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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Mães Pâncreas - Amor e Resiliência

O impacto da notícia sobre filho com diabetes na vida das mães


- Atividade física, troca de informação e apoio psicológico são suportes para enfrentar a nova condição

#diadasmaes

 

Receber o diagnóstico que seu filho precisará tomar medicamento injetável para o resto da vida é uma notícia que causa impactos, e quando a notícia vem junto com outros cuidados permanentes e diários, a rotina é quebrada e invadida por preocupação, tensão e até angústia nos primeiros meses, pois será preciso reorganizar a própria vida para que sua atenção fique ainda mais focada na saúde da criança.

É o que acontece com as “Mães Pâncreas”, mulheres que têm filhos com diabetes tipo 1. Essa nomenclatura se dá pois o diabetes é uma doença crônica não transmissível na qual o pâncreas não produz insulina (diabetes tipo 1). Daí, as mães acabam ‘fazendo uma parte essencial do papel’ do pâncreas ao administrarem a insulina em seus filhos.

“É um diagnóstico familiar, uma vez que impacta a todos os integrantes da família. Mas para a mãe, abre um buraco debaixo de nossos pés. De um dia para o outro, você descobre que seu filho tem uma condição de saúde incurável, cujo tratamento é injetável, e que você terá que calcular essas doses. Você descobre que um passo em falso pode fazer um grande mal ao seu filho. Não há preparo para isso”.

O relato acima é de Lilian Pastore, mãe da Luiza, de 13 anos, diagnosticada aos 8 anos, que encontrou no Programa Correndo Pelo Diabetes (CPD) - organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo social estimular a prática regular de atividade física como ferramenta de promoção da saúde e inclusão da pessoa com diabetes - o apoio que procurava para enfrentar a questão, compartilhando suas dificuldades do dia a dia com outras mães que participam do CPD e que recebem, além de assessoria para a prática de atividade física juntamente com seus filhos, o atendimento psicológico para as pessoas com diabetes e seus familiares.

“Saber naquele momento que o Christian precisaria de cuidados para toda a vida foi um choque. Tive meus cinco minutos de choro intenso. Depois lavei o rosto e em seguida acionei o ‘botão’ recalcular rota. Eu precisava mais do que tudo saber o que fazer. A pergunta era ‘e agora?’ E não ‘por que comigo?’”, relata Flavia Mosimann, mãe de Christian, de 10 anos, diagnosticado aos 5 anos. Flavia conheceu o trabalho do CPD por meio do Instagram e atualmente é Diretora de Impacto Social do Correndo Pelo Diabetes.


Mudança de Rota

Diminuir a carga horária no trabalho e até recorrer a uma licença profissional para adaptar toda a família à nova rotina, como alimentação balanceada, acordar várias vezes na madrugada para medir a glicemia e levar as informações passadas pelo médico para a escola que, segundo as mães, é uma das partes mais complicadas, já que a maioria das escolas desconhecesse as necessidades de uma criança com diabetes, são algumas das mudanças que acontecem repentinamente na vida das Mães Pâncreas.

“Assim como na rotina em casa, nas festas temos os famosos “combinados”. O Cristian não fica beliscando salgadinhos e doces, pois a insulina tem uma ação que dura cerca de 2 horas. E se ficar comendo durante toda a festa, vai dar a maior confusão. Então eu sempre peço pra ele sentar e comer como se fosse uma refeição”, conta Flavia.

 

Atividade Física para Mães Pâncreas

Criado em 2018, o Correndo pelo Diabetes oferece atividades físicas elaboradas para as mães, com intuito de cuidarem da própria saúde e incentivarem seus filhos a praticar exercícios, que são muito importantes para a qualidade de vida de uma pessoa com diabetes. Além disso, o CPD promove a troca de informações entre as famílias e pacientes, formando uma verdadeira rede de apoio por meio de encontros virtuais com os especialistas, informações sobre tratamentos e tipos de diabetes, além de terem um educador em Diabetes para orientação e dúvidas e conhecem outros pais pâncreas.

“Crianças acima de 12 anos podem participar do programa com acompanhamento dos responsáveis e vemos uma excelente evolução em adolescentes que participam das atividades de caminhada, corrida e Yoga. Todos ganham em saúde física, emocional, reiteram vínculo afetivo e de confiança”, explica Lilian, que se apaixonou pelo tema Educação em Diabetes quando conheceu o CPD por intermédio das redes sociais de Bruno Helman, fundador e CEO do Correndo pelo Diabetes. Hoje é a Diretora de Educação em Diabetes do CPD. 

Ela explica que as mães devem estar bem para poder cuidar da criança e a atividade física é uma das ferramentas que proporciona isso, além de outros inúmeros benefícios ao corpo, ajuda na saúde emocional, libera hormônios que trazem bem-estar e resultam em mais energia para que possam enfrentar o dia a dia.

Quanto ao suporte psicológico, também oferecido pelo CPD, Lilian conta que é inegável o quanto isso ajuda a enfrentar a notícia, as mudanças de vida e a encontrar equilíbrio para lidar com as intercorrências do dia a dia. “É como a regra do oxigênio nos aviões: primeiro se coloca no cuidador e depois na criança. Ela refletirá sua aceitação e forma equilibrada com que você lida com a condição”, conta Lilian Pastore.

A mensagem da Mãe Pâncreas Flavia para mães que acabam de receber o diagnóstico de seu filho é: “Acalmem o coração, porque vai dar tudo certo mesmo. As coisas vão se encaixando. As crianças são mais capazes do que a gente imagina. E quanto mais seu filho participar dos cuidados com o diabetes, mais tranquila vai ser a relação dele com a nova condição”. 

