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segunda-feira, 2 de julho de 2018

OS DÂNDIS DO FUTEBOL

 O futebol está se transformando em gigantesca passarela para exibição de uma coleção de tatuagens, cortes de cabelo, piercings em orelhas e pescoços, na esteira da expansão de uma estética esportiva que embala os competidores, motivando torcedores a endeusar seus ídolos não apenas pela qualidade técnica, mas pela maneira como se apresentam.

O dandismo, maneira afetada de uma pessoa se comportar, se vestir e usar adereços, exercício tradicionalmente restrito ao campo político estende, portanto, seus domínios aos campos de futebol. O poeta Baudelaire dizia que o dândi provoca “o prazer de espantar”. Nesses tempos de espetacularização dos atos cotidianos, pode-se acrescentar: o “prazer de encantar”, ou, no caso do futebol, oferecer algo mais que uma performance esportiva.

Na política, o dandismo teve grandes cultores, como Luis XIV, que passeava nos jardins de Versailles em um cavalo branco coberto de diamantes, ele todo vestido de púrpura. Napoleão mais parecia um pavão engalanado quando se coroou para receber a benção do papa em Notre-Dame. Hitler, treinado em aulas de declamação para agitar as massas, usando a cruz gamada para propagar o nazismo, aparecia nos comícios organizados por Goebbels depois de fazer a massa esperar por ele horas a fio. A audiência cansada tomava um grande susto quando aviões roncando desciam em rasantes, criando o clima para receber o personagem e seu séquito.

Entre nós, a arte da represen­tação também tem sido bastante cultivada. Jânio Quadros dava ênfase à semântica usando como bengala uma estética escatológica: olhos esbugalhados, cabelos despenteados, barba por fazer, a imagem do desleixo pessoal com a caspa caindo sobre um sobre um paletó roto. Tirava sanduíches de mortadela e bananas dos bolsos, momento em que pontificava com sua retórica cheia de próclises e mesóclises:  “Po­lítico brasileiro não se dá ao respeito. Eu, não, desde as 6 horas da manhã estou caminhando pela Vila Maria e não comi nada. Então, com licença.” Devorava os acepipes sob aplausos da multidão.

A atração dos políticos por holofotes comanda atos canhestros. O Estado-Espetáculo emerge com força exibindo heróis, salvadores da Pátria, pais dos pobres, redentores de margens sociais empobrecidas e, incrível, até seres que se postam ao lado direito do Senhor. O marechal Idi Amin, de Uganda, dizia conversar com Deus em sonhos. Um dia, um jornalista quis saber com que frequência ocorria o papo. O sagaz ditador sem titubear: “sempre que necessário”. Nicolas Maduro não disse que foi abençoado pelo falecido Hugo Chavez, encarnado em um “canarinho pequenino” que apareceu cantando?
Em muitas ocasiões, os limites da liturgia do cargo costumam ser rompidos. E os atores, participando da encenação que tem mais a ver com estripulia circense e comédia farsesca, inventam firulas para iludir as massas.

Voltando aos campos de futebol, vemos a Seleção Canarinho desfilando com sua coleção de signos. Fixemos os olhos em Neymar, que mais parece um caleidoscópio humano. Carrega cerca de 40 símbolos em seu corpo, entre os quais tatuagens de tigre, âncora, diamante, cruz com asas, o 4 em número romano, coroas, clave de sol, enfim, uma vasta coleção que tenta expressar força, alegria, coragem, estabilidade, perfeição, independência, história de vida, relação com o divino etc. Esse aparato estético, em parte organizado pelo hairstylist Nariko, ainda se completa com esgares e espasmos de dor, ao cair nas faltas cometidas por adversários (parte das quedas é pura representação do dândi), Neymar deve despertar curiosidade até dos extra-terrestres que, segundo ufólogos, costumam visitar nosso planetinha azul.

O fato é que na sociedade pós-industrial o Estado-Espetáculo imprime o tom dos discursos, maltratando a identidade da política, dos esportes e da cultura.




Gaudêncio Torquato - jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato


Por que a Crise é Importante para as Empresas e Profissionais?


O que as empresas e profissionais devem fazer na crise! Temos visto e vivido no Brasil um constante cenário de lamentações, reclamações, busca de culpados, busca de responsáveis e bodes expiatórios para a dita crise. Tem crise? Tem! Toda crise é uma rara oportunidade de mudar! Toda mudança é altamente positiva, desde que se esteja preparado para tal.

