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terça-feira, 14 de julho de 2020

MILHÕES DE FAMÍLIAS SOFREM COM A FOME DEVIDO À CRISE


Pandemia provocou o avanço da miséria em território nacional


Desde março deste ano, o Brasil enfrenta uma recessão provocada pelo novo coronavírus. Por conta da iniciativa de isolamento social e quarentena, muitas corporações se viram obrigadas a encerrarem suas atividades ou diminuírem o quadro de colaboradores. O resultado? O aumento do desemprego. Entretanto, o problema não para apenas na falta de colocação: a situação de miséria foi impulsionada nesse cenário e é preciso tomar uma atitude quanto a isso.

Como uma medida para conter o impacto da Covid-19 no bolso da população, o Governo Federal implementou, ainda no começo do ano, o Auxílio Emergencial, em parceria com a Caixa. Cerca de 107 milhões de indivíduos solicitaram o benefício e 59 milhões deles tiveram o pedido aprovado.

Entretanto, ainda há 10 milhões de brasileiros aguardando a análise para poder utilizar os R$ 600 reais. Para o presidente do Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios, Seme Arone Júnior, embora a iniciativa seja essencial, não é uma maneira duradoura para enfrentar o problema. “A previsão é encerrar essa liberação em agosto, considerando uma retomada dos estabelecimentos. Entretanto, como fica o depois? A escassez de vagas ainda será grande e afetará com maior agressividade os mais pobres”, explica.

Sem a renda de contingência, a Rede de Pesquisa Solitária prevê a falta de renda atingindo 30% da população. A Organização das Nações Unidas promoveu o levantamento “UNU-WIDER” e também constatou: a pandemia pode levar 14 milhões de brasileiros à miséria.

Além disso, entre março e abril, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-Covid), a taxa de ocupação ficou inferior a 50%, acontecimento inédito até então no território nacional. Conforme o mesmo estudo, 75% da diminuição das horas trabalhadas no país estão ligadas à suspensão de contratos e à redução da jornada e de salários.

O cenário também afetou quem busca estagiar. “Até pouco antes da crise, em fevereiro deste ano, costumávamos ter uma abertura de 5.500 oportunidades de estágio semanalmente. Percebemos uma queda de 80% nos últimos meses. O impacto social disso é muito grande”, expõe o presidente.

Entretanto, a retomada gradual da economia não conseguirá auxiliar de maneira completa quem mais precisa. Justamente por isso, iniciativas como o Desafio 10x10 são necessárias. Embora muitas empresas e pessoas já tenham feito doações para as vítimas da Covid-19 e para a população mais necessitada (como podemos ver no Mapa das Doações), a ajuda foi suficiente apenas para os últimos meses. “Ainda precisamos evitar 10 milhões de famílias passando fome pelos próximos 90 dias”, continua Arone Junior.

O projeto, iniciado em 22 de junho, em parceria como as ONGs CUFA (Central Única das Favelas),  ChildFund,  Gerando Falcão e UniãoBR, entidades e celebridades, busca engajar 10 milhões de jovens para levar alimento a 10 milhões de famílias em um período de três meses. “Os recursos arrecadados pela gincana on-line serão convertidos em cestas básicas digitais, distribuídas durante três meses para os cadastrados na iniciativa”, explica.

Como embaixador do projeto, o presidente do Nube fala sobre o caráter urgente da boa ação. “Não podemos esperar a crise passar. Estamos falando de muitos brasileiros afetados diretamente sem ter o sustento básico. Afinal, como diz o sociólogo Betinho, ‘quem tem fome, tem pressa’”, alerta.

Para entender mais sobre o projeto, veja este vídeo da TV Nube!

“Nós, como cidadãos e como organizações, devemos nos unir e estendermos a mão para quem mais precisa. Só assim conseguiremos garantir um desenvolvimento sólido para a recuperação de todo o país. Justamente por isso o Nube apoia com força total a gincana, pois acreditamos em um futuro melhor”, finaliza.

Para participar da campanha, basta acessar www.desafio10x10.com.br.




Fonte: Seme Arone Junior - presidente do Nube

www.nube.com.br


Democracia: falando para jovens



O segredo de um regime democrático é a confiança nas instituições. Nelas que o poder que emana do povo se materializa em comandos (de fazer e não fazer) que buscam garantir o bem comum. O bem comum é uma expressão chave para o regime democrático. Ele está sempre sendo tensionado pelos indivíduos que desejam que o resultado final contemple os seus pleitos em primeiro lugar. Por isso, é dinâmico e vive incorporando novas demandas.

No entanto, há um mínimo de condições que devem estar à disposição de todos, sem o que dizemos que o regime está em déficit com a parte dos cidadãos não atendidos. Como uma televisão com som mas sem imagem ou um elevador que só sobe mas não desce. Inaceitável. A democracia é uma invenção. Entre os demais seres vivos, ninguém deixa de fazer algo para contemplar as necessidades dos outros. Pelo menos não intencionalmente, consciente de que essa é a forma de se alcançar um bem comum.

Nesse sentido, podemos dizer que a  democracia é quase um milagre, pois frustra os instintos, controla as pulsões em nome de um resultado nem sempre prazeroso, mas justo. A ideia de Justiça está atrelada a este modelo político mais do que a qualquer outro. E justo não é algo que traga sensações intensas. A democracia é morna, sem sal, com pouco tempero. Mas é a base comum para que cada um possa incrementar seu prato sem ter de conviver com o desconforto de que outros não terão café nem almoço e nem lanchinho da tarde.