 

Sobre o Correndo pelo Diabetes

O Correndo pelo Diabetes (CPD) é uma organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo estimular a prática regular de atividade física como ferramenta de promoção da saúde e inclusão da pessoa com diabetes. Desde 2018, recebe o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e atualmente faz parte das ações do Departamento de Diabetes, Esporte e Exercício da SBD.

https://correndopelodiabetes.com/

https://instagram.com/correndopelodiabetes

5 fatos que você precisa saber sobre o tratamento com aparelho invisível Smilink

O aparelho invisível se tornou a opção mais desejada e procurada do momento para quem quer alinhar os dentes garantindo um visual discreto e um tratamento confortável. As vantagens são inúmeras e pensando nisso a Smilink, marca nacional referência no assunto, cita 5 fatos que valem destacar:

1.Substituem os fixos em várias situações

Diga adeus aos moldes de gesso, graças a tecnologia 3D, utilizada no principal exame para que seja feito o escaneamento do sorriso, o cliente já sai do consultório com uma estimativa do valor total e duração do tratamento. Com um visual esteticamente imperceptível, ao contrário do fixo, o alinhador é removível, o que garante uma melhor higiene durante e após as refeições.

2.São muito menos dolorosos

A maioria dos pacientes sente apenas um pequeno incômodo, como uma pressão, nos primeiros dias de tratamento, apenas pelo movimento que as placas alinhadoras começam a fazer desde o princípio. Em relação à fala, as primeiras palavras também podem soar estranhas ou engraçadas, mas logo a boca se acostuma com seu novo acessório e ele acaba sendo imperceptível para quem usa e para quem está de fora.

3.Não precisam de manutenção presencial mensal

Seu custo é fixo e muitas vezes inferior comparado ao tratamento com os braquetes de ferro, já que não existe a necessidade de acompanhamento mensal no dentista já que os kits de cada etapa são entregues a domicílio para o paciente. As visitas são feitas a cada dois meses apenas para acompanhamento.

4.Permitem praticar todo tipo de esporte

Quem nunca teve medo de se machucar com os braquetes de ferro ou com os aparelhos móveis que atire a primeira pedra. E era quase que inevitável separar as duas coisas, já que o esporte, principalmente o futebol, sempre foi uma prática muito comum para os brasileiros. Já com os alinhadores transparentes, a prática de esportes não tem contra-indicações, não tem risco de lesões, e como são muito adaptáveis e ajustados aos dentes podem ser utilizados com outros aparatos esportivos, exemplo snorkel.

5. O processo e resultado são previsíveis

Essa opção se torna mais previsível pois o
planejamento 3D e o molde digital feito pelo dentista fazem com que o paciente tenha uma noção da duração do tratamento e o quanto vai gastar, ao contrário do tradicional que não garante essa previsibilidade e preço. O tratamento da Smilink, por exemplo, dura em média entre 4 e 14 meses, e já na primeira consulta é possível ter essa informação.

Saiba mais sobre prevenção e combate à hipertensão arterial

Existe um dia dedicado, instituído desde 20021, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e tratamento; a enfermidade é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares e renais2 

 

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância dos cuidados com a saúde e os riscos da doença hipertensiva, foi criado o Dia Nacional de Combate a Hipertensão Arterial, celebrado em 26 de abril1. Também conhecida como pressão alta, a enfermidade acomete uma em cada quatro pessoas adultas, chegando a mais de 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil3. Por isso, a data marca a luta contra a doença e traz uma reflexão sobre a sua gravidade.

A doença é caracterizada pela elevação dos níveis de pressão arterial (PA), acima de 140×90 mmHg (milímetros de mercúrio) - o primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa2.

Por se tratar de condição frequentemente assintomática, a enfermidade pode evoluir e afetar órgãos como coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos. Ou seja, a hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares - principalmente o AVC - e renais2. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, a doença já é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal3.

De acordo com o médico neurologista Dr. Gabriel de Freitas, a detecção e controle da pressão arterial é um ponto básico e fundamental de qualquer programa de prevenção, especialmente para o AVC, devendo ser esse o maior foco. "Existe uma relação muito próxima entre as doenças cardiovasculares e hipertensão. É necessário entender que o nosso cérebro é, em geral, o órgão que mais sofre as consequências da hipertensão. Quanto maior o tempo de doença, maior o risco, e quanto maiores os índices pressóricos, igualmente maiores serão as complicações. Os danos à qualidade de vida vão depender justamente das áreas cerebrais afetadas - de acordo com o local, há comprometimentos à fala, à visão, à movimentação e à coordenação dos braços e das pernas", ressalta o especialista.

Dr. Gabriel ainda comenta que é extremamente importante estar atento aos sinais de um possível AVC. Sintomas como alteração da força muscular ou formigamento, principalmente dos braços, pernas ou de um lado do corpo, assimetria facial, dificuldade na fala e movimentação da língua, dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente, perda da visão de um olho ou dos dois, vertigem e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos também podem indicar a presença de um derrame4. "Portanto, para saber se alguém pode estar sofrendo um AVC, peça para a pessoa sorrir, repetir uma frase ou cantar uma música e levantar os braços. Este é um ‘teste’ chamado SAMU - Sorria, Abrace, Música e Urgente. Caso a pessoa apresente dificuldades nestas tarefas, ela deve ser levada imediatamente a um hospital", informa o médico.

Obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento estão associados ao desenvolvimento da hipertensão. O consumo exagerado de sal, associados a hábitos alimentares não adequados também podem colaborar para o surgimento da hipertensão arterial5.

