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domingo, 1 de abril de 2018

Vegetarianismo na terceira idade é possível?


De acordo com nutricionista e consultora da Superbom, uma dieta vegetariana equilibrada fornece todos os nutrientes necessários à saúde de qualquer indivíduo


A chegada da terceira idade é um período que vem acompanhado de diversas mudanças no organismo. Por conta disso, muitos questionam se as pessoas da melhor idade podem aderir ou até seguir com uma dieta isenta de carne de origem animal. Segundo Cyntia Maureen, consultora e nutricionista da Superbom, empresa alimentícia especializada na fabricação de produtos saudáveis, não há motivos para tal preocupação. “A dieta vegetariana correta fornece todos os nutrientes necessários à saúde de qualquer indivíduo, independente de idade ou de estado físico”, afirma.

De acordo com a especialista, a ingestão calórica dos vegetarianos costuma ser menor, mas a maioria das vitaminas e minerais é ingerida em quantidade igual ou maior do que pelos onívoros. “Escolher corretamente os alimentos vegetais é o que faz diferença”, complementa.

A consultora da Superbom destaca que uma dieta vegetal equilibrada e rica em cereais integrais, leguminosas, frutas frescas e sementes supre com propriedade as deficiências nutricionais enfrentadas por quem está nesta fase da vida. “Porém, a simples troca da carne animal não garante uma boa alimentação. Ao fazer a substituição, é preciso priorizar alimentos minimamente processados e abundantes em nutrientes”. Ela recomenda uma atenção especial para fontes vegetais de cálcio, ferro e proteínas, como lentilha, feijão (todos os tipos), vegetais verdes escuros, grão de bico, ervilha, castanhas, gergelim, entre outras.

“Além disso, consultar um nutricionista para sanar dúvidas, realizar exames regularmente e receber orientações de como podem ser feitas as substituições alimentares é fundamental”, ressalta a profissional.


 Vegetarianismo estrito

Já para um idoso que seja (ou deseje se tornar) vegetariano estrito, em que não há o consumo de nenhum alimento que tenha qualquer tipo de procedência animal, como, por exemplo, ovos e laticínios, a orientação da especialista é a mesma, mas com o adicional da necessidade de suplementação de vitamina B12. “Pelo fato de não existirem fontes veganas naturais de vitamina B12, é preciso procurar uma orientação médica para que seja ministrada uma correta suplementação. Esse acompanhamento é fundamental para evitar eventuais deficiências nutricionais”.


 Atividades físicas

Por fim, além de uma alimentação equilibrada, o exercício físico também é importante para manter e melhorar a força,  flexibilidade, equilíbrio,  vigor, e a memória. “Especialmente na terceira idade, a prática de atividades auxilia na prevenção contra doenças coronárias, osteoporose e outras situações crónicas. A recomendação é praticar alternadamente exercício aeróbico e atividades simples que exercitem os músculos”, conclui Cyntia, consultora da Superbom.





Superbom

Dia Mundial da Conscientização do Autismo


Vale lembrar que os quadros da doenças podem ser classificados em leve, moderado e severo, mas todos podem usufruir de uma convivência em sociedade se forem bem acompanhados


O autismo e os transtornos do espectro autista (TEA), por sua complexidade de comportamentos, ainda é alvo de muitas pesquisas e estudos, mas dentre as principais características destaca-se a dificuldade na comunicação. A fonoaudióloga Ana Lúcia Duran, comenta que para promover  a habilidade da fala, investir neste desenvolvimento ou em outras formas alternativas de expressão é o caminho ideal para a qualidade devida de um autista.

“As manifestações do quadro são muito variáveis e exigem uma compreensão individual para cada caso. É necessário buscar os centros de interesse do autista e a partir daí então elaborar estratégias que possibilitem interação com a sociedade”, fala a especialista.

Ainda nas maneiras de manifesto da linguagem, a fonoaudióloga Nathália Zambotti, comenta que a linguagem tanto receptiva quanto expressiva sempre mostra alteração. “Os autistas, além da dificuldade de comunicação, têm também dificuldade de compreender o mundo à sua volta. Em geral são absolutamente
literais” e não entendem conceitos abstratos e piadas, por exemplo”, diz.

Mas, graças aos avanços dos estudos em neurociência surgiram alguns métodos de intervenção no autismo como é o caso do ABA ou do TEACCH que são baseados nas teorias comportamentais e embora tenham suas particularidades de planejamento e estratégias, ambos quando bem aplicados e estudados, contribuem para o desenvolvimento da comunicação.