O problema central da Democracia é de eficácia e eficiência. Ou seja, para ser bom, tem de funcionar. Quando as coisas não funcionam, costumamos culpar o modelo vigente e passamos a defender algo que funcione, que funcione no tempo certo e que não consuma todos os nossos recursos. Se a Democracia não funciona, garantindo uma vida boa para os cidadãos, voltamos ao estado da natureza, no qual os mais fortes, os mais espertos, os mais rápidos, os mais ousados levarão vantagem e ainda dirão: “desculpa, mas do jeito que estava não estava dando certo”. 

Essa desnaturação do regime democrático ocorre quando a administração do bem comum emperra. É como ligarmos o computador e o wifi sumir; abrirmos a torneira e sair uma água marrom e mal cheirosa; colocarmos a panela no fogão e não haver gás; sair na rua e ser assaltado porque não há polícia; ficar doente e não ter hospital. É fácil saber do que estou falando.

O perigo se intensifica quando acreditamos que precisamos ter pessoas especiais para fazer a administração funcionar. É como você achar que se a sua mãe abrir a torneira aí água límpida e cristalina voltará a jorrar imediatamente. E, movidos por essa crença, vamos em busca dessas pessoas. Ou melhor, nessas horas, essas pessoas é que se apresentam a nós. Prometendo que com elas, tudo vai funcionar. E esquecemos então de que o regime democrático precisa ter um fundamento - o bem comum - e um funcionamento despersonalizado, desideologizado, despartidarizado, para que esse bem comum seja alcançado. É uma coisa lógica: se eu tenho um lado, um conjunto de certezas, um cor preferida, alguém sofrerá e não vou perceber ou não vou me importar. Personalizar, ideologizar, partidarizar não são, portanto, garantias de bom funcionamento do sistema. Pelo contrário, muda a direção dos propósitos que fizeram as pessoas criarem esse modelo.

O pior momento na existência de uma Democracia é quando não reconhecemos mais que as instituições são capazes de cumprir suas funções e achamos que nós mesmos é que devemos assumir essas tarefas: a minha lei, a minha segurança, a minha saúde, a minha educação. Atomizamo-nos de tal forma que a própria noção de sociedade torna-se uma ficção ruim. Não aceitamos mais contribuir para o fundo comum e, se possível, abandonamos o barco e buscamos refúgio em outro lugar, renegando até mesmo nossa lembrança desse tempo vivido. Ou então, apostamos tudo e entregamos nossas cidadanias nas mãos de um salvador, de um síndico com poderes ilimitados, de um regenerador, de um refundador, sem garantias nem direito ao arrependimento, pois não teremos mais direitos de reivindicar nossos direitos. É como queimar o título de sócio do clube. Ou rasgar as promissórias. Um caminho sem volta.

O segredo do regime democrático é fortalecer os mecanismos de cumprimento do seu propósito fundamental, o bem comum. Dotá-lo de profissionais qualificados e cercá-los de legislações protetivas e fiscalizadoras, além de punições exemplares em caso de desvio de finalidade. O melhor dia em uma democracia será quando não lembrarmos os nomes dos ministros do Supremo, ou dos deputados e senadores, ou quantos filhos ou filhas  tem o presidente. Serão apenas “nossos representantes”, trabalhando para nós, sendo pagos com nosso dinheiro, cumprindo um contrato temporário, renovável caso apresentem bons serviços para o bem comum. Uma democracia tão morna e sem sal quanto o seu propósito, que é o de viver e deixar viver, com liberdade, conforto e segurança, todos os membros de sua comunidade.




Daniel Medeiros - doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo 

Deslocamento para o trabalho pode explicar concentração de casos de COVID-19 em alguns bairros de SP


Estudo mostra que bairros da capital paulista com mais internações e mortes pela doença coincidem com os de maior movimentação de moradores (foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)