Entre os principais sinais de alerta para alteração na função de bombeamento do sangue estão a tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão. Entretanto, a hipertensão geralmente é silenciosa, por isso é importante a medida regular da pressão arterial5.

A hipertensão arterial não tem cura, mas deve ser tratada para impedir complicações. Medidas como medir a pressão arterial regularmente, adotar uma alimentação saudável, praticar atividade física pelo menos 5 dias por semana, diminuir a ingestão de sal e o consumo de bebidas alcoólicas, não fumar, controlar o estresse e ter acompanhamento médico são fundamentais para contribuir no controle da pressão arterial e na diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares6.

 


Boehringer Ingelheim

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www.facebook.com/BoehringerIngelheimBrasil

 

 

Referências:

1. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 10.439/2002 . Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10439.htm Acesso em 07 de abril de 2021.

2- Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DHA-SBC), Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial - 2020. Disponível em http://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-0516/0066-782X-abc-116-03-0516.x14831.pdf Acesso em 07 de abril de 2021.

3 - Sociedade Brasileira de Hipertensão. Sobre a hipertensão. Disponível em http://www.sbh.org.br/arquivos/hipertensao/. Acesso em 08 de abril de 2021.

4 -http://www.blog.saude.gov.br/index.php/570-destaques/34434-saiba-quais-sao-os-primeiros-sinais-de-um-avc

5 - Ministério da saúde. O que é hipertensão. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/2960-26-4-dia-nacional-de-prevencao-e-combate-a-hipertensao-arterial-4 Acesso em 07 de abril de 2021.

6 - Sociedade Brasileira de Hipertensão. Perguntas Frequentes. Disponível em http://www.sbh.org.br/arquivos/perguntas-frequentes/


Hipertensão: Uma doença silenciosa que pode ser muito perigosa

Os brasileiros estão cada vez mais hipertensos, que é a famosa “pressão alta”. O cardiologista Roberto Yano mostra como a mudança de hábitos pode prevenir das graves sequelas desta enfermidade. 

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde revelados no final de 2020 mostram que no ano anterior cerca de 38,1 milhões de brasileiros estão sofrendo com a pressão arterial alta, a famosa hipertensão. Os números mostram que houve um acréscimo de 2,5% em relação à quantidade de pessoas com a mesma enfermidade na pesquisa feita em 2013. 

Porém, os números da pesquisa mostram duas situações preocupantes: A primeira é que, em 2019, 72,2% dos hipertensos afirmaram ter recebido assistência médica para a doença nos 12 meses anteriores à entrevista. E a outra é que os dados também revelam que a incidência é maior conforme a idade, atingindo 62,1% da população de 75 anos ou mais. 

Segundo o cardiologista Dr, Roberto Yano, quem tiver com a pressão igual ou acima de 140 por 90 mmHg deve ficar atento: “Se a pessoa encontrar valores acima de 140 e/ou 90 mmHg em 2 medidas e em dias diferentes, é bom ficar de olho, pois pode já estar hipertensa”. Os cuidados também servem para aqueles que são chamados pré-hipertensos: “Aqueles que estiverem com a pressão acima de 130 por 85 também devem começar a se cuidar, pois já se sabe que nesses valores o risco de um infarto ou um derrame já é maior”, destaca o médico. 

Silenciosa, mas traiçoeira, a pressão alta pode levar a uma série de comorbidades: “As pessoas com pressão alta acabam tendo mais a possibilidade de desenvolverem doenças cardiovasculares, como um infarto ou AVC, por exemplo. O grande problema se encontra quando se fala nos sintomas. Afinal, o paciente não sente nada no primeiro momento, então muitas vezes ela já está precisando de ajuda e nem percebe”, detalha Dr. Yano. 

Porém, quando a pressão sobe mais ainda, aí alguns sinais podem ser observados: “Pode acontecer da pessoa ter náusea, vômito e dor de cabeça. Isso acontece quando a pressão está mal controlada. Em casos mais graves, a pessoa pode ficar com a visão turva, ter alucinações visuais, sofrer confusão mental, ou até entrar em coma ou ter crises convulsivas”, alerta. Ele observa que, “dependendo da gravidade do quadro, algumas pessoas podem precisar de internação até em unidade de terapia intensiva”.

 

Mudanças de hábitos é fundamental 

Mas, antes de se preocupar com a gravidade da doença, uma boa notícia é que é possível se cuidar e evitar tamanhos transtornos. Dr. Roberto Yano orienta: “A primeira coisa é procurar um bom cardiologista, fazer o seguimento clínico, seguir à risca o que ele orienta e mudar o estilo de vida”. 

E como fazer isso? “É importante se exercitar ao menos 150 minutos por semana. Manter-se no peso adequado, afinal, a hipertensão está diretamente ligada à obesidade. Pacientes acima do peso ideal costumam ter pressão mais alta, logo o recomendado é manter o IMC sempre abaixo de 25. Para isso, nada melhor do que uma dieta balanceada, aumentando o consumo de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura, e cereais integrais”. 

Além disso, ele recomenda o consumo moderado de oleaginosas e reforça “a redução de alimentos ricos em gorduras, doces e de bebidas com açúcar, além das carnes vermelhas”, completa. Além disso, um grande vilão que faz parte do dia-a-dia de qualquer pessoa e deve ter seu uso reduzido é o sódio, explica o cardiologista. “O hipertenso deve usar apenas dois gramas de sódio por dia, o que dá mais em torno de cinco gramas de sal”, lembra. 

Cigarro? Nem pensar. Dr. Yano lembra que ele, “além de elevar a pressão, vai ainda acelerar o processo de aterosclerose, levando o paciente ao infarto ou ao derrame cerebral precocemente”, acrescenta. 

