Pesquisar no Blog

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Terapias gênicas: uma inovação na medicina

Como as descobertas médicas disruptivas podem prolongar e melhorar a vida das pessoas, revolucionando a saúde


A humanidade tem presenciado grandes inovações na medicina, impulsionadas pela tecnologia e avanços científicos, propiciando uma nova era de cuidados e de superação de doenças. E, cada vez mais, há uma atenção com a saúde e bem-estar da população não apenas para tratar enfermidades, mas para preveni-las, ou endereçar a causa raiz da doença.

Segundo relatório da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, o Global Innovation Index 2019 , entre as 10 descobertas médicas que irão mudar o mundo estão: análise de célula única, mapeamento avançado do cérebro, identificação precoce do risco de Alzheimer, desenvolvimento de tratamentos eficazes para lesões da medula espinhal, tratamentos inovadores para dor crônica, medicina regenerativa, imunoterapia do câncer, novas vacinas com o objetivo de prevenir HIV, gripe e outras doenças infecciosas, preparando ainda o mundo para uma próxima pandemia, edição gênica para tratar a causa raiz das doenças, e medicina de precisão, com diagnósticos, tratamentos e cuidados de saúde específicos para cada indivíduo.

Cada vez mais se aborda a necessidade de medicina personalizada, especialmente quando se fala em doenças raras, e as terapias gênicas, por exemplo, representam um grande salto neste sentido, pois têm o potencial de tratar a causa raiz de enfermidades, mudando, assim, o seu curso natural. "Sem dúvida a terapia gênica está entre as grandes inovações da medicina e, depois de décadas de pesquisa e desenvolvimento, está tendo sua segurança e eficácia comprovadas e chega finalmente ao momento da aplicação prática", enfatiza o geneticista Roberto Giugliani. "Já existem inúmeras terapias gênicas disponíveis para uso em pacientes, duas delas já aprovadas no Brasil. E, com essas terapias avançadas, uma nova esperança surge para pacientes com doenças raras", complementa.

"As terapias gênicas são projetadas com base em informações detalhadas sobre as raízes da doença de um paciente, e tratam uma condição em sua origem, interrompendo ou revertendo o seu progresso, em vez de simplesmente controlar os sintomas", explica Janaína Lana, diretora médica da unidade de Terapias Gênicas da Novartis. Muitas vezes, são tratamentos únicos que podem aliviar a causa subjacente de uma doença. Em contraste, muitos medicamentos convencionais devem ser tomados continuamente por semanas ou meses, ou mesmo para o resto da vida.

As terapias celulares e gênicas são baseadas em pesquisas cuidadosas realizadas ao longo de décadas de progresso científico. Com a terapia gênica, por exemplo, os genes são substituídos, inativados ou introduzidos nas células - fora ou dentro do corpo - para tratar uma doença.

Todos esses tratamentos se qualificam como medicina personalizada, um termo popularizado quando os cientistas determinaram pela primeira vez a sequência de DNA de todo o genoma humano.
Este é um momento crucial de inovação na área. Após as principais aprovações de terapias gênicas pelas autoridades de saúde, novos tratamentos estão sendo testados em ensaios clínicos em todo o mundo.

O desenvolvimento de terapias gênicas para lidar com doenças genéticas, especialmente causadas pela mutação de um único gene, representam um grande salto na medicina. Um exemplo da neurociência é o onasenogeno abeparvoveque, que foi aprovado em agosto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo a primeira terapia gênica no Brasil e na América Latina para tratar pacientes com até dois anos de idade com Atrofia Muscular Espinhal (AME), como uma infusão única na veia. A AME é uma doença genética rara e devastadora que leva à fraqueza muscular progressiva e, em alguns casos, paralisia ou morte. Sem um gene do neurônio motor de sobrevivência funcional 1 (SMN1), crianças com uma das formas mais graves da doença - a AME tipo 1 - perdem rapidamente os neurônios motores responsáveis ​​pelas funções musculares1, como respirar, engolir, falar e andar. Diante disso, é imperativo diagnosticar AME e começar o tratamento o mais cedo possível para interromper a perda irreversível do neurônio motor e a progressão da doença.

Outro avanço é na área de oftalmologia: o voretigeno neparvoveque. Também aprovada pela Anvisa em agosto, é a primeira terapia gênica de dose única no país para pacientes com perda de visão decorrente da Distrofia Hereditária da Retina (DHR), causada pela presença de uma mutação em ambas as cópias do gene RPE65, que tenham ainda suficiente quantidade de células de retina viáveis. A doença genética hereditária afeta a retina e pode causar cegueira noturna e perda de sensibilidade à luz, podendo levar os pacientes à cegueira total2. Este é um marco para a medicina nacional, já que representa a entrada das terapias gênicas como um tratamento disponível no Brasil.

Saber que a população pode se beneficiar de todo esse progresso tecnológico é extraordinário, mas tão necessário é dar acesso à população a todos esses recursos e tecnologias médicas para estender e melhorar a qualidade de vida e bem-estar das pessoas. "Para isso, o diálogo entre o governo e indústrias é fundamental, visando o fortalecimento dos sistemas de saúde para que possam enfrentar com eficácia os desafios de garantir a acessibilidade aos pacientes, sem perder a capacidade de adaptação e resposta a novas doenças, mudanças demográficas, descobertas científicas e novas tecnologias", avalia Omar Akl, diretor da unidade de terapias gênicas da Novartis no Brasil.

 

 

Novartis

https://www.novartis.com 




Referências

• Site Novartis global, seção press releases. Disponível em: https:// www.novartis.com/news/media-releases/avexis-receives-fda-approval-zolgensma-first-and-only-gene-therapy-pediatric-patients-spinal- -muscular-atrophy-sma.Acesso em out 2019.

• 10. Russell S et al. Efficacy and safety of voretigene neparvovec (AAV2-hRPE65v2) in patients with RPE65- mediated inherited retinal dystrophy: a randomised, controlled, open-label, phase 3 trial. The Lancet 2017; 390:849-860. Acesso em out 2019.