Existe uma forte relação entre a circulação de pessoas que precisaram trabalhar durante a pandemia e as áreas da cidade de São Paulo com maior concentração de casos de COVID-19. Bairros como Cidade Ademar, Brasilândia, Sapopemba e Capão Redondo, que apresentam o maior número de internações na cidade, coincidem com aqueles cujos moradores não puderam permanecer em casa durante o período de quarentena.
“Os trabalhadores essenciais, da área da saúde e de abastecimento, ou aqueles que precisaram trabalhar para manter a renda, como é o caso de muitas empregadas domésticas, estão mais expostos ao risco de morte ou de serem infectados. E a maior parte desses trabalhadores é usuária do transporte público”, diz Raquel Rolnik, uma das coordenadoras do Labcidade, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).
O estudo liderado por Rolnik e realizado em parceria com o Instituto Pólis correlacionou informações do DataSUS sobre as áreas com concentração de moradores que foram hospitalizados por COVID-19 com dados públicos da companhia de transportes São Paulo (SPTrans) sobre o carregamento dos ônibus no mesmo período, além de dados da pesquisa Origem Destino, sobre o itinerário das viagens com motivo trabalho, excluindo o contingente que possivelmente migrou para o teletrabalho.
O estudo detectou que não foram todas as linhas de ônibus que tiveram maior movimentação de passageiros durante a quarentena, mas aquelas cuja origem ou destino eram os bairros de Capão Redondo, Jardim Ângela, Brasilândia, Cachoeirinha, Sapopemba, Iguatemi, Cidade Tiradentes, Itaquera e Cidade Ademar. Outro ponto crítico da cidade é a região central, por onde passam quase todas as linhas de ônibus e que também é o principal destino ou origem principal de muitos trabalhadores.
A pesquisadora ressalta que não é possível afirmar se o contágio ocorreu no percurso do transporte, no local de trabalho ou no local de moradia do trabalhador.
“De qualquer forma, nessas linhas com maior concentração de pessoas, seria importante fazer adaptações para proteger os passageiros. Não falo apenas de equipamentos de proteção individual como máscaras, do uso de álcool gel e da necessidade de aumentar o número de ônibus para atender essas linhas específicas. Seria importante também aumentar o espaço dos terminais e pontos de ônibus com tendas, demarcações e espaços provisórios para as pessoas poderem manter o distanciamento necessário”, diz Rolnik à Agência FAPESP.
Outra conclusão importante do estudo está na necessidade de se ter cautela ao considerar a precariedade das condições de moradia como causa única dos pontos críticos de transmissão. “Testamos essa hipótese no nosso trabalho, mas ela não explica a questão por completo. Existem bairros adensados e precários que têm muitos casos e outros que não têm. Da mesma forma, existem favelas que são pontos críticos e outras com níveis de transmissão mais controlados. Nosso estudo comprovou que, no caso da cidade de São Paulo, a circulação, inclusive no transporte público, daqueles que precisaram trabalhar durante a quarentena foi determinante para o aumento de casos da doença”, diz.
O Labcidade, apoiado pela FAPESP em diferentes estudos sobre planejamento territorial e regulação urbanística, tem acompanhado desde o início da pandemia as formas como o novo coronavírus atinge as cidades – sobretudo a capital paulista –, analisando seus impactos e dimensões urbanos, particularmente em relação ao tema da moradia e urbanismo.
Número de hospitalizações e circulação de pessoas
A análise sobre o fluxo de transmissão da doença na cidade e a sua relação com o transporte público faz parte de uma série de estudos realizados pelo grupo. Em trabalho anterior, os pesquisadores mapearam os casos de morte e hospitalização por COVID-19 e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O mapa das hospitalizações por CEP mostrou que, embora as infecções por COVID-19 estejam espalhadas por toda a cidade de São Paulo, isso não ocorre de forma homogênea e há concentrações de casos em determinadas áreas da cidade (leia mais em: agencia.fapesp.br/33343/).
Para entender como a movimentação das pessoas durante a quarentena influenciou a transmissão da doença, os pesquisadores utilizaram dados de GPS dos ônibus metropolitanos que circularam durante a pandemia entre o final de maio e o início de junho de 2020.
“Por meio da Lei de Acesso à Informação, conseguimos obter dados sobre quantas pessoas circularam de ônibus e quais as linhas de maior movimento naqueles dias”, diz Rolnik.
Os pesquisadores utilizaram ainda dados da Pesquisa Origem e Destino. Realizada pela Secretaria Estadual de Transportes há 50 anos, e com edição mais recente lançada em 2017, a pesquisa traz dados sobre hábitos e tendências do deslocamento cotidiano dos usuários do transporte público na capital paulista.
“Criamos uma metodologia para excluir dos dados da Pesquisa Origem e Destino as viagens que tinham educação como motivo, já que as escolas e as universidades estavam fechadas. Também retiramos da análise as viagens por motivo de trabalho de pessoas com ensino superior, cargos executivos ou de algumas profissões que provavelmente estariam funcionando em regime de teletrabalho durante a quarentena. Dessa forma foi possível mapear o fluxo daqueles que realmente precisaram sair de casa para trabalhar e, assim, correlacionar esses dados com a disseminação da doença”, diz.
Mais circulação com a abertura
Com base no estudo, os pesquisadores veem com preocupação a reabertura gradual de serviços e comércio na cidade. “O objetivo desse estudo é servir como base científica para auxiliar na formulação de políticas públicas. Com a abertura do comércio e o afrouxamento da quarentena, a consequência evidente é uma movimentação maior de pessoas. Portanto, o esperado é que o impacto na transmissão da doença também cresça”, diz.
“Compreendo que a abertura das novas fases de retomada da economia é baseada na capacidade do sistema de saúde poder atender a população doente e na ocupação de leitos de UTI. São medições importantes, que devem ser levadas em conta, mas existem outras que também precisam ser consideradas”, diz.
Rolnik ressalta que a base de trabalhadores desse setor de serviços que está voltando a funcionar coincide com a base de trabalhadores que estavam se contaminando mais. “Estamos falando do mesmo grupo social que vai circular sem nenhuma medida adicional de proteção nesse trajeto da casa para o trabalho”, diz.
De acordo com a pesquisadora, o mapa com as áreas de maior contágio na cidade mostra algo perverso. “Aparece muito claramente uma divisão entre aqueles que ficaram em isolamento social e teletrabalho e os que precisaram sair para trabalhar para que outros pudessem ficar em isolamento", diz.




Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP 
http://agencia.fapesp.br/deslocamento-para-o-trabalho-pode-explicar-concentracao-de-casos-de-covid-19-em-alguns-bairros-de-sp/33625/



Petrobras reduz pela metade tempo e custo de construção de poço no pós-sal

Aplicação de novo conceito – TOTUS - permite simplificar as etapas de construção do poço a partir de otimizações implementadas nas fases de projeto e planejamento



No início de julho, a Petrobras concluiu, em metade do tempo, a construção do poço submarino 7-GLF-49H-ESS, no campo de Golfinho, na Bacia do Espírito Santo, a 100 km de Vitória. Este foi o primeiro poço do pós-sal construído com a aplicação do conceito True One Trip Ultra Slender (TOTUS), que consiste em simplificar e reduzir o tempo gasto nas etapas de perfuração e completação, a partir de otimizações e inovações inseridas nas fases de projeto e planejamento.  A utilização pioneira desse conceito inovador permitiu concluir este primeiro poço em apenas 44 dias frente aos 96 dias da média histórica no campo, reduzindo o custo em 50%. O poço 7-GLF-49H-ESS tem previsão de entrar em operação em outubro de 2020 produzindo aproximadamente 12 mil barris de óleo por dia.

A Petrobras pode aplicar esse conceito em seus novos poços, em diversos campos maduros do pós-sal, no período de 2021 a 2025, com potencial de redução de custo entre US$ 20 e 35 milhões por poço.
 


 
“O conceito TOTUS, desenvolvido e patenteado pela Petrobras, é parte do esforço da companhia na busca por soluções tecnológicas e redução de custos de suas atividades de forma segura e eficiente. A otimização da construção de poços viabiliza o aumento da produção e das reservas em campos maduros do pós-sal, com custos de produção compatíveis com o cenário de baixo preço do petróleo, contribuindo com a criação de valor para a Petrobras”, destaca o gerente executivo de Construção de Poços Marítimos da Petrobras, Samuel Bastos de Miranda.    

Resultado do trabalho integrado de diversas disciplinas, tais como geologia, engenharia de reservatórios, engenharia de poços, engenharia submarina, centro de pesquisas e suprimento de bens e serviços,  o conceito TOTUS consiste na perfuração realizada em apenas 3 fases (Ultra Slender) e a completação (superior e inferior) instalada numa manobra única (True One Trip), diferente das configurações tradicionais (4 ou 5 fases de perfuração e 2 ou mais manobras para instalar a completação).

O TOTUS poderá ser utilizado em determinados campos maduros do pós-sal onde as características geológicas e de reservatório favorecem sua aplicação.





Entenda como o meio-fio pode ser o vilão do seu pneu


Encostar no meio-fio ao estacionar o carro, mesmo que seja de leve, pode afetar a estrutura do pneu. Saiba como isso acontece e evite.

A Goodyear, tradicional fabricante de pneus reconhecida internacionalmente pelas inovações que traz ao mercado e pelo cuidado que tem com a segurança dos consumidores, mantém os esforços de orientação dos condutores sobre o uso adequado dos pneus, com foco em desempenho e segurança na condução dos veículos. Além da calibragem frequente e da manutenção corretiva (alinhamento e balanceamento), a Goodyear chama a atenção para alguns hábitos inadequados, que podem ser evitados e melhorar a durabilidade dos pneus. Um deles é estacionar com o pneu apoiado no meio-fio, hábito comum e que pode ser percebido facilmente pelas ruas, quando é possível encontrar carros parados dessa maneira; em vagas de 45 graus, inclusive, essa é uma ocorrência ainda mais comum.
O piloto de teste do Campo de Provas da Goodyear, Felipe Zacarias, alerta que o hábito de estacionar com os pneus encostados no meio fio pode ocasionar uma fissura na estrutura da malha interna de aço dos pneus, podendo até levar a fissura. O mesmo pode ocorrer quando o veículo sobrepassa por uma calçada, pois o impacto é ainda maior.
Zacarias explica que as rupturas na malha interna por utilização incorreta podem ser percebidas de três maneiras. A primeira ocorre quando o motorista calibra o pneu pela manhã e no dia seguinte a pressão já baixou novamente, esvaziou. "Ou seja, a estrutura de aço já não está mais tão eficiente por causa das trincas, ao ponto de segurar a pressão recomendada do pneu", esclarece. Outra situação que mostra essa situação é pelas vibrações em rodovias, onde a velocidade média é de 80 km/h. "Às vezes, mesmo com o balanceamento em dia, a rachadura na manta de aço não oferece uma condição de rodar suave, fazendo com que ocorra uma trepidação semelhante a que é percebida quando os pneus não estão balanceados e, consequentemente, isso pode implicar em outras complicações mecânicas ao veículo", reforça o piloto. Por fim, a pior situação citada por Zacarias é a perda de um pneu por excesso de descuido. "A avaria acaba sendo tão grande que pode provocar uma bolha na lateral do pneu que pode vir a se romper e estourar".
Outro risco que pode ser atribuído é o hábito de esbarrar no meio-fio e ocasionar a retirada de uma "lasca" da lateral do pneu. "As avarias ocorridas nos ombros dos pneus são impossíveis de reparar. Não é recomendável tentar reparar as laterais dos pneus. Ou seja, quando fura ou rasga, não existe a possibilidade de recuperação", reforça Zacarias. Já quando prensado ou apoiado no meio-fio, o talão é pressionado e gera perda de pressão, deixando o ar escapar, além de contribuir para uma deformação lateral.
Com relação à condução, o piloto de testes da Goodyear ressalta que é muito importante para a durabilidade de um pneu evitar pancadas abruptas, pois a carcaça sofre e acaba transmitindo as avarias. "As ruas e rodovias brasileiras, geralmente, são muito severas, tanto é que os nossos pneus são extremamente resistentes. Mas vale sempre lembrar que os pneus são feitos para oferecer rodar silencioso, segurança e aguentar o peso máximo de acordo com a indicação do veículo. Pneus de passeio não são feitos para sofrer impactos. Então, recomendamos evitar obstáculos, tampas de bueiro, meios-fios e buracos", conclui Zacarias.


