crise sanitária. 

O projeto teve o apoio institucional do Conselho Federal de Odontologia (CFO), do International Team for Implantology Brasil (ITI) e da Universidade Ilapeo, e do Sebrae. Uma série de treinamentos gratuitos reforçou protocolos de biossegurança em quatro frentes: consultório, profissional, equipe auxiliar e paciente. 

Além de Sérgio Bernardes, os conteúdos foram elaborados pelo presidente científico e fundador da Neodent, Geninho Thomé, pelo professor da UFPR e especialista em biossegurança, Sérgio Guandalin, e pela cirurgiã bucomaxilofacial e implantodontista, Maria Claudia Vieira Guimarães. “Em momentos como a chegada de novas doenças de tão rápida disseminação, é necessário reforçar e criar novas rotinas de segurança dentro dos consultórios, que já são reconhecidamente ambientes preparados para evitar qualquer tipo de transmissão de doenças”, avalia Sérgio.

Com temas como o uso adequado dos equipamentos de proteção individual, as mudanças na rotina do paciente dentro do consultório e os desafios constantes para os profissionais, a iniciativa chegou a ser replicada em vários outros países.


Neodent®


Dezembro Laranja, uma ação para diminuir os casos de câncer de pele no Brasi

Dezembro Laranja chama a atenção da população para o câncer de pele
Divulgação
Câncer de pele não melanoma continua sendo o mais frequente entre todos os tumores malignos registrados no País, destaca projeção do Inca para 2025. Dermatologistas recomendam prevenção e diagnóstico precoce



O Instituto Nacional de Câncer (Inca) acaba de divulgar uma estimativa de novos casos de câncer no Brasil até a metade desta década. De 2023 a 2025, serão mais de 2 milhões de diagnósticos, com pelo menos 704 mil casos registrados a cada 12 meses do triênio. De acordo com a projeção, o câncer mais incidente no País continua sendo o de pele não melanoma, com 31,3%, superando os de mama (10,5%) e próstata (10,2%). O levantamento realizado pelo Inca alcança ainda mais relevância com a campanha Dezembro Laranja, organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Este ano, a partir do tema “Não espere até sentir na pele”, dermatologistas de todo o País reforçam os cuidados como formas de prevenção e destacam a importância do diagnóstico precoce da doença.

Ano após ano, o Dezembro Laranja alerta para a perigosa relação entre exposição solar e tumores cancerígenos. “Mais uma vez, nesta estimativa recente, o Inca mostra que o câncer de pele não melanoma continua sendo o mais frequente, representando 30% de todos os tumores malignos registrados no País”, avalia a médica Anelise Dutra.

A dermatologista destaca que, se diagnosticado e tratado precocemente, apresenta percentuais de cura em até 90% dos casos. “Por isso, ao observar, por exemplo, uma mancha ou ferida que não cicatriza, o aparecimento de pintas e mesmo lesões de aparência brilhante e elevada, é recomendável que se procure o médico imediatamente.”

De acordo com o dermatologista Dário Rosa, a incidência dos raios solares tem uma relação muito próxima com o câncer de pele não melanoma. “As pessoas que se expõem ao sol por longos períodos, especialmente aquelas de pele, cabelos e olhos claros, constituem o grupo de maior risco de ter este tipo de tumor”, afirma o médico.

As crianças, destaca o dermatologista, são particularmente vulneráveis aos efeitos nocivos do sol. “Durante os primeiros 10 anos, e mesmo na juventude, até os 20 anos de idade, a exposição aos raios solares é cumulativa. Este fator potencializa os riscos de câncer de pele na fase adulta e mesmo na velhice”, diz Rosa.

A atitude-chave para reverter as estimativas de câncer de pele apresentadas pelo Inca é a “prevenção”, e deve começar com a aplicação de filtros adequados a cada tipo de pele. “O produto certo, com Fator de Proteção Solar (FPS) ajustado aos horários e às condições de exposição ao sol, minimiza as chances de um diagnóstico de câncer de pele”, diz Anelise.

No entanto, a aplicação de fotoprotetores contra os efeitos nocivos dos raios UVA e UVB está longe de ser um hábito diário no Brasil, país com um dos maiores índices de radiação solar do mundo. “No consultório, 90% dos pacientes relatam não utilizar ou usar incorretamente os filtros solares”, diz Anelise Dutra. “Neste grupo, os homens são maioria”, completa Dário Rosa.

Os dermatologistas concordam que além dos fotoprotetores é necessário incluir nas medidas de proteção diárias o uso de roupas, chapéus e bonés, óculos de sol e outros acessórios que limitem a incidência dos raios solares sobre a pele.

Dário Rosa destaca ainda que a saúde da pele não pode se limitar à aplicação de fotoprotetores e resguardo do sol. “Hidratação e alimentação equilibrada também são fundamentais e merecem muita atenção”, afirma.

