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segunda-feira, 17 de maio de 2021

Consumo de cigarro aumenta na pandemia e preocupa especialistas

Pesquisa indica que hábito foi potencializado pelo estresse e ansiedade decorrentes do isolamento social


Os reflexos da pandemia da Covid-19 na saúde mental trazem desdobramentos importantes que vêm sendo apontados em diversos estudos no país e no mundo. Uma pesquisa recente divulgada pela Fiocruz revela que 34% dos fumantes brasileiros aumentaram a quantidade de cigarros consumidos neste período.

Segundo o pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Dr. Celso Padovesi, o cenário preocupa devido a vários aspectos da saúde geral. “Além de todos os riscos que o cigarro traz para a saúde física, sendo um fator agravante para inúmeras doenças, incluindo a Covid-19, o aumento de seu uso tem relação direta com o comprometimento da saúde mental dos fumantes.”

O estudo indica ainda que os tabagistas entrevistados também apresentam deterioração da qualidade do sono e alegam ter agravados os sintomas de tristeza, irritação e sentimento de solidão.

A cirurgiã de cabeça e pescoço do Hospital São Camilo Oncologia Dra. Beatriz Cavalheiro destaca que o conjunto de condições que afetam a qualidade de vida do indivíduo interfere diretamente no processo de largar o hábito de fumar, criando uma bola de neve.

“A nicotina é altamente viciante e, quando associamos a intensificação deste hábito ao aumento do estresse e ansiedade, pode-se potencializar o risco de doenças graves”, explica a especialista.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com 22 milhões de fumantes. Estima-se, ainda, que mais de 157 mil pessoas morrem todos os anos por doenças associadas ao tabagismo.

“Pessoas que fumam ficam doentes com mais frequência em relação aos não fumantes, e o risco aumenta conforme a quantidade de cigarros e o tempo exposto ao vício”, ressalta a Dra. Beatriz, reforçando que o cigarro tem relação direta com o surgimento e o agravamento de diversos tipos de câncer.

Ela alerta que não é somente o câncer de pulmão que está diretamente associado à exposição ao cigarro. “Mais de 90% dos portadores dos cânceres de cavidade oral, incluindo a língua, garganta e esôfago são ou foram expostos ao tabagismo, com potencialização do risco de seu desenvolvimento à associação do consumo de bebidas alcóolicas em quantidades excessivas.”

A médica destaca ainda que, em geral, ao fumar, todo esse revestimento está exposto aos efeitos cancerígenos do tabaco, não sendo incomum o desenvolvimento de tumores em mais de uma região. Além disso, o tabagismo também eleva em três vezes o risco de desenvolvimento do câncer de bexiga.

O pneumologista, por sua vez, ainda destaca que o cigarro está associado também a diversas patologias como doenças cardiovasculares, osteoporose, catarata, úlceras do aparelho digestivo, impotência sexual, infertilidade e complicações na gravidez, além de problemas graves que afetam o sistema respiratório.

Ressalta, ainda, sua associação com o envelhecimento precoce da pele, o acometimento da saúde dos dentes, o surgimento de halitose (mau hálito), o espessamento das pregas vocais com consequente rouquidão e potencialização dos sintomas de refluxo gastroesofágico, entre outros.

Como parar de fumar?

A preocupação dos especialistas quanto à intensificação do tabagismo vai além da pandemia. “Pelo fato deste aumento estar associado a outros problemas que afetam a saúde mental da população fumante, há um risco de o hábito permanecer no futuro, desencorajando o fumante a reduzir ou a parar completamente”, afirmam os especialistas.

Embora difícil, parar de fumar é possível. E, segundo os médicos do São Camilo, são inúmeras as vantagens adquiridas ao longo do processo que podem atuar como importantes motivadores para largar o vício.

“O organismo se recupera de maneira surpreendente, em uma melhora progressiva que reduz as chances do adoecimento associado”, reitera a cirurgiã de cabeça e pescoço.

Os especialistas descrevem o que muda no corpo quando a pessoa fica longe do cigarro por:

1 dia:  os brônquios começam a limpar todos os resíduos deixados pelo fumo nas vias respiratórias, permitindo que os pulmões comecem a funcionar melhor.

3 meses: a função pulmonar melhora em até 30% e também há benefícios para a circulação sanguínea.

1 ano: reduz pela metade o risco de desenvolver doenças cardíacas.

5 anos: o risco de morte por infarto cai consideravelmente e o risco de AVC diminui.

10 anos: diminuem os riscos de câncer de boca, garganta, esôfago, pâncreas, rins e bexiga.

15 anos: o risco de câncer de pulmão torna-se o mesmo das pessoas não fumantes.

O pneumologista explica também que o coração do ex-fumante pode ter melhora significativa de função com o avanço dos anos longe do cigarro. “Uma pessoa que deixou de fumar há 15 anos tem os mesmos riscos de sofrer um infarto do que aquelas que nunca fumaram.”

Dicas dos especialistas

Além de frisar os importantes benefícios conquistados a cada dia sem fumar, os médicos recomendam algumas medidas simples que podem ajudar o fumante a reduzir a quantidade de cigarros e, até mesmo, parar completamente. Confira:

 

  1. Torne o momento de fumar menos confortável

Dr. Celso afirma que parte do vício é alimentado pela associação criada no momento do fumo. Por isso, a dica é escolher uma postura e local diferentes, evitando estar relaxado e confortável.

 

  1. Faça pequenas mudanças na rotina

Segundo a Dra. Beatriz, novos hábitos podem construir uma relação mais saudável com o corpo, reduzindo a procura pelo vício do cigarro. “O fumante tem costumes rotineiros e tende a fumar sempre nos mesmos momentos do dia, nos mesmos lugares e da mesma forma”, destaca.

Assim, a dica da médica é inserir novas atividades na rotina, com ações que mudem o ritmo usual e ocupem a mente. Faça substituições e coloque metas, como exercícios físicos e a progressão desses, sempre sob orientação profissional. Cultive outros hábitos saudáveis, como o consumo moderado de álcool e a redução da ingestão de alimentos industrializados e multiprocessados.