Goodyear do Brasil

Vagas de emprego crescem 25% no setor de tecnologia



Apesar da crise, contratações na área de TI continuam crescendo


A pandemia do novo coronavírus afetou diretamente milhões de trabalhadores brasileiros. De acordo com o IBGE, mais de um milhão de pessoas perderam seus empregos durante a crise. Mas, se na grande maioria dos setores as contratações estão congeladas, existe uma área que está indo na contramão da crise. Trata-se das empresas de tecnologia da informação (TI), que, ao contrário da maior parte dos negócios, estão contratando ainda mais profissionais em meio ao período de isolamento social.

De acordo com estudo desenvolvido pela Revelo, startup especializada em recursos humanos, o setor de tecnologia apresentou um aumento de 25% nas contratações de novos funcionários nos últimos meses. Este crescimento pode ser explicado, principalmente, pela busca de diversas empresas por trabalho em home office durante este período de isolamento social.

“Estamos um momento em que a tecnologia passou a ser a grande ferramenta de trabalho e de comunicação”, explica o CEO da Pitang Agile IT, uma das maiores empresas de tecnologia do Nordeste, Antonio Valença. “A busca por softwares que possibilitem esse trabalho remoto cresceu exponencialmente e, com isso, as demandas de empresas de tecnologia seguiram o mesmo caminho, resultando na necessidade de contratações de mais profissionais”, complementa.


Home office não é um problema

Por ser da área de tecnologia, as empresas de TI já estão habituadas com o home office. Desta forma, a mudança do trabalho presencial para a realização das atividades profissionais em casa foi assimilada muito mais rapidamente por estes profissionais, o que acabou contribuindo para que o “novo normal” fosse mais natural neste segmento do que em diversos outros tipos de negócios.

“O home office tem sido positivo e é possível perceber que os colaboradores têm feito, em casa, as mesmas tarefas que fariam no escritório. Nós já utilizávamos este método de trabalho com cerca de 10% da equipe e conhecíamos os benefícios que ele pode trazer, o que facilitou na hora de manter e até aumentar a produtividade para suprir as novas demandas”, explica Valença.


As contratações não param

Mesmo já tendo contratado milhares de profissionais nos últimos meses, as seleções de novos funcionários ainda não cessaram no setor. As empresas de TI continuam buscando profissionais qualificados que possam ingressar nas diversas vagas disponíveis no mercado.

“Só aqui na Pitang, durante o período de isolamento social, fizemos a seleção de forma remota e contratamos de 28 profissionais, que estão trabalhando em home office, assim como os outros funcionários. Ainda estamos com 22 vagas abertas e realizando seleção. A perspectiva é de que possamos preencher esses postos em breve”, conclui Valença.


3 dicas simples para melhorar o relacionamento e ter mais vendas com seus clientes



Em tempos de crise, não somente esta em que vivemos, mas qualquer que seja, é imprescindível que empresas continuem a vender e faturar.  Neste contexto, o de manter um bom relacionamento com seus clientes, qual será o assunto mais interessante e intrigante para o seu cliente, capaz de captar sua atenção e gerar interesse, até mesmo em um cenário adverso?

Intrigante, não é mesmo? Imagina ter esse tipo de poder nas mãos, saber exatamente o que faz os olhos das outras pessoas brilharem e o que capta a atenção delas, o que alguém poderia fazer com esse tipo de informação:
  • vender mais?
  • aumentar seu poder de influência?
  • ajudar mais pessoas?
Imagina que fosse possível comercializar essa informação: quanto será que as grandes empresas pagariam para saber exatamente o que se passa na cabeça dos seus consumidores?

A resposta é simples. Um daqueles enigmas cuja resolução é tão simples, que você nem acredita quando você toma conhecimento. Na verdade, todos sabem intimamente a resposta, embora talvez não tenham consciência disso.

Indo direto ao ponto, o assunto mais interessante do mundo para praticamente qualquer pessoa é: ela mesma!

Isso mesmo, o que poderia ser mais interessante para alguém do que falar sobre suas próprias dificuldades, desafios e desejos?

Dito isto, vários empresários e vendedores gastam horas do seu tempo, e do seu cliente, falando sobre todas as características de seus produtos e serviços, montam apresentações super impactantes, sem ao menos se dar ao trabalho de escutar sobre o que é mais importante ao seu cliente: ele mesmo.

Agora te convido a fazer uma reflexão: o que será mais relevante aos que estão ao seu redor: escutar sobre seu produto ou serviço ou falar sobre elas mesmas?

Essa percepção muda totalmente seu cenário de vendas e a forma como você influencia as pessoas em seu círculo de relacionamentos.

Explicando um pouco mais. As pessoas não se importam exatamente com seus produtos ou serviços, mas podem se importar, e muito, em como seus produtos e serviços podem ajudá-los a resolver seus desafios, dificuldades e a realizar seus desejos.

