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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Cresce o número de oportunidades de emprego para jovens até 24 anos





Porém, aumento ainda não configura um avanço: baixa remuneração e inexperiência são desafios para essa parcela da população

Diante da atual crise econômica enfrentada pelo país, o mercado de trabalho brasileiro vivencia um dos piores momentos das últimas décadas. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do trabalho, mais de 530 mil vagas com maiores salários foram descartadas no primeiro semestre do ano, e o levantamento mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, aponta que atualmente, 11,2% dos brasileiros estão desempregados. Apesar desse cenário o mercado se mostrou aquecido para os jovens nos últimos meses. O número de vagas para quem tem entre 14 e 24 anos aumentou. Mais de 180 mil empregos com carteira assinada foram criados no primeiro semestre para trabalhadores jovens. Parece uma boa notícia, principalmente considerando-se que essa faixa etária é a que mais sofre com a crise do emprego, porém, é importante analisa-la de um outro ângulo: em tempos de crise as empresas estão cortando gastos e oferecem postos de baixa remuneração para esses novos funcionários.

Histórico

Entre janeiro e junho desse ano, o saldo positivo na abertura de vagas só se concretizou na faixa etária mais jovem, enquanto para os mais velhos, o número de demissões ainda supera o de contratações. Mesmo que pareça um avanço, o mercado ainda está longe de se tornar convidativo ao candidato entre 14 e 24 anos: essa faixa é a mais afetada, são quase 4,8 milhões de desempregados de acordo com dados do CAGED. O cenário é preocupante pois estima-se que 1 em cada 4 trabalhadores com menos de 25 anos foi diretamente impactado pela crise, justamente num período no qual adquirir experiência e projetar a carreira é fundamental.

Visão do mercado

Se por um lado o número de postos de trabalho voltados para esses candidatos aumentou, por outro a remuneração ainda está aquém do esperado. Diversos fatores podem explicar esse cenário desfavorável "Muitas empresas tiveram que substituir trabalhadores por mão de obra mais barata e o jovem, por possuir pouca experiência, acaba sendo menos exigente devido a urgência em entrar no mercado de trabalho." - Analisa o gerente de Recursos Humanos Rafael Pinheiro. Considerando ainda que muitos jovens que antes dedicavam-se exclusivamente ao estudo precisaram se lançar no mercado de trabalho, seja para custear os estudos ou complementar a renda familiar, o próprio número de candidatos também aumentou, inflando o mercado.
Diante disso as empresas podem aumentar o nível de exigência ou simplesmente baixar os salários, pois a oferta de profissionais segue ampla. Para Rafael, o mais preocupante nesse cenário é que, diante da necessidade, o jovem pode acabar arriscando a própria carreira, visto que muitas vezes essas vagas não condizem com seu perfil ou não vão de encontro com sua área de estudo. Esses fatores podem desmotivar o estudante, pois, atuar num período integral fora da área de formação, impede que o mesmo consiga aplicar os conhecimentos adquiridos no curso e obtenha experiência profissional em seu campo de trabalho, o que torna muito mais difícil conseguir uma colocação depois de formado. – Esclarece o especialista.

Estágio é uma alternativa promissora

Para especialistas, uma alternativa para driblar a crise, adquirir experiência profissional e aumentar a renda, é investir em qualificação e em programas de aprendizado. Vagas voltadas para jovens, como as vagas de estágio, proporcionam maiores oportunidades pois são flexíveis e permitem ao candidato conciliar os estudos com o trabalho. Além disso, por possuírem contratos e jornadas de trabalho mais brandas em relação a um trabalhador formal, conferem vantagens ao empregador, servindo como um estímulo à contratação de estagiários e aprendizes. E mesmo diante da crise, investir neste tipo de vaga é a melhor aposta para o jovem.
De acordo com Tiago Mavichian, diretor da Companhia de Estágios, consultoria especializada na contratação de estagiários e trainees, apesar do mercado estar encolhido a evolução das vagas nos programas de estágio é contínua nessa época do ano "Nosso próprio levantamento mostrou que no último triênio a média de crescimento na oferta de novas vagas de estágio durante o segundo semestre foi de 7%. Esse é um resultado muito significativo considerando que o número de postos de trabalho formal vem caindo muito ao longo do último ano". Muitos estudantes que atuavam como estagiários se formam e ingressam no mercado de trabalho, e, para suprir essa demanda as empresas abrem novas vagas, explica o diretor.
A jornada de trabalho reduzida, a possibilidade de aprendizado e o valor da bolsa auxílio são os maiores atrativos. Tantos benefícios oferecidos nesta modalidade. As vagas estão cada vez mais concorridas devido ao número de estudantes que priorizam o estágio. Dados da recrutadora apontam que mais da metade dos jovens já procuram uma oportunidade no início da formação. Segundo Mavichian mesmo as vagas de estágio com remunerações maiores não exigem experiência, mas requerem um bom perfil “Os estudantes que participam de iniciativas como trabalho voluntário, empresa Jr., além de possuir cursos de idiomas e bons conhecimentos de informática se destacam dos demais, pois esses fatores são um diferencial no currículo que se reflete no desempenho e desenvoltura do estudante no estágio” – finaliza.