Miastenia gravis: Como identificar e cuidados ao receber o diagnóstico

A enfermidade é uma rara patologia autoimune que afeta a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos. A doença é neurológica de difícil diagnóstico podendo surgir em pessoas de qualquer gênero e idade


Segundo dados mundiais de epidemiologia dos distúrbios neuromusculares, estima-se em torno de 1,5 mil novos casos de Miastenia Gravis anualmente no Brasil. A enfermidade é uma rara patologia autoimune que afeta a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos, a junção neuromuscular, responsável por causar fraqueza muscular de braços e pernas, queda das pálpebras, visão dupla e dificuldade para falar, mastigar e engolir. A doença é neurológica de difícil diagnóstico podendo surgir em pessoas de qualquer gênero e idade. A identificação pode ser feita por meio de exames de eletroneuromiografia e de sangue e a causa é a produção de autoanticorpos, ou seja, anticorpos que atacam o próprio organismo que os produz cujo alvo é o ponto de comunicação entre nervo e músculo. 

Segundo o médico neurologista e diretor científico da Associação Brasileira de Miastenia Gravis (ABRAMI), Eduardo Estephan, como os sintomas são variáveis e flutuáveis, o indivíduo nem sempre relaciona os sinais a um problema neuromuscular. “Desta forma, o diagnóstico é um desafio aos pacientes. Como as alterações nos doentes não são tão obvias é importante ficar atento a qualquer sintoma diferente. Frequentemente, os miastênicos, antes do diagnóstico, são taxados de preguiçosos, por conta da fadiga e fraqueza induzida devido a prática de exercício físico, ou de sonolentos, pelos olhos mais fechados resultado da fraqueza das pálpebras. Dessa forma, nenhuma alteração deve ser ignorada e o paciente deve procurar atendimento médico rapidamente”, alerta. 

Para amenizar os sintomas da doença, é recomendado o tratamento com medicamentos chamados anti-acetilcolinesterásicos, que melhoram a comunicação entre o nervo e o músculo. “Embora a miastenia não seja degenerativa, a remissão vai depender da eficácia do tratamento. Como ela pode voltar a qualquer momento, cuidados e acompanhamentos podem ser necessários por toda a vida”, completa. 

Além disso, a miastenia é completamente desconhecida pelo público leigo e, por isso, os pacientes demoram a procurar um especialista, aumentando o tempo até o diagnóstico. “O diagnóstico precoce é essencial para início do tratamento com intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Daí a importância de divulgar essa doença, principalmente, para médicos não especialistas, mas também para a população geral”, reforça.

Desde 1984, a ABRAMI (Associação Brasileira de Miastenia) tem desenvolvido importante papel na conscientização da doença e no apoio a pacientes e familiares, inclusive com a presença em eventos importantes como a Atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Miastenia Gravis. É também da ABRAMI a iniciativa de estabelecer nacionalmente o Dia da Miastenia Gravis no país. 

Atualmente, com terapias, medicamentos e tratamento adequado, a maioria das pessoas que possuem miastenia gravis leva uma vida normal ou quase normal. No entanto, como a doença é muito heterogênea e bastante incomum, poucos médicos estão familiarizados com todas as suas variações, o que torna difícil o seu pronto reconhecimento.

 

Atenção aos sintomas 

  • Classicamente, há fraqueza nos músculos voluntários e os sintomas melhoram com repouso. Na maioria dos casos, os primeiros indícios começam nos músculos que movimentam os olhos e pálpebras. Consequentemente, as queixas mais frequentes são dificuldade para abrir os olhos e visão dupla devido ao desalinhamento nos movimentos oculares. 
  • Em casos mais extremos, os músculos da respiração também podem ser atingidos, resultando em insuficiência respiratória. 
  • A fadiga excessiva também está quase sempre presente nas queixas. Com a evolução da doença, pode aparecer fraqueza dos músculos mastigatórios, da deglutição, do rosto, da respiração e/ou dos membros. Por conta disso, os relatos são distintos entre os pacientes, com diferentes combinações de músculos acometidos. Aliás, no mesmo paciente, a doença pode variar de um dia para outro. 

 “A miastenia gravis atinge principalmente mulheres entre 20 e 30 anos. Acima de 60 anos, ambos os sexos dividem o diagnóstico, enquanto aproximadamente 10% dos casos podem aparecer na infância. Se falarmos só de casos novos entre mulheres, uma estimativa realista seria 800 diagnósticos positivos por ano. Por isso, é tão importante o acompanhamento médico e cuidados com a saúde feminina”, comenta Dr Estephan.

 

Reabilitação auditiva após cirurgia de implante coclear é essencial para o êxito do paciente

Em muitos casos, é preciso reaprender a ouvir através de tratamento multidisciplinar

 

Quem tem deficiência auditiva poderá se deparar em algum momento com a indicação médica pelo implante coclear. A cirurgia não é simples, mas um dos aspectos mais importantes aos pacientes que passam pelo processo é realizar um rigoroso acompanhamento médico após a cirurgia, juntamente com a terapia fonoaudiológica, que permitirão sua eficaz reabilitação.

De acordo com o otorrinolaringologista José Ricardo Gurgel Testa, do Hospital Paulista, a cirurgia consiste em uma pequena incisão atrás da orelha e uma mastoidectomia (remoção de tecido no ouvido), por onde é inserido o dispositivo eletrônico. O paciente que recebe o implante coclear costuma ficar apenas um dia internado, sendo que os maiores cuidados e limitações do pós-operatório geralmente duram de 10 a 15 dias.

“Não há limitação de idade para realizar a cirurgia do implante coclear, embora a recomendação para crianças seja operar a partir dos seis meses de vida. Dentre as possíveis indicações médicas para o uso do aparelho, a principal está relacionada a casos de perda auditiva bilateral (nos dois ouvidos) profunda ou severa”, explica o médico.

O cenário descrito pelo otorrinolaringologista ocorre quando o paciente registra perda auditiva pior do que 60 decibéis, associada a uma taxa de discriminação menor do que 50%. “A taxa de discriminação é medida a partir do exame de audiometria, quando o paciente deve ouvir e repetir um determinado número de palavras”, explica o médico, que aponta ainda uma segunda indicação para o procedimento.