Dale Carnegie, escritor norte-americano e um guru em relacionamentos interpessoais, comenta que:

O nome de uma pessoa é, para ela, o som mais doce e mais importante que existe em qualquer idioma.

O mesmo autor comenta que uma das chaves para se tornar um excelente influenciador é a de se interessar verdadeiramente pelo outro, pela pessoa que está na sua frente. Só assim você será capaz de entender seus desafios e desejos, ou seja, o que há de mais interessante no mundo para ela!

Pensando nisso, preparei 3 dicas para que você, leitor, possa elevar a qualidade do relacionamento com seu cliente:

  1. Seja um detetive de problemas
Se interesse verdadeiramente pelos anseios e problemas dos outros, principalmente de seus potenciais clientes. Uma vez que você passar a ser visto como um solucionador de problemas, o velho estigma de vendedor chato desaparece e, em seu lugar, entra a figura do consultor (essa é a premissa do conceito de vendas consultivas)

  1. Faça excelentes perguntas
Nós temos dois ouvidos e apenas uma boca, lembre-se disso quando conversar com as pessoas à sua volta. Ao gastar mais tempo fazendo perguntas do que falando sobre si, seus produtos e serviços, criamos uma aura de muita credibilidade e empatia.

  1. Seja um exímio ouvinte
Escutar de maneira excelente é uma arte, além de ser uma característica em comum de pessoas que se relacionam bem. Seja na esfera pessoal ou profissional, escutar de maneira atenta e interessada é um recurso absolutamente necessário para gerar engajamento.

Te convido a usar essas técnicas em suas relações interpessoais e, principalmente, em seu próximo relacionamento de vendas. O que você pode começar a fazer, ou fazer mais, perguntar de maneira inteligente? Escutar com atenção plena? Descobrir os desejos e desafios mais iminentes de seus clientes? Independente do que mais chamou sua atenção, te convido agora a praticar!

Agora que você foi exposto a formas comprovadamente eficazes de melhorar a qualidade de sua comunicação, te convido a praticá-las fazendo boas perguntas e ouvindo ativamente não só seus clientes, como todas as pessoas ao seu redor. Não se surpreenda ao faturar mais por se tornar um profissional mais competente, aplicando conceitos simples.
Torço para que, acima de tudo, você possa melhorar a qualidade de seus relacionamentos em geral e, assim, florescer em sua vida pessoal e profissional.




Valdez Monterazo - master coach, especializado em negócios, psicologia positiva e carreira. Ajuda empresários e executivos a maximizar resultados empresariais, ter mais tempo e qualidade de vida. É partner associado na Sociedade Brasileira de Coaching, maior referência em desenvolvimento de negócios e soluções corporativas no Brasil. Ocupa a posição de Coach Executivo e de Negócios no BNI (Business Networking International), maior e mais bem sucedida rede de networking de empresários no mundo. 



Vagas de emprego crescem 25% no setor de tecnologia



Apesar da crise, contratações na área de TI continuam crescendo


A pandemia do novo coronavírus afetou diretamente milhões de trabalhadores brasileiros. De acordo com o IBGE, mais de um milhão de pessoas perderam seus empregos durante a crise. Mas, se na grande maioria dos setores as contratações estão congeladas, existe uma área que está indo na contramão da crise. Trata-se das empresas de tecnologia da informação (TI), que, ao contrário da maior parte dos negócios, estão contratando ainda mais profissionais em meio ao período de isolamento social.

De acordo com estudo desenvolvido pela Revelo, startup especializada em recursos humanos, o setor de tecnologia apresentou um aumento de 25% nas contratações de novos funcionários nos últimos meses. Este crescimento pode ser explicado, principalmente, pela busca de diversas empresas por trabalho em home office durante este período de isolamento social.

“Estamos um momento em que a tecnologia passou a ser a grande ferramenta de trabalho e de comunicação”, explica o CEO da Pitang Agile IT, uma das maiores empresas de tecnologia do Nordeste, Antonio Valença. “A busca por softwares que possibilitem esse trabalho remoto cresceu exponencialmente e, com isso, as demandas de empresas de tecnologia seguiram o mesmo caminho, resultando na necessidade de contratações de mais profissionais”, complementa.


Home office não é um problema

Por ser da área de tecnologia, as empresas de TI já estão habituadas com o home office. Desta forma, a mudança do trabalho presencial para a realização das atividades profissionais em casa foi assimilada muito mais rapidamente por estes profissionais, o que acabou contribuindo para que o “novo normal” fosse mais natural neste segmento do que em diversos outros tipos de negócios.

“O home office tem sido positivo e é possível perceber que os colaboradores têm feito, em casa, as mesmas tarefas que fariam no escritório. Nós já utilizávamos este método de trabalho com cerca de 10% da equipe e conhecíamos os benefícios que ele pode trazer, o que facilitou na hora de manter e até aumentar a produtividade para suprir as novas demandas”, explica Valença.


As contratações não param

Mesmo já tendo contratado milhares de profissionais nos últimos meses, as seleções de novos funcionários ainda não cessaram no setor. As empresas de TI continuam buscando profissionais qualificados que possam ingressar nas diversas vagas disponíveis no mercado.