“É muito importante que os profissionais envolvidos no tratamento de casos de autismo estejam em constante atualização, pois seu olhar no diagnóstico e  intervenção é fundamental, uma vez que é o profissional fonoaudiólogo é que, em geral, após o pediatra, é quem identifica o quadro em primeira mão, pois o atraso de fala e linguagem costuma ser a sintomatologia mais evidente”, fala Ana Lúcia.

Nathália alerta para que a orientação familiar é um dos aspectos mais relevantes no tratamento do autismo. “As estratégias utilizadas no ambiente terapêutico devem ser compartilhadas e repetidas em outras situações da vida do paciente, a fim de promover o desenvolvimento dos recursos de comunicação”.

Os quadros do espectro autista são classificados em leve, moderado e severo, a partir da análise dos comportamentos apresentados.
Vale lembrar que o diagnóstico deve ser realizado por equipe multidisciplinar composta por médico (neurologista ou psiquiatra), fonoaudiólogo e neuropsicólogo.

Embora o prognóstico varie de acordo com as características individuais, na maior parte dos casos, os avanços com o tratamento adequado contribuem para melhorar a comunicação, inserção social, autonomia e qualidade de vida do autista. “O mais essencial é não deixar de buscar ajuda para que a vida dessas pessoas seja mais harmoniosa”, finaliza Ana.






FONTE: Ana Lúcia Duran - Fonoaudióloga clínica (graduada pela EPM/UNIFESP) e educacional (autora e atuante em Projeto de estimulação precoce e de prevenção de Distúrbios de Linguagem reconhecido e premiado em anos consecutivos).Pós graduada em Psicomotricidade. 


sábado, 31 de março de 2018

UMA SOCIEDADE PENDURADA NO PINCEL


       Sob o ponto de vista de sua estabilidade, três pilares sustentam uma construção. Quatro fazem-no ainda mais facilmente. Com apenas dois pilares só dá para fazer uma ponte, ou algo com jeito de ponte. Num único pilar pode-se colar um cartaz, apoiar as costas, ou fazer alongamento de pernas.
São quatro os melhores pilares para suporte de uma boa ordem social: família, religião, escola e instituições políticas. No Brasil, há longo tempo, todas vêm sendo atacadas por grupos que agem com motivação política, ideológica, partidária e/ou econômica.
A instituição familiar tornou-se objeto de sistemática desvalorização. As uniões são instáveis e os casamentos, quando chegam a acontecer, duram, em média, 15 anos (em acelerada queda). O número de divórcios anuais já corresponde a um terço do número de casamentos. Em 27% das famílias com filhos, a mulher não tem cônjuge (um total de 11,6 milhões de lares). Vinte por cento dos casais não têm filhos e, quase isso - 18,8% - dizem não querer ter filhos. Estou falando apenas em estatísticas, sem aprofundar na análise da nebulosa qualidade dos laços e do exercício das funções parentais. É sabido, porém, que tais funções estão revolutas na desordem dos costumes que tanto afeta a vida social nas últimas décadas. E vai-se o primeiro pilar.
A religião enfrenta notória redução de sua influência. Externamente, correntes políticas que perceberam ser impossível destruir a civilização ocidental sem revogar a influência do cristianismo atacam as religiões cristãs declarando o direito de opinião e o exercício da cidadania territórios interditos a quem tenha convicções decorrentes de fé religiosa. E o fazem em nome da laicidade do Estado. Com esse estratagema, confundem os néscios e reservam apenas para si o direito de opinar e intervir em relevantíssimas questões sociais e morais. Internamente, as mesmas correntes agem de modo perversor na Igreja Católica através da Teologia da Libertação e nas evangélicas através da Teologia da Missão Integral. E vai-se o segundo pilar.
A escola e o controle das funções educacionais foram tomados por militantes mais ocupados em conquistar adeptos às causas revolucionárias do que em desenvolver talentos e habilidades para que os jovens tenham participação produtiva e ativa na vida social. Com isso, oportunidades são dissipadas pela mais rasa ignorância, nutrindo frustrações e revoltas. Professores que respondem por essa realidade reverenciam Paulo Freire e sua pedagogia do oprimido que outra coisa não é senão a definitiva opressão pela pedagogia. Outro dia, um conhecido me contava de certo jovem seu parente que, aos 18 anos, sem ser imbecil, egresso do sistema de ensino, não sabia os meses do ano. E vai-se o terceiro pilar.
As instituições políticas afundam no bioma pantanoso da corrupção e do descrédito. Não apenas pesam dolorosamente nos ombros magros de uma sociedade empobrecida. Fazem questão, por palavras e obras, de deixar claro o quanto os píncaros dos três poderes existem para reciprocamente se protegerem. Vai-se, então, o quarto pilar. E ficamos, todos os demais brasileiros, pendurados no pincel.

 

 Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


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