“O implante coclear também pode ser indicado em casos de perda auditiva unilateral (em um ouvido) na qual o paciente tem um zumbido incapacitante na orelha surda”, completa. Em ambos os casos, o paciente apresenta uma incapacidade auditiva tão severa que os tradicionais aparelhos auditivos não são suficientes para restaurar ou melhorar sua condição.

Diferentemente dos aparelhos auditivos tradicionais, o implante coclear não somente amplia o volume dos sons que o paciente escuta, mas melhora também a taxa de compreensão. O aparelho tem o objetivo de substituir as funções das células do ouvido interno, de modo a estimular o nervo auditivo e recriar as sensações sonoras.


Terapia com fonoaudiólogo

De acordo com a fonoaudióloga Sabrina Figueiredo, do Hospital Paulista, o acompanhamento multidisciplinar já é recomendado antes da cirurgia. No entanto, após a inserção do implante coclear é essencial que o paciente passe pela reabilitação junto a um fonoaudiólogo.

“Essa reabilitação precisa ter início logo após a ativação do processador de fala, geralmente uma ou duas vezes por semana. A estratégia utilizada para a reabilitação irá variar de acordo com a idade do paciente”, explica Sabrina. Em crianças, a habilitação (ou reabilitação) é feita com foco no desenvolvimento das habilidades auditivas (detecção, identificação e reconhecimento dos sons ambientais e de fala) de forma lúdica, com incentivo para que os pais e familiares também estimulem o paciente a explorar a linguagem no dia a dia.

“No caso do adulto, os métodos são definidos de acordo com a evolução do paciente. Verificamos inicialmente o desempenho em relação às habilidades auditivas, que poderão ser resgatadas com o uso efetivo do implante coclear. O paciente também deverá voltar a detectar e identificar os sons, evoluindo até que esteja apto a reconhecer a fala. Assim, terá sua comunicação oral reabilitada, além da melhora na articulação e pronúncia da fala”, afirma a fonoaudióloga.

Conforme explica Sabrina, a reabilitação é um trabalho muito importante, complexo e deve ser um compromisso firmado pelo paciente e por seus familiares para que o implante coclear, de fato, gere o efeito esperado.

“Mesmo no caso do adulto que já sabia falar, será necessário reaprender a ouvir a partir do estímulo elétrico gerado pelo dispositivo. O implante transforma os sons acústicos (que ouvimos normalmente) em pulsos elétricos e possibilita que estes estímulos sejam levados até o cérebro, onde são interpretados como sons pelo córtex auditivo. Não é um estímulo natural e é por isso que o paciente precisa de terapia, treinamento e reabilitação auditiva e de linguagem”, conclui Sabrina.




Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Suplementação de colágeno: o método rejuvenescedor funciona?

Nos últimos anos, a suplementação de colágeno vem se tornando uma tendência para o rejuvenescimento da pele. Mas ainda há muitas dúvidas sobre o que é, como funciona e sua verdadeira eficácia.

Mas antes de tudo: o que são fibras coláge

nas?

São estruturas protéicas que fazem parte da matriz extracelular da pele, importantes para a arquitetura e funções fisiológicas cutâneas. À medida que envelhecemos, tem sua qualidade e quantidade negativamente afetadas e por isso adquirimos uma pele enrugada, fina e flácida.


Sobre o uso e segurança

Na pele envelhecida, foi demonstrado que a ingestão de peptídeos de colágeno promove um aumento do teor de colágeno I e III, e de ácido hialurônico na matriz dérmica melhorando a hidratação da pele, uma maior coesão e menor fragmentação das fibras.

É imprescindível que o tratamento seja receitado por um médico para garantir o uso da substância na composição, dosagem e ingestão correta, pois há vários tipos de colágeno e a quantidade certa varia para cada finalidade. Além disso, às vezes é necessário combiná-lo com antioxidantes, vitaminas e minerais para ter um melhor efeito.

A suplementação dietética pode ser útil, principalmente durante ou logo após os tratamentos que visam estimular a formação de novas fibras de colágeno como: ultrassom microfocado, radiofrequência, microagulhamento, laser fracionado e aplicação de bioestimuladores na pele.

Existem, também, suplementos de colágenos de venda livre em farmácias que, devido à falta de regulamentação, podem ter ingredientes de qualidade extremamente duvidosa, serem ineficazes ou até mesmo prejudiciais à saúde. Fique longe!


Ação comprovada ou modismo?

A suplementação de colágeno não se trata de um modismo sem base. O estudo Oral Collagen Supplementation: A Systematic Review of Dermatological Applications (Suplementação Oral de Colágeno: Uma Revisão Sistemática Das Aplicações Dermatológicas, em tradução livre), publicado no jornal acadêmico Journal of Drugs in Dermatology, mostrou resultados promissores e seguros, seja para uso a curto ou longo prazo.

A pesquisa foi realizada com 805 pacientes, e aqueles que tomaram o suplemento apresentaram suavização das linhas de expressão e melhoras significativas na regeneração da pele, enquanto o grupo que recebeu um placebo não apresentou evolução. É cientificamente comprovado que a suplementação de colágeno beneficia a pele aumentando a elasticidade, hidratação e densidade do colágeno dérmico.

 


Dra. Lilian Odo - dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Academia Americana de Dermatologia. Fez especialização em Laser na Universidade de Hokkaido, Japão; e de Cicatrização na Universidade de Boston, EUA. Atualmente, é convidada para ministrar aulas em Congressos de âmbito Nacional e Internacional. https://clinicasodo.com.br/index.php/dra-lilian/

 

Dermatologista dá dicas para a prevenção do câncer de pele no Dezembro Laranja

Doença pode ser evitada ou curada, se descoberta precocemente


A prevenção ao câncer de pele deve começar já na infância e se estender por toda a vida. Pequenos cuidados diários podem evitar a doença, que é o tipo de câncer mais frequente no país, com mais de 185 mil novos casos por ano, sendo mais de 8 mil casos do tipo melanoma, que é o mais grave. A campanha Dezembro Laranja tem como objetivo alertar a população sobre a prevenção, os sintomas e a importância do diagnóstico precoce do câncer de pele.  Para isso, a dermatologista Daniela Bellucci, de Campinas, membro titular da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), dá dicas que ajudam na prevenção.