Além destas medidas, existem ainda os medicamentos anti-hipertensivos, que, recorda Dr. Roberto, devem ser avaliados e prescritos somente com orientação de um médico. Portanto, “se cuidem, a pressão alta é uma doença silenciosa e que pode trazer muitos problemas graves quando não tratado precocemente”, conclui.

 


Crédito - MF Press Global


Ação direta do SARS-CoV-2 em vários órgãos pode causar reação imune exagerada em crianças


Micrografia de cérebro de criança com a SIM-P associada à COVID-19 e com encefalopatia: detecção de antígeno do nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 em células endoteliais de vasos sanguíneos cerebrais (marcação do citoplasma celular em vermelho) pela reação de imuno-histoquímica (imagem: acervo dos pesquisadores)

 

Além de sintomas comuns, como febre, tosse e desconforto respiratório, algumas crianças têm apresentado uma forma atípica de COVID-19, chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Caracterizada por febre persistente e inflamação em diversos órgãos, como o coração, o intestino e, em menor grau, os pulmões, a SIM-P começou a ser relatada e relacionada a casos graves e óbitos de crianças pela doença em vários países, incluindo o Brasil, desde o início da pandemia.

Ao realizar a maior série de autópsias feita até o momento em crianças e adolescentes que morreram em decorrência da COVID-19, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e do Instituto Adolfo Lutz constataram que a alta capacidade do SARS-CoV-2 de invadir e causar lesões nos tecidos de vários órgãos é um dos fatores que induzem a SIM-P, desencadeando uma diversidade de manifestações clínicas que incluem, além de febre persistente, dores abdominais, insuficiência cardíaca e convulsões.

Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP, foram publicados em artigo na revista EClinicalMedicine, do grupo Lancet.

“A ação direta do vírus nos tecidos de diversos órgãos é um dos motivos pelos quais as crianças com essa síndrome apresentam uma resposta inflamatória exagerada e alterada à infecção”, diz à Agência FAPESP Marisa Dolhnikoff, professora da FM-USP e coordenadora do projeto.

Os pesquisadores realizaram a autópsia de cinco crianças que faleceram em decorrência da COVID-19 em São Paulo, sendo um menino e quatro meninas, com idade entre 7 meses e 15 anos.

Duas crianças tinham doenças graves antes da infecção pelo SARS-CoV-2 – uma tinha câncer e outra uma síndrome genética congênita – e as outras três eram previamente saudáveis e desenvolveram a SIM-P com manifestações clínicas distintas. Uma delas apresentou inflamação cardíaca (miocardite), outra inflamação intestinal (colite) e a terceira encefalopatia aguda, que desencadeou convulsões.

As autópsias foram feitas por meio de um método minimamente invasivo, em que amostras de tecidos de todos os órgãos são coletadas por punção, guiadas por imagens geradas por um aparelho de ultrassom portátil.

A presença do SARS-CoV-2 nos tecidos foi determinada por reação em cadeia da polimerase por transcrição reversa (RT-PCR, o mesmo teste usado no diagnóstico da COVID-19) e por imuno-histoquímica, método em que são usados anticorpos capazes de detectar duas proteínas do vírus: a N, do nucleocapsídeo, e a S2, dos “espinhos” (spikes) da superfície viral.

A análise histopatológica revelou que as duas crianças com doença grave preexistente apresentaram um quadro de COVID-19 grave “clássica”, caracterizada por uma doença respiratória aguda em função de lesões extensas e severas causadas pelo SARS-CoV-2 nos alvéolos pulmonares. O vírus também foi identificado em outros órgãos.

Já nas três crianças previamente saudáveis predominaram lesões inflamatórias extrapulmonares, como miocardite no coração e colite – uma extensão inflamação intestinal.

O novo coronavírus foi detectado em células endoteliais e musculares do coração no paciente com miocardite, no tecido intestinal da criança com colite aguda e no tecido cerebral da que desenvolveu encefalopatia aguda.

“Vimos que o SARS-CoV-2 se disseminou pelos vasos sanguíneos, infectando vários tipos de células e tecidos dessas crianças. E as manifestações clínicas variaram de acordo com o órgão-alvo”, afirma Dolhnikoff.

“É importante que os pediatras atentem para essas possíveis manifestações clínicas diferentes de COVID-19 em crianças e adolescentes para que a infecção seja diagnosticada e a SIM-P tratada mais rapidamente”, aponta a pesquisadora.

A SIM-P pode ocorrer alguns dias ou semanas após a infecção pelo SARS-CoV-2 e, até então, se pensava que essa reação inflamatória exagerada acontecia independentemente de o vírus ainda estar presente no organismo, como resultado de uma reação imune.

As constatações feitas por meio do estudo, contudo, trazem evidências de que as manifestações da SIM-P são desencadeadas também pela ação direta do novo coronavírus nas células dos órgãos infectados.

“Não estamos dizendo que o que está descrito até agora sobre a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica está errado, mas acrescentamos a constatação de que a própria lesão causada nos tecidos pelo vírus está relacionada e, muito provavelmente, é um componente importante para a indução dessa resposta inflamatória exagerada em crianças”, ressalta Dolhnikoff.

Ainda não se sabe por que algumas crianças apresentam uma resposta inflamatória exacerbada à infecção pelo SARS-CoV-2 que caracteriza a SIM-P. Uma das hipóteses é que pode haver um componente genético ainda não elucidado.


Células endoteliais são alvos

Os pesquisadores observaram que um dos principais alvos do novo coronavírus são as células endoteliais, que revestem a parede interna dos vasos, incluindo desde as artérias de grande calibre até os capilares sanguíneos mais delgados.