“Todo o processo deve ser encarado como a adoção de um novo conjunto de hábitos, visando uma melhor qualidade de vida física e mental e com foco no longo prazo.”

 

  1. Vá aos poucos

Embora a decisão de parar de fumar precise ser definitiva, os fumantes que tiveram aumento no número de cigarros podem enfrentar picos de ansiedade e estresse durante essa tentativa. A sugestão dos especialistas é criar um cronograma de redução de cigarros/dia, sempre seguindo as dicas anteriores para ajudar no processo.

 

  1. Atrase o primeiro cigarro

Essa dica está relacionada à anterior e pode ser importante para reduzir a quantidade de cigarros. A ideia é adiar o primeiro cigarro do dia em uma hora progressivamente ao longo dos dias. “É importante que a pessoa estabeleça um prazo nesta etapa para que, ao final deste período, consiga parar por completo”, explica a cirurgiã.

 

  1. Procure apoio multiprofissional

Além do acompanhamento médico, que é crucial principalmente para pessoas que fumam há muitos anos e encontram mais dificuldade no processo de parar, acionar outros recursos neste momento também é importante.

“O suporte psicológico e social, através de grupos de apoio, por exemplo, tem efeitos muito positivos na luta contra o vício e atuam, sobretudo, com atenção à saúde mental do paciente, fundamental para parar de fumar”, finaliza o pneumologista.




Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


Descobriu que tem HPV? Saiba o que fazer

A primeira coisa a ser feita ao descobrir que tem HPV é ficar tranquila. Veja aqui por que não se desesperar e o que fazer após o diagnóstico

O HPV é a sigla para papiloma vírus humano (em inglês, Human PapillomaVirus) e trata-se de um vírus super comum. Calcula-se que aproximadamente de 80% a 90% da população mundial tenha o vírus ou já tenha tido contato com ele.

Quando as pacientes descobrem que têm HPV, no entanto, costumam ficar desesperadas e muito assustadas. Alguns fatores explicam essa reação. O primeiro é que as informações sobre o HPV não são muito difundidas. Mesmo com tantos casos e sendo tão comum, trata-se ainda de um diagnóstico um tanto quanto desconhecido. O segundo motivo é que muita gente ainda faz confusão entre HPV e HIV (sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana). Assim, ao descobrirem que têm HPV as pacientes se desesperam fazendo essa associação – mas um vírus não tem nada a ver com o outro.

O HPV é um vírus transmitido via relação sexual. “Ah, Doutor, mas só via sexual mesmo?”. Sim, quando falamos em região genital o contágio é via sexual.

E não adianta só usar preservativo. Escuto de muitas pacientes: “mas usei camisinha, como isso pode ter acontecido?”. Pois é importante lembrar que a camisinha encapa apenas o pênis. Caso o parceiro tenha alguma lesão no pênis aí sim o preservativo impedirá a transmissão. O problema é que a lesão pode estar na virilha ou na bolsa escrotal. A mulher, por sua vez, pode ter a lesão na vulva, uma área que também fica desprotegida durante a relação, mesmo com a camisinha.

Vale ressaltar, também, que a transmissão não é feita apenas quando o parceiro ou a parceira tem verruga. Ela pode ocorrer mesmo quando a pessoa é assintomática, sendo muitas vezes um contágio silencioso.


A diferença entre ter o vírus e ter uma lesão causada pelo HPV

Outro ponto importante que deve ser explicado: existe uma diferença entre ter o vírus do HPV e ter uma doença causada pelo vírus do HPV.

O HPV é um vírus que, como disse, a pessoa pode ter e nem saber, ou seja, é algo com que podemos conviver sem grandes consequências. Em um menor número de pessoas, no entanto, o HPV pode causar alguma lesão. Essas lesões podem ser de alto risco ou de baixo risco.

As lesões de baixo risco são as verrugas. É claro que elas são feias e esquisitas e podem aparecer em qualquer parte da região genital, mas elas não são malignas. A longo prazo, por volta de 8 a 10 anos, pode ser que tenhamos uma malignização das verrugas, mas isso é algo difícil de acontecer.

 

As lesões de alto grau, por sua vez, são as lesões encontradas no colo do útero. São aquelas que as pacientes não enxergam e que, se não tratadas, a longo prazo podem virar câncer de colo do útero. E quando falo em longo prazo é isso que quero dizer: você não passa a ter câncer da noite para o dia.

Por que você não deve se desesperar

Assim, se em algum momento você descobrir que tem HPV não se desespere. O mais importante a ser feito é o quê você já deve fazer desde sempre: um acompanhamento cuidadoso com o seu ginecologista, que indicará e explicará tudo que você deve fazer para ficar bem.

E se você não tem HPV, lembre-se de manter em dia exames como o papanicolau e suas consultas ginecológicas. Além disso, pergunte ao seu médico sobre a vacina contra o HPV e se ela é recomendada para você.

 



Dr. Rodrigo Ferrarese - O especialista é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. Fez residência médica em São Paulo, em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Público Estadual. Atua em cirurgias ginecológicas, cirurgias vaginais, uroginecologia, videocirurgias; (cistos, endometriose), histeroscopias; ( pólipos, miomas), doenças do trato genital inferior (HPV), estética genital (laser, radiofrequência, peeling, ninfoplastia), uroginecologia (bexiga caída, prolapso genital, incontinência urinaria) e hormonal (implantes hormonais, chip de beleza, menstruação, pílulas, Diu...).  Mais informações podem ser obtidas pelo perfil @dr.rodrigoferrarese ou  pelo site https://drrodrigoferrarese.com.br/


17 de maio, Dia Mundial da Hipertensão

 Pressão arterial e Covid-19: não facilite  

 

A hipertensão arterial é fator de risco para as doenças cardiovasculares, responsáveis pelas principais causas de morte em nosso país e no mundo, como o infarto do miocárdio e o derrame cerebral. A agravante, hoje, é que indivíduos hipertensos, com a pressão arterial descontrolada, figuram entre aqueles que apresentam mais possibilidades de complicações decorrentes da infecção pelo novo coronavirus, ao lado de outros distúrbios, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares pré-existentes.