“A maioria dos casos de câncer de pele está relacionada à exposição ao sol. Portanto, esta é a melhor forma de prevenir. Como os raios solares têm efeito cumulativo e o que fazemos hoje pode se refletir lá na frente, é importante que os cuidados comecem já na infância. A partir dos seis meses, bebês podem usar filtros solares específicos. Este é um hábito que precisa começar cedo e se estender por toda a vida”, explica. “Pesquisas indicam que a infância é uma fase particularmente vulnerável aos efeitos nocivos do sol e a exposição exagerada nas primeiras duas décadas de vida aumenta muito o risco de câncer na fase adulta”, complementa. O câncer de pele é mais incidente após os 40 anos, no entanto, como os jovens vêm se expondo constantemente ao sol, essa média de idade vem diminuindo e é cada vez mais comum pessoas mais jovens serem diagnosticadas com a doença.

De acordo com a dermatologista, o protetor solar, com FPS 30 ou maior, deve ser usado diariamente, e não apenas quando há exposição direta ao sol. “O ideal é passar pela manhã e retocar um pouco antes do almoço e no meio da tarde. Se estiver em atividades ao ar livre, o retoque deve ser feito a cada duas horas”, orienta. “É fundamental que seja um filtro de boa qualidade e, de preferência, indicado por um dermatologista, que vai avaliar a melhor opção para cada tipo de pele”, comenta.

Além do filtro solar, outros cuidados devem ser tomados. “Evitar a exposição solar entre 10h e 16h também é fundamental”, diz Daniela. Uso de chapéu, óculos escuros com proteção UV e roupas apropriadas para cobrir áreas expostas também é importante para a prevenção. Em praia ou piscina, o ideal é ficar sob barracas de algodão ou lona, que absorvem parte da radiação ultravioleta.

É importante, ainda, lembrar do fator da hereditariedade. Pessoas com casos de câncer de pele na família devem fazer exames preventivos regularmente, principalmente quando há casos da doença em familiares de primeiro grau. Pessoas com pele muito clara, albinas, com vitiligo ou em tratamentos imunossupressores têm mais risco de ter a doença.

O tipo mais comum de câncer de pele é o não melanoma, que é pouco letal. O melanoma, apesar de mais raro, também é mais agressivo. O diagnóstico deve ser feito por um dermatologista. “As pessoas não têm este hábito, mas o ideal é fazer uma visita anual ao dermatologista, que poderá detectar qualquer anormalidade de forma precoce. É importante que o paciente fique atento aos sintomas mais comuns e procure um dermatologista o mais rápido possível.  As pessoas precisam conhecer o próprio corpo para descobrir quando há algo diferente”, comenta.

“Outra dica bacana é pedir para algum familiar olhar as costas e outros lugares que a própria pessoa não consegue enxergar para ver se há algo diferente. Toda doença, inclusive o câncer de pele, tem mais chances de cura quando diagnosticada precocemente”, reforça Daniela.

De acordo com a SBD, uma lesão na pele, de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente é um dos sintomas. Pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, de tamanho e possui com bordas irregulares também precisa ser investigada. “Outro sintoma comum é o aparecimento de mancha ou ferida que não cicatriza e continua crescendo. Normalmente, sangra, forma crosta e causa coceira”, explica a dermatologista.

 



Daniela Bellucci - dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e especialista em dermatologia estética.

 

Procura por tratamento de bruxismo cresce durante a pandemia

Busca pelo termo no Google aumentou 17% neste ano em comparação com 2019


Ranger e apertar os dentes com muita força podem ser sinais de bruxismo, condição que causa incômodo na região do rosto e fortes dores de cabeça. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 40% da população brasileira sofre com esse hábito involuntário, que pode também causar um desgaste dos dentes.

E se o problema já incomodava muita gente, os casos intensificaram durante a pandemia, bem como a busca por informações relacionadas, como os sintomas e as formas de tratamento e prevenção. A pesquisa pelo termo “bruxismo” no Google teve, entre os meses de janeiro e novembro deste ano, um aumento de 17% quando comparado ao mesmo período do ano passado.

A justificativa estaria diretamente relacionada às tensões vividas no isolamento social. De acordo com o dentista e especialista em Saúde Coletiva na Neodent, João Piscinini, as emoções interferem na saúde bucal, e os pacientes que apresentam quadros de ansiedade e depressão acabam sendo mais suscetíveis a desenvolver o bruxismo. “Desde o início da pandemia, temos observado um maior número de pessoas procurando os consultórios odontológicos com queixa de dor e tensão nos maxilares e até mesmo com fraturas de dentes e restaurações. Isso pode estar relacionado às fortes emoções que acompanham o período de isolamento social. Medo, ansiedade, depressão e angústia são alguns dos fatores psicológicos que podem fazer com que o paciente involuntariamente aperte os dentes em um momento de estresse e tensão”, afirma.

O bruxismo acontece à noite, durante o sono, e muitos pacientes usam placas de acrílico para evitar o atrito entre os dentes. “Os tratamentos para o bruxismo são diversos e variam de acordo com a intensidade e frequência com que a condição é apresentada em cada paciente. Por isso, é importante que ao identificar sintomas como o tensionamento dos músculos do rosto, principalmente ao acordar, as pessoas busquem o atendimento de um dentista para uma avaliação e planejamento de um tratamento adequado”, destaca o especialista.

Praticar atividades físicas e ter momentos de lazer e relaxamento podem ajudar a diminuir os níveis de estresse e ansiedade, contribuindo para a prevenção do bruxismo. Ações simples como respirar fundo e ouvir uma boa música fazem total diferença na correria do dia a dia e proporcionam uma sensação de bem-estar, tanto para o corpo quanto para a mente.

 


Neodent


Calor pode desencadear crise de enxaqueca - saiba como evitar

Neurologista do Hospital Santa Paula dá dicas para amenizar problema comum no verão

 

A promessa de temperaturas altas com a chegada do verão é uma preocupação para quem sofre de enxaqueca - e com razão. O calor excessivo é um dos fatores desencadeantes de dores de cabeça e quem sofre com crises pode ter seu quadro agravado.