“Uma das hipóteses é que, ao ser infectada, a célula endotelial dispara mediadores na corrente sanguínea que provocam uma cascata de inflamação que causa toda essa reação observada em crianças com a SIM-P, como febre persistente, colite, miocardite e encefalite”, explica Amaro Nunes Duarte Neto, infectologista e patologista da FM-USP e do Instituto Adolfo Lutz e um dos primeiros autores do estudo.

“Quem induz essa reação nas células é o próprio vírus, mas é o sistema imune que produz a resposta prejudicial ao paciente. Porém, não é uma reação autoimune, como ocorre nos casos de doenças como lúpus, psoríase e artrite inflamatória, em que também há lesão de vasos sanguíneos. No caso da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica há o envolvimento direto do vírus”, sublinha Duarte-Neto.

Análises feitas por microscopia eletrônica pela professora da FM-USP Elia Caldini sustentam essas conclusões.

A técnica permite o reconhecimento direto da partícula viral, com aumento de mais de 50 mil vezes, sem a utilização de reações específicas. Dessa forma, foi possível descrever as alterações citoplasmáticas nas células associadas à presença do vírus

“Em busca de um método inequívoco de identificação, também empregamos, de maneira inédita, a técnica de imunomarcação do SARS-CoV-2 na microscopia eletrônica. Usamos partículas de ouro coloidal acopladas aos mesmos anticorpos específicos usados na microscopia de luz contra proteínas estruturais do SARS-CoV-2”, explica Caldini.

Os pesquisadores também detectaram, pela primeira vez em crianças, a formação de microtrombos, a exemplo do que já tinha sido observado e relatado em adultos.

“Os fenômenos relacionados à coagulação do sangue devem ser sempre considerados na COVID-19, uma vez que a microscopia eletrônica mostra que, em todos os órgãos estudados, há capilares sanguíneos obstruídos pelo acúmulo de hemácias, leucócitos, restos celulares e fibrina, com ruptura da parede endotelial”, aponta Caldini.

O artigo An autopsy study of the spectrum of severe COVID-19 in children: from SARS to different phenotypes of MIS-C (DOI: 10.1016/j.eclinm.2021.100850), de Amaro Nunes Duarte-Neto , Elia Garcia Caldini, Michele Soares Gomes-Gouvêa, Cristina Takami Kanamura, Renata Aparecida de Almeida Monteiro, Juliana Ferreira Ferranti, Andrea Maria Cordeiro Ventura, Fabina Aliotti Regalio, Maria Augusta Bento Cicaroni Gibelli, Werther Brunow de Carvalho, Gabriela Nunes Leal, João Renato Rebello Pinho, Artur Figueiredo Delgado, Magda Carneiro-Sampaio, Thais Mauad, Luiz Fernando Ferraz da Silva, Paulo Hilario Nascimento Saldiva e Marisa Dolhnikoff, pode ser lido na revista EClinicalMedicine em www.thelancet.com/journals/eclinm/article/PIIS2589-5370(21)00130-9/fulltext.

 


Elton Alisson

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/acao-direta-do-sars-cov-2-em-varios-orgaos-pode-causar-reacao-imune-exagerada-em-criancas/35743/


Robô deve ajudar médicos em cirurgias com crianças que sofrem de epilepsia

Tecnologia em desenvolvimento na USP promete levar mais segurança ao paciente que precisa ser operado, além de tornar o procedimento mais rápido e prático para os profissionais da saúde 

 

Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP estão desenvolvendo um robô para ser utilizado durante cirurgias realizadas em crianças que sofrem de epilepsia, um dos problemas neurológicos mais frequentes na infância. Na maioria dos casos, a crise convulsiva é tratada com remédios, mas cerca de 25% dos pacientes não respondem ao tratamento clínico. A nova máquina vai auxiliar os médicos a inserirem eletrodos no crânio daqueles que apresentam esse problema de saúde para que o cérebro possa ser monitorado durante uma crise. Com a tecnologia, a operação se tornará muito mais segura, rápida e eficiente do que aquelas realizadas hoje em dia nos hospitais.

O novo "robô-neurocirurgião'' está sendo construído e testado dentro de um dos hangares do Departamento de Engenharia Aeronáutica (SAA) da EESC. O professor Glauco Caurin, docente da Escola e coordenador do projeto, explica que o equipamento, geralmente utilizado na fabricação de aviões, agora está sendo adaptado para auxiliar profissionais da saúde. Na prática, a partir de imagens em 3D do cérebro do paciente recebidas online, a máquina irá auxiliar os profissionais de saúde a interpretá-las e a calcular exatamente onde os eletrodos devem ser inseridos, posicionando uma ferramenta tubular na cabeça da criança para que a equipe médica coloque os sensores. Uma forma colaborativa de trabalho entre o robô e o cirurgião.
 

“O robô conta com câmeras e sensores de distância. Um sistema de inteligência artificial analisa as imagens, os dados captados e mapeia os pontos para inserir os eletrodos. O médico vai ter um guia. Não tem erro. É mais segurança para as crianças que passam por esse tipo de procedimento”, comemora o engenheiro. Com o robô, o procedimento cirúrgico também será bem mais rápido. Hoje em dia, as tarefas realizadas durante a operação são executadas majoritariamente de forma manual pelos médicos, que contam apenas com alguns programas de computador limitados para auxiliá-los.  

