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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Sarampo pode trazer complicações à visão


 Oftalmologista tira dúvidas sobre a doença e possíveis consequências à saúde ocular

Alguns estados do Brasil, incluindo São Paulo, estão vendo uma doença erradicada há anos voltar a afetar a população e ser motivo para a realização de campanhas públicas de vacinação. O sarampo é uma doença infectocontagiosa aguda grave, causada por um vírus (paramyxovirus, do grupo morbilivirus) que é transmitido pelas secreções respiratórias e provoca inflamação generalizada nos vasos sanguíneos. Além de manchas na pele, febre e mal-estar, pode trazer consequências preocupantes para a saúde ocular, daí a importância da prevenção.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 110 mil pessoas morreram de sarampo em 2017, predominantemente crianças menores que 5 anos. Dados preliminares mostram que os casos notificados de sarampo no mundo cresceram 300% nos primeiros três meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2018, sendo que a OMS estima que menos de 1 em cada 10 casos são reportados no mundo. 

Em um dos mais recentes levantamentos de relatos de complicações oculares nas crianças com sarampo, publicado pelo departamento de oftalmologia do Hospital Johns Hopkins (USA) em 2004, foi observado que, entre 0,5% a 1% dos casos que necessitaram de internação evoluíram para cegueira.

A oftalmologista Júlia Takiuti, especializada em Uveíte, médica do HCLOE, empresa do Grupo Opty, responde, abaixo, as dúvidas mais comuns sobre sarampo e as possíveis complicações à visão.

Por que é tão importante a prevenção no caso do sarampo?
Dra. Júlia Takiuti: O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas de que se tem notícia e é potencialmente grave, podendo levar a óbito. Em gestantes, pode provocar aborto ou parto prematuro. A prevenção é feita por meio da vacinação, eficaz em cerca de 97% dos casos. Conforme previsto no Programa Nacional de Imunizações, a vacina do sarampo é recomendada aos 12 meses de vida, com a aplicação da Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola), e entre 15 e 24 meses de vida (reforço), com a Tetra Viral, que protege a criança do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).

Há casos em que a vacinação não é recomendada?
Dra. Júlia Takiuti: A vacina tríplice viral não é recomendada para as gestantes; pessoas imunossuprimidas por doença ou uso de medicação; pessoas com história de alergia grave após aplicação de dose anterior das vacinas ou a algum de seus componentes; e crianças menores de seis meses.

Quem está mais suscetível a ter problemas na visão ao contrair a doença?
Dra. Júlia Takiuti: Qualquer pessoa que contrair sarampo está susceptível a apresentar sintomas oculares decorrentes da doença. Entretanto, crianças menores que 5 anos, adultos maiores de 20 anos, indivíduos imunocomprometidos e desnutridos (principalmente crianças com deficiência de vitamina A) são os que apresentam risco de desenvolver quadros sistêmicos e oculares mais graves.

Quais sintomas e complicações o sarampo pode trazer à visão?
Dra. Júlia Takiuti: Os principais sinais e sintomas são febre, tosse, coriza, manchas vermelhas pelo corpo, manchas brancas na parte interna das bochechas e conjuntivite. Na maioria dos casos, trata-se de um quadro leve de conjuntivite ou ceratite. Contudo, os mais graves podem evoluir com úlcera de córnea, com risco de desenvolver cicatrizes corneanas ou perfurações. Existem raros relatos de acometimento retiniano e neurite, relacionados a pacientes que apresentam quadros de panencefalite esclerosante subaguda, que é uma complicação neurológica degenerativa rara, resultante da persistência da infecção pelo vírus do sarampo no cérebro.
Importante reforçar que mulheres que não foram vacinadas e contraem o sarampo durante a gravidez, além de ter maior probabilidade de aborto e parto prematuro, apresentam risco de transmissão ao feto por meio da placenta, podendo o bebê sofrer alterações da retina, catarata e nervo óptico com potencial de cegueira.

Uma vez contraído o sarampo, quais são os sintomas/sinais nos olhos que a pessoa, pais ou responsáveis devem ficar atentos? Quando procurar o oftalmologista?
Dra. Júlia Takiuti: Os principais sintomas são presença de hiperemia, irritação ocular, fotofobia, lacrimejamento, ardor e embaçamento visual. É recomendada a avaliação oftalmológica na persistência de qualquer um desses sintomas.