Dr. Alexandre Bossoni, neurologista do Hospital Santa Paula, afirma que existem dezenas de tipos diferentes de dores de cabeça, porém as mais comuns são a enxaqueca (ou migrânea) e a cefaleia tensional. “Na enxaqueca, a dor costuma ser forte e latejante e vem acompanhada de outros sintomas, como náusea e intolerância a luz e ao barulho, além da intensidade da dor piorar com atividades físicas corriqueiras.” Para as pessoas acometidas por esse problema, a dor é incapacitante, reduz a qualidade de vida, atrapalha a execução de tarefas cotidianas, prejudica o trabalho, a vida familiar e o convívio social.

A enxaqueca, de modo geral, pode ser desencadeada por fatores climáticos, emocionais, psicológicos, variações na rotina e nos hábitos de sono, na alimentação, estresse, consumo de bebidas alcoólicas e exercício físico, em alguns casos. Nas mulheres, as oscilações hormonais do ciclo menstrual também têm influência. Contudo não é raro haver crises sem um motivo aparente, sem um desencadeante óbvio. Elas podem surgir espontaneamente, pois a enxaqueca é uma doença do funcionamento do cérebro. 

Entre os fatores ambientais, o mais importante é o calor, e isso acontece por uma combinação de elementos. “A mudança de temperatura, por si só, pode causar crises de enxaqueca”. diz Dr. Alexandre Bossoni. “Além da própria temperatura, durante o verão perdemos muito líquido pelo suor. Se não tomarmos cuidado, ficamos desidratados e isso pode ser um fator de piora ou de ocorrência de crises de dor de cabeça. Além disso, é o período do ano preferido para férias e que coincide com várias festas e feriados, durante os quais mudamos de rotina de sono, alimentação, exercícios físicos, além de termos momentos de maior consumo de bebida alcóolica. Praticamente uma receita infalível para um desagradável dia de dor”.

 

Como evitar 

Existem algumas medidas simples que podem minimizar o sofrimento com dores de cabeça fortes nos dias de temperatura muito alta. 

A primeira recomendação do neurologista é manter-se sempre bastante hidratado, aumentando significativamente nessa época a ingestão de líquidos.  

Também é importante evitar a exposição direta ao sol forte, em especial nos horários de pico. Em ambiente ao ar livre, deve-se utilizar chapéu e óculos que ofereçam boa proteção contra a luminosidade. Tome banhos frios para refrescar, coloque roupas mais frescas ou aplique compressas frias na cabeça. 

Na alimentação, o especialista recomenda que se dê preferência a alimentos mais leves, com menos gordura, e evite o consumo de cafeína e comidas com muito açúcar. “Também é indicado evitar longos períodos de jejum”, diz. 

E durante a noite, preservar um ambiente mais fresco no quarto é essencial para não prejudicar o sono.  

Se, mesmo seguindo essas dicas, a dor de cabeça surgir muito intensa ou em pessoa sem histórico de enxaqueca, é preciso atenção. “Quando a dor é acompanhada de outros sintomas neurológicos, como confusão mental, alteração visual ou dificuldade de fala ou movimento, é fundamental procurar um pronto-socorro imediatamente para uma avaliação, pois pode ser sinal de um problema mais grave, como um Acidente Vascular Cerebral”, alerta o neurologista.

 

Com apenas uma opção terapêutica, pacientes com XLH lamentam decisão do Ministério da Saúde de não incluir tratamento no SUS

 Recomendação inicial pela não incorporação do burosumabe no Sistema Único de Saúde (SUS) impacta negativamente a vida de pacientes e familiares. Associação de pacientes ressalta que consulta pública pode ajudar reverter esse cenário

 

O Instituto Vidas Raras informa que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), em seu relatório preliminar, deu parecer desfavorável à inclusão do burosumabe no Sistema Único de Saúde (SUS) e abriu consulta pública (CP). A terapia, única específica destinada a pacientes com raquitismo hipofosfatêmico ligado ao cromossomo X (XLH) patologia rara também conhecida como hipofosfatemia ligada ao cromossomo X, já é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e reembolsada em outros países. Até 30 de novembro, médicos, profissionais da área saúde, pacientes, familiares e cuidadores podem opinar sobre o oferecimento da medicação na rede pública de saúde por meio da CP nº56 .

Para Regina Próspero, vice-presidente do Instituto Vidas Raras, a consulta pública é o momento no qual os pacientes e toda a sociedade podem participar de decisões que vão influenciar diretamente em suas vidas. "Um dos papeis da Conitec é reconhecer a voz dessas pessoas, é na CP que elas podem participar e mostrar o quanto é importante a inclusão de terapias como essa, além de ser um exercício democrático é uma chance de reverter decisões sobre a inclusão de tratamentos no SUS", afirma.

Segundo o relatório, os desfechos dos estudos foram divergentes impossibilitando um compilado que fornecesse resultados suficientemente claros para a recomendação, além de serem desfechos indiretos. Além disso, consideraram elevados a razão de custo-efetividade incremental, assim como o impacto orçamentário em vista de diversas incertezas dos dados reais da doença e da manutenção do benefício em longo prazo do burosumabe na vida dos pacientes.

Edson Paixão, gerente geral da Ultragenyx, empresa responsável pelo medicamento, explica que o relatório preliminar traz elementos que demonstram o benefício final da terapia aos pacientes bem como reforça sua eficiência e segurança. "Os estudos clínicos apresentam resultados significativos para os pacientes, inclusive já reconhecidos pelo órgão", ressalta Paixão. "Vamos esclarecer as dúvidas apresentadas e evidenciar que os desfechos utilizados nos estudos são compatíveis com a grande variabilidade clínica da doença. Não podemos deixar de dizer que o custo da terapia é comparável aos demais tratamentos de doenças raras e ultrarraras. Entendemos que a Conitec preza pela sustentabilidade do sistema de saúde e isso se reflete no seu cuidado em relação ao impacto no orçamento global e no valor da razão do custo-efetividade incremental. Estamos comprometidos com a comunidade brasileira de XLH e mantemos diálogo aberto com as autoridades".

O raquitismo hipofosfatêmico ligado ao cromossomo X é uma doença rara, crônica e progressiva causada pela deficiência de fósforo no organismo e que afeta crianças e adultos. Seus principais sintomas são deficiência do crescimento, alargamento dos punhos, joelhos e tornozelos, dor nos membros inferiores, alterações dentárias, fraqueza muscular, limitação funcional e pernas arqueadas.