O professor Hélio Machado, docente do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, instituição parceira no estudo, explica que lesões cerebrais ocorridas de forma precoce, ainda durante a formação do órgão, estão entre as principais causas de convulsões em crianças: “Essas lesões levam ao mau funcionamento de parte do cérebro, que se torna gerador de crises convulsivas. Nesses casos, é preciso descobrir o local exato onde a crise começa e para onde ela se propaga. Atualmente, a melhor forma de se estudar cada caso é inserindo no crânio do paciente de 5 a 15 eletrodos, que são conectados a um sistema de monitoramento”, explica.

Para criar a nova tecnologia, os pesquisadores importaram da Alemanha um braço mecânico articulado de última geração com aproximadamente 1,6m e 45 kg, o qual será controlado por códigos computacionais que estão sendo desenvolvidos na EESC. “Estamos aplicando na neurocirurgia sistemas criados para diferentes áreas e adaptando softwares já disponíveis no mercado, alguns desenvolvidos por universidades brasileiras, para deixar o custo de produção mais barato e, consequentemente, a inovação mais acessível para os hospitais”, explica o docente da EESC.

Como neste tipo de cirurgia há várias etapas, a proposta é que no futuro o robô seja programado para realizar diferentes ações durante o procedimento. O equipamento tem um encaixe na ponta para que diversos instrumentos médicos sejam acoplados e, durante a operação, o médico poderá alterar as ferramentas de acordo com a tarefa que deseja realizar. “Ele mostra um QR Code para o robô identificar qual utensílio ele está recebendo naquele momento. A cada avanço de etapa, o médico aperta botões de comando. É bem simples, mas os profissionais vão precisar de uma capacitação”, pondera Glauco.  


A parceria entre EESC e FMRP começou em 2014, quando o professor Hélio entrou em contato com Glauco após voltar de uma viagem a trabalho, onde esteve com o Chefe de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital da Fundação Rothschild, em Paris, na França, que também se dedicava a cirurgias de epilepsia na infância e foi pioneiro no uso de robôs em 2009. Durante a visita, Hélio teve a oportunidade de conhecer a fábrica da empresa que produziu o primeiro robô neurocirúrgico do mundo e voltou animado para o Brasil com a possibilidade de desenvolver algo por aqui.

“Eu fiquei muito interessado. Não conhecia o professor Glauco pessoalmente, mas já havia visto apresentações de alguns alunos dele em congressos estudantis sobre braços robóticos. Entrei em contato com ele e, em 2016, nós fizemos o primeiro workshop sobre cirurgia robótica em São Carlos. Foi aí que as coisas realmente começaram a se desenvolver”, lembra. Atualmente, as equipes trabalham de forma bem próxima, apesar do isolamento imposto pela pandemia da Covid-19. “Nós queremos identificar quais são os desafios e como a gente pode ajudar a solucionar essas dificuldades”, ressalta Glauco. 
 

Pelo menos metade das mais de duas mil crianças atendidas pelo Hospital das Clínicas (HC) da FMRP, em Ribeirão Preto, onde há um setor dedicado exclusivamente à abordagem de epilepsia, podem ser beneficiadas com o novo robô-assistente. “O trabalho com grupos de outras áreas do conhecimento permite um avanço tecnológico espetacular para o nosso país, evitando a importação de equipamentos que às vezes são extremamente caros. A cirurgia robótica em nosso meio tem todas as condições de ser muito bem-sucedida, trazendo benefícios incalculáveis aos nossos pequenos pacientes”, comemora Hélio.

Desde a década de 80, a tecnologia vem avançando muito na área e proporcionando a produção de robôs que podem colaborar com a medicina. Ainda não existem máquinas 100% autônomas para operar pacientes e nem esse é o objetivo dos pesquisadores de São Carlos. “Nós queremos otimizar algumas habilidades preciosas dos humanos para cansar menos esses profissionais. O robô é um assistente que não vai tirar a profissão do enfermeiro, do técnico de enfermagem ou do instrumentador, muito menos dos médicos”, ressalta Glauco.

A tecnologia em desenvolvimento na EESC tem sido testada por meio de simulações em crânios artificiais, visando identificar eventuais erros do sistema e prever todos os problemas que podem surgir no momento da cirurgia. Segundo o professor da EESC, a segurança do robô precisa ser rigorosa, pois a máquina vai lidar com vidas. “Do ponto de vista de engenharia, as técnicas de controle que nós utilizamos são as melhores disponíveis atualmente no planeta. Antes da conclusão de testes exaustivos, o robô não será levado para os hospitais”, garante o coordenador do estudo. Os especialistas esperam que no segundo semestre deste ano seja possível iniciar uma fase de testes com pacientes.
 

Os primeiros resultados da pesquisa já estão sendo compilados e preparados para publicação em revistas científicas internacionais. Os estudos sobre cirurgia robótica no Brasil, entretanto, ainda são muito recentes. “Nós estamos começando a desenvolver essa área no país e estamos empolgados, mas ainda há muito pela frente”, explica Glauco. A pesquisa, que contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), envolve alunos de graduação, mestrado e doutorado da USP.  No futuro, os cientistas pretendem criar sistemas que interpretem dados captados pelos eletrodos e implantar no equipamento tecnologias para que ele reconheça gestos e trabalhe com Realidade Aumentada.

 

 

Texto e fotos: Assessoria de Comunicação da EESC/USP


Saiba quais são as alterações menstruais que o Covid19 pode causar

Muitas mulheres, que foram contaminadas pelo vírus da Covid-19, já relataram preocupações referentes a alterações do ciclo menstrual. Entre os relatos frequentes, muitas pacientes se queixaram de irregularidade e até diminuição ou aumento do fluxo. 

A ginecologista Dra. Erica Mantelli, pondera que, mesmo não havendo ainda qualquer evidência científica que comprove estas alterações, é bem possível que vários fatores ligados à doença podem interferir na menstruação.  