As complicações na visão são temporárias ou podem causar sequelas irreversíveis?
Dra. Júlia Takiuti: Geralmente, são quadros temporários e reversíveis. Contudo, existe a possibilidade de evolução, com sequelas oculares naqueles que apresentaram quadros graves e nos casos congênitos, ou seja, no nascimento.

Uma vez com problemas na visão acarretados pelo sarampo, quais os tratamentos recomendados?
Dra. Júlia Takiuti: Na fase aguda, recomenda-se tratamento com compressas frias com água filtrada ou soro fisiológico, lubrificação e higiene local para evitar o risco de contaminação secundária. Já as alterações congênitas devem ser tratadas caso a caso, de acordo com a gravidade.



HCLOE – Oftalmologia Especializada
Grupo Opty

Oito mitos e verdades sobre aleitamento materno


Além fornecer todos os nutrientes, amamentação fortalece a relação entre mãe e bebê


Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), na América Latina e Caribe, cerca de 54% das crianças começam a ser amamentadas na primeira hora de vida. Os números ainda indicam que apenas 38% são alimentadas exclusivamente com o leite da mãe até os 6 meses de idade e somente 32% continuam sendo amamentadas até os dois 2 anos. “Além de ser um ato de amor e promover o vínculo entre mãe e bebê, o aleitamento materno garante a saúde das crianças e ajuda a imunizá-los contra doenças crônicas, respiratórias, diarreias, problemas cardiovasculares, diabetes, hipertensão e osteoporose”, comentam Natalia Modica e Luciana Santos, enfermeiras da Criogênesis.  

Mesmo diante de tantos benefícios, muitas mulheres ainda enfrentam dúvidas, mitos e preconceitos que resultam no desmame precoce. Para auxiliar esse processo e incentivar a amamentação, as enfermeiras respondem algumas das questões mais recorrentes sobre o tema:


Algumas mulheres têm leite fraco

MITO. No início da amamentação o primeiro leite, chamado de colostro, é aquoso, o que pode dar a impressão de que o leite é fraco. Entretanto isso não é verdade, uma vez que a substância é rica em anticorpos essenciais para garantir a saúde da criança.  


Amamentação ajuda a prevenir o câncer de mama

VERDADE. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a amamentação completa diminui de 3 a 4% o risco da mulher desenvolver o câncer de mama devido a substituição de tecido glandular por gordura nas mamas. 


A amamentação deve ser exclusiva até os seis meses

VERDADE. As recomendações do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde, da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Academia Americana de Pediatria é de que a amamentação seja exclusiva até os 6 meses de vida para garantir a saúde dos bebês e imunizá-los contra diversas doenças. Após esse período, inicia-se a inclusão de alimentos na dieta da criança, conforme orientação do pediatra, que ocorre até os dois anos de idade. 


O bebê deve mamar a cada duas ou três horas

MITO. A criança em aleitamento materno exclusivo deve mamar em livre demanda, ou seja, na hora que quiser. Porém, após 3 horas de jejum, aumenta o risco de hipoglicemia, devendo-se oferecer a mama ao recém-nascido para minimizar o risco.


Apenas a pega incorreta pode desencadear fissura nos mamilos

MITO. Outros fatores como clima, resíduos de detergente nas roupas, loções aplicadas na região da mama, sabonetes, talco, produtos para cabelo, desodorante ou perfume, podem influenciar no ressecamento dos seios. O uso incorreto de bombinhas para extrair o leite também pode causar o aparecimento de rachaduras, pois certos equipamentos, quando utilizados de forma mais brusca, podem ferir o tecido mamário e romper os capilares. Por isso, recomenda-se colocar o dedo mínimo no canto da boca do bebê para ele soltar o vácuo que está fazendo na mama, antes de retirá-lo.


Existe uma posição ideal para amamentar

VERDADE. O fundamental é que mamãe e bebê estejam confortáveis e relaxados, mas é importante observar o alinhamento entre o corpo e a cabeça da criança. “ Além do abdômen do bebê estar encostado ao abdômen materno e queixo tocando a mama, a criança deve estar apoiada pelo braço da mãe, que envolve a cabeça, o pescoço e a parte superior do seu tronco. A boca precisa estar bem aberta com o lábio inferior para fora recobrindo quase toda a aréola (como uma “boca de peixe”) enquanto a porção superior da aréola pode ser visualizada”. 