"A recusa para a incorporação do burosumabe no SUS demonstra falta de conhecimento da doença e da causa. Nós, que iniciamos o tratamento do Pietro pelo SUS por meio de uma ação judicial, acompanhamos as dificuldades de quem tem raquitismo. Principalmente, os menos favorecidos financeiramente, em relação a cirurgias, fisioterapia etc. O burosumabe elimina todos esses problemas, ajudando os que mais precisam se for incorporado na rede pública", diz Paulo Inglese Gonçalves Jr., de 42 anos, pai do Pietro Nave Iglese, 14 anos, paciente com XLH.

O medicamento, única opção de tratamento específico para pacientes com XLH, já aprovado no Brasil, Estados Unidos, Canadá e Europa, age de maneira precisa e proporciona melhoras significativas na qualidade de vida do paciente ao mudar o curso natural da doença. "O burosumabe aumenta a reabsorção de fosfato nos rins e a produção da forma ativa da vitamina D. Existem estudos robustos que sustentam os benefícios clínicos dessa terapia para os pacientes", afirma Daniel Garcia, diretor médico da Ultragenyx Brasil.

Há pouco mais de um ano, Pietro começou o tratamento com o burosumabe. "A melhora é nítida, as pernas dele estão desentortando, não tem mais dores de cabeça e ele está crescendo", diz o pai. "Eu não conseguia agachar, depois de um tempo tomando o remédio derrubei um brinquedo no chão e me agachei sem perceber. Na hora eu pensei: consegui! Hoje eu consigo andar mais e sinto que cresci na altura", conta Pietro.

"Estamos fazendo nosso trabalho de tentar levar qualidade de vida para esses pacientes por meio de terapias transformadoras. A doença não tem cura e é progressiva, ou seja, cada dia sem o medicamento é uma perda", finaliza Paixão.


Nova chance

A realização da consulta pública é uma das etapas do processo de incorporação de tecnologias na rede pública de saúde. Ainda há chance de reverter a decisão inicial da Conitec. Até 30 de novembro, toda a sociedade pode contribuir com a CP. Pacientes, familiares e cuidadores podem participar por meio do formulário de experiência ou opinião, já o questionário técnico-científico é voltado para médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde de maneira geral. "Esperamos que essa recomendação inicial seja revista pela Conitec. Precisamos ter a possibilidade de acesso a esse medicamento", declara o pai de Pietro.

Caso a decisão seja pela incorporação, o Decreto nº 7.646/2011[1], que dispõe sobre o processo administrativo para incorporação, exclusão e alteração de tecnologias em saúde no SUS, define novo prazo de 180 dias para que a terapia seja disponibilizada aos pacientes pelo SUS a contar da data da publicação da decisão no Diário Oficial da União (DOU).

 

Miastenia e a saúde da mulher - ciclo menstrual e sintomas pós menstruação

Pacientes em período menstrual relatam desafios mensais. Aprenda a identificar as variações hormonais e como lidar com cada fase


Todos os meses as mulheres passam por um período de variação hormonal, a famosa e temida tensão pré-menstrual (TPM). O que muitas pessoas desconhecem, no entanto, é que o estrogênio, a testosterona e a progesterona agem em maior ou menor grau durante o mês inteiro no corpo feminino. Esses hormônios influenciam o comportamento e podem até interferir na performance profissional das mulheres, ainda mais, quando se trata de mulheres que possuem uma doença chamada Miastenia Gravis. Esses sintomas nas pacientes tornam-se mais acentuados causando muito desconforto e mal-estar.

Para ele, a preocupação com a saúde, bem-estar e qualidade de vida das mulheres miastênicas deve ser constante. “Cada fase destes 28 dias é um desafio, por isso, entender melhor o seu ciclo pode contribuir para medicação assertiva e sintomas mais amenos. Nem todas as pacientes de Miastenia Gravis apresentam esses sintomas tão acentuados”, reforça Dr Estephan.

Segundo Dr Estephan, os sintomas podem variar de mulher para mulher. Como miastênicas, dois dias antes de menstruar algumas começam a sentir como se estivessem doentes. Relatam sensação de peso nas pernas, a pele fica “devastada”, entre outros sintomas. Entretanto, como todos esses sintomas surgem, eles vão embora depois de três dias e se repetem no mês seguinte, ou não.

“Embora ainda não tenha sido comprovado, acredita-se que essa piora ocorra na maior parte das mulheres com miastenia. Isso acontece por conta do aumento dos níveis principalmente de progesterona, mas também do estrogênio em menor importância”, afirma o Dr. Eduardo Estephan.

Essa explicação justifica porque a maioria dessas miastênicas experimentam melhora dos sintomas a partir do 3º dia da menstruação, quando os níveis de progesterona estão já bem mais baixos.

Estudos já foram realizados nas tentativas de ministrar anticoncepcionais para impedir que as pacientes miastênicas menstruassem a fim de amenizar os sintomas. Porém, os resultados não foram positivos, nem eficazes. No entanto, quando há muito incomodo no período é importante procurar atendimento médico especializado. Conforme destaca o Dr. Estephan, pode-se aumentar a dose da piridostigmina - medicação para os sintomas da miastenia - durante o período mais crítico. Com doses maiores da medicação há uma compensação, ao menos em parte, dos efeitos das mudanças hormonais da menstruação.


Segundo estudos:

Pesquisadores conduziram um estudo na Universidade Hebraica de Israel para averiguar o assunto. Eles verificaram que aproximadamente 2/3 das mulheres que menstruam experimentam piora dos sintomas miastênicos 2 a 3 dias antes do início do sangramento.

Essa piora persiste até o 3º dia de sangramento em pelo menos 50% dos casos. E em praticamente 20% a piora é suficientemente importante para que seja necessário aumentar a dose da piridostigmina.Esse estudo contou com a participação de 42 mulheres, com a doença generalizada e que não estavam na menopausa. Os resultados foram os seguintes:

  • 28 pacientes (67%) relataram exacerbação dos sintomas da Miastenia Gravis 2 a 3 dias antes do período menstrual.
  • 22 dessas pacientes continuaram com sintomas exacerbados até o terceiro dia do ciclo menstrual.
  • 9 dessas pacientes precisaram aumentar a ingestão de piridostigmina nos dias anteriores à menstruação, em razão do agravamento clínico.