“O estresse que a infecção traz é um dos fatores preponderantes para a mudança no padrão de secreção hormonal (dopamina, cortisol, adrenalina). Além disso, tanto o estímulo imunológico, quanto um possível transtorno de coagulação, que muitas pessoas apresentam na Covid, podem aumentar ou diminuir o fluxo menstrual”, adverte ela, que ainda citou o uso dos medicamentos anticoagulantes nos tratamentos da enfermidade.  

Com relação às vacinas e o ciclo menstrual, a ginecologista salienta que também é prematuro afirmar que elas podem provocar alterações no ciclo, porém há indícios que sim, porém sem qualquer gravidade. “Nos Estados Unidos já há pesquisas que dão conta da alteração no fluxo menstrual e da irregularidade no ciclo depois de tomadas as vacinas da Jansen e da Pfizer. Mas, ainda os estudos são inconclusivos. O que sabemos que estas alterações são transitórias e impermanentes e não oferecem risco algum”, finaliza a especialista. 

  • irregularidade e até diminuição ou aumento do fluxo;
  • estresse; 
  • mudança no padrão hormonal; 
  • transtorno de coagulação; 



Dra. Erica Mantelli - ginecologista, obstetra e especialista em saúde sexual - CRM-SP 124.315 | RQE 36685 - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Neolinguística, por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute).  

 

http://ericamantelli.com.br 

https://www.instagram.com/ericamantelli/ 

@ericamntelli 


O que a cor da urina pode dizer sobre sua saúde?


Urologista do Grupo São Cristóvão Saúde esclarece dúvidas sobre possíveis alterações no xixi e o que isso pode indicar
 

 

Você sabia que a cor da sua urina pode dizer muito sobre a saúde de seu corpo? Embora seja um método antigo de avaliação, ainda é muito utilizado para identificar possíveis fatores de risco à saúde. Quando analisadas por um especialista, tais alterações podem apontar informações valiosas a respeito do organismo, como o indícios de doenças que necessitam de investigações mais aprofundadas.

A cor natural da urina varia de amarelo bem claro até um tom mais escuro. Quanto mais hidratada a pessoa estiver, mais clara a urina será. Dr. Cristóvão Barbosa Neto, urologista do Grupo São Cristóvão Saúde, revela quando se deve procurar auxílio médico: "A urina avermelhada está associada a infecções, cálculo renal ou lesões no trato urinário, podendo por exemplo, haver tumores de bexiga e ureter. Além disso, quando ela está enegrecida (urina colúrica), é indício de obstrução das vias biliares". Sendo assim, quando alguma dessas variantes é identificada, uma investigação aprofundada das causas é essencial. 

E não para por aí: na consulta a um especialista, é possível descobrir desde desidratação, até a ocorrência de sangramento no sistema urinário. "Já com relação ao odor, o cheiro fétido da urina é sugestivo de infecções do trato urinário, composto por uretra, bexiga, ureter e rins", avalia o urologista.

Em pacientes com cálculos renais, cujas pedras nos rins se formam por uma tendência genética associada a hábitos como alimentação, baixa ingestão de água ou de sódio, é necessário prudência. "Os cuidados dependem da qualificação do problema. Portanto, indivíduos com cálculos de oxalato, por exemplo, deve evitar brócolis, espinafre, agrião, dentre outros alimentos com esse componente em abundância", diz.

Em tempos de pandemia, já foram notados efeitos da Covid-19 interferindo na saúde dos rins. "Alguns pacientes apresentam hematúria (sangramento); outros tem proteinúria, caracterizada pela presença de proteínas na urina, em uma quantidade superior ao normal", ressalta Dr. Cristóvão. "Nesses casos, grande parte dos pacientes apresenta lesão renal aguda (LRA), podendo levar à insuficiência renal e por vezes, é necessário tratamento com hemodiálise", pontua o especialista do São Cristóvão Saúde.

O urologista também reforça que nem sempre uma mudança de cor está relacionada a problemas de saúde, mas caso persista por várias micções seguidas, o ideal é procurar a opinião de um médico especializado. E lembre-se, "substâncias diuréticas, desde remédios, chás, até bebidas alcoólicas, permitem mais perda da água, tornando a urina muito diluída e com uma coloração que tende a ser bem clara, parecida com água", ressalta.

Lembre-se de agendar consulta com este capacitado profissional sempre que apresentar sintomas que envolvam o sistema urinário, como dificuldades para urinar, dor nos rins, dor durante as relações sexuais e em caso de doenças sexualmente transmissíveis. Assim, você estará sempre em dia com a sua saúde!

 

Grupo São Cristóvão Saúde


Dia Mundial da Higienização das Mãos: ação é fundamental, principalmente durante a pandemia

Um gesto simples que pode salvar vidas! 

 

Higienizar as mãos é uma das medidas mais eficazes para combater o novo coronavírus. Essa atitude básica de higiene ganhou atenção da sociedade com a pandemia, mas já era incentivada por especialistas e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Foi por isso que a OMS definiu o dia 5 de maio como o Dia Mundial de Higienização das Mãos. 

É um ato simples, mas a higienização correta das mãos é uma ação eficiente para o controle de infecções relacionadas com a assistência à saúde e a prevenção da transmissão de microrganismos, conforme explica a enfermeira Daniele Moço, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN): “As mãos são o principal veículo de transmissão de doenças. Por meio delas você pode carregar inúmeros tipos de enfermidades, como conjuntivite, escabiose (sarna), herpes simples, gripe e resfriado”, detalha Moço. 