 

O controle da pressão arterial pela adoção de hábitos saudáveis e o uso correto da medicação, quando necessária; e eficaz como prevenção.

 

Recentes estudos confirmam que, no isolamento, muitas vezes, a alimentação inadequada e o sedentarismo viram válvula de escape, aumentando as chances de descontrole da pressão arterial. Então, fique ligado e não cede às tentações. Opte por refeições frugais e nos horários regulares.


A Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) assevera que, neste momento de grave crise da saúde mundial mantém atenção integral aos pacientes, para assisti-los adequadamente em todas as demandas.

 

Aliás, destacando que 17 de maio é o Dia Mundial da Hipertensão, a SBH aproveita para conclamar você a adotar cuidados simples, mas que fazem toda a diferença para a boa saúde. 


 

O QUE FAZER PARA A BOA SAÚDE

 

O tabagismo aumenta o risco de doenças cardiovas- culares e é apontado como fator negativo no controle de hipertensos.


Prefira sempre os alimentos frescos e limite as refeições congeladas, embutidas e enlatadas.


O excesso de peso pode aumentar a pressão em 30%, além de dificultar o controle nos hipertensos.

Limitar o consumo diário de álcool a 1 dose (mulheres) e 2 doses (homens).
Faça pelo menos 30 minutos de atividade física por dia, que pode ser dividido em 2 períodos de 15 min ou 3 de 10 min. Seu corpo foi feito para se movimentar.
Procure uma melhor qualidade de vida.

 

Como as comorbidades afetam a saúde em casos de COVID-19

 Freepik
Segundo estudo, elas aumentam em 5,5 vezes as chances de crianças e adolescentes evoluírem para casos graves


Na última semana, a prefeitura de Porto Alegre ampliou a vacinação contra a COVID-19 para pessoas com doenças crônicas e comorbidades com 40 anos ou mais. Para as autoridades da área, esses grupos considerados de risco podem sofrer mais com o agravamento da doença e pacientes que possuem doenças preexistentes como diabetes, hipertensão arterial, câncer, problemas cardíacos e do pulmão devem ter atenção redobrada nos cuidados com a saúde.

Já em crianças, as comorbidades mais comuns são a encefalopatia não progressiva e doenças respiratórias crônicas, em especial, a asma. Segundo estudo realizado pelo Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor), com pacientes de um mês de vida a 19 anos que ficaram internados por causa do novo coronavírus em Unidades de Terapia Intensiva, apontou que ter alguma comorbidade aumenta em 5,5 vezes as chances de crianças e adolescentes evoluírem para casos graves de COVID-19 em relação a pacientes saudáveis.

Para o médico geneticista e membro da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM), Salmo Raskin, a situação é preocupante, porque muitas crianças manifestam a forma grave da doença.

“A obesidade vem se revelando um fator mais importante do que se sabia inicialmente, mesmo em jovens. Mas não se pode falar em fim da pandemia sem que as crianças tenham sido vacinadas. A notícia boa é que já nesta semana teremos a aprovação pelo órgão regulador norte americano (FDA) da vacina da Pfizer para maiores de 12 anos de idade. E outros estudos, incluindo crianças na faixa de 5 a 12 anos de idade, estão em pleno andamento”, comenta.

A recomendação dos especialistas é buscar avaliação em casos de sintomas respiratórios e gastrointestinais, e apresentarem febre ou dor abdominal. Segundo dados do DataSUS, o departamento de informática do Sistema Único de Saúde, desde o primeiro caso confirmado e registrado da COVID-19 no ano passado até março de 2021, 779 crianças com até doze anos morreram da doença, no Brasil. No mesmo período, ao menos 11.628 pacientes da mesma faixa etária precisaram ficar internados - um em cada quatro deles precisou ir para uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

 


Fernanda Calegaro


68% das grávidas sentem enjoos após o primeiro trimestre, aponta estudo

 


Embora enjoos sejam comuns no começo, algumas mulheres seguem sentindo durante toda a gestação.


Segundo especialistas, a fase mais comum para se ter enjoos ou náuseas na gravidez é durante o primeiro trimestre. Porém, para algumas mulheres os enjoos podem durar até o final da gravidez. Conforme constatou o Trocando Fraldas em seu mais recente estudo, 68% das gestantes seguem tendo enjoos após o terceiro trimestre. Especialmente as que já foram mães antes, 69% delas. Já entre as mamães de primeira viagem, 63% sentem enjoos ou náuseas após esse período.

Os dados demonstram que o Tocantins é o estado em que mais mulheres sentem enjoos após o primeiro trimestre, 81% das entrevistadas. No Rio de Janeiro, pelo menos 71% das participantes sentiram náuseas ou enjoos. Em São Paulo, o percentual cai para 67%. Já Santa Catarina é o estado em que menos entrevistadas sentem ou sentiram enjoos, com 54% das mulheres.

Os enjoos e as náuseas podem afetar, e muito, a alimentação das gestantes, e conforme também constatamos, 71% das brasileiras tiveram sua alimentação impactada por causa dos enjoos e náuseas. Principalmente as mulheres dos 45 aos 49 anos, 84% delas, e dos 18 aos 24 anos, com 73%.

O estado em que mais mulheres tiveram sua alimentação impactada é o Distrito Federal, com 84% das participantes. No Rio de Janeiro e em São Paulo, 73% e 70%, respectivamente, perceberam alterações em sua alimentação. Já a Paraíba é o estado em que menos mulheres têm ou tiveram sua alimentação impactada por enjoos ou náuseas, com 59% das entrevistadas.


Atente-se aos cuidados bucais durante a pandemia, pois um dia as máscaras vão cair

Pixabay
A dentista e empresária Luanna Coelho diz que o uso da peça trouxe uma falsa sensação de segurança para as pessoas em relação à estética dos dentes

 

A pandemia mundial da Covid-19 trouxe mudanças de hábitos, principalmente, na higienização, pois passamos a preocupar mais com a limpeza dos ambientes, do nosso corpo e das nossas mãos, nos esquecendo do principal que é a boca, já que estamos "protegidos" usando máscaras.