Além disso, diferentes tratamentos da Miastenia Gravis, assim como contraceptivos orais, não influenciam o quadro clínico. Dependendo da intensidade da exacerbação pode levar a mudanças no tratamento, conforme critério do médico especialista.

‘’Portanto, se você é mulher tem Miastenia Gravis e se sente pior às vésperas de menstruar, você não está sozinha e nem significa que algo está fora do previsto. É importante manter seu médico informado desses acontecimentos. Juntos, é possível bolar a melhor estratégia para lidar com esses efeitos da menstruação, com aumento de medicação ou repouso programado, por exemplo”, finaliza Dr Esthephan.


COVID-19: Hospitais filantrópicos atendem 35% dos casos que requerem UTI

Fehosp destaca que setor está fazendo todos os esforços para dispor de leitos


As internações por Covid-19 vêm aumentando e as Santas Casas e hospitais filantrópicos têm dado importante suporte no atendimento. Levantamento do último dia 22, da Secretaria estadual de Saúde, a pedido da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), mostra que, em todo o Estado, 32,55% das internações em UTI ocorreram em instituições sem fins lucrativos e 32,32% foram realizadas em leitos de enfermaria. Com relação a casos suspeitos, as entidades filantrópicas também atenderam a 32% dos casos, em seus leitos de enfermaria.

“Os casos de Covid voltaram a subir e nossas instituições, apesar de todas as dificuldades financeiras que enfrentam, estão fazendo todos os esforços para disponibilizar seus leitos e ampliar a oferta para o enfrentamento da doença", fala o presidente da Fehosp, Edson Rogatti. Em alguns municípios esse aumento é mais significativo.

As Santas Casas e hospitais filantrópicos são responsáveis por 50% dos atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde). Em algumas cidades, essas entidades são os únicos equipamentos de saúde, atendendo a todas as classes sociais. "Essa situação de alta nos preocupa sobremaneira, porque continuamos a atender todas as outras demandas que também carecem de atenção. Inclusive, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, recomenda que a estrutura destinada aos atendimentos da Covid-19 não seja desmobilizada e também que a retomada dos atendimentos e procedimentos eletivos observem as diretrizes do Centro de Contingência”, pontua Rogatti. “Outro ponto preocupante é dar conta financeiramente de tudo isso. Com o aumento de casos de Covid, os leitos de UTI, por exemplo, para onde os pacientes graves precisam ser encaminhados, requerem muitos recursos e com alta complexidade", completa. 

 

3 dicas para combater a diabetes com exercícios físicos

Novembro é o mês da prevenção da doença que atinge cerca de 13 milhões de brasileiros


A Federação Internacional de Diabetes (IDF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiram a data ,14 de novembro, como o dia oficial de combate à diabetes, e o mês de Novembro como o período de reflexão e ações no combate à doença. Segundo dados da Coordenação Geral de Prevenção de Doenças Crônicas e Controle do Tabagismo do Ministério da Saúde, 70,6% dos que têm diabetes são mulheres e 60,3% são homens. Além disso, a doença existe nesses indivíduos principalmente pelo excesso de peso.

Existem dois tipos de diabetes, a tipo 1 que é a doença autoimune na qual as defesas do organismo atacam as células do pâncreas, responsáveis pela fabricação de insulina, hormônio que permite a entrada da glicose no interior das células. Já o tipo 2, que é responsável por 90% dos casos é caracterizado pela deficiência parcial ou total na produção de insulina com graus variados de resistência periférica ao hormônio. Esta incapacidade é provocada por fatores como obesidade, sedentarismo e hereditariedade.

A doença também atinge muitos idosos trazendo inúmeras complicações se não forem tratadas de forma adequada, e é neste sentido que o cuidador age de forma profissional para promover a qualidade de vida daquela pessoa, no CEBRAC (Centro Brasileiro de Cursos), o curso de cuidador dá um amplo conhecimento com noções de enfermagem, atividades físicas e recreativas, e um módulo só para diabetes tipo I e II.

"Nosso objetivo é formar profissionais capazes de lidar com o atendimento de pessoas de qualquer idade que requerem atenção especial, prezando pela qualidade de vida e bem-estar, destacando-se no mercado pelos conhecimentos técnicos e desenvolvimento comportamental", finaliza Jefferson Vendrametto Diretor de Relações Institucionais do CEBRAC.

Pensando nisso, a equipe do CEBRAC , montou 3 dicas de exercícios para combater a doença:


• Exercícios aeróbicos

A recomendação médica é de realizar o total de 150 minutos/semana, com intensidade moderada, limitados pela frequência cardíaca obtida no teste ergométrico, feito com presença de cardiologista. Corrida, natação e ciclismo são as mais recomendadas. Sempre com o auxílio de um profissional e medindo os níveis de glicose no sangue.


• Fortalecimento muscular

De duas a três sessões semanais, de 30 minutos cada, principalmente nos grupos musculares das pernas e braços. Muitos diabéticos têm problemas de circulação sanguínea, e por isso o fortalecimento muscular é importante para ativar o fluxo de sangue. Porém, para diabéticos com problemas oculares da retina: esses exercícios devem ser evitados;


• Flexibilidade e equilíbrio

Com ao passar dos anos, é natural perder alguma capacidade de equilíbrio, e pessoas com diabetes geralmente perdem a sensibilidade dos pés. Por isso, é importante a prática de exercícios de equilíbrio que ajudam a neutralizar essa questão. Tentar se equilibrar em um pé perto de um degrau e trabalhar o equilíbrio é essencial.

Para saber mais sobre o curso de cuidador do CEBRAC, clique aqui !