Cuidados em cada período do dia

Os dermatologistas Anelise Dutra e Dário Rosa elaboraram uma tabela com horários e recomendações para quem se expõe ao sol.

 

* Das 6h às 8h e das 16h às 17h

As consequências da exposição ao sol nestes horários são reduzidas.

 

* Das 8h às 9h e das 15h às 16h

Aplique filtro solar com FPS 30.

 

* Das 9h às 11h e das 14h às 15h

Aplique filtros com FPS 30 a 50. Use camisa com proteção solar, óculos com lente de filtro solar, chapéus ou bonés. Reaplique o fotoprotetor a cada 3 ou 4 horas.

 

* Das 11h às 12h e das 13h às 14h

Evite sair nestes horários. O filtro deve ter FPS acima de 50. Use roupas com filtro solar, óculos, chapéus ou bonés. Repasse o protetor na pele a cada 3 ou 4 horas.

 

* Das 12h às 13h

Evite se expor ao sol neste período. Aplique filtro com FPS acima de 50. Roupas com filtro solar, óculos, chapéus e bonés são fortemente recomendados. Na praia ou piscina, repasse o fotoprotetor a cada 2 ou 3 horas.

 

Pesquisa aponta que a pandemia de covid-19 sobrecarregou ainda mais o sistemas de saúde

2 em cada 10 participantes do estudo observaram situações de desigualdade racial em seu local de trabalho no que diz respeito ao tratamento dos funcionários


Com a divisão do país em relação a muitos temas fundamentais para o futuro, e buscando contribuir para o debate sobre os desafios sociais que atualmente surgem no Brasil, o Medscape em português realizou um levantamento para identificar as questões sociais que mais preocupam a comunidade médica brasileira. A pesquisa, realizada entre 9 de agosto e 15 de junho de 2022, contou com a participação de 652 médicos, de 41 especialidades, ativos no Brasil.

 A pesquisa discutiu tópicos desde violência doméstica até mudança climática, direitos reprodutivos, desigualdades raciais, direitos LGBTQIA+, acesso à saúde, controle de armas e dependência química. Para 95% dos médicos brasileiros, a falta de acesso a cuidados médicos para os pacientes é uma das principais questões sociais.  A pandemia de covid-19 tem sobrecarregado ainda mais os sistemas de saúde, que já estavam sob forte pressão. Para 81% dos entrevistados, a violência doméstica é também uma das questões que preocupam. "O reconhecimento da importância deste problema muito grave é um progresso muito importante que ecoa as mudanças que vêm ocorrendo na sociedade brasileira", disse ao Medscape o Dr. Gonzalo Vecina, professor da Fundação Getúlio Vargas e da Escola de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

 A pesquisa Medscape também investigou o impacto das questões sociais abordadas na vida privada dos médicos e 40% disseram que a dificuldade de acesso a cuidados de saúde tem um impacto em suas vidas pessoais. Entre as razões apresentadas para a dificuldade crescente no acesso, a falta de investimento público veio em primeiro lugar, com 59%, seguida pela deterioração da gestão dos cuidados com (25%) e pela escassez de médicos e profissionais de saúde em geral (4%). A maioria dos entrevistados, 62%, também apontou uma redução na qualidade dos cuidados médicos. Entre todos os participantes do estudo, 2 em cada 10 observaram situações de desigualdade racial em seu local de trabalho no que diz respeito ao tratamento dos funcionários. A proporção foi semelhante em relação ao tratamento dado aos pacientes, no qual 17% das manifestações de racismo foram identificadas. Cerca de 10% disseram não ter certeza se testemunharam ou não alguma circunstância associada a desigualdades raciais. Entre os participantes da pesquisa, 11% se declararam negros ou pardos, 82% brancos, 1% indígenas, 2% asiáticos, 3% outros e 2% não quiseram responder.

Entre os participantes, 39% veem desigualdades no atendimento de pacientes LGBTQIA+, 49% disseram ter testemunhado tais situações e 12% disseram não ter opinião sobre a questão da desigualdade no atendimento desta população. De acordo com o Dr. Sidney Glina, professor de urologia da Faculdade de Medicina do Centro Universitário de ABC (SP), a maioria dos médicos não tem a preparação necessária para tratar os pacientes LGBTQIA+. "A legislação brasileira evoluiu muito neste sentido, mas é necessário que os médicos se atualizem e estudem as especificidades da saúde desta população". Não estamos treinados na faculdade para trabalhar com sexualidade, e tivemos uma educação machista. Tudo isso precisa mudar e há um longo caminho a percorrer", disse o Dr. Glina, um dos criadores da clínica de medicina reprodutiva Pluris, focada na assistência à população LGBTQIA+.

Levantamento completo - https://portugues.medscape.com/questoessociais-2022


 Mais dados 

Dos participantes, 97% são médicos e 3% são médicos residentes; 58% são homens, 28% têm entre 55 e 64 anos e 28% têm mais de 65 anos; 23% trabalham em um hospital e 21% têm uma prática individual de consultório.

 

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