 

A peça se tornou fundamental em nossas vidas cotidianas, porque de fato nos deixa menos expostos ao vírus, mas existem pessoas que encontram nela uma zona de conforto para esconder os dentes e fazem de forma precária a higienização diária. Um exemplo: para sair de casa e ir a outro lugar, os indivíduos apenas colocam a máscara já que, teoricamente, no trajeto ninguém vai reparar em sua boca ou em seu hálito.

 

Para a dentista e empresária Luanna Coelho, da clínica odontológica Studio Del Dent, essa prática, agora, pode livrá-las de um julgamento imediato, mas as consequências surgirão em breve. "Percebo que as pessoas estão se descuidando e entrando em uma zona de conforto, pois, como temos essa barreira, ninguém percebe se o outro está escovando os dentes ou não. Isso acaba sendo ruim para a saúde e para a estética bucal do indivíduo, porque ele não está pensando a longo prazo, no qual ele pode vir a perder um órgão vital, que é o dente. Quanto mais ele fizer isso hoje, maior será o investimento dele futuramente", disse a especialista.

 

A dentista ainda ressalta que a situação é mais prejudicial para os pacientes que iniciaram o tratamento odontológico antes da pandemia e que agora deixaram de dar continuidade. "Essa ação pode agravar, por exemplo, a periodontite que ele teve há dois anos e que foi tratada. O paciente vinha recebendo orientações corretas, acerca da higiene bucal e tendo um ritmo de cuidado que desencadeou melhora no quadro clínico, mas agora com essa falta de atenção e a pausa das intervenções, a situação pode piorar", disse.

 

O julgamento social e o alto padrão do sorriso

 

Outro ponto negativo que a doutora Luanna Coelho acrescenta, relacionada à falta de cuidados dos dentes, está ligada ao fato dos padrões estéticos bucais da atualidade e à autocobrança de se ter um belo sorriso.

 

A empresária explica que o padrão do sorriso está aumentando e que, ultimamente, muitas pessoas estão buscando por tratamentos odontológicos como: instalação de lentes de contato e facetas dentais, para terem um belo sorriso. Nisso, pessoas que não conseguem custear um tratamento, vê no uso da máscara uma maneira de socializar mais ativamente do que antes do uso da máscara, muitas das vezes por vergonha.

 

"Somos seres racionais e o nosso cérebro julga automaticamente. Então, temos medo de sermos julgados, principalmente se o nosso sorriso está maltratado. Quando chegamos em um ambiente e conhecemos uma nova pessoa, temos três segundos para passar uma boa impressão. Nisso o sorriso conta muito, pois mais de 80% das pessoas olham primeiramente os dentes ao se conhecer alguém, mas hoje em dia, durante uma conversa, fica imperceptível com o uso da máscara. No começo tem-se uma diminuição do pré-julgamento da sociedade e uma "proteção", mas que é falsa", disse.

 

Já sobre a autocobrança, Luanna comenta: "As pessoas acabam se julgando e quando percebem que não estão com o sorriso dentro dos padrões da sociedade, acabam se camuflando na máscara e com isso se descuidando, por achar que não é necessário ter um cuidado com os dentes agora. Mas, nisso, ele está se enganando, pois logo mais, se Deus quiser, as máscaras vão cair e a realidade irá ter volta", finalizou a especialista.

 

 


 

Luanna Coelho-  já percorreu vários locais do Brasil e dos Estados Unidos, exercendo diferentes ofícios para se tornar hoje uma conceituada dentista e gestora. Sua mais nova conquista foi criar a Studio Del Dent, uma clínica própria na cidade de Vila Velha (ES). No local, ela planeja, além de atendimentos odontológicos, divulgar também sua habilidade na área de comunicação empresarial através do marketing digital, com foco em auxiliar outros profissionais a construírem suas marcas.

 

Divulgação / MF Press Global 


Maio Roxo: profissional alerta para doenças inflamatórias intestinais

O Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII), instituído em 19 de maio, marca o mês da campanha Maio Roxo, que tem como objetivo promover maior conscientização sobre as doenças inflamatórias intestinais e melhoria na qualidade de vida dos pacientes. As principais doenças são a de Crohn e a colite ulcerativa, também conhecida como retocolite ulcerativa. 

 

Segundo a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), ainda não se sabe qual a incidência no país. Mas estima-se que existam mais de 2 milhões de pacientes com DII nos Estados Unidos. Os homens e as mulheres parecem ser afetados em igual proporção — apenas nota-se que a doença de Crohn tem um ligeiro predomínio em mulheres. Apesar das DII acometerem indivíduos de todas as idades, elas são mais frequentes em jovens, com pico principal entre os 15 e 35 anos. Outro pico observado é numa faixa etária mais avançada, entre os 55 e 75 anos. 

 

De acordo com Paulo Mafra, médico gastroenterologista que integra o corpo clínico do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), as causas das DII ainda são desconhecidas. “A doença ocorre após uma resposta do sistema imunológico do indivíduo, provavelmente relacionada com fatores genéticos; fatores ambientais (vírus e bactérias); dieta com consumo exagerado de comidas industrializadas, com alto índice de gordura; tabagismo e estresse”, aponta. Esses fatores, segundo o profissional, desencadeiam uma inflamação muito grande nas paredes do intestino, levando às DII.

 

A doença de Crohn afeta predominantemente a parte distal do intestino delgado (íleo) e o intestino grosso (cólon), mas pode acometer qualquer parte do trato gastrointestinal. Diferentemente da doença de Crohn, em que todas as camadas da parede intestinal podem estar envolvidas e na qual pode haver segmentos de intestino saudável, normal, entre os segmentos doentes; a retocolite ulcerativa se caracteriza por acometer o cólon e o reto, atingindo mais a camada mucosa, provocando uma doença mais contínua.