Qualificação é essencial

Ainda que a crise seja a grande responsável pelo mercado de trabalho mais desafiador, outro fator extremamente relevante é que muitos candidatos, pela urgência em conseguir uma colocação, concorrem às vagas que não condizem com seu perfil. Com a concorrência acirrada os empregadores têm a possibilidade de ser mais criteriosos e podem fazer um filtro mais apurado, pois, a procura está maior do que a demanda de vagas. Segundo o diretor da Companhia de Estágios as vagas em empresas de médio e grande porte que oferecem mais benefícios, bolsa auxílio acima da média e possibilidade de efetivação são também as mais exigentes.
De acordo com Rafael Pinheiro, hoje em dia é necessário complementar a formação básica, as empresas procuram, mais do que nunca, um currículo bem qualificado “Investir em cursos técnicos e de aperfeiçoamento é essencial para conseguir uma colocação em meio à crise, principalmente no caso dos jovens que buscam o primeiro emprego. Quando o cenário da economia se recuperar quem estiver com o melhor currículo e mais qualificado terá mais chances de conquistar um posto melhor e ser bem remunerado” – explica o gerente de RH.


Fonte: Companhia de Estágios | PPM Human Resources

Da Desnecessária Judicialização de Pequenos Casos




Atualmente as rígidas estruturas empresariais e o evidente medo de delegar-se alguma decisão aos que tratam diretamente com os consumidores, fizeram da equipe de linha de frente, em especial o SAC, verdadeiro robô, com pouco ou nenhum poder de decisão e com manual a ser seguido. O que não permite nenhuma margem de manobra exceto o uso excessivo do gerúndio e a maior arma deste sistema: a desistência dos interessados em resolver as pequenas pendências. Em que pese é claro existirem exceções, muitas vezes o óbvio não é solucionado.

Se a postura pacífica e conformada do brasileiro era o padrão nos anos 80, atualmente a sociedade clama por atitude, restando o conformismo cada vez mais raro. Somam-se ao fato as ferramentas de acesso ao Judiciário que foram conquistadas nas ultimas décadas de liberdade e que atualmente já fazem parte do dia a dia do brasileiro, além da facilidade ao acesso à informação trazida pela era digital. Neste contexto surgem milhões de pequenos casos a entupir todo o sistema.

Por outra banda, os departamentos jurídicos das grandes empresas vêm evoluindo nas últimas décadas passando de simples áreas de contenção de despesas para núcleos de negócios, com ferramentas sofisticadas de controle e parceiros preparados para patrocinar milhares de casos.

Deste caótico e efervescente contexto, vivido em um país que leva as cortes até mesmo sua própria sorte, surge o desafio de gestores jurídicos em controlar milhares de processos, obtendo resultados favoráveis ao negócio e principalmente resguardando a imagem das empresas.

Sabemos que as condições adversas geram oportunidades, e estas sempre vem acompanhadas de riscos e muita resistência. Dentro dos próprios departamentos e escritórios de advocacia não é rara a ideia que se houver diminuição de processos haverá menos oportunidades de crescimento, o que é uma falácia, mesmo porque a mudança urge e a tomada de decisão restringe-se a quem vai se adiantar. O Judiciário está cada vez mais claudicante, a sociedade clama por mudanças, os custos não permitem mais manter o ilógico fluxo estabelecido de judicialização de questões de baixa complexidade e valor envolvido.

Resta evidente que os casos devem ser fulminados antes de ingressarem na atual lógica onde tudo se resolve somente com juiz. A nosso ver, um foco tridimensional da questão  pode trazer excelentes resultados: prevenção, contenção e gestão. Prevenção: Além de prever e solucionar reclamações e falhas no âmbito operacional e via SAC, a utilização das câmaras de conciliação é a atitude mais inteligente a nosso ver, posto que propicia ao consumidor uma alternativa rápida e  por outra banda preserva a marca da demandada, evitando a judicialização da pequena controvérsia. 

A utilização deste recurso deve vir acompanhada de profissionais treinados e com alçada para tomada de decisão, sob pena de criar-se um ambiente ainda mais hostil nas fases subsequente de negociação. Esta ferramenta pacifica a questão, muitas vezes inclusive recolocando o cliente insatisfeito em situação confortável evitando que busque a concorrência em próxima compra.

Contenção: nos casos em que a conciliação prévia não for possível, é de se utilizar a ferramenta de monitoramento pré-citação, buscando a composição antes da citação, o que resulta em menos desgaste para o consumidor e acordos mais vantajosos, nesta hipótese o processo é liquidado antes mesmo de audiência.

Gestão: através de corpo jurídico inteligente, o qual mantem base de dados e informações atualizada é fundamental mapear os casos com baixa chance de êxito e neles buscar a exaustão a conciliação, restando na carteira apensa às demandas com chance de vitória. 

Para que seja alcançada a excelência na gestão, é necessária uma movimentação, no sentido de investir em profissionais qualificados, aptos a atender o anseio dos mais modernos e competitivos polos de negócio, treinando e confiando aos gestores jurídicos presença e voz ativa na tomada de grandes decisões para o negócio, inclusive no que tange a contratação de parceiros competentes e que principalmente entendam a dinâmica do negócio.

Para se quebrar o paradigma é necessário vontade e acima de tudo coragem. 




Rafael Olimpio Silva de Azevedo - sócio do Olimpio de Azevedo Advogados e possui experiência nas áreas do Direito Empresarial e ampla atuação com os problemas do dia a dia com foco em Direito Civil em Contratos, Responsabilidade Contratual e Extra-Contratual, Direito Comercial que envolve Contratos Empresariais, Direito Bancário, Securitário e Consumidor. Pela larga experiência em Seguros, o advogado também tem atuação junto a Superintendência de Seguros Privados.
www.olimpiodeazevedo.com.br 



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