CEBRAC - Centro Brasileiro de Cursos

https://www.cebrac.com.br


Dezembro Laranja: cirurgião plástico explica como é feita a remoção do câncer de pele e dermatologista orienta sobre prevenção

- Diagnóstico precoce de melanoma é fundamental para tratamento


- Guarda-sol comum oferece proteção de, no máximo, FPS 7


Mais comum em pessoas acima de 40 anos, o câncer de pele pode surgir devido ao excesso de exposição ao sol, mas também por fatores genéticos. Em muitos casos, tanto o câncer de pele não melanoma (carcinomas basocelulares e espinocelulares) quanto o melanoma apresentam fator genético envolvido na sua patogênese. Dessa forma, quem tem história familiar de câncer de pele pode ter maior risco de desenvolvê-lo.

Há diversos tipos de câncer de pele, porém, os três mais comuns no Brasil são: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma, sendo esse último o mais grave, com risco de desenvolver metástase e podendo levar o paciente a óbito.

  • Carcinoma basocelular: o mais comum, cerca de 80% dos casos, pode ser mais agressivo localmente, porém - normalmente - apresenta uma evolução mais lenta. Pode-se apresentar como uma pinta, mancha, nódulo ou ferida na pele.
  • Carcinoma espinocelular: com origem na camada mais superficial da pele também pode aparecer em mucosas e até em áreas de cicatrização prolongada, como uma ferida que nunca fecha. Mais comum surgir nas áreas do corpo que ficam mais expostas ao sol, como rosto, orelhas, lábios, pescoço e dorso da mão. Às vezes, pode até ser necessário radioterapia no complemento do tratamento.
  • Melanoma: É o menos frequente, representa 3% dos cânceres de pele no Brasil, porém, é o mais agressivo, com risco de metástase. O prognóstico pode ser bom se descoberto na fase inicial. Devido aos novos medicamentos e a detecção precoce da doença, houve uma melhora na sobrevida desses pacientes nos últimos anos.

O cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Fernando Amato, orienta que se deve procurar um médico especialista quando encontrar as seguintes alterações em uma lesão ou pinta suspeita, método conhecido como ABCDE:

 

A – Assimetria: quando uma parte da lesão é diferente da outra

B – Borda: irregularidades no contorno

C – Cor: cores diferentes na mesma pinta ou lesão

D – Diâmetro: quando for maior de 6 milímetros

E – Evolução: perceber se a lesão apresenta crescimento, muda de formato ou cor

 

“Feridas que não cicatrizam depois de três semanas ou que sangram facilmente também devem ser investigadas”, alerta Dr Amato.

Normalmente, o dermatologista é quem faz a suspeita do diagnóstico pela dermatoscopia, exame realizado com lente de aumento. Sendo necessário o estudo anatomopatológico para definição do diagnóstico.

Dependendo do local onde está a lesão, no caso de regiões do corpo mais delicadas e expostas, como a face, por exemplo, o paciente é encaminhado para o cirurgião plástico, que faz a remoção e reconstrução se necessário.

“Todo material retirado do paciente deve ser enviado para estudo anatomopatológico (biópsia), e dependendo do resultado, pode ser necessário outros procedimentos como por exemplo no melanoma, em que é necessário a retirada de toda lesão para se definir a necessidade ou não de cirurgia nos linfonódos (gânglios). Depois que é feito o estadiamento da doença, ou seja, identificado até onde ela avançou, pode ser necessário o envolvimento de outros especialistas, como o oncologista para dar seguimento no tratamento”, explica o Dr. Fernando Amato.


Dermatologista orienta sobre quantidade adequada do protetor solar

Os raios ultravioletas (UVA e UVB, responsáveis pelo aumento do risco de câncer de pele, estão presentes ao longo do dia. A médica dermatologista Dra. Luciana Malzoni Langhi, da equipe do Dr. Fernando Amato, explica que o raio UVA, mais relacionados ao fotoenvelhecimento (surgimento de manchas e rugas), está presente de forma continua durante o dia, enquanto o raio UVB, mais relacionado ao câncer de pele, tem sua concentração maior entre 10 e 16 horas. “No entanto, ele também está presente ao longo dos outros períodos do dia, embora em menor quantidade”, conta a especialista.

Evitar o sol nesses horários não é a única forma de se prevenir o câncer de pele. A melhor prevenção é o uso correto de filtro solar, ao longo do dia, associado a proteções físicas como roupas e chapéus.

A Dra. Luciana lista algumas dicas que contribuem muito para a prevenção do câncer de pele:

  • Usar filtro solar diariamente, mesmo que em dias nublados, e reaplicá-lo a cada duas ou três horas ou antes se houver suor excessivo e atividades em água.
  • Recomenda-se aplicar protetor na quantidade que corresponde aproximadamente a 1 colher de chá para rosto, pescoço e couro cabeludo; 1 colher de chá para a parte da frente do tronco e 1 colher de chá para a parte de trás do tronco; 1 colher de chá para cada braço; 1 colher de chá para a parte da frente de cada perna e 1 colher de chá para a parte de trás de cada perna.
  • Aplicar filtro solar adequado ao seu fototipo - pessoas de fototipo 1 ou 2 (pele clara, olhos claros, que sempre se queimam e nunca se bronzeiam) precisam de uma fotoproteção de no mínimo FPS 50; pessoas de fototipo 3 ou 4 (pele clara e cabelos castanhos ou pele mais morena e cabelos castanhos, que se bronzeiam e nem sempre se queimam) necessitam de fotoproteção entre FPS 30-50 e pessoas de fototipo 5 e 6 (peles morenas mais escuras e negras) apresentam fotoproteção eficiente com FPS 30. Lembrando que esses fatores são suficientes desde que se aplique o filtro em quantidades adequadas.
  • Aplicar filtro solar mesmo embaixo do guarda-sol, pois o guarda-sol comum oferece uma proteção de no máximo FPS 7, de modo que só ele não é suficiente para proteger a pele dos danos solares.
  • Não usar o mesmo filtro solar por vários verões, pois os componentes se deterioram com o tempo, perdendo o seu efeito de proteção.
  • Evitar ao máximo queimaduras solares durante a infância. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma é a ocorrência de queimaduras solares importantes, principalmente com formações de bolhas, portanto, é essencial a proteção solar adequada das crianças quando expostas ao sol.
  • Não esquecer de aplicar o filtro solar em áreas mais escondidas ou periféricas, como axilas, pescoço, orelhas, região inguinal, cotovelos e pés.

 


Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

https://www.instagram.com/meu.plastico.pro/


Posts mais acessados