Quem tem prótese de silicone não pode amamentar 

MITO. O silicone não interfere na qualidade do leite materno, pois as próteses ficam localizadas abaixo das glândulas mamárias. “Vale ressaltar que existem várias maneiras pelas quais as próteses podem ser colocadas e a maioria delas não oferece nenhum risco. A exceção fica por conta dos procedimentos conhecidos por periareolar e transareolar, em que o enchimento é inserido pelas aréolas dos seios”, alertam.


Amamentar não deixa os seios flácidos 

VERDADE. “É importante ressaltar que a flacidez dos seios ocorre em função da gravidez e não da amamentação, portanto, o fato de não amamentar para evitar o problema não tem fundamento”, finalizam as especialistas.





Criogênesis


Especialista explica os prós e contras dos tipos de parto


 Há diferentes formas de dar à luz, cada uma com uma peculiaridade, vantagem ou risco. Entenda as variações.


Um dos momentos mais esperados da maternidade é também um dos mais temidos: dar à luz. Ao longo de toda a vida, sempre ouvimos relatos sobre o parto, conselhos, dicas e até críticas sobre qual forma de parir é melhor ou pior.

Cinthia Calsinski é enfermeira obstetra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e conta que o tipo de parto não define quem é melhor mãe. “Este é um momento único na vida da mulher. Infelizmente, nem todas podem escolher a forma de parir, por questões de saúde que devem ser conversadas com o obstetra. Ainda assim, todo parto deve ser humanizado e seguro”, destaca.

A enfermeira explica as variedades, prós e contras das formas de dar à luz. Confira abaixo:


·         Parto natural: é o parto vaginal que ocorre sem intervenção médica, como a anestesia.
Prós: a fisiologia do parto é respeitada na sua totalidade. Há menor risco de complicações, a mulher tem a movimentação e o pleno controle do seu corpo imediatamente após o nascimento. Também há menor perda de sangue se comparada à cesárea. 

Contras: não há. “O limiar de dor é bastante personalizado, mas podemos afirmar que a dor do parto natural é suportável, apesar de ser um processo que pode ser cansativo.” 


·         Parto normal: é o parto vaginal que tem intervenção médica, seja analgesia, indução das contrações etc.
Prós: melhor recuperação; menor risco de infecção e de hemorragias; e menor perda sanguínea quando comparado a cesárea. 

Contras: “quando há intervenções na fisiologia natural do parto, aumentam-se os riscos de complicações”, diz Cinthia, que diz que, muitas vezes uma intervenção gera a necessidade de outra, como o pedido de analgesia após o rompimento de bolsa, ou após o uso de medicamentos que aceleram o parto (ocitocina).


·         Parto na água: é o parto vaginal que ocorre dentro de uma banheira ou piscina com água quente/morna para aliviar a dor das contrações.
Prós: o relaxamento muscular é profundo, reduzindo a dor. “A pressão hidrostática no períneo, assim como a água quente, fazem com que a passagem do bebê seja mais lenta, úmida e amena”, explica Cinthia.

Contras: a pressão arterial da gestante pode cair durante o trabalho de parto e, após o nascimento, é bom sair da banheira para que a água quente não aumente o sangramento após a saída da placenta.


·         Cesárea:  é o parto cirúrgico.
Prós: a cesárea deve ser opção para quando, por algum motivo clínico, o parto vaginal está contraindicado.

Contras: “é uma cirurgia de grande porte que necessita de recuperação para voltar às atividades diárias, podendo dificultar o cuidado do bebê por questões de limitação física e/ou dor”, diz a enfermeira obstetra. Além disso, o procedimento tem maior risco de sangramento, infecção e aumento dos riscos inerentes à analgesia. “Nas cesáreas agendadas fora do trabalho de parto, há ainda o risco do bebê não estar maduro e apresentar complicações, em geral respiratórias, ao nascer.”






Cinthia Calsinski - Enfermeira Obstetra da UNIFESP colunista da Revista Pais e Filhos. Por meio de consultorias domiciliares, prepara a mãe para o parto, amamentação, como lidar com um recém-nascido com todos os desafios que ele proporciona, cuidados de higiene, preparo do ninho (ambiente do quarto, disposição de móveis, enxoval, treinamento de babás), curso de primeiros socorros, reciclagem para avós, colocação de brincos em meninas. Tudo na tranquilidade do lar, com hora marcada. Cinthia esteve ao lado da influenciadora Mari Sampaio na gestação, no parto e agora no pós parto...


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