“Só aqui na Pitang, durante o período de isolamento social, fizemos a seleção de forma remota e contratamos de 28 profissionais, que estão trabalhando em home office, assim como os outros funcionários. Ainda estamos com 22 vagas abertas e realizando seleção. A perspectiva é de que possamos preencher esses postos em breve”, conclui Valença.


Tecnologias de videomonitoramento térmico ajudam a definir o 'novo normal'

Cerca de quatro meses após a adoção de medidas de isolamento social e de restrição ao funcionamento do comércio para controlar e inibir a disseminação da Covid-19 no Brasil, os governos municipais e estaduais vêm gradativamente flexibilizando as regras de quarentena e lockdown e muitos já anunciam programas para retomada segura das atividades econômicas presenciais.

No ‘novo normal’, além do uso de máscaras e a oferta de álcool gel em dispensers para funcionários e consumidores, a adoção de tecnologias inteligentes de videomonitoramento térmico para controle de acesso de pessoas deverá ajudar a definir o novo ambiente de negócios brasileiro. A equação é simples: quanto maior a oferta de mecanismos contra o coronavírus em empresas, varejo, instituições de ensino e unidades públicas e comerciais, maior a proteção e a segurança da população, maior a confiança e maior a satisfação de funcionários, clientes e público em geral.  

“O controle de contágio e alastramento da pandemia é uma questão de saúde pública e econômica”, diz André Araújo, CEO da XRobô, empresa brasileira especializada no desenvolvimento de aplicações customizadas para robôs de atendimento e na oferta em nível nacional de sistemas de videomonitoramento térmico e de controle de acesso. “O novo normal demanda não apenas a continuidade das medidas protetivas em sociedade, mas uma forte conscientização e adaptação empresarial para manutenção e proteção dos negócios e da vida humana”.


Inteligência Artificial, Reconhecimento Facial e Medição Térmica 

Os sistemas inteligentes com medição de temperatura corporal comercializados pela XRobô são compostos por:


- Câmeras térmicas dotadas de Inteligência Artificial para detecção de pessoas e aferição térmica de corpos em longa distância (2 a 3 metros). A medição de temperatura é efetuada a partir de reconhecimento facial e corporal, de forma autônoma, sem necessidade de proximidade ou contato de pessoa para pessoa. A Nvid Cam também verifica se o indivíduo está utilizando máscara para só assim conceder acesso ao local.

A instalação é simples e de fácil execução. Após a instalação, basta iniciar o software para monitorar as câmeras. O operador do equipamento pode estar em um local distante da população testada, sem contato com o fluxo de pessoas a fim de evitar qualquer tipo de infecção cruzada, garantindo mais segurança para o operador. 

O equipamento possui opção para alarme externo e captação de áudio local – e a câmera é capaz de fazer a detecção e a leitura de múltiplos alvos (até 20 a 30 faces simultaneamente) com registros em tempo real de imagens.

A Nvid Cam possui precisão de ± 0,3°C na aferição de temperatura, sendo ainda possível elevar o nível de precisão do equipamento, utilizando o thermoblack – que eleva a acurácia de medição para ± 0,1°C. Os ambientes ideais para instalação são os internos, como entrada comum (entrada principal) de edifícios, estações de trem e metrô, aeroportos, escolas, jardins de infância, pontos de entrada e saída, estádios, shows e locais densamente povoados. As câmeras térmicas são consideradas a primeira barreira de contenção do sistema e destinadas principalmente para fluxos maiores de pessoas. 

- Dispositivo com tela de 8 polegadas e sensor de temperatura corporal que utiliza Inteligência Artificial e reconhecimento facial para liberação do acesso, sem contato com pessoas. O equipamento identifica quando uma pessoa se aproxima da porta ou catraca de entrada, ativando o reconhecimento facial ao mesmo tempo em que a temperatura é aferida rapidamente e exibida de maneira precisa. Em caso de temperatura corporal anormal, a situação pode ser rastreada e comunicada por voz. O Nvid Face também detecta o uso de máscara, ampliando a segurança para liberação de pessoas. 


A máquina ainda coleta e armazena rostos de funcionários, e pode conectar-se através da rede e vincular, um por um, os registros de tráfego e os registros de comparação de dados de temperatura corporal. Os dados de prevenção e controle de epidemias podem ser carregados na plataforma de gerenciamento e também ser exportados. A capacidade de armazenamento é de até 50 mil faces.

É ideal para locais com acessos mais restritos, como escritórios, consultórios, escolas, hotéis, estações ferroviárias, canteiros de obras, comunidades, aeroportos, varejo e salas de executivos e servidores públicos, permitindo a entrada somente de pessoas autorizadas usando máscara e com temperatura corporal adequada. É considerado como a segunda barreira do sistema de segurança e destinado a permitir o acesso final ao ambiente de trabalho.


- Medidor de temperatura autônomo, sem contato: É um dispositivo para medição térmica usualmente afixado em passagens ou acessos onde é possível aferir a temperatura corporal e identificar quem está apto para circular no local. A medição de temperatura é efetuada a partir de reconhecimento corporal e facial, de forma autônoma, sem necessidade da proximidade ou contato de pessoa para pessoa. 

O Nvid Thermo é considerado como um ponto de checagem geral, sendo uma solução perfeita para transporte público – uma vez que permite medir a temperatura de cada passageiro que entra no coletivo. Os dados podem ser coletados e enviados às prefeituras para monitoramento de possíveis focos de contaminação. 