 

“Os sintomas vão se relacionar muito com a extensão e a gravidade da doença. Os mais comuns são a diarreia, que pode ter, às vezes, sangue, muco ou pus; dores abdominais; cansaço; perda de peso não intencional; febre; evacuações com sangue; diminuição de apetite; e problemas na região peri-anal e no ânus”, elenca o médico. “Lembrando que, às vezes, essas doenças, apesar de acometerem o intestino, também têm manifestações fora dele, as chamadas manifestações extraintestinais, atingindo, por exemplo, as articulações, a pele, os olhos e o fígado.”

 

Não existe exame específico para identificar as DII, mas os pacientes podem ser submetidos a exames laboratoriais, de imagem e endoscópicos, como a colonoscopia. “O diagnóstico vai ser baseado numa boa avaliação clínica, numa boa anamnese do paciente”, frisa o especialista. “A colonoscopia, um procedimento feito pelo ânus, para avaliação do intestino grosso e do final do delgado — o íleo terminal —, é um dos principais exames para investigação dessas doenças e para diferenciação entre elas”, aponta. Além da visualização pelo exame, há coleta de biópsias que auxiliam na melhoria do diagnóstico. É possível ainda fazer exames radiológicos, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, enteroscopia e, em alguns casos, até o exame da cápsula endoscópica. 

 

A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa não têm cura. “O tratamento das doenças inflamatórias intestinais é principalmente medicamentoso. O objetivo é diminuir os sintomas da fase aguda e depois manter o controle da doença ao longo da vida, com acompanhamento clínico. Usamos algumas drogas, como os derivados salicílicos, os corticosteróides, os imunossupressores e os agentes biológicos. Além dos antibióticos, que utilizamos mais nos quadros infecciosos, como os que cursam com abcessos e fístulas anais”, detalha Paulo, sublinhando que o tratamento cirúrgico geralmente é reservado para as situações mais complexas.

 

Complicações graves podem ocorrer caso o paciente não trate a DII. Por isso, a importância do diagnóstico precoce. “No caso da retocolite ulcerativa, se não tratada, pode gerar colites graves, perfuração intestinal, megacólon tóxico, que é uma distensão exagerada do intestino (podendo levar a formação de úlceras e de perfuração do mesmo), sangramento retal e o risco aumentado de neoplasia, de câncer de intestino”, alerta o gastroenterologista.  Na doença de Crohn, podem ocorrer complicações infecciosas como os abscessos intra-abdominais, e o paciente também pode apresentar perfurações intestinais. “Pode ocorrer estenose, o estreitamento da parede do intestino, obstrução intestinal, além do aparecimento de fístulas anais”, completa.


Seconci-SP explica o que é e como conviver com a anemia falciforme

Doença exige o acompanhamento de equipe multiprofissional desde os primeiros meses de vida 

 

A anemia falciforme é uma doença genética caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células, chamadas hemoglobinas, têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia e dificultando o transporte do oxigênio, essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo. A assistente social do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Jane da Silva Gonçalves, explica os sintomas e as formas de controle dessa doença que não tem cura e, segundo dados do Ministério da Saúde, atinge cerca de 60 mil brasileiros. 

A doença se manifesta de forma diferente em cada indivíduo, alguns têm sintomas mais leves, enquanto outros apresentam quadro mais severo, que pode levar à internação. Entre os principais sintomas estão as dores nas articulações e ossos, dores nas costas e pernas, icterícia, infecções recorrentes, como de garganta e urinárias; maior propensão a ter meningite, pneumonia e úlceras (feridas) nas pernas de difícil cicatrização, em especial na região do tornozelo. 

Por ser de origem africana, a doença é mais prevalente em pretos e pardos, porém não exclusiva, sendo considerada de alta relevância epidemiológica. “As manifestações clínicas da doença ocorrem nos primeiros meses de vida, por isso é fundamental fazer o teste do pezinho. O recomendado é que ele seja realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê e, no máximo, até 30 dias do nascimento”, afirma Jane. 

Desde 1992, o teste é obrigatório por lei e totalmente gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte da triagem neonatal. Como forma de conscientizar a população sobre a sua importância, foi criado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, celebrado em 6 de junho. “Uma vez identificada alteração no resultado do exame, os pais são convocados para a realização de outros testes neles e no bebê, para que se possa fechar o diagnóstico e iniciar o tratamento, que pode envolver o uso de medicações para evitar infecções e crises”, informa a assistente social. 

“Caso, por alguma razão, não tenha sido feito o teste do pezinho, os pais devem ficar atentos se o bebê tem febre com frequência, chora muito e tem mãos e pés inchados. Estes são sintomas da doença falciforme e o recomendado é levar a criança ao pediatra, o quanto antes”.

 

Equipe multiprofissional 

Dadas as características da doença, o paciente tem de ser acompanhado por equipe multiprofissional. Na infância, pelo pediatra e depois por hematologista, clínico geral, cardiologista e nutricionista. A doença pode afetar o crescimento da criança, por isso é fundamental o diagnóstico ainda bebê. 

Na capital paulista, o Hospital das Clínicas e a Santa Casa são locais de referência para o tratamento. “O Hospital Brigadeiro também, embora hoje ele esteja mais focado na saúde do homem. E há a Associação Pró-Falcêmicos, Aprofe, onde o paciente e suas famílias podem ter acesso a informações abalizadas sobre a doença. O transplante de medula óssea é a única cura para a anemia falciforme, mas ele só é feito no SUS para pacientes que apresentam a forma grave, com úlceras que não cicatrizem ou que já sofreram um Acidente Vascular Cerebral, por exemplo. Para os demais, o caminho é acompanhamento rigoroso e conhecimento sobre a doença”, enfatiza a assistente social.


Mortalidade materna por Covid-19

Dados mais recentes do Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19) sobre mortalidade materna em virtude do SARS-CoV-2 são preocupantes. Os óbitos em 2021já somam 642, ultrapassando de longe o total de 2020 inteiro: 457. 

Outro fato gravíssimo é que, desde o início da pandemia, uma a cada cinco gestantes e puérperas mortas pelo SARS-Cov-2 não tiveram acesso a unidades de terapia intensiva (UTI) e 33% não foram intubadas, o derradeiro recurso terapêutico que poderia salvá-las.