Quando eu pergunto quem quer mudar? Basicamente todo mundo levanta a mão, porém sempre tem um porém nesta afirmação “mudança sim, desde que seja com o outro”. Mas vejo que temos 3 situações para esta crise:

Situação 01 para aquelas empresas e profissionais que já estão se preparando de longa dada, fazendo todo tipo de análise de mercado e cenário, seja pessimista, provável ou otimista e se preparando para cada uma das mesmas. E estas empresas e profissionais estão sim preparados para passar mais esta crise. Pois adequaram suas empresas e profissionais para estes momentos de apertos e certa retração.

Situação 02 que pode ser para as empresas e profissionais que vão usar a crise para reverem seus negócios (custos, desperdícios, gestão, marketing, comercial, gestão da informação, gestão da qualidade e assim por diante), ou seja vão aproveitar a crise para fazer a limpeza em casa, buscando as melhorias que precisam para aguentar e resistirem a crise e depois que ela acabar, saírem mais preparados e fortificados e conscientes que estar preparado agora e sempre é um diferencial competitivo.

Situação 03 são aqueles que vão continuar a reclamar, lamentar, buscar culpados, fazer baderna, acomodados, demitir funcionários sem critério nenhum, cortar verba de marketing e comunicação, vão voltar para suas tocas, ou seja vão continuar a ficar acomodados, qual vai ser a resultados para eles, o mais obvio, vão cada vez mais entrar no vermelho e vão quebrar. Sim mas o que se pode fazer na crise?

Algumas dicas para aguentar a crise e sair de forma mais fortificada:


Dica 01– Elaborar um planejamento estratégico, traçando o rumo para daqui a alguns anos (definir claramente o ano), fazer um diagnóstico do ambiente externo (oportunidades do mercado externo para a empresa e o profissional, para aproveitar, ameaça do mercado externo para se defender – pontos fortes da empresa e do profissional para potencializar no mercado interno e externo, pontos fracos corrigir imediatamente as mesmas num período muito curto de prazo de tempo), depois identificada uma estratégia (diferenciação – oceano azul – liderança em custos – novos mercados – novos produtos e serviços – vender mais para os clientes atuais e diversificação). Tudo isto colocando nu plano de ação a curto, médio e longo prazo, para buscar estes resultados nos objetivos e metas traçadas.


Dica 02 – Buscar uma redução de custos ou mais propriamente dito a busca pelo desperdício zero que é um canal para jogar diariamente, mensalmente e anualmente muito dinheiro na latrina no lixo, as empresas conseguem isto através de ferramentas de gestão da qualidade, melhoria dos processos, melhoria contínua. Ou seja fechar de uma vez por toda as torneiras do desperdício.


Dica 03 – Investir na melhoria das informações de gestão da empresa e dos profissionais através de sistemas de gestão gerencial (não adianta só melhorar o parque de hardware de uma empresa precisa mudar a gestão da informação, ou seja TI tecnologia da informação). Informação online e em tempo real para tomada de decisões.


Dica 04 – Formar e capacitar os gestores e as equipes, hoje através da internet, EAD, cursos online, DVDs e muitas outras ferramentas tecnológicas (e a custo muito baixo), as empresas e os profissionais podem se preparar em relação ao conhecimento, criatividade, inovação, melhoria contínua, marketing, liderança e assim por diante.


Dica 05 – No marketing rever o plano de marketing e comunicação para identificar claramente quem é o cliente interno e externo, onde ele esta, como ele é (aqui uma pesquisa de mercado vai muito bem para identificar claramente este cliente, e ou novos mercados). Pois hoje se diz que a propaganda certa é a alma do negócio! Em vez de dar tiro de canhão na comunicação e não acertar ninguém é melhor dar um tiro de laser com mira nas redes sociais e estas hoje se bem planejadas e executadas os valores são bem menores que a comunicação do canhão (da massa). Afinal como já dizia o Chacrinha: quem não se comunica se trumbica.


Dica 06 – Na área comercial vender mais para os clientes atuais, pois com toda certeza nem todos os clientes conhecem todos os seus produtos e serviços. 

Buscar novos mercados, buscar novos canais de distribuição por exemplo com um site de e-commerce hoje é primordial estar na WEB. Quem esta fora esta morto.


Dica 07 – Desenvolver novos produtos e serviços vender eles para os clientes atuais e novos clientes/mercado. E assim podemos ir longe, o que não podemos fazer e se acomodar!!!


Dica 08 – Crise é igual a Oportunidade.






Alexander Baer
Professor de Estatégia de Empresas da IBE Conveniada FGV  


Despesas assistenciais devem ultrapassar R$ 383 bilhões em 2030, afirma IESS


Projeção do Instituto aponta a necessidade de repensar questões como modelo de remuneração e falta de transparência, sob risco de inviabilizar a sustentabilidade econômico-financeira do setor


As operadoras de planos de saúde devem gastar R$ 383,5 bilhões com assistência de seus beneficiários em 2030. O montante representa um avanço de 157,3% em relação ao registrado em 2017 segundo a "Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar", realizada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). "Esse valor representa mais do que o dobro do que foi gasto em 2017 e acende uma luz amarela, de alerta, para o setor", analisa Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS.