O equipamento é versátil e pode também ser instalado na posição horizontal ou vertical em suportes ou paredes de ambientes para acesso a refeitórios, cafés, salas de reunião e auditórios.

Além dos sistemas de medição de temperatura de corpos em movimento e reconhecimento facial para controle de acesso físico, a XRobô oferece ao mercado brasileiro robôs de última geração para desinfecção e prevenção de doenças e humanoides de telepresença dotados de Inteligência Artificial e movimentação autônoma para atendimento e cuidados interativos em hospitais, clínicas e unidades de saúde. 



XRobô

Os editores de livros e escritores serão substituídos por robôs?



Como a inteligência artificial está se aventurando na produção literária e na indústria criativa.


Shelley escreve contos de terror. Aliás, já criou mais de 140 mil histórias do gênero, que foram publicadas em um fórum do Reddit. Entretanto, ela não é uma escritora no estrito sentido da palavra. Em homenagem a Mary Shelley, autora do clássico Frankenstein, profissionais do Laboratório de Mídia do MIT — os pós-doutores Pinar Yanardag e Manuel Cebrian sob orientação do professor doutor Iyad Rahwan — criaram uma inteligência artificial capaz de escrever textos com certa proficiência. A notícia dos êxitos literários de Shelley não é recente. Ano após ano, vemos redes neurais desenvolvendo atividades tipicamente humanas. Em 2019, a editora inglesa Springer Nature lançou o primeiro livro escrito por inteligência artificial; a obra fornece uma visão geral das pesquisas mais recentes sobre baterias de íons de lítio. Será, então, que a criatura está superando o criador? Até que ponto as profissões de editor e autor estão ameaçadas pela máquina?

Antes de responder às questões, gostaria de falar sobre algo que me é cotidiano. Ser editor de livros é buscar as respostas que o autor nem sequer pensou que podiam ser dúvidas; é ajudá-lo a se libertar de ideias e conceitos que só têm respaldo, muitas vezes, no senso comum; é ampliar as possibilidades da obra, tornando-a mais acessível e compreensível. É questionar certezas frágeis, argumentos rotos, que se perdem na primeira reflexão do leitor. Há a tendência, principalmente na cultura nacional, de imaginar que os livros nascem prontos, com um enredo indefectível, no qual o autor optou pelo narrador adequado, e o caminho entre o início e o fim está bem traçado, sem ajustes, à prova do crivo da razão. Mas não é bem assim.

Como as pessoas, os livros também vão se moldando durante a jornada, enveredando por novos caminhos, suscetíveis ao próprio livre-arbítrio. E, antes que alguém diga o contrário, não. O editor de livros não é um censor, ele é um profissional que desenvolveu um olhar aguçado, crítico, mas amoroso, pois entende que está diante da criação de outrem e deseja apenas destacar os pontos fortes da narrativa, propondo mudanças, às vezes estruturais ou apenas pontuais, mas sem intenção de descaracterizar a obra. A voz do autor deve ser sempre respeitada. Aliás, essa voz dos escritores nos transporta para diferentes lugares; desperta nossa capacidade de abstrair; torna o conhecimento algo que pode ser compartilhado por pessoas de diferentes culturas. Escrever é uma nobre arte, algo essencialmente humano.

Diante de um mundo tecnológico — e com máquinas lançando livros — não é difícil chegarmos à conclusão de que tudo pode ser automatizado. Ledo engano. Algumas profissões sempre necessitarão do olhar humano, que máquina alguma é capaz de substituir. Os editores e autores pertencem a essa categoria. Sagazes, esses profissionais dão alma a uma boa história, fazem um best-seller acontecer.

Um bom livro — fruto do trabalho e talento do escritor e do editor — proporciona emoção, paixão, conhecimento, drama, reflexão. São tantas sensações singulares. Ao abrir um livro, parece que o leitor está diante de uma janela, por onde pode observar o mundo. Aos poucos, com uma dose de coragem e curiosidade, ele se debruça na janela. E, quando percebe, já está com o corpo todo para fora, prestes a se atirar. Não há volta. O mundo do lado de dentro até pode ser mais seguro, mas não é tão fascinante. Então, qual é o papel do editor e do autor? Criar boas narrativas e fazer a manutenção dessa “janela”, checar as dobradiças, a solidez da estrutura, assegurar que o leitor terá uma experiência única.

Será que a inteligência artificial pode substituir esse fator humano essencial à criação de um produto cultural que desperte nossas emoções? Da minha parte, não acredito nisso. E não estou sozinha nessa crença. O romancista de ficção cientista, Satoshi Hase, esteve na banca de um prêmio literário japonês, cujo regulamento permitiu a inscrição de obras idealizadas por máquinas; dos 1.450 livros inscritos, 11 foram redigidos por um programa. Segundo ele, ainda que os romances “escritos por máquinas” fossem bem estruturados, as descrições dos personagens deixaram a desejar. Aliás, esse é um problema que um editor de carne e osso pode, naturalmente, apontar, sugerir e auxiliar o autor humano a solucionar. 




Tânia Lins -  formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Língua Portuguesa, Comunicação Empresarial e Institucional e Jornalismo Digital. Atua há mais de dez anos na área editorial, com experiência profissional e acadêmica voltada à edição, preparação e revisão de obras, gerenciamento de produção editorial, leitura crítica e coaching literária. Atualmente é coordenadora editorial na Editora Vida & Consciência.

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