 

Em relação ao acesso à UTI, é essencial registrar que o Observatório só trabalha com os dados oficiais. Assim, o fato de pessoas falecerem sem acesso à possibilidade de tratamento adequado é igualmente estarrecedor, pois gestores e todos nós sabemos que casos mais complicados de Covid-19 exigem UTI e intubação orotraqueal.


Há ainda uma interrogação sobre a proporção de subnotificações. Várias gestantes e puérperas internadas, teoricamente acometidas por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), estão em lista diferenciada de óbitos. São mais de 270 mortes dificílimas de especificar a causa de origem.


De acordo com a dra. Rossana Pulcineli, uma das criadoras do Observatório, docente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP e presidente da SOGESP, isso acende sinal de alerta quanto à baixa testagem:


“Da mesma forma que observamos em gestantes e puérperas, é plausível pensar que também esteja acontecendo em outros grupos de pacientes com Covid-19”, pondera ela.


Entre março de 2020 e 12 de maio de 2021 (quando da mais recente atualização semanal da base de dados SIVEP-Gripe do Ministério da Saúde), foram 11.664 casos de SRAG por Covid com 1099 óbitos - 9,4%.  

 

Sem contar os outros 10.818 de registros da Síndrome com 274 mortes entre gestantes e puérperas, que, na avaliação dos pesquisadores, podem ser também episódios de SARS-Covid-19.

 

O Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19) visa a dar visibilidade aos dados desse público específico e oferecer ferramentas para análise e fundamentação de políticas para atenção à saúde de gestantes e puérperas em relação ao novo coronavírus.

 

Além da dra. Rossana Pulcileni, compõem o grupo de criadores. Mantenedores Agatha Rodrigues, docente do Departamento de Estatística da Universidade Federal do Espírito Santo  (UFES), e Lucas Lacerda, estudante de graduação em Estatística na UFES.

 

Reverter o quadro requer uma estruturação melhor da rede. Então é muito fundamental que, quando uma gestante precise de uma internação, já exista organização sistematizada para que ela saiba qual hospital deve procurar, para onde será transferida etc.


A vacinação é sim um caminho. Lembrando que, neste momento, o Ministério da Saúde prevê imunização apenas de gestantes com comorbidades.

 

“As gestantes e puérperas precisam continuar com todos os cuidados. Usar a máscara, evitar aglomerações. Agora há uma lei que oferece a elas a possibilidade de trabalhar em home office. É indispensável que ela se proteja independentemente de ter sido vacinada ou não”, orienta Rossana.


A vida é mais

 

  

O Brasil segue em grave crise de identidade. Já faz tempo, aliás. Parece que nos dividimos em dois, três ou quatro mundos completamente distintos que olham somente ao próprio umbigo. Assim, prevalece a intolerância; o resultado é o retrocesso coletivo. 


A pandemia nos atordoa, é fato. São milhares os óbitos, em tragédia sem perspectiva de ser estancada. Além das numerosas e irreparáveis perdas, outros milhares de cidadãos têm a vida comprometida: falo dos pós-Covid com sequelas importantes, em especial no campo neurológico. A sociedade está apreensiva, tensa. Equilíbrio é cada vez mais raro.


Daí, temos parte da explicação de ânimos acirrados, posicionamentos extremos e do clima de ódio em redes sociais, em discussões familiares, em grupos de amigos e por aí vai.


As polêmicas não se resolvem de forma natural. O esperado é que elas tragam à tona argumentos para reflexão, para revisão, amadurecimento ou mesmo confirmação de pensamentos. Ocorre que viraram estopim de guerra permanente.


Como médico, defendo o humanismo como remédio para qualquer mal. No dia a dia da assistência, olhar o paciente com atenção, tratá-lo com respeito, chamá-lo pelo nome já é meio caminho andado para recuperação. Ou para elevar a qualidade da existência quando o caso requer ações paliativas.


Na verdade, respeito e boa vontade são excelentes receitas para tudo. Nosso país precisa de doses e mais doses. Nossa sociedade precisa de cuidado, de empatia, de cumplicidade.


Hoje, ouso afirmar que não há outra estrada para o Brasil sair do lamaçal. A vida é muito mais do que pequenas divergências. Valores e princípios são para nos guiar; não para nos armar.


Vejam o exemplo que médicos, profissionais de saúde e muitos outros nos dão agora. Cercados de dificuldades, sem equipamentos de proteção individual, enfrentando insuficiência de medicamentos, de leitos, de insumos, eles resistem com firmeza e paixão. Expõem-se por compromisso com o próximo.


Ok, todos somos livres para expressar opiniões e defender escolhas, porém, calma lá! Só o diálogo nos faz chegar a bom termo e a soluções alvissareiras.

Reforço que agir pautado no humanismo é indispensável, mais do que nunca. Esse é o gesto revolucionário que todos precisamos.


Minha experiência de décadas de cuidados a pacientes e de dedicação a alunos forjou em mim a convicção de que sempre há como superar adversidades. Valhamo-nos de altruísmo. Dias melhores virão.

 

 


 

Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica


Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta: Hipertensos podem ter mais chances de complicações pela forma grave da Covid-19

Em 17 de maio comemoramos Dia Mundial da Hipertensão. Cerca de 35% dos brasileiros são hipertensos e no contexto de pandemia de Covid-19, hipertensos precisam, de maneira ainda mais contundente, manter a pressão arterial controlada.

A identificação e o tratamento precoces dessa doença crônica não transmissível (DCNT), reduzem a mortalidade por causas cardiovasculares. A hipertensão pode estar relacionada a 80% dos casos de acidente vascular cerebral (AVC) e 60% dos casos de infarto agudo do miocárdio (IAM). Hipertensos não controlados, assim como outros cardiopatas e portadores de doenças crônicas têm possibilidade de maiores complicações pela Covid-19.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Celso Amodeo, a infecção pelo novo coronavírus é o tipo de doença da qual não se pode dizer “sempre” e “nunca”, porque o conhecimento acerca dessa doença está constantemente sendo reavaliado, modificando a forma de enfrentamento da doença.