O executivo destaca que, para manter a sustentabilidade econômico-financeira do setor, todos os envolvidos nessa cadeia precisam repensar questões como o modelo de remuneração de prestadores de serviço, a falta de transparência e o desperdício gerado por erros, fraudes e eventos adversos, além da inclusão de novos produtos na saúde suplementar. "A projeção de aumento de despesas assistenciais que realizamos é bastante conservadora, sem levar em conta questões como o avanço tecnológico ou pioras na situação de saúde da população, o que tende a acontecer com o envelhecimento", alerta. "É fundamental olharmos essa projeção com atenção e repensarmos o sistema de saúde suplementar atual."

De acordo com o levantamento, considerando uma taxa de cobertura constante, o efeito do crescimento populacional e a mudança na composição etária da sociedade brasileira, o setor de saúde suplementar deve firmar mais 4,3 milhões de vínculos até 2030. O que elevaria o total de beneficiários para 51,6 milhões. Considerando apenas o aumento do total de vínculos com planos de saúde médico-hospitalares e o avanço do porcentual dos beneficiários com 59 anos ou mais, as despesas assistenciais de 2030 já subiriam para R$ 190,7 bilhões. Um aumento de 27,9%.

Contudo, ainda pesa (e muito) nessa conta a variação dos custos médico-hospitalares (VCMH), que tem crescido sistematicamente acima da inflação geral. Em 2016, por exemplo, a inflação medida pelo IPCA foi de 6,3%, enquanto a variação dos custos médico-hospitalares avançou 20,4%, de acordo com o VCMH/IESS.


Composição das despesas por faixa etária

Hoje, os beneficiários com 59 anos ou mais representam 14,2% dos vínculos com planos de saúde, mas, até 2030, eles devem passar a representar 20,8% dos beneficiários. Inclusive ultrapassando os beneficiários com até 18 anos, que hoje respondem por 24% dos vínculos com planos médico-hospitalares e, em 2030, devem responder por 18,7% desse total.

Juntamente com a mudança no perfil etário, segundo o estudo do IESS, também veremos um aumento dos gastos assistenciais. Especialmente entre os beneficiários com 59 anos ou mais. Entre 2017 e 2030, os gastos assistenciais com os beneficiários que têm até 18 anos devem crescer 31,8%. Já o dos beneficiários com 59 anos ou mais deve subir 264,7%.

Em 2030, os planos de saúde devem ter despesas assistenciais da ordem de R$ 213,8 bilhões com beneficiários com 59 anos ou mais. Já os beneficiários com até 18 anos devem gerar despesas assistenciais de "apenas" R$ 15,7 bilhões.

Mesmo os beneficiários com idades de 19 anos a 58 anos, que continuarão respondendo pelo maior número de vínculos com planos médico-hospitalares em 2030 (60,5% do total), irão gerar uma despesa assistencial de R$ 154 bilhões; inferior a dos beneficiários na última faixa etária.


Utilização de procedimentos

Até 2030, o total de procedimentos assistenciais (consultas, exames, terapias e internações) realizados por beneficiários de planos de saúde deve crescer 16,9%, saindo de 1,7 bilhão de procedimentos realizados em 2017 e ultrapassando a marca de 2 bilhões de procedimentos em 2030.

De acordo com a projeção do IESS, os exames são e continuarão sendo o tipo de procedimento mais comum. Em 2017 foram realizados 1,2 bilhão de exames e, em 2030, devem ser feitos 1,4 bilhão. Alta de 17,5%.

Contudo, a frequência de internações é a que mais deve crescer. Especialmente por conta do envelhecimento dos beneficiários. Em 2017, foram feitas 8,6 milhões de internações. Já em 2030, segundo a projeção, devem ser realizadas 10,4 milhões de internações. Avanço de 20,9%.

O total de consultas deve subir 12,6%, de 325 milhões para 365,9 milhões. Já o total de terapias deve sair de 186,1 milhões e chegar a 223,5 milhões, impulso de 20,1%.

Apesar de o total de internações ser o menor entre os grupos de procedimentos, o IESS destaca que esse grupo responde por mais da metade das despesas assistenciais. "É fundamental que os planos de saúde e as empresas, que são o maior contratante de planos, avancem em programas de promoção da saúde focados em manter a qualidade de vida dos beneficiários, ao invés focar apenas em solucionar os problemas de saúde", comenta Carneiro.


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