Além disso, a enfermeira alerta que levar à boca algum alimento ou objeto contaminado também pode ser perigoso. “É importante não só higienizar as mãos, como tudo que ela toca”, ressalta. 

De acordo com a enfermeira da CCIH, o hábito de higienizar as mãos é uma das maneiras mais eficazes de evitar a transmissão de doenças. “Higienizar as mãos, com água e sabão, leva de 40 a 60 segundos; já com a fricção das mãos utilizando preparação alcoólica (álcool gel 70%) leva de 20 a 30 segundos. É a melhor forma de evitar a disseminação de doenças”, explica.


05 de Maio: Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar

HP é um termo abrangente e inclusivo para um grupo de várias doenças crônicas que afetam os pulmões e o coração. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, cerca de 2 milhões de pessoas em todo o país são afetadas pela Hipertensão Pulmonar, dos quais 100 mil são casos de Hipertensão Arterial Pulmonar, um subtipo raro e fatal

 

O dia 5 de maio é marcado para celebrar a vida das pessoas que convivem com a Hipertensão Pulmonar e também para sensibilizar a população em relação à doença. A data marca o falecimento de uma criança com HP na Espanha. No Brasil, a ABRAF (Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas) utiliza a data para conscientizar sobre essa patologia rara e fatal, e discutir as necessidades dos pacientes e a importância de políticas públicas para atendê-los.

A Hipertensão Pulmonar é uma síndrome rara e incapacitante, caracterizada pelo aumento da pressão em pequenos vasos sanguíneos. A doença é crônica, progressiva e potencialmente fatal. A hipertensão pulmonar pode ter várias causas como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Fibrose Pulmonar Idiopática, Asma Grave, hepatites, HIV, embolia pulmonar, insuficiência cardíaca etc. A depender da causa da doença, ela é classificada em 5 tipos diferentes. Na Hipertensão Arterial Pulmonar (um subtipo de HP), as artérias que levam o sangue do coração aos pulmões se estreitam, fazendo com que o órgão lute para bombear sangue através das artérias reduzidas, resultando em pressão arterial alta nos pulmões e dilatação do coração. Com o tempo, o coração sobrecarregado de trabalho se desgasta podendo causar insuficiência cardíaca e morte.

Pouco antes do início da pandemia, a ABRAF realizou uma pesquisa inédita sobre impacto emocional, social e financeiro para os pacientes. O estudo revelou que 88% das pessoas diagnosticadas desenvolveram problemas como angústia e ansiedade, e 59% ficam deprimidas a maior parte dos seus dias. Dos entrevistados, 89% declararam que precisam de ajuda para manter a vida social. Na questão do trabalho, mais da metade da amostra, 56%, encontra-se impossibilitada de integrar o mercado de trabalho. No levantamento, 86% dos entrevistados são mulheres e mais da metade possuem entre 30 e 49 anos de idade. Os dados são resultado de levantamento feito pela ABRAF com 303 pacientes e cuidadores.


Terapia combinada é recomendada, mas impedida pelo governo federal

Como não há cura, o tratamento da Hipertensão Pulmonar tem como objetivo melhorar os sintomas e postergar a progressão da doença. A dificuldade de acesso ao tratamento, porém, é um achado preocupante da pesquisa. Dos entrevistados, 70% são atendidos na rede pública, 19% na rede privada e 11% recorrem ao atendimento nas duas esferas. O percentual do acesso à medicação não é diferente, sendo intermediado quase por completo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quando questionados sobre os problemas que mais os preocupavam, 50% afirmaram que a constante falta dos remédios é o mais difícil.

O SUS fornece o tratamento gratuito aos pacientes. Contudo, desde 2014, este tratamento não é atualizado: de 8 medicações com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apenas 4 são fornecidas. Terapias modernas, com menos efeitos colaterais e maior garantia de sobrevida ao paciente, não são ofertadas.

O tratamento para Hipertensão Pulmonar necessita de uma combinação de mais de um medicamento para evitar o seu avanço, mas o governo federal não permite isso. O Ministério da Saúde, em seu PCDT (Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas), impede a realização de terapia combinada para o cuidado do paciente. "Essa objeção dá margem para que governos estaduais obriguem os pacientes a escolherem qual medicação desejam receber. A recomendação de terapia combinada faz parte de diretrizes internacionais e é realidade em países da América Latina, da Europa e nos Estados Unidos", explica Paula Menezes, presidente da ABRAF.

No estudo realizado pela ABRAF, especialistas entrevistados fizeram recomendações para que as pessoas que vivem com Hipertensão Pulmonar sejam mais bem cuidadas no Brasil. A atualização do protocolo nacional de diretrizes terapêuticas, com previsão das terapias complementares no tratamento (reabilitação e tratamento psicológico), foi uma delas.

Em outubro de 2020, foi apresentado ao Ministério da Saúde pela sociedade científica especializada uma sugestão de protocolo clínico. Ou seja, um documento em que os maiores especialistas do tema no Brasil elencam qual deveria ser o tratamento ideal para os pacientes. Até o presente momento, não houve avanço no tema.

Nesse cenário, a ABRAF defende a criação de políticas públicas que atendam às necessidades dessa população, como a atualização do protocolo de tratamento pelo Ministério da Saúde, a promoção do diagnóstico precoce e o fortalecimento de centros de referência com atenção multidisciplinar. "A pandemia do coronavírus tem ratificado o que há muito vimos afirmando: cada vida importa. Não é porque se trata de uma doença rara que os pacientes merecem menos cuidado. Nossa luta é pela vida de cada um, cujo valor é imensurável", aponta Paula.

 

 

ABRAF - Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas

http://abraf.ong/


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