No início da pandemia, muito se falou sobre alguns medicamentos utilizados para controlar a hipertensão que agiriam na mesma via de entrada do Sars-CoV-2 para o interior da célula; posteriormente surgiram outros indícios de que essas classes de medicamentos, na verdade, diminuíam a atividade inflamatória do vírus, portanto seu uso provocava uma melhora satisfatória da Covid-19. Porém, nenhum estudo, de fato, constatou efetivamente essa informação.

“Nossas orientações, sempre, são para que o paciente hipertenso não suspenda o tratamento medicamentoso por causa da Covid-19. O risco da hipertensão no indivíduo com diagnóstico positivo para o novo coronavírus se dá porque a Covid provoca uma intensa reação inflamatória que atinge diferentes territórios vasculares do organismo, vasos esses que já apresentam alterações na sua estrutura e função decorrente da hipertensão arterial não controlada, fazendo com que essa pessoa tenha mais risco de complicações”, explica Amodeo.

A SBC recomenda que o paciente hipertenso não deixe de procurar seu médico para fazer os controles necessários da pressão arterial. A pandemia fez com que muitas pessoas deixassem de ir ao médico por medo de sair à rua, o que aumenta o risco de hipertensão arterial não controlada. É imprescindível que o indivíduo mantenha sua pressão controlada, evitando assim complicações mais graves em caso de Covid-19.

A hipertensão arterial possui prevalência na população adulta brasileira em torno de 35%. Nesses indivíduos, 40% sabe que possui e procuram tratamento, no entanto, 40% dos pacientes que iniciam tratamento não o segue como deveriam.

“Temos um problema muito grande de falta de adesão ao tratamento, por ser uma doença assintomática, o chamado inimigo silencioso, isso acarreta distúrbios, principalmente no aparelho cardiovascular, onde a incidência de infarto e de AVC é muito alta naqueles que não têm pressão controlada”, reitera o presidente da SBC.

Ao reconhecer qualquer um dos sintomas, como alteração do movimento e/ou da sensibilidade em uma parte do corpo; dificuldade de fala ou compreensão; dor de cabeça intensa e súbita; tontura ou alteração no equilíbrio; alteração da visão e/ou dificuldade para enxergar, náusea ou vômito, dificuldade para engolir e/ou perda da consciência (desmaio) – é importante procurar ajuda médica, pois os profissionais de saúde têm um curto espaço de tempo para atuar: a cada minuto, milhões de neurônios podem ser perdidos durante um AVC. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maior é a chance de recuperação.

“Pressão alta, se bem diagnosticada, o tratamento é pra vida toda, e se baseia em medidas não medicamentosas e medicamentosas. A medida não medicamentosa mais importante é diminuir o sal na alimentação, isso significa ingerir menos alimentos processados e industrializados. Cerca de 75% do sal que ingerimos vem desses alimentos. Atividade física regular ajuda e muito a manter a pressão arterial estável. Evitar fumo e álcool também. Algo muito negligenciado é a qualidade do sono: a pessoa que não dorme direito tem mais chance de desenvolver hipertensão”, ressalta Amodeo.

 


SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA


Piercings na boca: o que cirurgiões-dentistas têm a dizer

Piercings na boca podem fazer mal, mas isso não é bem uma novidade. O que tem mudado é que, aos poucos, as perfurações, moldes ou colagens de joias em lábios, dentes e língua fazem cada vez mais parte da rotina dos consultórios odontológicos. Calma! Os cirurgiões-dentistas não estão se transformando em body piercing - profissionais que realizam a colocação dos adereços. Quem explica mais sobre isso são os integrantes da Câmara Técnica de Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). 

“Os piercings podem causar uma série de danos e traumas aos dentes e à mucosa oral. Isso depende da localização, tamanho, forma, aplicação e cuidado. Nosso papel é orientar os pacientes que possuem essas joias a manter um acompanhamento periódico e informá-los sobre os meios para prevenção de doenças causadas pelo uso e manutenção errada da peça”, conta o cirurgião-dentista Wellington Hideaki Yanaguizawa. 

Para os profissionais de Odontologia, a prioridade é sempre a saúde e bem-estar de seus pacientes. Por isso, eles alertam que hábitos deletérios, ou seja, aqueles que prejudicam a saúde, devem ser evitados. Isso inclui tocar o acessório com as mãos sujas ou raspar e prender o piercing contra os dentes ou a gengiva, por exemplo, provocando erosões e desgastes do esmalte dentário, sensibilidades e cavitações dentárias, além de retração nas gengivas, consequências mais comuns em perfurações nos lábios, quando uma parte da joia fica na área interna da boca e a outra na externa.

Existem ainda outros perigos, dependendo da escolha. “Os piercings internos podem ser mais danosos, pois aumentam os riscos de traumas e feridas que servirão como porta de entrada para infecções virais e bacterianas”, alerta a  cirurgiã-dentista Camilla Vieira Esteves ao falar das peças colocadas na língua, úvula e gengiva. Outros efeitos podem ser língua bífida, sensibilidades e mobilidades dentárias, halitose (mau hálito) e lesões inflamatórias crônicas nos tecidos.


E se o piercing for colado? 
A grande questão dos adereços colados, como é feito nos dentes, é a formação do biofilme. A massa de bactérias colonizadoras da cavidade oral pode se instalar ao redor da peça e levar à cavitação do dente por processo carioso. “Se o paciente não tomar os devidos cuidados e realizar a correta higienização, esse acúmulo de placa também pode causar gengivite, uma inflamação que provoca inchaço e sangramento na gengiva, ou até mesmo evoluir para periodontite, que é quando essa inflamação acomete o osso e os ligamentos que estão a redor do dente, sendo capaz de resultar em mobilidades e até a perda dos dentes”, detalha Wellington.


A tendência agora são os grillz
Quem assistiu a um filme de ficção sobre vampiros sabe que as presas podem ser bem realistas. Uma adaptação disso já bem conhecida internacionalmente, principalmente no universo da música, são os grillz, as grades dentárias incrustadas de pedras preciosas. “Chamamos de facetas removíveis, pois elas são adaptadas através de um silicone que se molda ao formato dos dentes. Geralmente, são confeccionadas em ouro, prata ou metal com pedrarias. Por serem feitas de material metálico rígido, o principal problema são as fraturas dentárias com o uso prolongado, disfunções periodontais e infecções oportunistas, como a candidose - um grupo de fungos que pode colonizar a mucosa oral quando não higienizada corretamente. Além disso, se estiver mal adaptado, o acessório pode causar movimentações dentárias, agindo como um aparelho ortodôntico, porém sem planejamento algum”, explica Camilla.

Prata, titânio, aço cirúrgico e outras joias são comumente utilizados nos grillz ou piercings e, mesmo que a maioria deles não cause grandes problemas, alguns pacientes podem desenvolver uma condição chamada Reação Liquenóide de Contato, doença imunomediada em que o organismo apresenta resposta imunológica ao agente alérgeno. Os cirurgiões-dentistas apontam que, “enquanto o fator causador não for retirado, o paciente continuará apresentando lesões avermelhadas acompanhadas por linhas reticulares brancas conhecidas como ‘Estrias de Wickham’ na mucosa que estiver em contato com o material. As lesões podem gerar desconforto, ardência ou dor”, informa Wellington. O ouro é a substância com menos registros desses casos. 

Para estar na moda e com a saúde oral em dia é simples: basta manter os cuidados de higiene bucal e procurar um profissional habilitado para as devidas orientações. 

 


Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

www.crosp.org.br


Pacientes com apneia obstrutiva do sono podem estar entre os grupos de risco para pior evolução da Covid-19, aponta estudo

Possibilidade de doenças cardiovasculares preexistentes, associada à Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), pode levar ao aumento da taxa de mortalidade, alertam especialistas do Hospital Paulista

 

Mesmo após um ano e meio do surgimento do Coronavírus, ainda são muitas as incertezas com relação à doença. Durante um curto período, novas variantes do vírus surgiram ao redor do mundo, assim como a definição de grupos de risco na população, que aumentaram a preocupação das pessoas e dos profissionais de saúde.

A Covid-19, que inicialmente tinha uma prevalência maior em idosos com idade superior a 60 anos, homens e pessoas com comorbidades, como obesidade e doenças cardiovasculares, agora pode representar um risco também aos pacientes que sofrem de Apneia Obstrutiva do Sono, segundo um estudo da Universidade de Warwick, no Reino Unido.

De acordo com os especialistas Braz Nicodemo Neto e Nilson André Maeda, ambos otorrinolaringologistas e médicos do sono do Hospital Paulista, a probabilidade se dá devido as características citadas na pesquisa serem comuns nos indivíduos que sofrem de apneia do sono.

Dr. Nilson afirma que a pesquisa preocupa, uma vez que a presença de doenças cardiovasculares preexistentes, associadas à apneia obstrutiva do sono, podem levar a uma crescente nas chances de internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pela Covid-19.

O especialista também teme o possível aumento da mortalidade, que pode ser causado em decorrência das complicações do vírus.

A Apneia Obstrutiva do Sono é um distúrbio caracterizado pela obstrução intermitente da via aérea no nível da garganta, enquanto o indivíduo dorme. Ela costuma causar altos ruídos – popularmente chamado de ronco – e interrupções na respiração, que duram no mínimo 10 segundos, ocasionadas pelo bloqueio da passagem do ar.

“A diminuição de oxigênio causada pela apneia estimula de forma exagerada o sistema nervoso, elevando o ritmo de batimentos cardíacos e estimulando a contração dos vasos sanguíneos. A longo prazo, isso pode acarretar doenças nas artérias, infartos e até derrames cerebrais”, alerta o Dr. Nicodemo.

Outro ponto que merece atenção em pacientes que sofrem desse distúrbio são as arritmias cardíacas noturnas, presentes em 40% dos pacientes com apneia do sono.



Riscos da AOS durante a pandemia

Apesar de ser considerado um distúrbio grave, a apneia do sono tende a ser negligenciada pela maioria das pessoas. A doença costuma ser confundida com um simples ronco, o que impede que as pessoas procurem um especialista para o diagnóstico.

Os especialistas do Hospital Paulista ainda alertam para a baixa atenção que a patologia tem recebido durante a pandemia, uma vez que pode representar riscos com desfechos negativos, caso esse tipo de paciente contraia a Covid-19.

Os médicos defendem a inclusão de pacientes diagnosticados com esse distúrbio do sono nos grupos de risco para o Coronavírus, para que estas pessoas saibam do perigo adicional que podem correr, encontrando maneiras de reduzir ainda mais sua exposição ao vírus.

Caso perceba algum dos sintomas da doença, é necessário buscar o auxílio de um especialista, que poderá indicar uma polissonografia – exame que estuda o sono – para um diagnóstico e tratamento adequado, caso haja a confirmação da doença. 

“É importante que as pessoas que roncam demais, que possuem um sono fragmentado e não reparador, e que apresentam sonolência diurna, procurem avaliação. As pessoas que convivem com estes indivíduos, como cônjuges e demais familiares, também têm uma função importante de alertar a possível necessidade de médica”, finaliza o Dr. Nilson.


Tratamento

A melhor forma de tratar a Apneia Obstrutiva do Sono é analisando a origem e a intensidade do distúrbio. Pessoas obesas têm uma predisposição maior à doença, porém, indivíduos magros, mulheres e crianças também podem ter apneia obstrutiva, ressaltando que a causa, geralmente, é multifatorial.

Os especialistas explicam que existe uma classificação de gravidade da doença. Dessa forma, cada paciente tem o tratamento indicado de maneira individualizada, de acordo com a sua necessidade, por isso a importância do acompanhamento médico especializado.  

O tratamento pode ser desde controle de peso, exercícios com fonoaudiólogo e aparelhos intraorais, até o uso de ventiladores (CPAP), que facilita a respiração durante o sono, e a cirurgia da via aérea, sendo bastante comum a associação entre eles.  




Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

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